Ao verem a biblioteca, que supostamente teria todos os conhecimentos necessários para a sua jornada, Saki, Monku e Noelle se sentem enganados e ficam indignados.
"Mas que porra é essa?" (Saki)
"A que ótimo, a rainha enganou a gente, logo a rainha!" (Monku)
"A gente ainda nem entrou..." (Noelle)
"Eu não entro aí..." (Shosuke)
"Eu não sei nem o que você tá fazendo aqui." (Saki)
"Já disse que é pessoal..." (Shosuke)
Em um silêncio constrangedor, eles escutam alguns barulhos vindos de dentro da biblioteca. Saki e os outros se afastam lentamente enquanto olham assustados para as portas e janelas, até que de repente, o chão se abre e eles despencam em queda livre.
"O QUE TA ACONTECENDO!?" (Monku)
"Teoricamente, estamos em queda livre." (Shosuke)
"FOI UMA PERGUNTA RETÓRICA! NA PRÁTICA TAMBÉM ESTAMOS!" (Monku)
"A gente vai morrer!" (Noelle)
"A GENTE VAI MORRER!" (Monku)
Monku e Noelle se abraçam no ar enquanto choram juntos gritando que vão morrer, Shosuke estava com pernas e braços cruzados esperando o seu destino e Saki por outro lado, havia desmaiado, mas logo recobrou a consciência e fingiu que nada havia acontecido.
"Parem de gritar! Monku, consegue fazer algo pra amortecer a queda?" (Saki)
Monku atira uma bola de fogo para baixo, mas eles a ultrapassam rapidamente por conta da velocidade da queda.
"É claro que não! A gente tá caindo faz uns 2 minutos! Nada que a gente faça vai impedir a nossa morte!" (Monku)
"Então é isso. Foi bom conhecer vocês..." (Saki)
"Já desistiu?" (Shosuke)
"Você desistiu antes mesmo de tentar alguma coisa!" (Saki)
"Adeus amigos... e Shosuke, nada contra, mas nos conhecemos tem umas 5 horas." (Noelle)
"Tá de boa." (Shosuke)
"AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!" (Monku, Noelle e Saki)
O grupo começa a ver o fundo do poço, havia apenas uma luz iluminando o ambiente e uma silhueta misteriosa. Chegando ao seu destino final, a silhueta misteriosa coloca uma almofada gigante em baixo deles, assim, caindo em segurança e amortecendo a queda.
"AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!" (Monku, Noelle e Saki)
"É... gente... já chegamos." (Shosuke)
"A... Então esse é o pós vida? É um pouco diferente do que eu imaginava..." (Saki)
"Não... É diferente de lá..." (Noelle)
"De lá?" (Shosuke) *
Olhando para frente, eles avistam a silhueta virando à esquerda e se assustam com aquilo.
"Tá, estamos em algum lugar, quilômetros abaixo da terra, esse lugar é muito estreito e tem uma silhueta vagando por aí. Vocês preferem esperar uma morte lenta por fome, ou morrer agora indo atrás disso?" (Saki)
"Morrer agora!" (Noelle)
"Morrer agora." (Shosuke)
"Morrer depois!" (Monku)
"Como vivemos em um mundo onde a democracia prevalece, ou deveria, vamos morrer agora." (Saki)
"Como eu odeio vocês..." (Monku)
Saki enche o seu punho com Mana Primordial e vai na frente de todos, ela segue a luz que a silhueta levava, mas nunca chegando a vê-la de perto. Eles andam por muito tempo até que de repente a luz se apaga, Monku acende uma chama e ilumina o ambiente. Olhando ao redor, percebem que ficaram presos.
"Uma parede?" (Noelle)
"Onde aquela sombra se meteu?" (Monku)
"Deve ser um feitiço." (Saki)
"Não..." (Shosuke)
"Lá no templo haviam algumas passagens secretas. Eu vi a Elena usando uma, mas nunca fui atrás de saber como funcionava." (Saki)
"Você nunca viu ela abrindo?" (Monku)
"Não, só ouvia algo arrastando no chão e quando eu olhava, a parede já estava se fechando." (Saki)
"A gente podia só a quebrar, não?" (Noelle)
"Eu posso tentar..." (Saki)
Saki pede para se afastarem, usa a mana primordial e chuta a parede. Infelizmente nada aconteceu, era como se os tijolos fossem feitos de aço, então a parede nem se mexeu.
"Isso é muito duro!" (Saki)
"Não teve efeito algum..." (Noelle)
"Isso deve ser reforçado com algum feitiço defensivo, não sei se é uma barreira ou um bloqueador." (Shosuke)
Todos olham para Shosuke com uma expressão de dúvida e ele fica em choque com isso.
"O que foi? Eu sou estudado..." (Shosuke)
"Não é isso... Qual a diferença de uma barreira pra um bloqueador?" (Monku)
"Uma barreira para qualquer projétil menos denso que ela, um bloqueador anula qualquer tipo de magia." (Shosuke)
Assim que Shosuke termina de falar, a parede se levanta, revelando assim o que havia atrás dela.
"Mas o que..?" (Monku)
"Não faz muita pergunta não." (Saki)
"Uau! Aqui tem um montão de livros! Só é um pouco escuro..." (Noelle)
"Gente... Aquela sombra..." (Shosuke)
Atrás da parede, além de ter vários livros, havia uma máquina gigantesca em forma de esfera com um compartimento no meio tampado por um vidro. Todos ficam surpresos com aquilo, mas antes mesmo de falarem qualquer coisa, a silhueta que tinham visto antes aparece no chão e se levanta como uma idosa com roupas de bruxa e um cajado de madeira.
"Hohoho jovens, bem vindos a Biblioteca de Raven. Meu nome é Amon, mas podem me chamar de Yoki!" (Yoki)
"Que raio de apelido é esse?" (Saki)
"O-Olá, Dona Yoki, nós viemos aqui atr-" (Saki)
"Atrás de informações, não é?" (Yoki)
"E-Exatamente! Como sabia?" (Saki)
"Ora, minha filha, todos que veem a uma biblioteca buscam respostas..." (Yoki)
"Mas porque uma biblioteca deveria ficar no subsolo e protegida por um feitiço?" (Monku)
"Ah! Falando nisso, você é bem esperto rapazinho, mas... Não era nenhuma das opções e sim as duas juntas..." (Yoki)
"Como assim?" (Shosuke)
"Eu juntei os dois feitiços, tanto o de barreira quanto o bloqueador. Vejo que vem fazendo o seu dever de casa, Hohohoho!" (Yoki)
"Errr... Dona Yoki, O que é essa máquina?" (Noelle)
"A, isso é o núcleo da cidade, aquele líquido azul é a mana. Toda magia que é usada aqui é transformada em energia para a cidade, mas... Infelizmente, por alguns problemas econômicos, vários fugiram..." (Yoki)
"Ah, entendi..." (Noelle)
"Enfim, podemos usar a biblioteca?" (Saki)
"Claro! Fiquem à vontade!" (Yoki)
O grupo se separa e cada um procura por algo de seu interesse. Saki vai atrás de livros que contam sobre a história do mundo e sobre Lilith, Noelle procura livros sobre bruxas e técnicas de luta, Monku estava atrás de livros sobre reações elementais e... culinária. Já Shosuke... Ele estava atrás de livros sobre maldições e magia negra.
"Cara, tem tantos livros aqui, mas... nenhum sobre a história do mundo!" (Saki)
"Caramba... As bruxas tem vários rituais mágicos, não tem como saber todos!" (Noelle)
"Que? Desde quando tem fogo verde? E por que isso tá num livro de cozinha?" (Monku)
"Hum..." (Shosuke)
Saki continua a procura dos livros e ao achar um com o título de "Ahdaka, A Primeira Besta Selvagem.", ela pega o livro, pensando que por contar sobre a primeira besta, traria algum fator histórico, mas antes de abrir, Dona Yoki aparece por trás, a assustando.
"Oh queridinha! Está com fome? Que tal sairmos um pouquinho para comer algo no Lírio Verde?" (Yoki)
"Ah, é... Espera, eu achei algo!" (Saki)
"Você lê isso depois, vamos, vamos!" (Yoki)
Dona Yoki reúne todos e os empurra para fora da biblioteca, enquanto os empurrava, Saki derruba o livro e tenta voltar para pegar, mas Dona Yoki não a escutava e continuou empurrando. Ao abrir a passagem, todos pensavam que iriam de volta para os túneis subterrâneos, mas foram surpreendidos ao saírem na frente da biblioteca.
"Prontinho, a taverna fica daquele lado ali, vão indo, eu vou arrumar os livros e já já encontro vocês." (Yoki)
"Mas o livro!" (Saki)
Dona Yoki fecha a porta rapidamente e volta para as estantes de livros procurando o livro que Saki havia deixado cair, porém, ela não encontra o livro e entra em choque.
"Essa velha é surda?" (Saki)
"Quem sabe? Pelo menos ela deixou a gente ficar com os livros." (Monku)
"Que bom pra vocês..." (Saki)
"Gente, cadê o Shosuke?" (Noelle)
"Não sei, ele não tava do seu lado, Saki?" (Monku)
"Não importa, ele mesmo disse que não tá com a gente. Enfim, Vamo logo pra esse tal de lírio verde." (Saki)
No caminho para a taverna, em uma rua deserta com postes de luz piscando e cercas de madeiras destruídas, Noelle se pergunta.
"Isso tá bem pesado, A gente não tem uma mochila pra guardar não?" (Noelle)
"A minha tá cheia, e o cabeção aqui não tem nenhuma." (Saki)
"Minha cabeça não é tão grande!" (Monku)
"É só uma forma de dizer, idiota!" (Saki)
"Hehe!" (Noelle)
"Noelle, me dá um aí, assim divide o peso." (Saki)
"Ce-certo!" (Noelle)
Noelle entrega um dos dois livros que estava carregando e continuam o caminho até a taverna. Ao chegarem lá, veem um local bem conservado e arrumado, eles se surpreendem por existir um estabelecimento fora do padrão da cidade e entram com uma expectativa alta.
"Nossa! Aqui é bem bonito, tão diferente do resto da cidade." (Saki)
De repente, um homem baixinho, vestindo uniforme de garçom, pula em sua frente recepcionando seus clientes.
"Olá viajantes! Bem vindos ao Lírio Verde, meu nome é Ankoro, Barman, Garçom, Entregador, Cozinheiro, Contador, Faxineiro, Vendedor e Dono desse lindo estabelecimento!" (Ankoro)
"Você faz tudo isso?" (Monku)
"Infelizmente, não tem muitas pessoas na cidade, então sobra tudo para mim." (Ankoro)
"Não tem ninguém na cidade..." (Saki)
"Não é verdade, tem a Dona Yoki e aquele rapaz ali." (Ankoro)
Ankoro aponta para o balcão da loja, onde estava sentado Shosuke tomando uma bebida alaranjada.
"Por que eu não tô surpresa?" (Saki)
"Esse cara quer alguma coisa com a gente?" (Monku)
Saki e os outros entram e se sentam em alguns assentos de distância de Shosuke, eles esperam pacientemente até que Ankoro atenda eles.
"Então? O que vão querer? Temos refrigerantes, batata frita, hamburgueres, pizzas e cachorro quente!" (Ankoro)
Saki olha para Monku e Noelle com um sorriso no rosto e acenam com a cabeça.
"6 cachorros quentes grandes, por favor!" (Saki)
"São 2 moedas de bronze cada!" (Ankoro)
"Certo!" (Saki)
Saki puxa sua mochila, tira 12 moedas de bronze e entrega para Ankoro.
"De onde você arranjou esse dinheiro?" (Monku)
"Elena me deu um pouco de dinheiro antes de sairmos, mas não posso falar o quanto foi aqui dentro." (Saki)
"Nossa! Então foi muito?" (Noelle)
"Shhhh!" (Saki)
"Hahahaha!" (Monku)
Os 3 ficam ali conversando e se divertindo enquanto esperam o pedido, ao mesmo tempo, Shosuke estava ouvindo toda a conversa, então, debaixo de seus cabelos ondulados que cobriam seus olhos, escorre uma lágrima e ele começa a coçar seus bolsos.
"Ah! Senhor Ankoro, sabe se por aqui tem algum lugar que venda mochilas ou algo do tipo?" (Saki)
"Oh! eu tenho mochilas, posso vende-las!" (Ankoro)
"Sério? A gente precisa de uma bem grande!" (Saki)
"Um momentinho!" (Ankoro)
Sr. Ankoro saí por um momento e volta com o pedido deles, juntamente com uma mochila, mas havia algo errado.
"Err senhor Ankoro... Essa mochila não é um pouco pequena?" (Saki)
"Hohoho, olhando assim, ela é realmente pequena, mas... Se fizer isso, verá sua verdadeira natureza." (Ankoro)
Ao abrir a mochila, Sr. Ankoro empurra um monte de copos e pratos para dentro, revelando assim, que era uma mochila mágica.
"Que do caralho! Isso é feito de que? É magia? É algum material diferente?" (Monku)
"Eu não sei, achei ela na rua." (Ankoro)
"Quanto custa?" (Saki)
"Eu faço por 4 moedas de prata." (Ankoro)
"O que? Tá no precinho, faz desconto a vista?" (Saki)
"O que é isso?" (Ankoro)
"Nada não, toma aqui, 4 moedas de prata!" (Saki)
"Sério, quanto dinheiro você tem aí?" (Monku)
"Shhhh!" (Saki)
Então, todos comeram os cachorros quentes e se sentem satisfeitos, eles se despedem do Sr. Ankoro e saem da taverna.
"Ah! Espera um segundo!" (Monku)
"O que? Tá bom." (Saki)
"Ai! Shosuke!" (Monku)
"Ah?" (Shosuke)
"Você tá meio sozinho aí, não é? Vem com a gente!" (Monku)
"Nã-Não. Eu não posso." (Shosuke)
"Deixa disso, a Saki não morde não!" (Monku)
"EI!" (Saki)
"Tá tudo bem." (Shosuke)
"Vamos, essa cidade tá deserta! É perigoso sair sozinho!" (Monku)
"É sér-" (Shosuke)
Monku começa a puxar Shosuke pelo braço, obrigando-o a ir com todos. Shosuke se rende e acompanha eles por tempo indeterminado. Eles saem da taverna conversando e rindo, Shosuke olha para todos com um sorriso tímido sem perceber. Enquanto riam todo esse tempo, uma sombra estava os seguindo durante todo o caminho...
Comments (0)
See all