O grande homem está parado em frente a Barton, o olhando de cima com um olhar arrogante.
– Veja isso, Barton, agora com três dos quatros Elementos da Vida, seu pai poderá governar essas terras.
- Cala boca! – Barton grita, e em seguida, várias vigas de pedra saem das paredes e prensam seu pai.
- Ele é o receptáculo da Terra?! – Pergunta Samuel, olhando surpreso para Zack.
- É o que parece. – Responde Zack.
Barton continua a empurrar as vigas no homem, porém, elas começam a rachar e se quebram em vários pedaços, e no meio das vigas, o general está com um sorriso no rosto e alguns pequenos arranhões. Ele continua de pé, enquanto olha nos olhos de Barton com o mesmo olhar de antes.
- Eu não vou voltar para a cela! – Barton chuta o chão e algumas pedras voam em sua frente, ele dá um pulo e, com um único chute, joga todas as pedras em direção do homem.
O homem fica em posição de combate, e uma por uma, ele quebra as pedras com socos. Barton tenta fazer o mesmo movimento, mas antes que conseguisse chutar o chão, o homem desfere uma voadora no estômago de Barton, que o lança para o outro canto da sala.
- Ele não vai conseguir sozinho. – Diz Zack para Samuel. – Você consegue lutar?
- Me dá um tempo, eles me cortaram todo.
-Tá, eu segu... – Antes que Zack terminasse sua fala, o homem desfere um soco em Zack que o lança para o teto.
Samuel tenta se mover, mas recebe um chute do homem, sendo lançado na direção que Barton foi mandado. Ao bater no teto, Zack se impulsiona na direção do homem, e com um punho coberto de chamas, ele atinge o rosto do homem, mas o ataque não parece surgir efeito. Ainda em pé, com o punho de Zack em seu rosto, o homem o encara, agarra o punho com chamas, e o joga no chão.
Zack olha para cima, e o grande homem segura seu punho com força, as chamas que saem de seu punho queimam a pele daquele homem inabalável, mas não parece afetá-lo de forma alguma. Ainda segurando seu punho, o homem quebra ao meio seu braço, dando um chute para baixo.
- AAAAAAAA! – Zack grita de dor.
O homem se prepara para dar um soco no rosto de Zack, mas é impedido por um jato cortante de água, que fura seu punho.
Enquanto se vira para a direção de onde veio o jato, uma pedra atinge sua cabeça, Zack aproveita a chance e incendeia seu braço, e o fogo queima ainda mais a mão do homem que ainda segura o pulso de Zack.
Barton é lançado por Samuel na direção do homem, e com um punho envolto de pedras, formando uma grande bola maciça, desfere um grande soco no rosto de seu pai, o fazendo voar para fora da sala.
- Temos que sair daqui! - Barton levanta uma parede de pedras maciças, onde antes estava a porta de metal. - Isso deve segurá-lo!
- Como vamos sair daqui? - Pergunta Samuel, enquanto tenta se levantar.
- Não se levanta, cara. - Zack segura Samuel. - Deixa comigo. - Zack se levanta, aponta sua mão que não está quebrada para o teto e lança grandes chamas para derreter todo o teto feito de metal.
- Quando chegar na pedra, você consegue tirar a gente daqui? - Samuel pergunta para Barton.
- Sim, eu consigo.
Com uma grande chama, Zack termina de derreter o teto, e Barton abre um grande buraco para que possam fugir, uma viga de terra sai do chão e começa a leva-los para o andar de cima, e enquanto os três sobem, o general começa a socar as pedras maciças, atravessando seu grande punho.
- Merda! Vai mais rápido. – Grita Zack.
A viga de pedra acelera e começa a subir mais rápido até o andar de cima, e a ultima visão que eles têm do general é ele atravessando completamente a parede maciça.
- Corre! – Grita Barton, pulando da viga e correndo pelo corredor do andar de cima.
Zack também pula da viga, antes dela ser derrubada pelo general César.
- MERDA! – Zack começa a correr atrás de Barton.
- Temos que afastar ele. – Diz Samuel, ainda nas costas de seu irmão.
- Voltem aqui! – Grita o general, pulando para o andar que os três estão.
Uma perseguição se inicia pelo corredor extenso, o general parece um trem desgovernado, correndo sem parar e derrubando tudo á sua frente, nada parece impedi-lo, mesmo as vigas de pedra que Barton cresce em seu caminho.
- Barton, derrube o teto. – Diz Samuel, olhando para o teto feito de pedra.
- Vai cair em nós. – Responde Barton.
- Você consegue nos tirar depois, derruba.
- Derruba logo isso! – Diz Samuel.
- Tá. – Barton para e começa a se concentrar ao seu redor.
- Já desistiu, meu filho? – Diz o general, se aproximando de seu filho.
O chão começa a tremer, as paredes começam a vibrar e o teto começa a desabar.
- PARE COM ISSO! – Grita o general, se desequilibrando por conta de todo o tremor.
- Fique perto dele. – Diz Samuel, para Zack.
- Tá. – Responde Zack, se aproximando de Barton.
Pedras começam a cair na cabeça de todos, e o tremor se intensifica, até que, todo o teto do corredor cai, soterrando a todos.
Poeira e silencio paira no ar, as pedras começam a se mover e delas saem Barton, Zack e Samuel, ainda nas costas de seu irmão.
- Essa foi boa. – Diz Zack, ajeitando seu irmão em suas costas.
- Vamos sair, ele ainda pode conseguir sair. – Diz Barton, abrindo outra abertura no teto.
Outro pilar sobe e leva os três para o andar de cima, e agora eles se encontram em outro corredor extenso, com várias portas de madeira. Barton fecha a abertura no teto e se senta, cansado.
- E agora? - Pergunta Zack.
- Precisamos ir embora dessa ilha. – Responde Samuel.
- Não. Temos que mata-lo, ele não vai parar até nos encontrar. - Responde Barton.
- Tem certeza? – Pergunta Zack. – Ele não é seu pai?
- Ele não é meu pai, só é um monstro imortal. – Responde Barton.
- Imortal?! - Pergunta Zack, espantado.
- Ele tem mais de 200 anos, comanda essas terras há muito tempo.
- 200?! – Samuel pergunta, espantado. - Como alguém pode viver tanto?
- Ninguém sabe, é um mistério.
- Se ele é imortal, como iremos matar ele? - Samuel pergunta.
- Ele não é imortal, só não envelhece.
- Certo, e como vamos matar ele? - Pergunta Zack.
- Precisamos nos esconder primeiro, seu irmão precisa se recuperar. - Diz Barton.
- Onde iremos nos esconder? - Pergunta Samuel.
Ainda sentado no chão, Barton começa a pensar, e relutante, ele responde. - Eu não queria ir para lá, mas é nossa única opção. - Barton se levanta e começa a ir até uma porta de metal ao final do corredor.
- Por que você ainda não se regenerou? – Pergunta Zack, para seu irmão.
- É culpa daquele desgraçado. - Responde Barton. - Ele já vem estudando o elemento terra há muitos anos, e com seus estudos, descobriu um jeito de atrasar nossa regeneração rápida.
- Mas como? - Pergunta Samuel.
- Eu não conheço os estudos, só sei que fui usado para esses experimentos também. - Barton olha para Samuel. - Você vai ficar com cicatrizes, alguns desses cortes não vão se regenerar como um machucado normal para vocês.
- Tudo bem, não me importo com cicatrizes. – Diz Samuel, encostando sua cabeça no ombro de seu irmão.
Os três chegam até a porta de metal, e com facilidade, Barton a abre, dando de cara com uma escadaria enorme, com mais de 20 andares para cima.
- Que alto. - Diz Zack. - Onde vamos sair?
- Na sala do general.
- É seguro? – Pergunta Samuel.
- Provavelmente. – Responde Barton, dando de ombros.
Os três sobem as escadas até chegarem no último andar, e agora no topo, eles encontram uma porta branca, que se destaca do ambiente escuro e cinza em que estão. Barton se aproxima da porta em silêncio, e lentamente empurra a porta, um ranger forte ecoa por toda a escada e Barton para de empurrar, como se estivesse esperando por um soco vindo por detrás da porta, mas nada acontece, apenas se pode ouvir o eco do ranger descendo pelas escadas abaixo.
- Acho que tá tudo bem. - Diz Zack.
Barton empurra mais uma vez a porta, e um ranger mais alto, ecoa novamente por toda escada, a porta abre até o final, e agora, os três estão dentro de uma sala com paredes verdes e chão de madeira, com várias medalhas penduradas nas paredes e estante lotadas de pilhas e pilhas de livros, há uma escrivaninha virada de frente para uma porta, com uma poltrona vermelha atrás, e dois banquinhos de madeira na frente. Em cima da escrivaninha há muitos papéis e anotações, algumas são irrelevantes, como fichários de alguns habitantes e cálculos sem sentidos, mas, um papel chama a atenção de Samuel.
- Zack, você consegue ir até a escrivaninha?
- Claro.
Zack se aproxima da escrivaninha, e logo de cara, os gêmeos veem um papel com um grande texto, e de título está como “TESTE DE KAITO, Etapa 006”.
- Teste? - Pergunta Zack.
- Deixa eu ler. - Samuel pega o papel e começa a ler. - “Conforme os testes anteriores feitos com a mão esquerda de Kaito, conseguimos passar os poderes do Elemento da Terra para receptáculos diferentes durante os anos. Por conta dessa transferência de receptáculos, conseguimos criar um composto químico, derivado do sangue dos receptáculos, que atrasa a regeneração dos corpos desses indivíduos. Os testes com a cobaia 006 estão devagar, a cobaia é relutante e dificulta a examinarmos os efeitos do composto químico aprimorado. (Estou participando de todas as sessões de testes para mantê-lo sob controle.)”
Barton está olhando para Samuel, e sua raiva é visível, seu rosto está com uma expressão assustadora.
- Cobaia?! - A única palavra que Barton diz.
- Samuel, tem outro papel. - Zack pega a folha. Neste papel, conte o título de “ETAPA FINAL''. – “Dois viajantes chegaram na praia nesta manhã, dois receptáculos, consigo, traziam a cabeça de Kaito, um grande achado. A partir de agora, os receptáculos iniciais com menos de 14 anos não são mais necessários. Em posse da cabeça (viva), teremos como passar o Elemento para um receptáculo adulto.”
- Essa não! - Samuel larga o papel no chão. - Temos que achar o Kaito, ele pretender colocar os elementos em si mesmo
- Barton! - Zack se vira para Barton. - Rápido, pensa, onde ele poderia estar?
- Quem é Kaito? - Pergunta Barton.
- Kaito é um filho de Deus. - Responde Samuel.
- Filho de Deus?!
- É, é… Agora pensa, onde ele pode estar?
- Olha, se ele é tão importante…. - Barton começa a andar em círculos. - Ele deve estar então no último nível desse complexo.
- Lá embaixo? - Zack aponta para a escada.
- Provavelmente.
- Droga, temos que voltar.
- Não! - Samuel interrompe seu irmão. - Nas condições que eu estou, não iremos conseguir sair de lá vivos. Ele provavelmente está lá nos esperando.
- E o que a gente faz então?
- Vamos para o lugar seguro que Barton nos disse.
- Será nossa melhor chance. - Diz Barton.
- Droga! Tá.
- E agora? - Pergunta Samuel.
- Temos duas opções. Sair voando, ou lutar contra os guardas. - Responde Barton.
- Eu preciso pegar minha espada antes de sairmos daqui. - Diz Zack.
- Deve ter algumas espadas para onde vamos.
- Não! - Zack segura no ombro de Barton. - Eu não posso sair daqui sem minha espada.
- Certo. - Barton começa a pensar. - Já sei. - Barton vai até uma das estantes de livros, com menos livros que as outras. - Conhecendo aquele velho, duvido que ele jogaria em qualquer lugar coisas que poderiam ser usadas de chantagem, ainda mais para dois prisioneiros de alto nível como vocês.
Barton começa a puxar e mexer em todos os livros da estante, até que puxa um livro preto, escrito “As Crônicas de um Pescador”. A estante treme, e desprende da parede, Barton a empurra para o lado, e atrás dela, encontra várias caixas, com nomes escritos em vermelho. Duas caixas lhe chamam a atenção, uma escrita “Gêmeos” e outra escrita “Cobaia 006”.
- Suas coisas devem estar aqui. - Barton joga a caixa escrita “Gêmeos” aos pés de Zack.
Barton puxa lentamente a caixa escrita “Cobaia 006”, ele a abre, e encontra dois itens, um colar de metal com um pingente de âncora, e um livro todo preto. Com gentileza, Barton pega o livro e o abre, ele começa a ler as palavras escritas à mão e uma lágrima começa a escorrer de seu olho esquerdo.
- Vamos Barton?
Barton enxuga suas lágrimas, põem o colar em seu pescoço e o livro em seu bolso.
- Vamos. - Diz Barton, se levantando.
- Vamos sair voando daqui? - Diz Zack.
- Vai chamar muita atenção. - Diz Samuel.
- Nós voamos até um prédio, e depois seguimos caminho pelo chão. - Barton olha para o teto, e com facilidade, ele abre um buraco no teto.
- Se segura em mim. - Diz Zack para Barton, lhe estendendo a mão.
Barton segura a mão de Zack, e como se fosse um foguete, Zack voa com chamas saindo de seus pés. Está de noite e as luzes das ruas não se comparam à luz que a chama de Zack emana.
- Vai até aquele prédio. - Barton aponta para um pequeno prédio, com 3 andares.
Os três pousam em cima do telhado do prédio, e Barton olha para o outro lado da rua e vê uma loja de roupas fechada.
- Venham comigo.
Barton pula do prédio, seguido de Zack, com Samuel em suas costas. As ruas estão vazias, apenas o som das luminárias pode ser ouvido. Barton se aproxima da loja, uma pequena loja de esquina, com uma porta velha de madeira, e uma placa de madeira escrita, “ROUPAS”.
- Precisamos nos cobrir. - Diz Barton quebrando a porta de madeira com um chute.
Lá dentro, cada um vai atrás de uma roupa, Barton pega um casaco verde escuro, com uma plumagem branca em volta do pescoço, pega uma regata branca, troca sua calça rasgada por uma calça preta e põe tênis cinzas com detalhes pretos. Já Zack, troca sua camisa florida por uma camisa preta, sua bermuda por uma calça preta, e põem um sobretudo preto com gorro, é longo, e chega até seus pés, e por dentro, ele tem uma coloração vermelha escura, com desenhos triângulos brancos. Samuel pega apenas um sobretudo branco simples, para poder cobrir seu quimono.
- Acho que podemos ir. - Diz Samuel.
- Certo, então vamos. - Diz Barton.
Zack pega Samuel e o põe em suas costas novamente, já Barton toma a liderança, e assim, os três seguem rumo ao esconderijo de Barton.
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