Sonne
-Eu estou muito nervoso para subir no palco, Faux - disse Sonne enquanto prendia o cabelo no camarim improvisado do bar.
-Vai ficar tudo bem, você é lindo, talentoso e eu estou aqui para te proteger - disse ele abraçando-o.
-O que eu seria sem você? - disse Sonne beijando-o levemente e deixando suas mãos caminharem pelo seu corpo o que levou o beijo para algo mais quente e sedento.
"Eu amo tanto esse homem e quero demonstrar o quanto ele é importante pra mim."
Faux afastou-se um pouco ofegante e disse:
-Continuamos isso mais tarde, agora vai brilhar no palco. Estarei logo na frente assistindo você.
Subir ao palco depois do que ocorreu era aterrorizante e ao mesmo tempo emocionante, já haviam passados alguns dias, mas Sonne nunca havia sido atacado antes durante ou depois de um show, geralmente seus feromônios só causam efeitos leves e emocionais referentes as músicas, ele treinou muito para que nada de ruim acontecesse e isso fez a sua fama e era o que pagava as suas contas.
O show foi tranquilo e os feromônios só foram liberados na primeira música enquanto as pessoas ainda estavam sóbrias e controladas, o resto da emoção ficou por conta da melodia e do álcool. Ao sair do palco improvisado um rapaz jovem aproximou-se, ele segurava um buquê de flores.
-Você é Sonne? - perguntou ele meio sem graça.
-Sou sim.- disse Sonne oferecendo seu melhor sorriso, se era provavelmente um fã ele tinha que tratá-lo bem.
-São pra você - disse ele entregando algumas flores - São Tulipas Brancas, espero que saiba o que significa.
-Oh! Não sei o que significa, mas são lindas, obrigado.
-Eu sou apenas o entregador - disse o rapaz se despedindo.
"Quem será que me enviou isso?"
Faux aproximou-se com um sorriso sarcástico
-Alguém está ficando famoso, já está cativando os fãs daqui?
-Não foi você que me enviou essas flores? - perguntou confuso
-Eu? Não. Por que eu te mandaria tulipas brancas?
-Você sabe o que significa? - perguntou Sonne aproximando o rosto do dele.
-São um pedido de desculpas.
-Desculpas, mas de quem?
"Eu preciso descobrir quem está me mandando essas flores"
-Deixa isso pra lá, vamos pra casa, temos uma coisa importante para terminar - disse Faux dando uma piscadela.
Vários dias passaram e os buquês misteriosos continuavam a chegar, a ansiedade de Sonne para saber quem seria o remetente só aumentava assim como o número de flores no buquê. Com isso ele resolveu interceptar o entregador e descobrir quem estava por trás daquilo, mas cada dia era um entregador diferente.
"Quem é você, Sr. Tulipa?"
...
-Sonne! Sonne! Alô Terra para Sonne! - disse Faux balançando os braços.
-Desculpa, estava distraído, o que dizia? - perguntou ainda confuso.
-Ainda são aquelas malditas tulipas, não é? Você só pensa nisso! - disse ele irritado enquanto ia para a cozinha - Se eu descobrir quem é esse desgraçado, eu mato ele!
-Como você sabe que é um homem? - perguntou Sinne curioso.
-Homem, mulher, alfa, beta, não importa! É muito deselegante ficar enviando flores para o namorado de alguém! - disse ele ainda mais irritado.
-Deve ser só um fã! - disse ele distraidamente.
-Fã uma ova! É a porra de um stalker! Pode escrever o que estou te dizendo!
-Você acha que devo acionar a polícia ou algo assim?
-Ainda não, não temos provas, mas é bom ser cuidadoso nos próximos dias.
-Você desconfia de alguém?
-Quantas pessoas tem motivos para enviar tantas desculpas pra você assim?
-Eu não... - Sonne perdeu o fôlego por um minuto e uma lembrança do passado invadiu a sua mente.
"Não pode ser... Seria ele? Depois de tanto tempo?"
Faux
"Isso não vai ficar assim! Eu vou fazer aquele desgraçado pagar!"
Faux sabia desde o início quem mandou aquelas malditas flores, mas não podia contar ao Sonne, ele não reagiria bem, então ele precisava resolver isso, precisava protegê-lo! E é por isso que foi até lá, apesar de estar muito nervoso, mais irritado do que nervoso, ele queria matar aquele desgraçado!
"Eu soube que era ele assim que o avistei, não sei como Sonne não reconheceu, ou finge que não reconheceu, bem não importa, vou resolver tudo isso."
Faux ficou parado por um tempo em frente ao magnífico prédio comercial em que Mond trabalhava encarando a construção imponente enquanto segurava o buquê de tulipas que Sonne havia recebido na noite anterior, respirou fundo pra acalmar seus nervos e foi até a recepção do saguão, não podia ficar ali segurando aquelas tulipas pra sempre.
-KK Comercial, por favor. - disse tentando parecer natural e mostrando a carteira de identidade.
O rapaz olhou a documentação, entregou um cartão de acesso e disse:
-Décimo andar.
"Tudo bem até aqui, só preciso chegar até a sala daquele desgraçado"
A recepção da KK era mais problemática do que a do saguão.
-Eu preciso falar com ele! - disse tentando argumentar com o rapaz da recepção que insistia em saber com quem falava - Sou um amigo dele e preciso falar com ele com urgência!
-Não posso permitir que o senhor entre dessa maneira, preciso de um nome, preciso perguntar ao Sr. Mond se ele pode recebê-lo - respondeu ele calmamente.
Se Faux estava irritado antes, agora estava prestes a explodir, não tinha a mínima chance de dizer seu nome, Mond nunca permitiria a sua entrada, em um momento de desespero respondeu:
-Sonne, meu nome é Sonne, diga a ele que vim falar sobre as tulipas.
-Só um momento.
Quase de imediato a entrada foi permitida e Faux entrou no escritório daquele desgraçado.
-Você vai parar com isso imediatamente! - Faux disse assim que a porta fechou atrás de si e jogando as tulipas na mesa.
Mond o encarava com olhos castanhos, mas a lembrança de seus olhos vermelhos invadiu a mente de Faux novamente.
-Entendo. - disse ele colocando as mãos entrelaçadas sob o queixo, Faux não podia dizer qual era a expressão em seu rosto, pois a máscara não permitia, mas acreditava que estava tão irritado quanto ele - Essa é a resposta definitiva de Sonne então?
-Sim! Ele não tem mais nada a ver contigo e quer continuar assim! Já que foi você que o abandonou, então afaste-se dele!
-Então vocês continuam amigos, ein? Você vivia atrás dele que nem um cachorrinho durante a faculdade - falou ele pretensiosamente - Fico feliz que Sonne tenha alguém com quem possa contar. Como ele está?
-Somos amigos sim! Somos namorados também! Moramos juntos e estamos falando em casamento, não que isso seja da sua conta! - respondeu Faux com um sorriso pra demonstrar superioridade. - Ele está muito bem apesar de ter tido o desprazer de te encontrar novamente.
-Acho que você me entendeu mal, Faux, esse é seu nome, não é? - disse ele rindo - Eu não tenho nenhum interesse no Sonne, nem nunca tive! Eu só queria me desculpar pelo ocorrido e nada mais.
-Você não me engana! - rosnou Faux furioso - Você tinha todo esse papinho há 5 anos atrás e eu sei MUITO BEM o que aconteceu! Você é um monstro Mond! Fique longe do Sonne! E nunca mais apareça na nossa frente!
-Como se eu realmente me importasse, você já deu o seu recado, agora saia eu preciso trabalhar - disse ele apontando para a porta.
"Acho que isso resolve tudo!"
Sonne
-Eu já disse o quanto eu gosto dessa lanchonete? - perguntou Sonne abraçando Faux por trás enquanto ele limpava uma mesa.
-Você só diz isso pra agradar o dono e ganhar uns lanches grátis - disse ele rindo.
-E então? Será que estou agradando o suficiente? - disse ele sussurrando em seu ouvido.
-Estou completamente convencido - disse ele corando - o que você quer comer?
-Você - disse Sonne ainda sussurrando.
-Estou de total acordo - Faux disse virando-se e beijando-o, seu beijo era doce e calmo, uma de suas mãos passeava pelos cabelos ruivos, enquanto a outra segurava a nuca de Sonne, suas mãos estavam quentes e ao pequeno toque fazia o corpo do ômega estremecer.
-Eu não acredito que demorei tanto tempo pra desfrutar disso - disse Sonne desabotoando a camisa de Faux.
-Vamos pra casa, terminamos nossa refeição de forma mais confortável - disse ele segurando as mãos de seu parceiro.
-As crianças estão lá - respondeu ele puxando-o para mais perto - vamos pra sala de descanso.
-Ma e Zoe já chegaram?
-Sim, hoje cedo, mas vamos parar de falar nelas e vamos nos concentrar em nós - disse ele com os lábios quase colados nos de Faux.
Faux o puxou pela mão e o levou até a sala de descanso, ainda sem soltar a mão de seu namorado ele o beijou e o pressionou contra a parede.
-Parece que você está com mais fome do que eu - disse Sonne sem fôlego.
-Eu estou apenas apreciando essa bela refeição que tem no cardápio. – Faux disse beijando o pescoço do ômega.
-Chega de analogias com comida – Sonne riu - falando em analogias, as tulipas finalmente pararam, não é?
-O que? – Faux parou surpreso - Como você pode falar daquelas malditas tulipas em um momento como esse?
-Eu apenas lembrei - disse Sonne sem graça - eram uma analogia para um pedido de desculpas... Eu meio que me acostumei com elas.
-Você sente falta? - perguntou o beta perplexo.
-Não é isso, eu meio que me acostumei com elas e elas pararam do nada... Eu só... Eu só queria entender.
-Sabe o que mais vai parar do nada isso aqui! - disse Faux irritado - Vamos pra casa!
-Ham?
"Ele está com ciúmes?"
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