110 3E
Templo Divino
(Uma semana após Lucien tocar na grande árvore)
Após aquela noite, Lucien ficou inconsciente por ter um surto de emoções após tocar a árvore de memórias.
A árvore presente no Templo Divino é composta pelos desejos, sonhos e ambições de todos os soldados que se converteram ali. No entanto, Boatos contam que quem a toca, terá um surto mental e um flashback de emoções e memórias, causando com certeza, a morte.
- Lucien? você tá... - Diz Leaf tentando ver se Lucien estava de fato acordando - Lucien! Vamos, acor...
Enquanto Lucien estava inconsciente, ele vivenciou de perto as lembranças de alguns ex soldados.
Templo Divino Antigo
2E ?
- Esse lugar.. é o Templo Divino? C-como? Eu não lembro de nada.. - Era Lucien, em um corredor, frente a porta da sala de planejamento dos tutores.
Lucien olha através da porta, estava acontecendo uma reunião, várias pessoas de armaduras reunidas em uma mesa retangular, cheia de papéis e um mapa na parede. Lucien ao olhar todos na mesa, percebe que no lado esquerdo da mesa, no final, havia um grupo diferente de pessoas, eles eram.. Cavaleiros Negros?
Lucien percebe que eles estão negociando, e tenta ouvir, mas não consegue. Nesse diagrama de memória, Lucien estava como um soldado vigia, assegurando que a reunião ocorresse perfeitamente, e ao seu lado havia outro guarda, aparentemente um outro vigia, e oportunamente Lucien decide perguntar sobre.
- Ei, beleza?
- Fala, Skjal, que foi desta vez?
-Uh, sim, Skjal. É, você sabe qual o motivo da reunião com os Cavaleiros Negros? A gente não deveria ir contra eles?
- O que aconteceu com você? Os cavaleiros sempre nos ajudaram, essa reunião é para negociar mulheres e crianças de Begônia para o sacrifício sagrado deles, uh, em troca de proteção e armamento melhor. - Diz o vigia com uma certa insegurança - Você sabe, Skjal.
Nesse contexto, as memórias de Lucien se colidem com as do Skjal, e então ele se desconecta do diagrama e volta ao presente.
- Você acordou! Finalmente, me deixou preocupado, já passou uma semana. - diz Leaf com uma expressão de alegria genuína, mesmo com o rosto de quem não dormiu a uma semana por medo de perder o melhor amigo. - Como você tá?
- Eh, uh, tô bem.. A gente precisa conv- - Lucien é interrompido pelo mestre do templo - Lucien, fico feliz que esteja acordado, quando estiver melhor, preciso que se apresente na minha sala, é urgente.
Lucien e Leaf ficam com um olhar de medo e insegurança, principalmente Lucien, que viu coisas que ninguém jamais imaginaria.
Após alguns dias de recuperação com alguns cuidados de Leaf, Lucien estava conseguindo se movimentar tranquilamente, e finalmente decidiu se apresentar perante ao mestre a fim de reduzir essa preocupação que assolava a sua mente.
Chegando na sala do mestre, Lucien bate na porta que estava meio aberta, mas ninguém atende, então ele entra por contra própria. Era uma sala cheia de livros, papéis importantes, medalhas e troféus de esgrima, assim como um símbolo da Guarda Real estampado na parede logo acima da cadeira do mestre. Passeando pela sala, Lucien começa a andar próximo as estantes, e vê um livro peculiar, o nome na capa dizia:
A Farsa de Begônia
LIVRO PROIBIDO
RETIDO DE TODAS BIBLIOTECAS PÚBLICAS
Curioso, quando Lucien decide tocá-lo, o mestre aparece e pede para Lucien se sentar, e não se intrometer nas coisas dele.
- Lucien, vejo que está bem, fico muito feliz por isso, no entanto temos muito o que conversar, e imagino que tenha muitas perguntas. - diz o mestre, com o rosto meio suado e com um tom afobado. - Me conte o que viu quando tocou na árvore, por favor.
- Sim, mestre. Eu vi uma reunião com os Cavaleiros Negros, e.. Era uma negociação de mulheres e crianças, isso.. realmente aconteceu?
- Sim... Aconteceu e.. Ah, Eh.. Ainda acontece..
- Mas por quê? Não éramos nós que iríamos lutar contra os Cavaleiros Negros e os Lusiianos?
O mestre abaixa sua cabeça lentamente, e agora tranquilizado diz.
- Não posso te dizer agora, você sabe de coisas que não deveria saber, você terá que se retirar do Templo, Lucien.
- M-mas o que? Por quê?
- Levante, vou lhe dar um abraço e todo apoio possível
Nesse instante, enquanto Lucien sentado e o mestre vinha em sua direção lhe abraçar, ele é quase morto, com uma facada em suas costas, mas Lucien consegue sentir a atitude do mestre que não teve coragem de matar seu aprendiz, que embora era considerado um filho. Lucien levanta e se afasta lentamente contra a parede perto da porta, mas o mestre enlouquece, com lágrimas caindo de seus olhos e o corpo tremendo totalmente, tenta uma investida com sentido a parede em cima de Lucien, mas acaba esfaqueando a si mesmo ni abdômen, pois Lucien inconscientemente usou o próprio braço do mestre para matá-lo.
Lucien, em choque e sem esboçar reação ao ver na sua frente o seu mestre morto, ensanguentado e com lágrimas em seus olhos, percebe que sua vida iria mudar a partir de então.
Ao tentar sair correndo pela porta, guardas do Templo aparecem ao fundo do corredor, eles já sabiam, Lucien não tinha que viver, então ele consegue escapar daqueles dois guardas e vai até seu quarto evitando ser visto pelos outros vigias nos corredores, mas encontra um guarda na porta de seu dormitório, contudo, esse guarda permite ele entrar. Assim que Lucien rapidamente pega sua espada e mochila, o guarda o para e diz:
"Fuja, vá para esse local..."
Lucien ouve atentamente o endereço e se prepara para partir, estava tudo acontecendo muito rápido, de uma hora para outra, e nisso ele pensa no Leaf enquanto escapa pelos corredores até a saída secreta pelos fundos, entretanto, Leaf o encontrou.
- Era questão de tempo você se tornar um traidor, eu sabia. - Diz Leaf com um tom alto e forte, ele expressava um rosto decepcionado - Eu te considero um irmão, pelo menos considerava, fiz muito por você, mas não imaginava isso.
- Calma, Leaf, é um engano, me deixa expl.. - Lucien é interrompido por Leaf - não diga nada, não vou te impedir, você não merece minha amizade, nem nada na verdade, seu verme imundo.
Lucien, que estava em um choque de emoções jamais visto, corre e ao passar por Leaf, escuta um leve sussurro
"Na próxima vez que meu caminho se encontrar ao seu, não terei pena de esquartejar você"
Assim, Lucien sai do Templo, atravessando o corredor e saindo pelas escadas dos fundos, onde cai diretamente em um esgoto onde provavelmente o levaria a um certo lugar escondido no Templo...
Mas agora, apenas na companhia de sua espada, ele deveria sair dali, encontrar o endereço marcado, e lidar com seus sentimentos.
CONTINUA
• Próximo capítulo
Continuação da Jornada de Luna, Lembranças do Templo Divino e.. Begônia!
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