Enquanto via a casa pegando fogo, Saki entra desesperada para ver se Galliard estava bem, mas tudo que achava era um monte de madeira queimada, até que ouve uma tosse seca ao seu lado. Ela olha assustada e encontra Galliard... No chão... Com uma estaca de madeira em seu pulmão esquerdo...
"GALLIARD! VOCÊ... VOCÊ..." (Saki)
"Está tudo bem, garota.... Saia daqui... Rápido." (Galliard)
"Eu... Eu não posso! É tudo culpa minha! Não posso deixar você morrer!" (Saki)
Saki então, começou a chorar e a gritar por ajuda e em uma tentativa desesperada, tenta retirar a estaca, mas falha.
"ARG!" (Galliard)
"Galliard! Desculpa! Desculpa! O que eu faço? O que eu faço? SOCORRO! ALGUÉM AJUDA!" (Saki)
A polícia estava na rua, não conseguiam entrar na casa e estavam tentando ligar para o corpo de bombeiros. De cima da montanha, Elena viu uma chama muito alta na cidade e foi rapidamente verificar.
"Saki... Corra... As chamas vão... E a casa vai desabar..." (Galliard)
"Como você pode me pedir para fazer isso?! Eu não posso te deixar!" (Saki)
Galliard agarra o braço Saki dá suas últimas palavras.
"Eu... Quero que escute bem..." (Galliard)
"Não é hora pra isso! Não pode falar nada agora!" (Saki)
"Eu... Consegui viver o que queria viver... Saki... Viva sua vida... Do jeito que quiser... Aproveite o momento e as pessoas que estão ao seu lado... Nunca se esqueça disso..." (Galliard)
"NÃO! NÃO! POR FAVOR...! VOCÊ! POR FAVOR, FAÇA O QUE FEZ COM A NOELLE! PODE LEVAR TUDO, MEUS BRAÇOS, MINHAS PERNAS! APENAS SALVE ELE!" (Saki)
Elena chega voando e percebe que é a sua casa que estava daquele jeito. Ela cria uma barreira de vento, entra desesperada e encontra Saki chorando no corpo de Galliard.
"Saki..." (Elena)
Saki olha pra Elena que cai ajoelhada chocada com a situação. Ela se aproxima lentamente de joelhos, entrando na barreira e a abraça. Elena abraça de volta e uma lágrima caí do seu olho. As duas começam a chorar enquanto pedaços de madeira caiam em cima da barreira. O corpo de bombeiros consegue apagar o fogo e entram na casa, eles encontram Saki, Elena e o corpo de Galliard. Noelle e Monku chegam um pouco depois e os policiais contam o que aconteceu. Noelle começa a chorar de joelhos enquanto Monku senta no meio fio com pequenas lágrimas escorrendo em seu rosto.
No outro dia, no enterro de Galliard, todos estavam profundamente tristes, porém... Saki não estava lá, ela não teve coragem de ir e ficou em sua cama no templo, chorando. Ao fundo, conseguia escutar o discurso feito pela rainha no alto do castelo.
“Galliard fez muito por essa cidade! Ele foi o maior de todos nós. Toda tecnologia e segurança que temos aqui, foi graças a ele! Não havia uma única pessoa, que não o respeitasse. Seus feitos ficarão eternamente marcados em nossas vidas, histórias serão contadas sobre o homem que transformou Shryne no que ela é hoje. Vá em paz, velho amigo...” (Melissa)
Todos choram, Elena coloca flores em seu túmulo e assim, enterram o seu caixão. Algumas horas depois, Elena chega na porta do quarto de Saki e bate na porta.
"Saki... Está aí?" (Elena)
Sem resposta, ela senta de costas para a porta e com uma voz trêmula, diz.
"Eu soube que... Os ladrões foram presos... E também que... Enquanto eles fugiam... Alguém viu uma pessoa passando ao lado deles... Mas essa pessoa os deixou escapar..." (Elena)
Ao ouvir essas palavras... Saki se assusta e levanta da cama.
"Acham que... pode ser algum comparsa, mas... Se não for..." (Elena)
Saki se aproxima da porta e coloca o ouvido nela para escutar melhor.
"Sabe... Ele que tinha me ensinado isso... E no dia que eu ouvi essas palavras... Foi o dia que o conheci... Quando eu estava indefesa... Implorando por ajuda... Enquanto era perseguida por uma aranha gigante... Foi por isso que aceitei te treinar... Por que eu sei como é se sentir daquela forma... E foi ele quem me ajudou naquele dia... Se você puder fazer coisas boas para outras pessoas... Você tem a obrigação moral de fazer essas coisas... De alguma forma... Eu... Só queria contar isso... Por que achei que deveria saber... E achei que Galliard gostaria que te contasse." (Elena)
Depois de ter dito todas essas palavras, segurando o choro, Elena se levanta e saí de casa. Em seguida, Saki começa a chorar mais uma vez. Algumas horas depois, Saki se arruma e em silêncio, desce para a sala, onde Monku e Noelle estavam.
"Saki! Como você tá?" (Noelle)
Ao olharem para Saki, percebem que ela não parece triste, pelo contrário, ela parecia mais feliz do que nunca.
"Hoje é o dia, não é? Vamos para a ilha dos corvos!" (Saki)
"Saki... Tá tudo bem?" (Monku)
"Claro!" (Saki)
"Mesmo depois de tudo?" (Noelle)
"Sabe... Antes de morrer... Ele me disse uma coisa... E por ele... Não posso me deixar ficar assim. Então não posso fazer nada além de seguir em frente." (Saki)
"Bem... Você está certa, mas... E a Elena? Vamos deixa-la assim mesmo?" (Monku)
"Não mesmo. Eu cuido disso, apenas vão para perto da serpente." (Saki)
"Okay." (Monku)
Depois de conversarem e antes de partirem, nesse dia nublado e melancólico, Noelle se aproxima de Saki e diz.
"Saki... Não se esqueça que não precisa mentir pra gente. Somos seus amigos tem por que esconder seus sentimentos... Quando não se sentir bem, por favor, fala com a gente." (Noelle)
"Não se preocupe. Eu vou falar." (Saki)
Monku e Noelle vão para o porto das Serpentes Voadoras enquanto Saki fica para falar com Elena. Ela anda calmamente até seu quarto e bate na porta.
"Elena... Estamos saindo... Eu... Quero que fique com uma coisa..." (Saki)
Então, Elena abre a porta do quarto, seus olhos estavam inchados, seu cabelo despenteado e suas roupas estavam largadas. Nesse momento, Saki apresenta algo inusitado.
"Aqui, fique com isto." (Saki)
"Isso... É o macacão do Galliard... Por que? "(Elena)
"Esse sentimento... Eu sei o que é... E ter algo que nos faça levantar depois de cair... Ajuda mais do que se pode imaginar... Existem coisas... Que são além da vida... E sei disso porque... Eu amo meu pai... Mesmo depois de tudo que aconteceu..." (Saki)
"Eu... Agra-" (Elena)
"Não precisa me dizer nada... Só... Fique bem pra que quando eu voltar... Eu possa fazer uma última luta." (Saki)
Elena fecha a porta e enquanto Saki saia, ela começa a chorar ali mesmo, sozinha. Saki vai ao porto das Serpentes Voadoras e encontra com Monku e Noelle mais uma vez.
"E então? como foi lá?" (Noelle)
"Bem deprimido..." (Saki)
"Me sinto mal em deixa-la sozinha." (Monku)
"Ela não está sozinha... Temos que continuar." (Saki)
"Preciso ficar mais forte. Tenho que proteger aqueles que tão do meu lado... Não vou mais deixar que ninguém morra." (Saki)
Todos caminham um pouco mais pelo porto e começam a avistar as Serpentes Voadoras.
"Uau! Parece com os dragões dos livros." (Noelle)
"Tá faltando alguma coisa." (Monku)
"Como que esse bicho voa?" (Saki)
Chegando mais perto de uma das serpentes, havia um homem que estava cobrando as passagens.
"Passagens, por favor! Passagens aqui!"
"Pera, só um momento." (Saki)
Saki tira de sua mochila as 3 passagens que lhes foram dadas por Galliard, nesse momento, ao verem as passagens, se lembram de quando as receberam, e o moral de todos baixa.
"Aqui... Está..." (Saki)
"3 passagens para a Ilha de Raven. Por aqui, por gentileza."
Todos se dirigem há uma serpente voadora vermelha, onde são ensinados a como voar em uma.
"Primeiro, subam cuidadosamente nas costas da serpente."
"Nossa, ele é bem grande de perto." (Noelle)
"É mais largo do que eu pensei. Deve caber uns 5 cavalos um do lado do outro." (Monku)
"Agora, vou explicar como funciona o voo da serpente. Ela irá correr por alguns instantes e afundar logo depois, aí os manipuladores de água daqui irão impulsionar o corpo da serpente para fora e no ar, ela vai começar a planar até o destino."
"Então o certo não seria Serpentes Flutuantes?" (Monku)
"Você é muito chato, sabia?"
"Tô sabendo..." (Monku)
"Hahahahaha." (Noelle)
Saki olha toda a situação, a Noelle rindo, o Monku sendo ele mesmo e se lembra do que Galliard disse.
"Aproveite o momento e as pessoas que estão ao seu lado, não é? Pode deixar!" (Saki)
"TÁ LIBERADO! SERPENTE NÚMERO 8, ILHA DE RAVEN!"
"Pera! O qu-" (Saki)
A serpente dispara em alta velocidade e afunda de repente na água, os manipuladores fazem seu trabalho e impulsionam a serpente para fora. Enquanto todos gritavam, a serpente estabilizou a sua velocidade e começou a planar em direção à ilha.
"Eu pensei que fosse morrer!" (Monku)
"Eu... Nunca mais... Quero passar por isso." (Saki)
"Eu achei bem divertido!" (Noelle)
"Você é estranha." (Monku)
"Falou o cara que come cachorro quente de cima pra baixo." (Noelle)
“COMER ELE DE LADO É MUITO SUGESTIVO!” (Monku)
"Aí vocês dois. Olhem aqui." (Saki)
Saki chama Noelle e Monku para olharem do outro lado da serpente. Eles olham e contemplam a beleza do céu, o azul dor mar e as nuvem que estavam um pouco acima deles, tudo isso fez com que se hipnotizassem com a paisagem. Ao fundo, escutam uma voz calma e masculina que também admirava os céus.
"É realmente lindo." (Monku)
“Verdade...” (???)
"Não é? Pera aí! Quem é você!?" (Monku)
Todos se assustam e se preparam para uma possível luta, mas o rapaz se levanta, com as mãos no bolso e seu cabelo cobrindo os olhos, também tinha algo enrolado com vários panos em suas costas. Ele se apresenta com um tom extremamente leve e calmo
"Meu nome é Shosuke. Não estou aqui para brigar, só vim pegar uma carona, ouvi dizer que iam até a ilha de Raven." (Shosuke)
"O que faz você pensar que pode simplesmente subir aqui?" (Saki)
"Eu só não tenho dinheiro pra uma passagem. Se estiver incomodando, eu saio." (Shosuke)
Shosuke se inclina para fora da Serpente, mas antes de se jogar, Saki o puxa pela camisa.
"Acha mesmo que se cair daí vai sobreviver?" (Saki)
"Então vai me deixar ficar?" (Shosuke)
"Só até pousarmos, depois disso, é cada um para o seu lado." (Saki)
"Por mim tudo bem." (Shosuke)
Algumas horas depois, Saki estava ficando impaciente e preocupada. Ela vai até Monku, que estava na cabeça da serpente e pergunta
"Monku, quantas horas pra chegarmos?" (Saki)
"A ilha está logo a frente, mas pela velocidade que estamos indo, umas 3 horas." (Monku)
"Eu tô começando a suspeitar desse cara, ele não tira as mãos do bolso e não dá pra ver seus olhos com esse cabelo por cima." (Saki)
"Então porque não fala com ele?" (Monku)
"E depois eu faço o que? Jogo ele pro mar?" (Saki)
"Depende da resposta dele." (Monku)
Saki revira os olhos e vai de encontro a Shosuke que estava sentado ao fundo da serpente e de cabeça abaixada.
"Ei! Você!" (Saki)
"..." (Shosuke)
"Estou falando contigo!" (Saki)
"..." (Shosuke)
"Ele tá dormindo?" (Saki)
Shosuke levanta sua cabeça e olha para Saki.
"O que foi?" (Shosuke)
"O que tá acontecendo aqui?" (Saki)
"O que tá fazendo aí?" (Saki)
"Dormindo." (Shosuke)
"Fala sério! Tanto faz! O que tá escondendo no bolso?" (Saki)
"Na- Nada." (Shosuke)
"Tá gaguejando por que?" (Saki)
"Eu não gaguejei." (Shosuke)
"Gaguejou sim que eu vi" (Saki)
"Já disse que não é nada!" (Shosuke)
"Então tira as mãos do bolso!" (Saki)
"Não posso." (Shosuke)
"Por que?" (Saki)
"... Eu não quero falar sobre isso." (Shosuke)
"Você... E esses panos em suas costas?" (Saki)
"É um cavaquinho." (Shosuke)
"Porque um cavaquinho tá todo enrolado?" (Saki)
"É presente..." (Shosuke)
"Enrolado em pano velho?" (Saki)
“...” (Shosuke)
“Cavaquinho é meu cu!” (Saki)
Passa-se um tempo e eles estão a alguns minutos da ilha, nesse momento, começam a discutir.
"Nossa! Tem muitos corvos ao redor!" (Noelle)
"Agora eu entendi o nome da ilha!" (Monku)
"Tá na hora de se despedir do nosso amigo aqui." (Saki)
"É, você tá certa..." (Shosuke)
A serpente voadora desce para a ilha e pousa perto de um lugar que se parecia com uma doca com várias casas ao redor. O grupo sai da serpente e estranha a falta de moradores e manipuladores de água.
"Meio estranho não ter alguém pra pousar a serpente, não é?" (Monku)
"Realmente..." (Saki)
De repente, eles ouvem um toque vindo da cabeça da Saki, era a sua expansão mágica, então, ela o retira.
"Caramba! Eu já tinha esquecido disso!" (Saki)
"É mesmo, tem um tempo que você não olha isso aí" (Noelle)
Saki abre o menu e entra na parte do mapa, lá estava as informações da Ilha de Raven, juntamente com locais importantes.
"Aqui tá dizendo que no centro da ilha fica uma grande biblioteca, lá deve estar a pessoa da qual a rainha mencionou. Tem também alguns lugares como o "Lírio Verde" e uma... Fonte termal?" (Saki)
"Provavelmente são lugares que valha a pena a gente ir, mas... Até a termas?" (Monku)
"Então por onde a gente começa?" (Noelle)
"Vamos pra biblioteca, depois vamos aos outros lugares." (Saki)
"Certo!" (Monku)
"Não tem nenhuma mensagem do meu pai... tem alguma coisa errada?" (Saki) *
O grupo anda até a biblioteca, mas percebem que a ilha está um pouco deserta e também que Shosuke os seguia.
"Que? Você tá seguindo a gente?" (Saki)
"Eu não tô seguindo vocês. Vocês que estão pro mesmo lugar que eu." (Shosuke)
"O que diabos você quer na biblioteca?" (Saki)
"É pessoal..." (Shosuke)
Ainda incomodada com a presença de Shosuke, Saki e os outros seguem para a biblioteca. Chegando lá, eles veem que a entrada está caindo aos pedaços, até mesmo a faixada "Biblioteca Raven" estava largada no chão.
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