Eles então se juntaram em grupos: Gabe com Laila, Mikaela com Sophia e Nate com Lucio. Os três grupos então se separaram cada um para um lado, fazendo com que a matilha se dividisse também para poder pegá-los. O perigo não havia diminuído, mas agora havia uma chance de sobreviver.
Nate corria como podia, tentando se concentrar ao máximo para não tropeçar e cair. Lucio tentava diminuir o passo para que pudesse acompanhá-lo enquanto desciam o morro correndo, mas o garoto era lento para ele.
“Vamos Nate, você tem que se esforçar! Corre mais!”
“Eu tô…. tentando correr…., mas é difícil….”
— Esse garoto é muito lento, ele vai acabar me matando junto dele.
Ele correu na frente de Nate, enquanto este continuava tentando ao máximo não tropeçar. Ele viu que não tinha muita chance se continuasse correndo, então ele por um instante parou, derrapando nas folhas e na terra da floresta, mas conseguindo se estabilizar no chão. Lucio viu o garoto parado e ficou observando o que diabos estava fazendo. Nate então se virou com seu estilingue, mirou com um ovo que tirou da bolsa e atirou bem no rosto de um dos cães.
Mesmo sendo um ovo, o cão acabou tombando e bateu numa árvore, se desfazendo como se fosse líquido. Nate abriu um sorriso se virando para Lucio, que ficou impressionado com tamanha precisão. O sorriso virou uma rápida expressão de terror quando ele viu outro cachorro na direção de Nate.
“CUIDADO NATE, ATRÁS DE VOCÊ!”
Foi tarde demais, pois no mesmo instante, o cão deu uma investida em Nate, que o fez rolar o morro. O cão o seguiu enquanto rolava, e Lucio só pode ver a cena. Ele parou de rolar e ficou meio estirado no chão, com alguns arranhões em seus braços e pernas. Ao olhar para cima, ele viu de perto o cão se aproximando, pulando para atacá-lo ainda indefeso. Única coisa que podia fazer era levantar seus braços para se proteger. Seu grito saiu sozinho em desespero, enquanto rolava lágrimas dos seus olhos.
O cão abria sua boca com dentes que pareciam só haver presas. Seu pulo ia direto em Nate. Era tão perto que Nate podia sentir o bafo daquela criatura em seus braços.
Naquele instante rápido, o cão foi acertado por alguma coisa que tirou da rota de Nate. Quando o menino abaixou os braços e olhou, Lucio havia acertado a fera com sua pá, sendo iluminado pela luz que atravessava as árvores, criando feixes de luz em volta dos dois, tornando aquele momento épico para o garoto e dando ar de salvador a Lucio.
Lucio se moveu com força e jogou o cão pra longe com a pancada que deu. A fera nem havia considerado Lucio como inimigo pois sua caça estava logo ali na sua frente. O monstro voou com o golpe, até acertar uma árvore perto dali. Ele ficou caído, mas foi se levantando meio cambaleando, esperando se recuperar do golpe. Lucio pegou o braço de Nate e o levantou do chão, botando-o atrás para protegê-lo.
“Quando ele vier de novo, você atira alguma coisa que eu vou atacar ele, tá bom?”
“O-Ok.” – Nate ainda estava abalado com o que tinha acabado de acontecer e ainda tentava se reorganizar.
Os dois esperaram até que o cão pudesse se recuperar. Ele consertava todos os ferimentos que acumulou na pancada e olhava com feracidade para os dois. Lucio estava com uma expressão preocupada e ansiosa, enquanto Nate logo atrás com medo, mas segurava sua munição do estilingue.
O penumcão então começou a rosnar e latir para eles. Ele corria e ziguezagueava em volta deles, fazendo com que tentassem seguir os seus movimentos, quando se apoiou numa árvore para saltar. O cão pulou para atacar por cima, dando um tempo para que Lucio e Nate pudessem se reposicionar. Lucio olhava pra cima, focado no ataque do monstro que vinha em sua direção.
“Agora, Nate. Atira!”
Nate então mirou no cão, mas o pulo foi o suficiente para desviar do tiro dessa vez. O cachorro passou por cima deles e rapidamente rodopiou, escorregando nas folhas do chão, se posicionando atrás deles. Lucio pôs o braço na frente de Nate para afastá-lo. O cachorro estava basicamente brincando e tentando deixá-los confuso com seus pulos. O cão então se agachou um pouco para poder impulsionar seu pulo. Nate então preparou seu outro tiro, temendo que pudesse errar.
“Você consegue Nate, se concentra.”
O cão fez outro salto para que pudesse atacá-los ou confundi-los novamente, mas dessa vez, Nate não esperou e o atingiu nos olhos, fazendo com que ele perdesse o equilíbrio ainda no ar. Lucio aproveitou, e o arremessou com a parte afiada da pá, atingindo o cão e levando-o até uma árvore e o empalando.
O penumcão grunhia de dor com um som quase ensurdecedor, os meninos tapavam seus ouvidos tentando diminuir o som. O cão fez igual ao outro e derreteu bem na frente deles. Não sabiam se havia morrido, mas estava incapacitado, e eles por um momento, seguros. Lucio fazia um esforço e retirava da árvore sua pá que acabou encravada.
Nate pode sentar por uns segundos para se recuperar de tudo aquilo. Lucio então se agachou para poder ver como ele estava. Felizmente, só havia sofrido alguns arranhões.
“Consegue continuar?” - Indagava Lucio, tão cansado e ofegante quanto Nate.
“Consigo sim, e ahm, Lucio…. Obrigado.” - Lucio sorria e bagunçava o cabelo de Nate enquanto os dois se levantavam para seguir até o fim do morro.
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