Narrado por Oliver.
— O quê? — a dor na parte de trás da minha cabeça havia sumido, anestesiou-se com o choque das suas poucas palavras.
— Bem... — Jake levantou-se, desajeitadamente, andando em direção ao meu armário sem motivo.
— De onde você tirou isso? — perguntei, puxando os meus joelhos até o meu peito e olhando para ele.
— Eu pensei que... hm, há algum tempo, eu comecei a sentir que você não gostava de meninas, mas... você nunca me disse nada e eu
não quis bisbilhotar.
— Eu agradeço por isso, mas por que, Jake? Por que transar com você? — eu não conseguia evitar, eu ainda estava em estado de choque.
— Achei que seria melhor eu ser o seu primeiro... você sabe.
— Você é gay? — soltei de repente, o que o pegou desprevenido. Jake parecia estar a pensar em algo antes de responder.
— Não! Quer dizer... eu não sei.
— O que isso quer dizer?
— Eu não gosto de garotos.
— Então você não é gay.
Ficamos em silêncio por um momento. Então, eu me virei e recomecei a partir do que estimulou essa confusão.
— Por que você ficaria irritado se eu não fizesse sexo com você primeiro?
Deus, repetir isso soou tão sujo.
— Por que eu sei que não iria te machucar, Oliver, e-eu não confio em ninguém mais para te tocar. — respirei fundo antes de recomeçar.
— Então, o quê? Eu preciso da sua aprovação?
— Você não precisa de nada além de mim. — Jake caminhou na minha direção lentamente, gentilmente, ele penteou o meu cabelo para o lado. — O sangue secou.
— Eu não entendi, você não gosta de garotos, mas você pode ser possivelmente gay? — mordi o meu lábio, nervosamente, o mesmo que se encontrava um pouco inchado devido ao soco de Aiden. E então pensei em qual seria sua resposta.
— Eu não sei. — Jake se virou para sair, mas parou no meio do caminho. — Promete que não vai sair?
— Onde eu poderia ir? Além do hospital para tentar me recuperar desse choque.
— Só… só por favor lembra disso, não saía. — Jake se virou e olhou para mim. Os seus olhos estavam aguados.
— Por que você tá chorando? — o meu estômago se sentia desconfortável. Eu odeio vê-lo deste jeito. Ele só fica deste jeito quando está muito triste, ou quando está realmente preocupado com alguma coisa.
— Me prometa.
— Eu prometo... Jake. — disse, mas ele havia saído, em seguida, ouvi o som de sua caminhonete.
Jake foi embora.
***
— Cara, ressaca é uma merda. — Bianca reclamou, esparramando-se no meu sofá. Ela ainda estava vestindo seu pijama, o que me levou a pensar em: como ela saiu de casa? Os seus óculos de sol clichê só complementavam o seu look.
— A culpa não é minha, agora coma, você precisa de comida. — deslizei um prato com dois sanduíches na frente dela e ela gemeu dramaticamente.
— Ah, perfeito. Mas como é que você conseguiu chegar em casa, afinal? — perguntou ela.
— É uma história bem engraçada, na verdade... — comecei, mas ela me cortou.
— Só um minuto, eu quero muito dar umas mordidas nesse sanduíche.
— Você precisa é de remédio.
— O que eu preciso é me alimentar!
— Deus, você é doida. — entreguei-lhe o prato e sentei-me do lado dela.
— Você me ama. — ela sorriu. — Agora, me conte. — Bianca finalmente mordeu o sanduíche de peito de peru e, obviamente, apreciou o sabor, pois ela gemeu vigorosamente.
— Para encurtar a história, um cara me salvou de uma situação... bem, ruim.
— Hm! Ele era bonito? Ele te deu o número dele? Você se apaixonou?
— Sim, sim e não. Eu nem mesmo sei se ele é gay.
— Ele salvou você! Ele foi o seu herói! Eu queria que Brian fosse um herói, mas ele só pensa em futebol, eu deveria é terminar com ele e encontrar um príncipe como nos filmes... eu sou bonita o suficiente para ser uma princesa, não sou?
— Você ainda está bêbada?
— Talvez! Mas agora, você precisa ligar para ele.
— Não. — zombei, pondo os meus pés sob a mesinha da sala.
— Sim! Liga, liga, liga, liga! Juro que se você não... — Bianca terminou de comer e colocou o prato no chão e, em seguida, agarrou os meus braços. Ela me espremeu no sofá como se fosse me beijar.
— Está bem, está bem! Fique longe de mim!
— Me chame de rainha!
— Ok, você é a rainha! Agora, para!
— Isso foi o que eu pensei. — ela sentou-se com um sorriso orgulhoso. Com um suspiro, eu peguei o meu celular. O garoto misterioso nomeou o contato dele como ''você vai saber em breve''.
Criativo ele.
— Você ainda não ligou... — Bianca insistiu, me sacudindo. — Anda!
— Você precisa de ajuda. — disse, quando começou a chamar. No terceiro sinal, ele atendeu.
— Deus, você demorou, hein... — a sua voz riu do outro lado.
— Você vai me dizer seu nome agora?
— Você vai me dizer se aquele garoto, Jacob, é o seu namorado? — o garoto misterioso riu.
— Você primeiro. — revirei meus olhos, eu gosto do jeito atrevido dele.
— Bem. Meu nome é Noah. Sua vez.
Noah? Hm... gostei.
— Noah... interessante... e não, ele não é meu namorado, mas é finalmente bom saber o seu nome.
— É. — houve um silêncio constrangedor entre nós antes de ele recomeçar. — Então, os meus pais vão dar um jantar ho...
— Ainda mora com os seus pais? — que droga, por que diabos eu o perguntei isso?
— Eu só tenho dezoito anos, você não gostou? — ele retrucou com um rosnado irritado.
— Bem, não há necessidade de se irritar! Pensei que você fosse mais velho, Sr. Atrevido. — atrevido? Corei quando disse isso.
— Atrevido? Não sou atrevido!
— Ok, o que você estava dizendo mesmo, Sr. Atrevido. Você dizia algo sobre um jantar?
— Pare com isso. E sim, vai ter um jantar na minha casa hoje à noite. Eu ia ligar para você antes, mas quanto a minha pergunta sobre o tal Jacob, eu não gostaria de brincar com o brinquedo de outra pessoa, mas agora acho que eu quero! — Noah terminou. Que tipo de analogia é essa?!
— Ok, então... que horas vai ser?
— Quando eu irei te buscar. Bom, poderia ser agora ou depois, ou talvez nunca.
— Que horas, Sr. Atrevido?
— Só esteja pronto antes das oito e, eu gostaria que você parasse de chamar-me assim! — espera, isso é um encontro? Quer dizer, claro, qualquer um poderia ser cavalheiro e até mesmo amigável, mas com tantas perguntas aleatórias, ele me perguntou se Jake era meu namorado? Ele definitivamente é gay e ele provavelmente me chamou para um encontro.
— Bianca?
— Que foi? — ela respondeu enquanto mantinha os olhos na TV.
— Eu acho que tenho um encontro.
***
— Deus, quando é que ele vai estar aqui! — Bianca estava obviamente se sentindo melhor, pois ela estava pulando para cima e para baixo na minha cama, freneticamente, agitando os braços em um movimento infantil.
— A qualquer momento. — resmunguei, endireitando a minha camiseta cinza para baixo. Será que é ruim eu estar tremendo? Eu acho que estou bem.
No momento, os meus nervos até que estão calmos. Jake surgiu na minha mente enquanto eu me olhava no espelho. Ele saiu da minha casa na noite passada como se tivesse visto um fantasma. O jeito que ele tem agido comigo desde que descobriu que eu sou gay... é tão estranho. Quer dizer, mais estranho do que o habitual, por que estamos falando do Jake aqui, não é mesmo? O que ele quis dizer com ser o primeiro a transar comigo, mas não ser gay?
— É ele? — Bianca suspirou, com sua voz aguda e impaciente.
Noah estava na varanda abaixo de nós. O seu cabelo marrom avelã quase preto brilhava no restinho de luz do sol de março. Eu não podia ver exatamente o seu rosto, mas eu podia ver o seu corpo bem esculpido debaixo da sua camiseta preta. Uma jaqueta de couro cinza abraçava o seu torso sempre tão confortavelmente, as mangas estavam dobradas para cima, o que revelava duas pulseiras que pendiam em seu pulso direito.
Ele é tão impressionante.
— É-é ele... — a mandíbula de Bianca mexeu-se rapidamente.
— Eu realmente preciso reavaliar a minha vida.
— Bem, eu acho que vou in...
— Não antes de você me apresentá-lo! Talvez ele seja bi! E você já tem o Jake, não seja egoísta! — ela estava agora nas minhas costas, levemente me batendo na parte de trás da cabeça. Que droga!
— Saía de cima de mim, sua vaca! — eu a empurrei para baixo, rindo.
— Eu amo você, divirta-se! — ela riu no chão.
— Não roube nada! — disse enquanto corria escada abaixo.
— O que eu vou roubar aqui? Os seus livros de merda? — com escárnio, eu abri a porta para um Noah sorridente.
— Então, foi tempo suficiente? — Noah resmungou. Tão atrevido. — Antes que você nos faça perder mais tempo, vamos embora. — ele agarrou o meu pulso e começou a puxar-me até o seu carro. A sua ação abrupta fez o meu coração bater mais rápido que o habitual.
— Você está lindo. — disse, visto que eu já estava preso no cinto de segurança. Noah riu e olhou para mim.
— Não tão lindo quanto você. — eu não tinha notado, mas ele ainda estava segurando meu pulso. — Ah, desculpe. — Ele rapidamente puxou a sua mão para trás com o rosto passando ligeiramente de branco para vermelho em segundos.
— Esta tudo bem, Sr. Atrevido.
— Pare com isso! — ele puxou o volante, enviando o meu corpo para o lado dele, pegando-o de surpresa, eu comecei a rir.
— E o atrevido está ficando violento. — eu o cutuquei com um sorriso.
— Não! E sim o Noah.
Meu celular começou a tocar no meu bolso e nem deu dez minutos de encontro! Puxei-o para fora para ver o que era e lá estava o nome de Jake na tela. Rejeitando a sua ligação, eu coloquei o celular no modo silencioso.
— Tem certeza de que vocês não estão juntos? — Noah inclinou-se para olhar para o meu celular.
— Cem por cento. Ei, eu tenho uma boa pergunta, por que você estava naquela
Rave? — ele sorriu quando eu perguntei.
— Bem, eu estava lá para salvar a minha princesa, é claro! — no mesmo instante, o meu rosto aqueceu envergonhado, lhe dei um leve soco no ombro.
— Eu não preciso ser salvo o tempo todo! — cruzei os braços, sentando no assento.
— Você deve informar o seu amiguinho que...
— Podemos, por favor, não falar sobre o Jacob! — é sempre Jake isso, Jake aquilo, Jake considerou fazer sexo comigo, bem, não que isso seja ruim... espera, não, mas é apenas Jake, Jake, Jake! Quando isto vai ser apenas sobre Oliver e Noah?
— Ok... eu fui naquela Rave com um casal de amigos. E eu os perdi minutos depois e acabei te encontrando.
— Legal.
— Por que você foi?
— A princípio, eu iria para um show...
— Espera, você ia para um show, mas em vez disso, você foi para uma Rave inútil, muito maduro. — Noah riu.
— Eu sei! A minha amiga, Bianca, tinha os ingressos, mas ela mudou os planos de última hora, o que eu deveria fazer?
— Bater nessa tonta talvez. — ele riu. Um cara lindo, que tem personalidade e sabe se vestir. Suspiro.
Ele dobrou à esquerda, o que nos levou a uma bela casa de dois andares. Eu fiquei de queixo caído com a grande construção, as paredes tinham um tom creme diferente, mais escuro.
— Sua casa é linda.
— Pois é. — ele sorriu para mim. — Mas eu prefiro algo menor.
— Como o quê?
— Uma cabana na floresta já é o suficiente para mim. — ele estacionou o carro com uma risada, então ele saiu do mesmo. E, rapidamente, a minha porta abriu-se antes mesmo de eu tirar o cinto de segurança.
— Vamos, princesa. — revirei os olhos enquanto o sorriso em seu rosto apenas aumentou.
— Claro, Sr. Atrevido! — murmurei, pegando a sua mão enquanto ele gentilmente puxou-me para cima.
— Prepare-se... — ele provocou.
Me preparar para o quê?
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