A Banshee se elevou aos céus. Dançando entre a densa neblina, sua silhueta amaldiçoada rondeava Lena.
Madalena tentava a seguir com os olhos mas era em vão, e antes que pudesse agir uma chuva de agulhas negras cairá sob sua direção.
Instintivamente ela levantou sua guarda, mesmo estando sobre o círculo mágico com qual a protegia de ataques malignos.
As agulhas foram dizimadas.
“contanto que eu permaneça aqui dentro não haverá problemas.”
Duana então parou a sua dança é a fitou de cima; levantou sua mão direita com a palma aberta e depois a fechou violentamente.
Uma horda de almas corrompidas e malignas brotaram do chão e avançaram. O círculo começou a se enfraquecer e as almas começaram a adentrar o selo. Lena com a sua pá esmagava o crânio (se é que dá para se dizer que espíritos tem crânios) dos invasores.
CLANK! CLANK! PLAM!
(Mas que desgraça, não esperava que ela seria assim tão forte!)
CLANK! PLAM!
(Preciso entrar na igreja o mais rápido possível antes que eu seja devorada viva. Vou ter que usar a energia que ainda resta da barreira.)
Madalena se agacha e coloca suas duas mãos no chão. Um clarão enorme encobre a vila e dizima as almas malignas. Duana na qual estava assistindo a cena fica atordoada por alguns segundos, mas imediatamente recobra os sentidos e enxerga a garota a vários metros jogada no chão.
Ao concentrar a energia da barreira junto com a sua própria, resultou em uma explosão que a impulsionou para frente. Contudo, a queda fez com que ela deslocasse o braço e parasse mais longe da igreja que o imaginado.
*Tap*
A Banshee desceu e parou na frente dela.
Madalena engole a dor e lentamente começa a se levantar.
– Está dificil? Deixa eu te ajudar. Duana avança sobre Lena e levanta pelo pescoço.
– Ai, ai, mas como humanos são criaturas frágeis, já até quebrou… E eu nem precisei fazer nada… Sinceramente, isso é meio decepcionante.
Duana agarra o braço deslocado e bruscamente o coloca no lugar.
A menina não resiste e deixa escapar um grito de dor misturado com terror. Lagrimas começaram a cair.
Um sorriso diabólico e sádico pintava-se no rosto da Banshee. Ver aquela carne fresca, pura e inocente se contorcer de sofrimento e desespero era algo que ela nunca então havia experimentado. Então, no auge de seu orgasmo a entidade joga ela bruscamente no chão.
Madalena sem pensar duas vezes corre desesperadamente para dentro da capela.
– Isso mesmo, corra, corra para o seu Deus; corra para o seu templo; corra para o seu túmulo.
Duana riu como nunca antes havia rido em sua existência, sua forma humanoide logo se torna uma versão profana da criação e avança sem pressa e vagarosamente em direção da capela.
*
Madalena jazia sentada na pequena escada do altar e sua única iluminação era uma vela acendida sobre o mesmo. Ela fadigava muito, seus olhos estavam vidrados na porta da capela. Estaria ela segura ali dentro, quanto tempo demoraria para a Banshee entrar? Existe alguma chance de sobreviver?
Naquele curto período de tempo, várias coisas passaram em sua cabeça, mas sua expressão… Estava serena como a luz da lua.
A espera chegou ao fim. A figura monstruosa abre gentilmente a porta, sua aterrorizante silhueta avista uma indefesa garota a fitando com uma expressão vazia. A porta atrás da Banshee lentamente se fecha, e a última vela que iluminava o recinto apagou-se…
…
…….!!
………….!!!!
…………………………..!!!!!!!
– M-meu c-corpo...N-não c-consig- urrrhhggmfxdbvfd…
*Uma série de velas se ascendem simultaneamente*
– Bem que me disseram uma vez: Demônios são criaturas simplistas, escravos de sua própria existência. Embora eu admita que achei que morreria ali mesmo de uma forma horrenda.
A Banshee, agora em sua forma humanoide, se via presa em um grande círculo mágico feito com sangue animal cercado de várias velas especiais.
Dessa vez, o sutil sorriso sádico estava no rosto de Madalena. Duana não conseguia mexer nem um músculo(se é que espírito tem músculos!) e tudo oque podia fazer era encarar Lena com a sua cara frisada de pavor e escutar a sacerdotista balbuciar algumas coisas na qual ela estava aterrorizada demais para prestar atenção.
– E que a vontade do Senhor seja feita.
A cabeça da Banshee começa a queimar e a derreter. Incapaz de gritar, seu corpo tentava se mexer mas o máximo que conseguia era estremecer. Seu corpo se tornou uma labareda de fogo azul que queimou sua existência até não sobrar nada.
*
A névoa se decepou e a brilhante lua novamente podia ser vista através da janela da capela iluminando os céus.
– As vezes… É melhor que o espírito fique preso no corpo mesmo ao invés de vagar por ai…
Pontos de luzes eram vistos se elevando aos céus. Não eram vaga-lumes, mas as várias almas libertas da eterna procissão na qual estiveram por anos.
Descendo o monte de volta para o vilarejo, Madalena se virou uma última vez em direção a capela e novamente encontrou a mesma família que a acolhera. Com um sorriso sereno no rosto de ambos, abanaram para ela dando um último adeus antes de partirem.
Ela acenou devota.
E em apenas um piscar de olhos, não havia mais ninguém ali.
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