Rowan estava preparado e o guia já havia levado a carruagem para a muralha. Como Karen havia dito, os portões foram trancados. O jovem descia do veículo enquanto pedia para que o guia esperasse ali mesmo. Rowan começava a rondar a muralha, procurando por alguma passagem secreta ou uma forma de escalar, até que uma flecha cortava o ar, acertando a bochecha de Rowan de raspão.

   Rowan, assustado, olhava para cima. Não havia nenhuma luz acesa da muralha, mas era possível ver uma silhueta observando-o.

---IDENTIFIQUE-SE!

   Rowan gritava o próprio nome, forçando a visão para enxergar melhor o indivíduo em cima da muralha. Era uma silhueta com orelhas pontudas... Um elfo; Isso significava que os rebeldes já haviam tomado conta daquela área, fazendo Rowan ter uma ideia:

--Me deixe entrar! Preciso falar com Karen! Alex!? Kalista!? Lia ou Angrid! Há soldados ai dentro controlados por medalhões , se tirar os medalhões eles voltam ao normal!

   Ele tentava dizer qualquer nome que fizesse com que o elfo entendesse que estavam do mesmo lado. Parece ter sido o suficiente. Depois de alguns segundos, o elfo revelava uma passagem secreta, um buraco para ser mais preciso, que Rowan poderia usar para atravessar a muralha.

   Rowan agradecia e passava para o outro lado, encontrando outros elfos que estavam de guarda. O mecânismo que abria o portão havia sido travado. Rowan perguntava aos elfos onde era o centro da rebelião, e eles simplesmente apontaram a direção. Castelo.

   Rowan seguia correndo até o castelo, no caminho via alguns rebeldes causando estragos e guardas respondendo com violência. Até mesmo um jovem parecia estar sendo confrontado por aqueles homens do exército. Rowan sentia vergonha, ajudando o garoto ao derrubar alguns guardas.

   O caos se tornava cada vez maior conforme se aproximava do castelo. Uma linha de soldados estavam protegendo a entrada contra os rebeldes. Karen estava lá, enfrentando três deles ao mesmo tempo. Rowan avançava para ajudar sua mestra, enquanto dizia:

--Oi! Falei que viria, mas achei que já estariam lá dentro... Há soldados por aqui que estão com um medalhão no pescoço, esses soldados estão de alguma forma sendo controlados por alguém do castelo, se conseguir tirar esse madalhão, talvez eles se juntem há nós se souberem que estão sendo controlados contra vontade deles

   Karen estava surpresa e obviamente confusa pelas palavras de seu aprendiz. Rowan tentava explicar conforme enfrentava mais guardas no meio daquele caos.

-- Os soldados que foram rescussitados ganharam um medalhão com a desculpa de que era para ajudar na cura, mas esse medalhão controla eles, Carmen tinha um e foi controlada por ele até eu conseguir tirar

   Mestre e aprendiz conseguiam vencer aqueles guardas com facilidade, mas aqueles eram diferentes... Não expressavam dor, parecido com que havia acontecido com Carmen. Ele observa aqueles soldados, e conseguia lembrar de um deles... Um deles havia sido morto durante a chuva de flechas na floresta. Rowan criava uma teoria, e logo tentava expressa-la.

--Alguém dentro do castelo ressucitou os mortos do exercito e devr estar controlando eles lá de dentro! Se acharmos ele podemos dar um jeito nesse caos aqui fora...

   Karen torcia para que seu aprendiz estivesse correto. Ela encorajava os rebeldes, forçando a abertura do portão. Os rebeldes, de fato, haviam ganhado força, superando as defesas do castelo e abrindo o portão de uma vez por todas. E lá dentro, no jardim de entrada, um esquadrão de soldados com bestas carregadas, estavam preparados para atirar.

   Os rebeldes que estavam na frente eram facilmente acertados. Karen puxava Rowan para um dos lados para que se protegessem. Pouco a pouco os rebeldes tomavam de conta do castelo, mas havia um homem, um Cavalheiro Real, derrubando rebeldes assim que se aproximavam da entrada, numa armadura pesada.

   Rowan e Karen se entre olhavam, haviam concordado em derrubar aquele cavalheiro sem dizer uma palavra. Alguns arqueiros no lado rebelde cobriam a retaguarda e os dois avançavam para enfrentar aquele brutamonte. O cavalheiro não se movia muito, não fazia jogo de perna, era confiante no manuseio do escudo e na resistência da armadura. O brutamonte só levou aquela batalha a sério, quando recebeu o primeiro corte de Rowan.

   Mestre e aprendiz lutavam contra o cavalheiro de igual para igual. Karen podia desviar da maioria dos ataques, mas Rowan não era tão rápído, a espada do cavalheiro atravessava a armadura de Rowan num único golpe, arremessando-o para trás. Ele não tinha boas memórias de ser acertado por um golpe tão poderoso quanto aquele.

   O ataque, entretanto, serviu para enfurecer Karen, que num piscar de olhos, cravava a espada numa abertura do capacete daquele cavalheiro, cortando-lhe o pescoço e jorrando sangue para todos os lados. Tanto os soldados quanto os rebeldes se assutavam com aquele ataque. Até mesmo Rowan, numa mistura de medo com excitação, encarava de boca aberta.

   Karen olhava ao redor, encarando cada soldado e dizia para que largassem as armas num tom ameaçador. Eles fizeram como ordenado e os rebeldes finalmente tinham passagem liberada para invadir o castelo por completo.

   Os rebeldes vasculharam por todo castelo, indo até a sala do trono, onde acharam um tapete jogado para o lado, revelando um alçapão. Todos encaravam para aquele alçapão com receio, e antes que pudessem tomar a decisão de avançar, o alçapão era aberto.

    Todos compartilhavam a mesma tensão, o alçapão era completamente aberto, revelando uma escada, que dela, vinha subindo Lia, ela tinha alguns ferimentos de corte, logo atrás dela, Alex, que estava em um estado um pouco pior, puxando o Rei Roku pela gola da camisa. As robes nobres muito mais ensanguentadas de qualquer um naquela sala. Alex jogava o Rei no chão de forma violenta.

   Kallista também saía do alçapão, sendo ajudada por uma humana belíssima de cabelos escuros e curtos, vestindo uma roupa nobre, porém surrada, e por fim, um velho de barba volumosa, gorro e roupas como as de um mendigo.

   A investida rebelde havia sido completada, de uma forma até um tanto anti climática. O rei estava diante de todos, espancado, aparentemente por Alex, a mulher de cabelos cacheados. Havia acabado, finalmente.