Era como um mar de monstros, subindo e procurando pela presa que
havia escapado deles. Seu rosto ficou atônito e o coração batia
rápido demais para conseguir se acalmar. Nate virou para os outros
que estavam tranquilos, até que Laila percebeu o rosto pálido do
menino. Se levantou rapidamente e pegou o binóculo da mão dele e
começou a olhar para baixo, conseguindo ver as criaturas subindo.
“Galera, hora do recreio acabou! Temos companhia.” –
Os outros se levantaram e foram até a beirada, se juntando a eles.
“O que vamos fazer?” – Perguntava Mika preocupada.
“Vamos nos proteger, não deixar que eles consigam chegar até aqui em cima. É o que dá pra fazer.” – Gabe convencia a todos que ainda tinham chance de escapar das criaturas.
Nate pegou um pote com gel que havia em sua bolsa e passou em volta do corrimão. Gabe e Lucio começaram a puxar com toda força a escada conectada a base do reservatório, conseguindo removê-la e jogando aqueles que subiam por ela de volta ao chão, acertando os que estavam embaixo dela por tabela. Mika estava sentada, respirando forte e em desespero. Laila se aproximou dela e na sua frente, começou a acalmar a colega sobrevivente em aflito.
“Eu não consigo, não consigo… Eu to cansada, a gente não nasceu pra isso!” – Mika botava as mãos na cabeça e falava baixo em tom de pânico.
“Você tem razão, nós não nascemos pra isso, mas estamos indo muito bem não acha? Precisa se recompor e nos ajudar.”
“Eu não consigo Laila, nós somos praticamente crianças. O que você quer que eu faça? Salve o mundo ou o que?”
“Não,
quero que você levante e atire a porcaria de uma flecha bem no meio
do olho de qualquer bicho gosmento que aparecer. Um passo de cada
vez, tá? E eu estarei ao seu lado.”
Laila esticava a
mão para Mika que olhava diretamente para ela. Ela pegou a mão e
com ajuda levantou e se olharam com os rostos próximos, sorrindo
confiantemente uma para a outra.
Eles ficaram espalhados pela base, com Sophia e Nate mais afastados e próximos de alguém. Algumas criaturas começaram a aparecer e suas mãos escorregavam devido ao gel, caindo e levando outros monstros junto deles. Os penumbrantes começaram a escalar uma parte da base e outros passavam por cima, escalando os corpos para evitar escorregarem e pularem o corrimão. Esses eram logo derrubados pelo grupo.
Mais e mais penumbrantes escalavam e se agrupavam, sendo derrubados pelo grupo espalhado pela base. Gabe protegia os outros com escudo, Lucio e Laila acertavam com suas armas, Mika e Nate atiravam seus projéteis. Sophia protegia aqueles que conseguiam se aproximar demais. Mesmo estando coordenados, eles começaram a ficar sem espaço. O combate ficou apertado para o pequeno local que eles tinham para se mover.
“A gente tá ficando encurralado, temos que sair daqui ou procurar algum lugar pra nos esconder!” – Gritava Gabe enquanto usava seu escudo defensiva e ofensivamente.
“Se esconder, mas onde?” – Eles começaram a procurar uma solução enquanto a atenção se mantinha nos monstros que apareciam. Laila percebeu uma porta logo atrás deles. Ela dava para dentro do reservatório, e para o momento, era uma solução viável.
“Rápido, me cubram enquanto eu abro essa porta!” – Ela se virou e o grupo se juntou em volta dela.
Ela forçava a roda da porta de metal para que abrisse. O grupo a protegia em um espaço ainda menor, totalmente em desvantagem para o número de monstros que subiam cada vez mais. Quando conseguiu fazer girar, empurrou com o ombro e eles entraram se atropelando para dentro do reservatório, com ela e Gabe fechando a porta e a trancando novamente.
Lentamente eles foram se afastando da entrada, descendo aos poucos pela escada acoplada na parede. Eles ouviam os sons dos bichos batendo, desesperados na porta tentando entrar de todo o modo. Cada pancada na porta, eles recuavam mais, esperando o momento que eles conseguissem arrombar e entrar ali.
“Vocês estão ouvindo isso?” – Gabe havia escutado algo diferente durante o ataque dos monstros.
O grupo tentava prestar atenção no que acontecia lá fora, até Sophia olhar para cima e perceber o ar estava mais frio. Sons de coisas cortadas e os grunhidos ficaram mais intensos até que o silêncio reinou. Eles ficaram apreensivos até que algo começou a girar a roda da porta e abri-la. Nate recuava e acabou escorregando e caindo na água, tirando a concentração deles para o que entraria. A porta abriu e todos se viraram novamente.
“Capuz!”
– Esbravejaram todos. Nate levantava os braços para cima em
felicidade por ver sua amiga e Sophia, atrás de todos eles, sorria
gentilmente.
“Desculpe a demora, minhas crianças.
Percebo que passaram por uns maus bocados. Será que gostariam de
descer dessa torre?” – Era a Morte. A ceifadora amiga deles,
havia retornado e estava bem diante de seus olhos. Eles corriam e
abraçavam ela, agradecendo por tê-los salvado.
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