Depois de uma noite inteira viajando, os dois finalmente chegam à beira da areia, Zack desce do bote e o puxa para a areia, enquanto Samuel cai de joelhos na areia por causa do cansaço.
- Você tá bem? - Pergunta Zack, preocupado.
- Estou sim, me dê alguns minutos. - Samuel responde, enquanto vai se deitando na areia.
- Beleza, vou dar uma olhada no local.
Zack começa a caminhar pelo local, é uma praia pequena, com um grande paredão de pedra ao redor dela, a areia é amarela como qualquer outra praia, e um grande mar azul esverdeado. Enquanto anda pela areia, algo chama a atenção de Zack, uma pequena caverna no paredão, ele se aproxima da entra e adentrar nela, lá dentro, ele vê uma escada que parece levar até o topo do grande paredão.
- Acho que é a saída. - Grita Zack, que sai da caverna e começa a ir em direção de Samuel, mas antes que pudesse chegar até seu irmão, ele ouve um barulho de estouro e algo pequeno e quente atinge seu ombro. Zack olha para seu ombro e um pequeno buraco começa a jorrar sangue.
- DROGA!!! - Zack grita. - Quem foi o desgraçado?
Zack olha para cima, e do topo do paredão, vários soldados apontando seus rifles, arcaicos e feitos de madeira, para Zack.
- SAMUEL!!!
Samuel ainda está deitado descansando, ele ouve um som de explosão e acorda no mesmo instante, mas antes de levantar, 3 soldados estão ao seu redor apontando seus rifles para ele.
- Eu fui pego! - Grita Samuel, com seus braços levantados.
- Droga! - Zack começa a ficar irritado e algumas chamas começam a sair de suas mãos. - Tá, eu me rendo. – Em rendição, Zack também ergue seus braços.
Mais 3 soldados saem de dentro da caverna e correm em direção à Zack, os soldados o algemam, tiram sua mochila e machado e começam a levá-lo até a caverna. Os soldados que estão ao redor de Samuel o levantam, algemam seus braços e o levam até a caverna.
Os gêmeos são levados até o topo do paredão, e lá em cima, eles conseguem ver Seranin, é um local diferente de tudo o que já haviam visto, parece uma cidade bem desenvolvida, com alguns prédios altos e veículos automatizados, que soltam uma fumaça negra e fazem um barulho alto, um grande muro cinza percorre em volta de toda a vila e no centro de tudo, um grande complexo em formato de um pentágono, fortemente fortificado. No topo do paredão há alguém esperando os dois, um homem alto, forte, cabelos curtos e grisalhos e uma cicatriz que vai de seu olho até seu queixo. Ele usa uma farda militar, e em seu peito a uma insígnia dourada, em formato de cobra. Os soldados levam os gêmeos até ele e os jogam de joelho na frente dele e seus pertences são jogados ao lado do homem.
- Sejam bem vindos a Seranin, meu nome é general César di Ablo e eu tenho uma pergunta para vocês. – O general fica de frente para os dois, com o sol batendo em suas costas e lhe trazendo uma silhueta intimidadora. - Quem são vocês? – Pergunta, com uma voz grossa e tom de arrogância.
Os gêmeos não respondem nada, só o ficam encarando. O homem então desfere um soco em cada um e pergunta novamente.
- Quem são vocês? - Agora com um tom mais irritado.
- Não te interessa! - Responde Zack, irritado.
O homem desfere um chute na cara de Zack, que cai de costas no chão.
- Por favor, não me façam meu precioso tempo. – General César chuta o rosto de Samuel. - QUEM SÃO VOCÊS?! - Grita o homem ainda mais irritado.
Samuel fica encarando o homem à sua frente sem falar nada, o homem se prepara para dar outro chute em Samuel, mas com o movimento de seus dedos, Samuel joga uma onda de água vinda da direção do mar no homem e o lança para longe. Zack, que está caído de costas no chão e com suas mãos presas atrás de suas costas, aponta suas palmas da mão para o chão e se propulsionar para o alto com chamas, ele voa três metros de altura, lança fogo novamente para se posicionar correto no ar e cai no chão ao lado de Samuel, usando suas chamas, ele incinera suas mãos para derreter as algemas e faz o mesmo nas algemas de Samuel.
Samuel se levanta e lança água em todos os soldados que estão ao redor deles, fazendo com que todos sejam jogados para longe, Zack agarra seu irmão e os lança para o mais alto que consegue.
- Temos que pegar o Kaito! - Grita Samuel.
- Eu sei! - Grita Zack
Ainda no ar, Zack pega no braço de Samuel com o braço esquerdo, e com o direito, começa a lançar fogo, eles começam a girar no ar e Zack lança seu irmão na direção do homem de cicatriz, que ainda está se levantando do jato de água. Samuel chega no homem com uma voadeira, mas antes que pudesse acertar, o general estende seu braço na direção de Samuel e o agarra pelo pé com apenas uma mão, e com a outra, o soca no estômago.
Com uma força descomunal, Samuel é jogado no chão, e em seguida, recebe um chuta que o faz voar até onde está a mochila de Zack, Samuel tenta alcançar o Machado de Zack, mas recebe um tiro bem em sua mão por um dos soldados.
- Droga! - Grita Samuel.
Samuel recolhe sua mão para perto do peito e tenta se levantar, mas antes que conseguisse, o homem aparece em sua frente e desfere outro chute em sua cabeça, que o faz apagar.
Zack voa em direção do homem e o pega pelos pés, lança uma rajada de fogo e voa para o alto segurando o homem. Com os dois no ar, Zack dá um chute na cabeça do homem, mas nenhum dano aparenta ter acontecido, ele tenta dar outro chute, mas o homem segura sua perna, pega um de seus braços e o vira para a direção do chão, e os dois começam a cair.
O vento começa a acelerar, tão forte a ponto de ensurdecer os ouvidos de Zack, e com um amortecedor, o homem usa Zack para amortecer a queda, os dois caem no chão, criando uma grande cratera ao redor deles e o homem se levanta como se nada tivesse o afetado, enquanto Zack está no fundo da cratera, com seus braços e pernas quebrados.
O homem pisa na cabeça de Zack, e olhando para os braços e pernas quebrados de Zack, ele diz. - Que ridículo, dois receptáculos derrotados tão facilmente. - Ele chuta a cabeça de Zack, fazendo com que desmaie. - Vou fazer bom uso de vocês dois.
O som do gotejar em uma poça acorda Zack, uma dor imensa faz com que olhe diretamente para suas mãos, que estão presas na parede por várias estacas de metal atravessando seus braços e mãos. Em suas pernas também há estacas de metal, atravessando suas pernas e prendendo seus movimentos. Ele olha ao redor, mas a única coisa que consegue ver são paredes de pedras ao seu redor, e em sua frente, barras de metal grossas. Há outra cela a frente da sua, e um corredor com uma tocha apagada, na cela da frente parece haver alguém, mas não é possível ver direito.
- SAMUEL!! - Grita Zack.
- Estou aqui, Zack. - Responde Samuel, com uma voz baixa.
Samuel está na mesma situação que Zack, com suas mãos e pés presos com várias estacas de metal.
- O que aconteceu? - Pergunta Zack.
- Fomos derrotados... - Diz Samuel.
O som de uma porta de madeira pode ser ouvido se abrindo ao final do corredor, e sons de passos pesados vão aumentando conforme a pessoa no corredor chega mais perto dos gêmeos. Ele para na frente da cela de Samuel, que percebe que é o mesmo homem que eles enfrentaram no topo do paredão.
- Então os dois acordaram? - Diz o general César, com um tom de deboche.
- Solta a gente!!! - Grita Zack, mas o homem o ignora.
- E então, agora vocês irão me dizer quem são vocês? - O homem pergunta aos gêmeos.
Zack e Samuel fica em silêncio, e o homem solta um sorriso maquiavélico.
- Certo, farei vocês falarem – O homem segura nas barras de Samuel e diz. – Começando por você.
O homem abre a cela de Samuel e começa a andar em direção dele, Samuel, impotente no chão, tenta se soltar de suas estacas, mas recebe um soco em seu rosto, o homem retira as estacas presas na parede e mantém elas presas aos braços de Samuel, o pega pelos pés e começa a arrastar Samuel pelo chão.
- Não! Solta ele. - Grita Zack, mas novamente o homem o ignora. – Me leva no lugar!
Samuel é arrastado até a porta de madeira por onde o homem saiu, o homem joga Samuel para o outro lado da porta, atravessa e bate com força a porta de madeira.
- Droga! Eu tenho que salvar o Samuel. - Zack tenta se soltar das estacas, mas é em vão, as estacas estão presas por causa de sua regeneração. - Droga! Como eu vou sair daqui?
- Porque vocês foram presos? - Uma voz grossa e baixa vem da cela a frente de Zack.
Zack olha para a cela da frente, o homem preso na cela da frente parece estar com as pernas presas da mesma forma que Zack, mas a parte de cima de seu corpo está escondida nas sombras.
- Fomos pegos na praia. - Zack responde. - E você?
O homem fica em silêncio.
- Entendi. - Diz Zack.
Zack começa a fazer força com suas mãos para tentar lançar fogo, mas as estacas não deixam acontecer.
- O que você está fazendo? - Pergunta o homem.
- Tentando soltar fogo.
- Fogo? - O homem fica confuso com aquela afirmação.
- Já sei! - Zack inspira o máximo de ar que seus pulmões aguentam e cospe uma grande rajada de fogo nas estacas de metal em seus braços, assim derretendo elas. O metal escorre pelo braço de Zack, e a pele começa a arder, ele puxa seus braços e se solta das estacas, faz o mesmo com as estacas de sua perna e se levanta, os buracos em seus braços e pernas começam a se fechar lentamente e agora Zack está livre.
- Como você fez isso?! - Pergunta o homem espantado.
- Eu sou o receptáculo do fogo. - Responde Zack, enquanto derrete as barras de sua cela.
- Ei! Me tira daqui, posso te ajudar. - Grita o homem.
- Você sabe como sair daqui?
- Sei sim, já estou aqui há alguns anos.
- Certo, vou te soltar. - Zack derrete as barras da cela do homem e entra dentro da cela.
Ele se aproxima do homem e percebe que é um rapaz de 19 anos, pele morena, cabeça raspada, ombros largos e magros, está sem camisa e usa um short branco todo rasgado, seus braços estão cobertos de cicatrizes, em seu pescoço há um pedaço de metal em forma de plug, e em seu pulso há uma tatuagem escrito "006".
- Eu posso tirar essas estacas, mas você vai ficar com as feridas abertas.
- Tudo bem, eu também consigo me curar.
- Então tá. – Zack arranca as estacas dos braços do rapaz e o solta.
- Então, qual é seu nome? - Pergunta Zack, ajudando o rapaz a se levantar.
- Meu nome é Barton, e você é o Zack certo? – As feridas do braço de Barton começam a se fechar, como as de Zack.
- Isso mesmo. – Zack repara nas feridas se ferindo, mas sua preocupação com seu irmão é maior e ignora. - Então, você sabe onde meu irmão está?
- Ele deve ter sido levado até alguma sala de testes, fica a dois andares abaixo de nós.
- Testes?! Vamos rápido. - Zack se vira e começa a correr na direção da porta.
- Não precisa disso. - Diz Barton.
Zack para antes de alcançar a porta, ele se vira para Barton, que já está com um joelho no chão e o outro dobrado. Barton fecha seus olhos e começa a se concentrar, com uma mão, ele dá um soco no chão, que se abre em um grande buraco.
- Nossa! Como você conseguiu fazer isso? - Pergunta Zack, empolgado.
- Depois eu explico, melhor sairmos daqui primeiro. - Diz Barton, confiante.
- Então tá.
Zack pula para dentro do buraco, seguido de Barton, os dois caem por 2 andares e pousam em um corredor, que dá para uma porta grande de metal.
- E agora? - Pergunta Zack.
- Aquela porta dá para a sala.
- Bora então! - Zack sai correndo para direção da porta, logo seguido de Barton, e ao chegar na porta, percebe que a porta está trancada
- Droga! - Zack reclama. - Você consegue abrir um rombo nessa porta também?
- Não consigo, só sei controlar a terra.
- Controlar? - Pergunta Zack mais confuso a cada palavra que ouve. - Tá, eu vou derreter ela, sai de perto. - Zack se aproxima da porta, cria uma bola de fogo em suas mãos, e lança uma grande rajada na porta de metal.
O metal da porta brilha em vermelho, e começa a escorrer até o chão, criando um grande rombo no meio da porta.
- Tá indo!
Zack vê o buraco aumentando cada vez mais, mas antes que pudesse perceber, uma bala atinge sua mão, a furando. Zack se afasta da porta e segura sua mão com dor.
- DROGA! - Com uma bola de fogo maior que antes, ele derrete a porta inteira.
Do outro lado da porta encontram-se dois soldados, um com uma pistola apontada para a porta e outro com uma faca na garganta de Samuel, que está desacordado e amarrado à uma mesa de cirurgia, com cabos de metal conectados aos seus braços e pescoço, e coberto de sangue. Atrás da mesa, há várias telas, que mostram os sinais vitais de Samuel, e muitas tecnologias que Zack nunca viu antes.
O soldado segurando a arma, atira mais uma vez na direção de Zack, mas a bala é parada por uma pedra flutuando em sua frente. Com muita raiva em seu rosto, Barton entra dentro da sala para lutar, várias outras pedras aparecem atrás dele, elas se transformam em várias agulhas feitas de pedras e ele as lança em direção dos soldados, que caem em seguida no chão com vários furos em seus corpos.
- Desgraçados! - Grita Barton.
- Samuel! - Zack corre até Samuel. - Você tá bem?
Samuel abre seus olhos lentamente e olha para Zack. - Você demorou.
- Desculpa irmão, vamos te tirar daqui.
- Vamos para o porto, devemos encontrar seu barco lá. - Diz Barton indo em direção à porta.
- Não. - Zack o interrompe. - Temos que pegar o Kaito antes de irmos.
- Kaito?
- Não se preocupem crianças… - Uma voz grossa e arrogante vem da direção do corredor. - Eu já dei jeito naquela cabeça ridícula. - Os passos pesados aumentam a cada momento que chega mais perto da porta. - Que maravilha, três dos quatros Elementos da Vida, bem na minha frente. - Uma grande mão é posta em cima do metal derretido da porta, o som da pele fervendo paira pelo ar, e entra dentro da sala um homem enorme, com uma cicatriz no rosto, cabelos grisalhos e extremamente alto. - Agora só falta um!
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