Please note that Tapas no longer supports Internet Explorer.
We recommend upgrading to the latest Microsoft Edge, Google Chrome, or Firefox.
Home
Comics
Novels
Community
Mature
More
Help Discord Forums Newsfeed Contact Merch Shop
Publish
Home
Comics
Novels
Community
Mature
More
Help Discord Forums Newsfeed Contact Merch Shop
__anonymous__
__anonymous__
0
  • Publish
  • Ink shop
  • Redeem code
  • Settings
  • Log out

A Caixa dos Desejos

O Resgate - Final

O Resgate - Final

Nov 06, 2021

      O que outrora era um majestoso palácio agora são apenas ruínas. 

      As águas revoltas do mar Tropos batiam no penhasco da construção abandonada. Odilon estava calado; pensava se entregar a feiticeira seria a coisa certa a fazer. Não tinha muito tempo para pensar, pois o prazo estava se esgotando. 

   “Breve estaremos juntos.”, pensou Odilon. “Papai vai te resgatar.” Para ele Sotrel era a única coisa que lhe restava, a única pessoa por quem valia a pena fazer tais esforços. 

   – Você esta preparado? – Disse Polipedes. – Depois que acionarmos esse portal não terá mais volta. 

   Odilon suspirou e disse: 

   – Temos outra escolha? 

   – Não. 

   – Então vamos prosseguir. 

   Polipedes estava acorrentada, a corrente era segurada por Odilon, que a tinha presa como um cachorro na coleira. 

   A feiticeira, ativou o antigo sistema de sinalização dos gigantes de gelo. Um barulho foi ouvido. Odilon se assustou com o som de trombeta que ecoo pela sala. 

   Um portal circular formado por diversos tons de azul se formou no meio do salão. Alguns moveis caíram no chão com o tremor que se sucedeu após a saída de um grande homem do portal. “Onde está a menina.”, pensou o príncipe. O lugar ficou mais frio do que era de costume, provocando uma crise alérgica em Polipedes, que começou a tossir. 

   – Ora, desde quando tem alergia ao frio, Yavel? – O homem aparentava ter trinta anos, porém tinha mais de oitocentos. Suas marcas azuis brilhavam intensamente no escuro salão. – Vejo que realmente perdeu sua essência. 

   – Não sei de quem tu falas. Onde está a garota? – Polipedes tossia constantemente. Sua respiração começou a ficar comprometida. 

   – Está em um lugar seguro. 

   – Entregue-a. – Disse Odilon. 

   – Cale a boca! – Gritou. – Cale-se, tornou a repetir suavemente. – Você não está em condições de exigir nada. 

   – De a filha dele. Agora!

   – Ainda não é o momento. Ainda não. – Bantar deslizou seus dedos sobre seu antigo trono. Estava empoeirado. Esfregou os dedos, tentando limpar-los. Lançou um olhar duvidoso para Polipedes. – Onde está seu colar? 

   – Eu… – A feiticeira não soube responder. Tossiu e inventou uma desculpa. – eu perdi. 

   – Sabe Odilon, lhe ordenei uma tarefa muito simples, mas mesmo assim falhas-te miseravelmente. Agora digam-me onde está Polipedes? 

   – Estou bem aqui. 

   – Acham que sou idiota? Você não é Yavel. Ela saberia seu próprio nome e jamais perderia seu colar, tão pouco teria ataques respiratórios devido ao frio. Agora diga-me; onde está a feiticeira? 

   Ninguém respondeu. 

   – Muito bem! – Continuou Bantar. – Se não é por bem… 

   O rei lançou uma esfera de gelo. Polipedes se esquivou, fazendo com a bola acertasse uma das colunas da porta de entrada. A estrutura ruiu, causando um estrondo. 

   Polipedes se mostrou de fato ser Fiorella, que voltando a sua verdadeira forma tentou distorcer a mente do rei. Odilon, transformando- se em Mikae, virou uma colônia de morcegos e voou na direção de Bantar, que começou a soltar descontroladamente uma nevasca por todo o salão, enquanto cobria seu rosto com a outra mão. 

   Paredes e colunas ficaram cobertas de neve. Fiorella sentia seu peito pesado, mas não podia deixar sua irmã lutar sozinha. Com um impulso telecinético lançou sobre Bantar toda a prataria que havia sobre a mesa de jantar; tudo em vão. Ao redor dele tinha um campo de força, e tudo era repelido. 

Mikaela, passou de morcegos a víbora. O animal roxo rastejou por trás do campo de força, mas na hora de dar o bote foi repelida por um raio.

   – Víbora maldita! – Disse Bantar. 

   Mikaela ficou inconsciente e perdeu sua forma animal. Frella, ao ver sua irmã descordada, desapareceu e novamente apareceu por trás de Bantar, que ao virar de costas viu diversas replicas da bruxa lhe atingirem com um feixe de luz negra. O rei ficou desestabilizado, porém não se deixou intimidar.

   Fiorella ainda tentava recompor suas forças quando o gigante de gelo lançou sobre ela um feitiço de paralisação; a jovem estendeu as mãos retornando com o feitiço de volta para Bantar, este se esquivou imediatamente. O feitiço se desfez no ar. 

   Frella fez um gesto e sombras atacaram o rei dos gigantes de gelo.

   – Bruxa, una-se a mim e quando este mundo for meu novamente te darei tudo o que quiser. – As sombras o apertavam seus braços e pernas. – Ahhhh! – Sussurrou. – Não seja tola, garotinha. 

   – Onde está a filha de Odilon? 

   – Esta em um lugar seguro. – O aperto continuou. O sangue de suas pernas estava preso. – Aahh! Não seja tola! Posso acabar com você. 

   – Pode? Então por que não faz? Onde está a menina? – Gritou.

   Bantar saiu da escuridão pelas costas de Fiorella. Com as mãos cruzadas acertou aplicou-lhe um golpe. A jovem quicou no chão e bateu a cabeça. 

   - Aaaaaiiii… - Tente se levantar. - Aaaaahhhh!

   – Achou que era a única que sabia fazer truques? Agora quem faz as perguntas sou eu. Onde está Yavel? 

   – Jamais direi – Disse. Seus dentes estavam manchados com o sangue que escorria da sua boca. – seu fraco. 

   – Onde ela está? – Bantar pisou no crânio da pequena bruxa. 

   – Uhhhh! – gemeu baixinho. 

   – Onde? – Gritou. – Está bem! – Falou calmamente, olhando enojado para suas mãos sujas. – Morrerá por uma briga que não é sua? 

   Fiorella não respondeu. 

   Bantar socou as mãos, provocando um enorme tremor e desapareceu no meio do portal azul. Frella recostou sua cabeça no chão, estava com muita dificuldade para respirar. 

   O local começou a desmoronar. 



…



   O corredor do palácio era enorme. De um lado, as grandes janelas mostravam um jardim, do outro inúmeras portas de madeira levavam a diferentes salas. 

   – Que lugar bonito! – Disse Odilon. 

   – Aat’ar. – Respondeu Polipedes. 

   Odilon não entendeu o que a feiticeira falou. 

   – Significa, nascer do sol na língua dos soberanos. – Continuou. – Aqui viviam os gigantes de gelo, antes de serem banidos para Névoa. Sotrel deve estar aqui em algum lugar. 

   – Sotrel – Odilon ia de porta. 

   – Papai. – Disse uma voz suave. 

   A menina estava do outro lado de um portal. Odilon sorriu, pois tudo estava prestes a acabar. 

   – É uma janela dimensional.

   – O que isso significa? 

   – Que podemos ver, mas não podemos atravessar. 

   O silencio tomou conta do local.

   – Papai, me leva para casa. 

   – Como tiramos ela daí? 

   – Não tem como. 

   – Então nos leva até ela.

   – Não podemos. 

   – Ahhhhhh é só isso que sabe dizer? Não podemos? – Odilon socou a parede. 

   – Eu sei que é difícil, Odilon. Se formos lá eles conseguem o que querem. 

    – E quanto ao que eu quero? Será que nunca vou... o que está acontecendo?

   – O palácio vai desabar. Temos que sair daqui. 

   – Mas Sotrel. 

   – É só um portal, ela não está aqui de verdade. Vamos. Depressa, Odilon! Pare de se iludir, se não, não vamos poder resgata-la de verdade. 



…



   

   – O que está acontecendo aqui? – Perguntou Polipedes. 

   – Viemos tirar satisfações com Andrhel, mas parece que ele não está em casa. – Respondeu o cavaleiro do brasão de Azhard. – Já estamos aqui há duas horas e nenhum sinal dele. 

   Outros dois guardas olhavam ao redor da casa. 

   – Era para ele ter ido prestar seu relatório mensal diante do rei. 

   – E ele não foi? 

   – Se ele tivesse ido não estaríamos aqui senhora. 

   – Escura aqui, seu nanico… – A feiticeira foi interrompida. 

   – O que a minha amiga quer dizer, senhor, é que foi um erro fazer uma pergunta tão idiota quanto esta que o senhor lamentavelmente acabou de ouvir. – Mikaela deu uma olhada ameaçadora para a feiticeira. 

   – E por que não entram na casa? – Polipedes virou os olhos para Mikaela, num olhar que dizia: se me interromper assim novamente vai se arrepender. 

   – Não conseguimos. Portas e janelas não abrem e não há nenhuma entrada subterrânea.

   – Tem alguma coisa estranha. – Frella se aproximou. Olhava ao redor com receio. – Tem uma energia estranha no local, vindo principalmente de dentro da casa. 

   – Como sabe? – O guarda cruzou um braços e fitou os olhos em Fiorella. – Por acaso… – Foi interrompido. 

   – Sim, sou uma bruxa. 

   – Todas somos. – Complementou Polipedes. – Pode dizer o que há lá dentro, Frella? 

   – Não ao certo. Precisaria entrar. – A jovem chegou mais perto da porta. Observou cuidadosamente. Deslizou a mão sobre a porta, passando para a parede feita de troncos. Sentiu algo. – Parece estar selada com um feitiço. 

   “Gigantes de gelo”, pensou Odilon. 

   – Consegue desfazer? – Mikae se aproximou de Frella. – Se não conseguir não se preocupe, você já se esforçou muito na batalha e ainda não conseguiu melhorar dos seus ataques de asma. 

   – Eu preciso fazer isso. – Tossiu, sentindo o catarro em seu peito. – Preciso recompensar vocês pela minha falha no palácio. 

   – Você não teve culpa, Frella.

   – Deixe-me ajudar. – Suspirou. – Eu consigo!

   – Está bem, mas se eu sentir que tem um mínimo de chance de você se cansar novamente, voltaremos para casa imediatamente.

   – Vão ou não vão abrir a porta, bonecas. – A baixinho estava entediado. – Andem logo com isso. 

   Polipedes olhou com irritação para o guarda atrevido, que vendo a reação deu de ombros. 

   Mikaela suspendeu as mãos num gesto sutil. O vento começou a soprar mais forte, seus olhos enegreceram. Um plasma preto começou a sair de suas mãos e rodear toda a casa. As rúnas do feitiço começaram a aparecer ao redor do gramado da casa; uma a uma. Iluminarem-se, com uma luz dourada. 

   O guarda observava atentamente a cena; por mais que tivesse ordens de prender qualquer ser usuário de magia o baixinha era fascinado por tal prática.

   – É um feitiço de bloqueio. – Disse Polipedes. 

   – Nossa, deve ser por isso que nós estamos aqui duas horas sem conseguir nada. – Ironizou o guarda. 

   – Silêncio! – Disse Frella. – Preciso me concentrar mais. Essas rúnas são muito resistentes. – O plasma se intensificava constantemente, assim como a ventania que balançava a floresta. – Não adianta, vou ter que usar um poder mais forte. 

   – Não faça isso irmã. Sabe que esse tipo de magia é proibido pelo conselho.

   – Não tem outro jeito. 

   A escuridão sobreveio no local. Odilon ficou assustado com os trovões que se sucederam. O plasma foi cessando e dando lugar ao flash de luz negra, Frella lançava cada vez mais potência para poder desfazer o feitiço, supostamente feito pelos gigantes de gelo. Começou a levitar sobre a casa.

   – Ahu! – Gritou Frella. 

   Raios começaram a destruir as rúnas uma por uma. Um dos raios quase acertou o guarda baixinho, que com medo correu para perto de Odilon, que estava mais afastado do local. 

   A última rúna se foi e com ela o escudo invisível que cercava a casa. Fiorella aterrissou e se agarrou ao braços de sua irmã, que gentilmente a abraçou. 

   – Viu, eu disse que conseguiria. – Frella soltou um sorriso. – Ai, preciso descansar um pouco. 

   – Você sempre consegue irmã. Agora repouse um pouco. 

   O vento e os barulhos de chuva cessaram, porém o sol continuou escondido. 

   – O que aconteceu aqui? – Falou o cavaleiro. – Está uma bagunça. 

   – Parece que Andrhel teve companhia. – Disse Polipedes. – Polipedes, precisa ver isso. Rápido.

   A feiticeira se espantou com a cena. Andrhel fora atravessado com uma espada no peito.

   – O mau cheiro indica que ele morreu há alguns dias. – Disse Mikaela, enquanto analisava o falecido. Retirou a espada de seu peito, o desencostou da cômoda e o repousou no chão. 

   – O que fizeram com você, meu amigo? – Perguntava Polipedes.

   – Não adianta. – Disse Odilon, confortando a feiticeira. – Não tem mais jeito. 

   – Uma situação realmente lamentável, – Falou o baixinho. – mas preciso avisar o rei sobre os acontecimentos desse dia. 

   – Informará apenas a morte de Andrhel, ouviu bem?

   – Não posso ocultar informações do soberano de Azhard. 

   – Você vai relatar apenas a morte de Andrhel. – Mikaela sussurrou algumas palavras e estalou os dedos. 

   – Eu vou relatar apenas a morte do gigante. 

   – O que foi? – Perguntou ao perceber que todos olhavam para ela. – Ele ia contar sobre tudo o que viu aqui. Não posso deixar que isso chegue aos ouvidos de Milos. – Ninguém se pronuncio contra. – Agora vá. 

   – Mas e quanto aos outros dois guardas? – Perguntou Odilon.

   – O encanto serve para os três.

   – Eu acho que… – O príncipe foi interrompido. 

   – Não é tempo de bobeiras. – Polipedes estava mais seria que o normal. 

   – É como Odilon disse, não tem mais jeito. – Falou Mikae. 

   – Eu posso dar um jeito. – Disse Fiorella do fundo da sala. A jovem descruzou suas mãos, se levantou da cadeira e foi para junto dos outros. – Eu conheço um jeito. 

   – Não. – Disse Mikaela. – De novo não. Não vou deixar você se esforçar mais uma vez. 

   – Como seria esse jeito? – Polipedes não parecia se importar com estado de saúde da jovem, nem o esforço que ela seria submetida. 

   – Posso trazer a alma de Andrhel ao corpo dele por alguns minutos, mas vai demandar muita magia e… – A bruxa foi interrompida. 

   – Faça. – Polipedes tirou seu cordão e deu para Frella. – Use isto. Ira potencializar seus poderes.

   – Isso é necromancia. Quer mesmo se sujeitar as magias tão baixas assim? – Perguntou Odilon. – Primeiro foi a magia negra e agora trazer os mortos para vida. 

   – Não me lembro de ter se importado com essas coisas quando fomos resgatar sua filha. – Falou Polipedes. 

   – Mas Odilon está certo, Polipedes. Mexer com essas magias é proibido pelo concelho. 

   – Dane-se o conselho, Mikae. Eu existo antes do conselho, antes dos humanos serem criados. Não ligo para suas regras. 

   – Então faça  – Retrucou Mikae. – mas não conte comigo.

   – Muito menos comigo. – Disse Odilon. 

   Ambos foram para fora. Polipedes deu de ombros e pediu que Frella começasse o processo. 

   – E então? O que aconteceu? – Perguntou Mikaela, ao perceber que sua irmã havia saído. 

   – Achei que era contra ao uso da necromancia. – Disse Polipedes, vindo em seguida. 

   – E sou. No entanto quero saber o que causou a morte dele. 

   – Ele mesmo. 

   – Como assim? 

   – Ele se matou. Ficou com remorso por não ter nos ajudado em Torac. Depois recebeu uma visita de Adanhael, que disso ter nos matado na batalha e para complementar o nosso querido príncipe despejou uma torrente de bobagens em seu ouvido, antes de irmos embora. Por falar em Odilon, onde está? 

   – Foi buscar lenha e preparar uma pira para fazermos a cerimônia de Andrhel. Pode não parecer, mais ele também está chateado com a morte dele.

luisfln1802
Luis Felipe

Creator

Odilon finalmente encontra sua filha... porém não consegue resgatá-la.

Comments (0)

See all
Add a comment

Recommendation for you

  • What Makes a Monster

    Recommendation

    What Makes a Monster

    BL 74.1k likes

  • Arna (GL)

    Recommendation

    Arna (GL)

    Fantasy 5.4k likes

  • The Sum of our Parts

    Recommendation

    The Sum of our Parts

    BL 8.3k likes

  • Invisible Boy

    Recommendation

    Invisible Boy

    LGBTQ+ 11.2k likes

  • Touch

    Recommendation

    Touch

    BL 15.3k likes

  • Secunda

    Recommendation

    Secunda

    Romance Fantasy 42k likes

  • feeling lucky

    Feeling lucky

    Random series you may like

A Caixa dos Desejos
A Caixa dos Desejos

3.5k views31 subscribers

Após ter sua filha sequestrada pelos gigantes de gelo, Odilon, príncipe de Antífes, precisa de um plano para resgata-lá. Sem nenhuma alternativa convencional em mente o príncipe aposta no que considera ser sua melhor escolha, libertar uma antiga feiticeira que outrora traiu seu pai.
O príncipe desobedece seu rei e liberta Polipedes, um ser híbrido que promete ajuda-lo a recuperar sua filha. Durante a jornada eles precisam encontrar uma antiga relíquia cobiçada por gerações. A feiticeira diz que o artefato será de grande valia na missão, mas os males que vem junto com a caixa faz Odilon pensar diferente.
Subscribe

28 episodes

O Resgate - Final

O Resgate - Final

162 views 4 likes 0 comments


Style
More
Like
List
Comment

Prev
Next

Full
Exit
4
0
Prev
Next