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A Caixa dos Desejos

O Preço da Mentira

O Preço da Mentira

Mar 29, 2022

Antes mesmo do galo cantar o mestre da marinha real foi arrancado da cama.
Estava escuro. O primeiro raio de aurora ainda não havia iluminado o céu; as cortinas estavam fechadas.
Quatro homens entraram no quarto de Flavos, todos eles estavam usando um capuz cinza. O maior e mais forte dos homens ergueu o velho pelo pescoço, sufocando-o, em seguida o lançou no chão perto da cama. O mestre dos navios soltou um gemido. Os invasores começaram a espanca-lo, dando-lhes chutes. O sangue começou a escorrer pela boca. O gosto era estranho.
– O que acham que estão fazendo? Eu sou o mestre da marinha imperial. – Disse após cuspir no chão sangue e saliva. – Vocês vão se arrepender disso.
– Flavos Montick, – Disse o mais magro dos homens. – Você foi acusado de alta traição.
– Traição? Quem está fazendo essa acusação?
– O imperador.
– O imperador? Ele está aqui?
– Sim. Podem prende-lo. – Os agressores algemaram as mãos e os pés do senhor. O colocaram de pé e começaram a empurra-lo para fora dos aposentos.
– Me soltem, seus brutamontes! – Gritava Flavos, enquanto era escoltado pelos agressores. – Eu sou o mestre dos navios de guerra, com quem acham que estão lhe dando?
O homem que seguia na frente parou, os dois que vinham atrás, um de cada lado do mestre dos navios também pararam. O mesmo homem que mandou cessar a caminhada socou a barriga do velho. Por todo o corredor ouviu-se um urro. Flavos se encolheu de dor, enquanto os homens riam.
– Cale a boca, traidor. Já estou perdendo a paciência. Sua sorte é que o imperador quer você vivo.
– Eu sou um dos membros do conselho dessa cidade. – Sussurrou quase que silenciosamente, ainda com a mão sobre a barriga.
– Chega. Abordassem ele. Julgamento justo. Traidores não tem perdão, não aqui.

…

Os invasores abriram a porta bem devagar, mas ainda se ouviu o rangido das dobradiças. O alvo era a jovem que estava desenhada no papel que o homem negro e careca carregava.
Os guardas estavam trajando as armaduras de Aurora. Um deles, com uma lamparina na mão foi se aproximando da cama, na ponta dos pés. O mais jovem dos guardas tropeçou em algo, esbarrou na mesinha e derrubou uma taça de suco.
– Silêncio. – Falou com voz baixa e grave o soldado de pele escura. – Não podemos acorda-lá.
– Isso é perigoso. – A voz do rapaz de pele clara saia com tom de medo. – Ela é uma bruxa.
– Não seja tolo. Ela está dormindo. Parece estar em um sono profundo. – O soldado da lamparina retirou o cobertor de cima do corpo que repousava sobre a cama. Assim que o corpo foi descoberto o soldado viu apenas um boneco semelhante a uma pessoa, todavia não tinha olhos, orelhas, nariz… nas partes íntimas nada que identificasse o sexo da tal criatura, a único aspecto humano que o boneco tinha era o fato de seu tronco fazer a movimentação de respiração.
– O que vocês querem aqui? – Mikaela saiu das sombras. Suas mãos emanavam uma luz rosada. – Pensem bem na resposta.  
– Senhorita Mikaela. – Gaguejou o homem que tinha o retrato na mão. Olhava para a jovem e ao mesmo tempo para o desenho, a fim de ter certeza de que era a pessoa certa.
– O que querem comigo?
– O imperador pediu para que levássemos a senhorita até o escritório dele.
– Interessante. O imperador chega de surpresa, na calada da noite. Ordena aos guardas que recrutem pessoas… – Mikae foi interrompida.
– Faça a gentileza de nos acompanhar. – Disse o homem de pele clara. – O imperador nos aguarda.
Enquanto caminhavam pelo corredor Mikaela viu Flavos sendo transportado como se fosse um mero escravo. Amarrado, amordaçado e cheio de hematomas. Quando viu a jovem o velho começou a se debater, tentava dizer alguma coisa, porém as mordaças o impediam de pronunciar seque uma palavra.
– O que houve com ele?
– Algumas pessoas estão sendo presas por traição. Haverá interrogatórios e os julgamentos acontecerão na parte da tarde.
– E quanto a Idris, a governadora?
– Guardas imperiais a aguardam na porta do palácio. Não pergunte mais nada. Isso é tudo que eu sei.

…

– Pode se sentar se quiser. – Menetuf apontou uma cadeira para Mikaela. – Onde está a governadora dessa província?
– Isso é um interrogatório?
– Meça suas palavras. – O imperador notou um certo deboche na fala da pequena bruxa. – Onde está Idris?
– Ela costuma visitar a cidade nos últimos dias da semana, mas sempre volta no início dela. Ela gosta de saber como vão as coisas no porto, na embaixada e nas outras repartições.
– O que você sabe sobre o mancomunado de minha irmã e meu mestre da marinha?
– Está dizendo que Idris e flavos estão armando contra você?
O Imperador arranhou a garganta e fez uma careta para Mikaela.
– Contra vossa majestade. – Tornou a falar.
– Sabe que você deveria exercer sua função de alquimista- mor na capital do império, não sabe?
– Sim.
– Se não me contar tudo que sabe ordenarei que parta hoje mesmo para a capital do império.
– Majestade, eu realmente não sei de nada.
– O que Idris te ordenou que fizesse aqui?
– Material de guerra. Bombas, elixirs, remédios, essas coisas. Tudo para aumentar o poder e o vigor de suas tropas.
– Ela mencionou algo sobre o ataque em Fhael?
– Não.
– Ela lhe ordenou que parasse a produção?
– Não. Pelo contrário, ela me deu tudo o que eu precisava para fazer as coisas da melhor maneira possível. Se quiser posso mostrar meu laboratório para o senhor.
– Não será necessário. Não agora. Ordenarei aos meu homens que voltem ao seu quarto e recolham todos os seus pertences. Esta tarde enviarei você para Libera. há outro laboratório maior e melhor lá. Você continuará tendo tudo que precisa, terá apoio de servos também.
– Mas majestade… – A jovem foi interrompida.
– Eu declaro essa audiência encerrada. Guardas acompanhem a senhorita Mikaela até a sala de espera. Tragam o próximo a ser interrogado.

…

As entradas do palácio estavam bloqueadas.
Idris se aproximou do portal de entrada principal, junto de seu comboio e foi barrada. Tomada pela raiva a governadora desceu de seu carro e foi até a frente, onde um dos guardas discutia com o líder da comitiva.
– Posso saber o que está acontecendo aqui? – Idris nem ao menos tentou ser gentil com as palavras. – Quem ordenou esse bloqueio? Vocês estão atrasando os meus afazeres. Não me peça uma identificação, eu sou a governadora dessa província.
– Senhorita Idris. – Disse um oficial, se aproximando do soldado e da feiticeira. – Desculpe-me pelo transtorno. O imperador ordenou que fechássemos todas as saídas. Disse que não éramos para permitir a entrada ou a saída de ninguém, mas fique tranquila, ele o aguarda. – O oficial estendeu o braço esquerdo e apontou o caminho.
– Meu irmão está aqui? Ele não me disse nada que viria.
– Sim. Ele também nos pediu que a levássemos até ele quando a senhora chegasse; vamos, me acompanhe por favor!
Sem ter escolha Idris seguiu o oficial, porém com um certo receio, pois já suspeitava do que essa visita se tratava.

…


O filetes de sol que entravam pelos vitrais da sala do trono resplandeciam sobre o rosto do imperador. Estava sentado no trono e parecia estar entediado. Não tinha prazer em estar sentado ali, todavia a reforma que ordenara não tinha chegado na parte do trono ainda.
Idris chegou escoltada pelo mesmo oficial que a encontrou na entrada do palácio. A soberana não estava se sentindo confortável com aquela situação, geralmente era ela quem se sentada no trono para julgar as causas, mas hoje, sem saber o motivo ainda era ela que seria julgada, pelo menos era isso que ela pensava.
– Onde estava? – Menetuf se levantou da poltrona de mármore, esculpida dentro da estátua de anjo e adotou uma posição ereta. – E não House mentir.
– Majestade! – Falou melodiosamente, enquanto fazia uma reverência. – Não sabia de sua chegada, se tivesse me avisado mandaria preparar o palácio para tal acontecimento.
– Responda. – Disse com voz firme.
– Estava na parte baixa da cidade. Eu costumo ir lá para visitar as repartições. Há algo de errado? Vieste de surpresa.
– Tragam-no! – Gritou e estalou os dedos.
Os homens encapuzados trouxeram Flavos até a ponta da escadaria, lugar onde Idris estava. O mestre dos navios de guerra estava do mesmo jeito que havia sido retirado do quarto, não fizeram questão alguma de tratar de seus ferimentos. Os homens o jogaram no chão, ao lado da governadora.
– Retirem a mordaça dele. Chegou a hora dele responder algumas perguntas. – Continuou o imperador.
Idris engoliu saliva, de modo que dava para ver seu gogó se mover.
– Majestade. Eu disse para esses guardas que está acontecendo um engano. Eles estão nos acusando de traição. – Disse o mestre, olhando para Idris.
– Silêncio! – Disse Menetuf. – So fale quando eu ordenar. Agora diga Idris, como se dever punir crimes de traição?
– Majestade, eu não sei o que o senhor está querendo dizer.
– Mas a pergunta é simples. Quero que me diga qual é a penitência por traição.
– Traição por adultério?
– E você é casada? Não seja fingida.
– Deve-se punir com a morte, vossa majestade imperial. Quem seria capaz de o trair?
– Me diga você. Flavos, como estão indo os preparativos para o ataque a Antífes?
– Os preparativos?… tiveram um atraso, meu senhor, mas em breve tudo estará pronto.
– Idris, como vai a fabricação das armas magicas e alquímicos?
– Majestade, a fabricação está em ordem, mas temo que não teremos o suficiente para o ataque surpresa. Sugiro que esperemos um pouco mais.
– Está vendo. Vocês tem alguma dificuldade em seguir ordens? Qual foi a parte do mais rápido possível que vocês não entenderam? – O imperador desceu dois vãos de escada. – Sabia que seu coração mole, – Disse apontando para Idris. – e sua covardia, – Agora apontava para Flavos. – não os deixariam obedecer minhas ordens, foi por isso que eu ordenei que parte do ataque surpresa a Antífes saísse de Libera.
 Idris e Flavos se entreolharam.
– Sabia que não podia confiar em você Flavos. Uma vez traidor sempre traidor. Quanto a você Idris, jamais pensei que faria uma coisa dessas, ainda mais se tratando do seu próprio irmão. – Menetuf ajeitou a corrente que prendia seu manto. – Devido aos crimes de traição eu, Menetuf, rei de Polian, Imperador de Polian, Truv’hel, Uruv’hel, Artropos, Thanatos e Aurora,  declaro que Flavos Montick e Idris, conselheira do imperador e governadora da província de Aurora sejam punidos com a morte. O execução de Flavos ocorrerá daqui a três dias, quando o sol tocar o mais alto céu, já a execução de Idris será feita na capital do império, em praça pública. Este julgamento está encerrado. 
luisfln1802
Luis Felipe

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