O freezer é o único lugar da nave onde se tem privacidade. Sem escuta, sem câmeras, sem sensores.
Tivu é filho de um governador, mas não hesitaria em trair a confiança do pai para acabar com toda aquela carnificina. O garoto puxou mais a mãe, a pele amarelada, a baixa estatura, os olhos e cabelos pretos como carvão. O ondulado cabelo que estranhamente lembrava uma jaca, principalmente após tê-lo pintado de verde, enquanto os olhos de jabuticaba, eram cobertos de lentes ciano e turquesa.
O menino acabara de pegar o celular, quando viu a mensagem urgente da amiga "mano, eu queria sorvete", ela já havia sido enviada a 14 minutos, certamente levaria uma bronca.
Evitando perder mais tempo, correu até o freezer, e digitou "conseguiu?", logo Shinu respondeu confirmando. Então ligou para ela.
- Alô? - disse o garoto.
- Oi, se lembra do combinado certo?
- Mas já??
- Sim, agora mesmo, dragão de cômodo que não olha o celular.
Thivu foi até o quarto do pai se certificar se de fato estava dormindo, ele era quem mandava naquela nave, a azul. Tudo certo, então caminhou até a sala de comando.
Passou pelos guardas com a desculpa de que o governante o mandou realizar o relatório do dia anterior.
Chegando ao computador do pai, sentou-se desconfortável na cadeira de plástico, e despachou uma solicitação de reunião secreta com a nave amarela, a nave de Shinu.
Voltando a nossa protagonista, ela estava varrendo os corredores da nave, pois assim conseguiria ver o seu governante ir para a reunião com o da nave azul, e então precisaria de um motivo para entrar na sala dele, ou seja, aparentemente ela havia sido ordenada a limpar.
E lá dentro não haveria nenhuma alma viva, então ela tinha passe livre pra mexer no que quisesse apenas tendo uma folha escrito "ERRO".
Shinu esperou o governante passar por ela e prosseguiu até a sala dele, lá dentro disfarçadamente chegou até o ponto cego da câmera, um espaço estreito, rente a parede, e rapidamente colou o papel na lente do dispositivo.
O coração da moça oscilou por um momento, mas logo constatou que nada deu errado, sendo assim, pegou seu melhor amigo do bolso, seu pen-drive laranja, e o inseriu no computador.
Por fim, selecionou a opção de criar cópias das câmeras, escutas, localização das naves e baixas.
Cerca de 5 minutos depois ela já tinha acesso a todas aquelas coisas, então apagou qualquer resquício de que havia mexido ali.
Enfim, retirou o papel da câmera e retornou para seu dormitório, contaria sua conquista a Aráh após os duelos.
Então deitou em sua cama e caiu no sono.
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