Dito isso, Lilla retirou-se da sala e rumou aos arredores da cidade. Por quase duas horas Lilla vasculhou minuciosamente os arredores de Mirandir, dentro e fora das muralhas, nem um único vestígio que pudesse sugerir qualquer ação suspeita, mesmo com a ajuda de um gavião que sobrevoava toda a cidade, ela não pôde encontrar nada.
Desapontada e começando a se irritar por sua investigação sem sucesso, decidiu por perguntar aos vendedores e cantores se haviam visto alguém de fora, ou que fosse suspeito, contudo nenhum deles viu nada que valesse a pena investigar.
Num último esforço Lilla rumou até a barraquinha de Cass.
— Desculpe Li, estive tão atarefada hoje que não pude prestar muita atenção aos outros magos que passaram, por isso não posso lhe dizer com certeza. Ao menos nenhum de meus clientes parecia suspeito. — Respondeu enquanto assava mais uma fornada de bolinhos.
Lilla gemeu de frustração apoiando a cabeça nas mãos que se apoiavam no balcão.
— Como uma magia dessas não deixa nenhum rastro? Nem um mínimo rastro?
Ficou ali, em silêncio, revisava mentalmente cada centímetro que analisara, cada conversa, mas nada lhe parecia indicar qualquer pista do culpado, por menor que fosse.
— É… Lilla? — Chamou Cassady. Lilla levantou os olhos ainda um pouco desconectada do presente. — A fila.
— Hã? — Lilla olhou para trás, uma fila de tamanho razoável havia se formado atrás dela. — Opa. Desculpe — Disse dando lugar ao próximo da fila.
Cassady riu enquanto fechava um pacote com alguns bolinhos, os clientes pareciam um pouco impacientes, mas nada que um pouco de comida não resolvesse.
— Eu e minha mania de me desligar da realidade. — Comentou rindo.
— Aqui, leve para seus irmãos. — Disse entregando um pacote com alguns bolinhos. — Cortesia da casa.
— Cass…
— Não se preocupe, — Interrompeu — o preço é pegarem quem atacou a cidade. — Disse com um sorriso.
Lilla agradeceu e se despediu da amiga. Com os olhos ainda cinzentos como nuvens de chuva, Lilla retornou ao boticário carrancuda.
— E então, encontrou algo? — Perguntou Aglia assim que Lilla adentrou a sala terminando de tomar mais uma dose de poção de amoras arco-íris.
— Nada. — Respondeu jogando-se na cama, os braços cruzados. — Quem quer que tenha planejado esse ataque foi muito cauteloso em sua execução.
Aglia e Rox acenaram em silêncio.
— Se já estiver se sentindo bem pode ir querida. — Disse Madame Erandir surgindo a porta e retirando os três de seus pensamentos.
— Está bem, muito obrigada Erandir. — Respondeu Aglia — Vamos? — Perguntou virando-se para os irmãos — Ainda há um festival lá fora.
— Ah! — Exclamou Lilla — Cass nos deu bolinhos. — Disse erguendo o pacote.
— Vamos guardá-los para a viagem de volta.
Assim os trigêmeos deixaram o boticário, com o ânimo renovado, passava das cinco horas da tarde e havia apenas mais algumas horas até o pôr do sol. Querendo aproveitar ao máximo o tempo que lhes restava os três se apressaram ruma à praça central.
Não dançaram, mas aproveitaram muito bem todas as canções e muitas das barraquinhas com brincadeiras das mais variadas: de pescaria e acerte a garrafa.
Lilla e Rox vigiavam Aglia de perto, sempre tomando o cuidado de não deixá-la sozinha ou que se esforçasse muito. Ao qual Aglia começava a perder um pouco de sua paciência com os cuidados exagerados dos irmãos.
— Estou bem. — Dizia impaciente. — Já disse. Caso se lembrem — acrescentou — sou uma curandeira, e sei me cuidar muito bem obrigada.
Após algumas rodadas frustradas de adivinhe a flor estavam todos um pouco cansados e decidiram que antes de retornarem para casa veriam como estava a decoração do festival.
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