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Capítulo 3
Segredos
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"Medo do amanhã. Crise existencial. Perca da fé. Parentes Mortos. Tudo isso em um mês, mês que parece que se tornou anos de sofrimento, Begônia passou pela sua era de ouro, e agora pela sua era de destruição. O continente que ascendeu os Deuses, agora cai em pedaços sem a ajuda deles. Quem são eles afinal? Um monte de aproveitadores? Manipuladores? Quem sabe, não recebemos a glória em troca da fé que nós oferecemos, somos lixo! Para eles nós somos pedaços de carne podres esquecidos por semanas, recheado de larvas em decomposição, talvez isso defina quem somos... "
- Arrependimentos de um Sacerdote
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109 3E
Estrada sentido Sarasi'ha
(7 dias após a saída de Luna do acampamento)
Após sair da floresta de Byo'ku, Luna passaria uma aventura breve, mas traumatizante.
Luna estava no seu sétimo dia de caminhada, não havia passado por muitos problemas, apenas alguns javalis selvagens tentaram-lhe atacar, mas com sua adaga e o treino feito com os caçadores, ela conseguiu facilmente cortar o pescoço dos animais. No entanto, o seu 8° dia não seria calmo e tranquilo. Enquanto ela caminhava ao entardecer, um pouco afastada da trilha para Sarasi'ha, uma alcatéia de lobos a encontrou, ela estava cercada por um córrego logo atrás, e em sua frente estava a matilha de 5 lobos, na sua direita havia nada mais que poucas árvores e a sua esquerda era livre, apesar da lama, mas seria arriscado correr. Luna teria que colocar seu treino em prova para tentar sair viva dessa, logo, Luna tirou sua adaga, a enfeitiçou
( רוח, מהירות, כוח)
e as raízes das árvores, lhe forneceram poder para conjurar seu escudo mágico. Era a hora, os lobos uivaram, começou a luta!
Luna lançou sua adaga no último lobo a direita, atravessando seu crânio, e logo a esquerda, ela conseguiu repelir o salto dos 3 lobos e logo se esquivou para trás, puxou sua adaga com seu feitiço, psi-kappa (telecinese), não teve tempo para pensar, os três lobos a direita se dispersaram.
- Merda - disse Luna suspirando forte. - Como vou lidar com eles agora? Não consigo rastrear a presença deles. Só se eu..
Luna então sussurra algumas palavras
"sikonbe nan volonte mwen, mare janm kreyati sa a".
E as raízes das árvores próximas a esquerda, prendem as pernas do lobo que havia saltado no ar em direção a suas costas, e nesse momento em câmera lenta, Luna movimentou a perna direita para trás, girando seu corpo e acertando a adaga no pescoço do animal, espirrando sangue sobre sua mão e braço. Faltavam três, e nesse breve segundo de descuido um deles morde a perna esquerda dela, um belíssimo corte profundo, porém mesmo com a dor insuportável, ela repele o lobo, retoma sua posição de guarda, e com a perna direita ela chuta fortemente o queixo da criatura de baixo para cima e enfia a adaga bem no centro da sua cabeça. Agora eram dois, mas na sua frente estava um lobo acizentado que não atacou desde o início, ele uivou diretamente para onde o outro membro da alcatéia estava prestes a atacar, e nesse segundo momento de descuido, afinal, Luna estava com a adaga presa no crânio da segunda besta, o acizentado lobo corre e morde o pescoço do companheiro do seu bando, se impondo e o matando na hora. A partir desse momento, Luna, se limpou e aplicou feitiço de cura na perna, ela não poderia andar direito, mas seria melhor que ficar parada no meio da trilha. Assim que viu esse lobo diferente, ela agradeceu pelo feito com um belo pedaço de carne de cervo, o lobo que parecia amigável, se juntou a jovem, e iria acompanhar até o fim de sua jornada.
109 3E (três meses depois)
A Serra do Ogro
Depois do ataque dos lobos, não foi muito difícil a caminhada. A guarda real estava patrulhando a estrada, foi noticiado uma invasão Lusiiana surpresa e a Guarda Real estava a procura deles. Mas foi traumatizante, para Luna, ver diversas vilas saqueadas, destruídas e com o cheiro de decomposição... Lembranças vinham de Horagodi e Luna não havia superado, e possivelmente jamais iria.
- Estamos pertos de Sarasi'ha, Zeus (o Lobo) - disse Luna com o queixo tremendo de frio - é melhor nós procurarmos abrigo, a nevasca está piorando.
Caminhando entre a neve da Serra que tem em sua altitude mínima 1629 e máxima 3473m, ela vê algo semelhante a uma casa e decide chegar perto para tentar um abrigo, no entanto, não era uma casa comum, era de uma espécie extinta. Os Gigantes! Mas parecia haver apenas um.
Os gigantes tem no mínimo 8 metros de altura, não são hostis por natureza, apenas se forem incomodados, entretanto, a disputa de terra entre os gigantes e os "anões" os levaram a perder quase toda sua espécie e seu território, atualmente são poucos a se encontrarem.
- Vou me aproximar... Acredito que vale a pena tentar negociar - pensou Luna - Temos algum estoque de comida aqui.
Luna, acompanhada de Zeus, se aproxima devagar do gigante, que estava cortando lenha do lado de fora.
- Cof cof - Senhor gigante? está me ouvindo? - grita Luna.
- Sim, humana - suspira o gigante cansado.
- Será que você não pode ajudar a gente? tá meio frio aqui fora, e nós não somos fãs do clima gelado, além disso, podemos negociar!
- Não negocio, mas... - um brilho salta do colar de Luna, e o gigante consegue perceber -
- Mas... aceita a proposta para negociar?
- Sim, eu aceito.
- Bem, então nós temos aqui, carne de cervo, javalis e... algumas frutas - Na hora que Luna abre, o cheiro que vem da carne não é muito bom - Heh, o que vale é a tentativa - diz Luna envergonhada ao olhar pra Zeus escondendo o fucinho na neve.
- Humanos.. - diz o gigante achando graça da situação - Estou interessado no seu colar, ele é familiar.
- Por quê? O que tem ele?
- Você é filha da Feiticeira? A Feiticeira da Luz de Begônia?
- Sim, eu sou, como você conseguiu reconhecer esse colar?
- Eu te explico, apenas prove se você realmente tem o mesmo sangue que ela.
Luna, sem pensar duas vezes, enfeitiça a adaga usando a energia do ambiente, a ponta de sua adaga se cristaliza completamente, se tornando um cristal de gelo com um brilho claro cintilante, e na velocidade dos ventos gelados daquela Serra, ela dispara bem no meio do rosto do gigante, ela para antes de acertar, e o gigante suspira de calma.
- Então é você, ela usou o mesmo truque anos atrás.. Venha para dentro, te ofereço abrigo - Diz o gigante ao guardar o machado e trazer a lenha para dentro de casa.
Casa ou acampamento de gigantes exilados normalmente são em montanhas, eles são compostos por uma casa de madeira embaixo de uma caverna, uma fogueira enorme e sua área de escavação, no acampamento, muitas vezes tem entre 2 e 5 gigantes juntos.
Luna entra na casa e vê como é organizada, seja a cozinha e a cama, assim como a escrivaninha que o próprio gigante usava para ler, o que era incomum de se ver em um gigante, ela se senta próxima a lareira.
O gigante senta ao lado de Luna, ele trouxe cobertor e uns petiscos diz que embaixo do alçapão existe uma sauna natural e que ela poderia utilizar.
- Então, senhor gigante, por que você vive aqui? Não seria perigoso com tantas tropas passando?
- Não.. Não é perigoso, sua mãe, a feiticeira, ajudou a me proteger desses humanos quando eu estava em perigo.
- Sim, você mencionou minha mãe, e que o colar era familiar para você, vocês já se viram?
- Sim.. a muito tempo atrás, quando vim me exilar por essa região, a Guarda Real não permitiu, ataques vinham toda hora, mesmo que eu tentasse conversar.
- E minha mãe deu um jeito nisso? Aposto! Como ela resolveu?
- Sabe, eu tinha um filho, ele morreu antes de terminarmos de construir essa casa juntos, foi morto pelos ataques da Guarda Real... - diz o gigante, expressando tristeza no olhar e na voz, como se tivesse perdido o sentido da vida. - No entanto, sua mãe apareceu, e me propôs um contrato, coisas de humano, acho melhor dizer negociação, isso.
- Negociou? Por quê?
- Ela queria que eu a ajudasse acessar um templo dos meus ancestrais para concluir uma pesquisa dela, e em troca eu poderia receber permissão escrita do Rei para viver nessa província.
- Entendo, pelo visto ela conseguiu, então.. Fico feliz por você viver em paz aqui hoje - diz Luna e logo depois passa uma energia confortável e boa para o triste gigante.
- Eu vi que você lê livros, você realmente é um gigante diferente dos outros, pelo que dizem nas histórias.
- O que levou a extinção da minha espécie foi a falta de conhecimento, sua mãe me disse isso, e logo me ensinou a ler e escrever, por isso leio até hoje.
Um silêncio toma conta do lugar, o som da neve caindo lá fora, o clima quente da lareira trazem a tona memórias do passado, seja de Lucímedes ou do falecido filho do Gigante.
- Posso te perguntar algo? Você sabe o motivo dela ir nesse templo?
- Sim, ela me disse que o rei estava tramando algo pelas cortinas, e um artefato mágico que a minha espécie roubou dos anões poderia ajudar a organização dos feiticeiros que ela era membro.
- Mas, ela estava contra o rei? Como ela pegou a permissão escrita para você viver aqui?
- Ela fez um feitiço, criou a permissão como se tivesse sido realmente expedida pelo rei.
- Entendo, já deveria imaginar
- Mas eu não questionei muito, eu só queria paz, e nunca mais sofrer naquela época, era isso que que eu almejava - expressa o gigante com um tom melancólico.
Luna levanta e o abraço enquanto ele está sentado
- Seu filho deve estar muito orgulhoso de você, alguns camponeses da vila que eu encontrei logo antes de chegar aqui me disseram que você os ajuda contra invasões e no trabalho difícil em troca de nada, você é incrível.
Uma lágrima escorre do gigante solitário, ele nunca havia escutado palavras assim desde a vinda de Lucímedes. Naquele momento, o gigante pela primeira vez depois da morte de seu filho e exílio, sorriu e sentiu uma felicidade surreal consumir seu corpo.
Posteriormente, Luna se arrumou, comeu como se tivesse lombriga em seu estômago, tomou banho e descansou a noite toda durante a nevasca. Logo após, os dois conversaram mais sobre a morte de Lucímedes e o destino de Luna. O gigante contou que na época que encontrou a mãe de Luna, ela estava sendo perseguida por espiões da Guarda Real, e que ela não poderia ficar muito tempo. Dois dias depois, pela manhã, os dois estavam no quintal, Luna estava indo embora quando o gigante a entregou o presente que Lucímedes deixou pela última vez. Era uma carta.
"Minha filha, minha pequena filha, imagino que quando abrir esta carta, saberá que tive que lhe abandonar nesse mundo repleto de crueldade e nojo. Por favor, vá até Gawa, siga para a academia de esgrima, algo importante te espera lá, com certeza.
Eu ainda te amo, e sempre vou.
- Sua querida mãe, Lucímedes"
Após ler aquilo, Luna começou a chorar, no meio da neve, a garota que estava sozinha e não havia superado a perda dos pais, cai aos prantos, ao ler a carta com a voz doce de sua mãe.
O gigante então, ao sentir a emoção da garota, diz
- É difícil, eu sei, eu perdi um filho, mas pense em seus sentimentos como barreiras a serem superadas, sua mãe me disse isso quando partiu, e você, Luna, você é muito madura para sua idade, e isso é ótimo.
Infelizmente, naquele momento, algo sombrio estava prestes a acontecer, várias flechas caem sobre o quintal da casa do gigante, uma catapulta aparece e vários soldados Lisiianos cercam o gigante
-Luna, corra, atravesse o desfiladeiro, vá para sua jornada!
- Não, eu não posso te deixar aqui - grita Luna, que também foi cercada pelos Lisiianos -
- Ora ora, não é a filha da feiticeira, até quê você é bonitinha, o que você está fazendo na casa de um gigante? E quem é esse lobo sarnento? - diz o General Lisiiano enquanto acaricia o rosto de Luna.
O gigante então chuta todos os guardas a volta dele, e arremessa um punhado de neve em direção a Luna, ela aproveita, pula, e usa a magia para repelir ela mesma, e atravessando os os guardas por cima, Zeus escapa entre as pernas dos soldados, então ela e Zeus saem correndo em direção a saída para o desfiladeiro, ao olhar para trás, Luna vê a catapulta atirando uma bola de fogo em direção a casa do gigante, e após isso, escuta o grito do gigante solitário, que ecoou em toda a montanha. Por fim, em uma fúria berserker, o gigante devastou o máximo de soldados possíveis, após ser envenenado na nuca por um arqueiro, e ter as pernas machucadas com diversos cortes profundos, ele cai, e é paralisado. O gigante foi capturado.
Luna então corre com Zeus até o desfiladeiro, e encontra uma forma de atravessar aquilo e chegar próximo a estrada que leva para a Sarasi'ha. Além disso, Zeus estava estranho, ele estava nervoso, uma aura sombria vinha daquele outro lado da fronteira..
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