O rosto adormecido de Beau a apenas alguns centímetros do meu não era exatamente meu ideal para despertar, mas isso funcionou. Eu fui de semiconsciente a um nível de pânico completamente consciente em apenas um segundo. Então seu traseiro idiota foi chutado para fora da cama bem rápido. Um grito de surpresa se seguiu ao baque do seu corpo atingindo o chão, levando a maioria das cobertas com ele. 

“Mas que porra foi essa!?” Um par de olhos mais inflamados que as chamas do inferno me esfaqueavam da beira do colchão.

“Eu que deveria perguntar isso! Por que você estava invadindo o meu lado da cama?”

Ainda sonolento, ele alisou sua franja bagunçada quando sussurrou entre dentes “O quê?”

“Você. Invadindo. Meu lado. Da cama!” eu reforcei, meu dedo batendo contra o colchão a cada palavra. “Seu rosto estava a essa distância— Eu levantei minha mão a apenas um centímetro do meu rosto como um exemplo. “Eu pensei que tinha morrido e ido direto pro inferno, por isso chutei você em pânico, então é sua culpa! 

Ele estava tão surpreso que ficou boquiaberto. Com apenas um segundo de contemplação, ele apontou acusatoriamente quando argumentou “Idiota, olhe quem realmente estava invadindo o espaço de quem!” 

Eu levantei uma sobrancelha espiando a cama para perceber que eu de alguma forma acabei no meio dela. O lado esquerdo estava vazio, apesar de ter sido onde eu adormeci. Sem chances que eu iria arregar.

“Eu não estava no seu espaço. Eu estava no meio, que não era o espaço de ninguém.”

“Você tem noção que isso não faz sentido, certo?”

Sim, mas eu cruzei meus braços e fingi como se eu não tivesse.

Primeiro dia oficial de férias e eu já garanti a primeira briga. Eu fui puxado pra fora da cama pelo meu tornozelo. O chão me deixou atordoado o suficiente para gritar. Beau estava em pé resmungando à procura de roupas segundos depois. Eu mal pude me recompor quando a porta bateu com força atrás dele. 

Que bom que nós não fizemos nenhum tipo de aposta sobre a trégua porque nós já teríamos perdido.

Eu rolei de volta pra cama a procura do meu celular. Passava um pouco das oito. Enquanto eu era do tipo que dormia até meio-dia quando tinha a chance, esse não era o caso hoje. Havia a praia para ir e parecia que eu não era o único pronto pra ir.

Uma batida na porta me fez deslizar pra fora da cama. Minha mãe chamou do outro lado, sorrindo com o café da manhã nas mãos quando a porta abriu. Tia Zoey com ela. As duas correram para sentar, e serviram dois copos de suco de laranja na mesa junto com bagels e muffins. 

O modo férias já estava ligado para as duas. Minha mãe tinha uma espécie de xale brilhante sobre seu maiô. Suas sandálias rangeram com cada passo. Tia Zoey não estava muito diferente, usando um tipo de camisa transparente com um gigante chapéu de palha e óculos escuros. Eu estava ansioso para me juntar ao descontraído modo praia. Eu duvidava que eu estaria usando uma camisa pela próxima semana e de repente eu estava grato pela minha pele naturalmente bronzeada, diferente de certa pessoa, eu não iria me queimar tão facilmente, me conhecendo bem, eu usaria isso como uma desculpa para não usar protetor solar e acabaria voltando pra casa com uma queimadura de terceiro grau.  

“Eu não achei que vocês já estariam acordados” Tia Zoey disse assim que Beau saiu do banheiro. Ele tinha vestido uma sunga e outra regata cavada. Ele agiu como se eu fosse a porra de uma praga, dando uma volta completa pra pegar a comida.  

“Nós estávamos tão excitados por estarmos na praia que levantamos cedo pra variar” Eu menti. Ele mastigou seu café da manhã com raiva. Não tinha certeza de como alguém fazia isso, mas ele estava conseguindo. 

“Nós já comemos, mas pegamos algumas coisas do escritório para vocês. Eles tinham alguns petiscos lá.” Tia Zoey explicou alisando as costas de Beau. “Os pais de vocês já estão procurando um local na praia, então nós estamos saindo.”

“Comam e passem protetor solar antes de sair” Minha mãe ordenou, particularmente pra mim como se de alguma forma ela soubesse o que eu tinha pensado mais cedo. Com metade do bagel em minha boca eu apenas grunhi em resposta.

“Oh, eu trouxe algumas coisas pra fazer castelos de areia também” Tia Zoey agarrou o braço de Beau ao informar isso a ele, independente do que ele queria, eles iriam fazer castelos de areia em algum momento. “Nós vamos construir alguns mais tarde. Eu quero que a gente tenha toda a experiência clichê de uma viagem na praia em família.  

Curiosamente, eu não tinha nenhuma divergência. Mais curioso ainda, nenhum de nós tinha. Beau, ao menos não disse nada.  

“Se vocês forem sair sozinhos, por favor mantenham seus celulares por perto para que nós possamos falar com vocês” Minha mãe disse saindo do quarto,

Tia Zoey a seguiu: "Nós vamos nos encontrar no estacionamento por volta do meio-dia, ok? Nós vamos encontrar um lugar para almoçar. Frutos do mar à beira mar! Vai ser ótimo!”

“Eu vou pedir o que tiver de mais caro no cardápio” Eu provoquei.

“Então você vai pagar por isso” Minha mãe atirou de volta quando elas duas saíram. Diferente de certa pessoa, elas não bateram a porta com força. Aquilo era chamado de educação, o que eu teria dito em voz alta se eu já não estivesse inacreditavelmente tenso.  

Beau ligou a TV enquanto a gente comia. Nenhum de nós disse uma palavra, ele sentado à mesa e eu na beira da cama. Enquanto eu pegava algumas roupas para me trocar, ele estava pegando sua câmera. Eu levantei uma sobrancelha quando ele pegou um tripé. 

“Pra que isso?” Eu perguntei, o que deveria ter formulado melhor já que era óbvio pra que era. Era a porra de um tripé.

“Minha câmera”

“Obrigado, Sherlock, mas você sabe o que eu quis dizer.”

Ele não respondeu, apenas pendurou a bolsa da sua câmera e uma toalha de praia sobre seus ombros, então saiu pela porta.

"Ei!" Eu chamei. Ele obviamente não respondeu. A porta bateu com força.

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