Narrado por Oliver.
— Oliver... — o Diretor severamente me chamou, senti a minha garganta fechar e lágrimas incapacitaram as minhas palavras. — Por que ele fez isso com você?
Tentei falar, mas as palavras não saíam. Aiden Smith tinha oficialmente ultrapassado os limites. Ele colocou fogo no meu armário com todas as minhas coisas dentro, o meu armário estava em chamas, literalmente, pegando fogo. Queimou todos os meus livros, minha mochila, meu notebook e o pior de tudo, meu diário. Uma das professoras pegou ele despejando gasolina, mas ela não conseguiu fazê-lo parar. Quando ele tentou sair correndo da escola, ele acabou escorregando na gasolina e bateu a sua cabeça no chão.
A polícia o escoltou para fora do prédio do colégio, ele irá responder por vandalismo ao patrimônio público, mas também por crime de ódio. Devido a todos os danos ao meu armário e todas as cinzas depois das chamas, a palavra "viado" ainda estava intacta na porta do meu armário, como se já não fosse ruim o suficiente.
Eu só queria o Noah agora. Não, eu preciso do Noah agora.
Que droga há de errado com Aiden, você deve estar se perguntando? Bem, eu também não faço ideia. Diretor Augusto informou-me que ele não só foi expulso da escola, mas ele também está temporariamente preso e será julgado como um adulto, devido ao fato dele já não ser menor de idade.
— Ele já fez algumas coisas antes. Bom, ele me perseguia e me zoava... mas isso nunca foi assim tão drástico. — menti.
— Ele está mentindo. — ouvi a voz de Bianca atrás de mim. Virei-me em estado de choque enquanto ela continuava, a suas mãos estavam escuras, como se ela tivesse cavado em carvão. — Aiden também tinha invadido sua casa e destruído o seu quarto, ele quebrou tudo e também agrediu Oliver fisicamente na minha frente. Basta dizer a verdade, Oliver. Você não tem nada a perder mesmo. — Bianca colocou uma mão no meu ombro com um suspiro.
— Isso é verdade? — o Diretor questionou, os seus lábios eram finos quase desaparecendo. Balancei a minha cabeça e limpei as minhas lágrimas.
— Isso começou há duas semanas, mas eu não acreditei que acabaria assim. — tossi. Bianca entregou-me um livro queimado. Era meu diário.
— Eu sei que é importante.
— Obrigado… — a abracei delicadamente e folhei o ouro. Sim, ouro. Esse livro tem tudo sobre mim. Curiosamente, só a capa estava escura, mas isso só o deixou ainda mais legal.
— Bem, eu e os outros professores vamos discutir a situação, mas enquanto isso, você gostaria de conversar com a Sra. Alice? — Sra. Alice é a psicóloga e orientadora da escola.
— Eu só quero ir para casa... eu posso?
— Claro, Oliver. — saí do escritório com uma autorização para deixar a escola em uma mão e Bianca com outra.
— Vamos, vou te levar para casa. — ela sorriu enquanto caminhávamos.
— Onde está todo mundo?
— Fora daqui. A gasolina foi vista como uma ameaça para os alunos.
— E por que você também não saiu?
— Porque, no segundo que eu ouvi o seu nome no sistema de som, eu sai correndo. Você é meu melhor amigo, bobão. — Bianca puxou-me para seu lado com força, me fazendo sorrir. Se Noah apenas estivesse aqui agora, e droga, talvez até mesmo Jake.
— Espera onde está a sua autorização para sair da escola?
— Autorização para sair da escola? — ela sorriu.
— Sim, o que você precisa ter para poder sair. — eu ri.
— Ah, isso? — Bianca zombou. — Bem, Oli, a gente tem uma caçada para iniciar e sem chance de eu ir sozinha.
— Você acabou de fazer uma referência a caça? — comecei a rir quando chegamos ao carro dela.
O seu pequeno carro.
— É, eu fiz.
— Você com certeza é algo.
— E você me ama.
— É, eu amo.
— Então, vamos para casa ou vamos para o shopping? — Bianca enfatizou shopping com exagero. Ela ainda parecia sexy.
— Bem, a minha mãe vai ficar preocupada.
— Liga para ela, então.
— Deus, você é tão mandona! — afirmei assim que ela ligou o carro.
— Me chame de rainha.
***
Minha mãe não ficou exatamente feliz com os meus planos, devido às várias ligações da escola e da polícia hoje. Ela me queria em casa, para eu ficar seguro com ela, ou algo assim. Para encurtar a história, eu só pude ficar no shopping por algumas horas e voltei para casa antes de escurecer. Noah e eu trocamos mensagens no caminho até lá. Ele perguntou como eu estava, o que aconteceu exatamente e se eu precisava dele. Eu só respondi o mais importante, tipo, eu estou bem, as coisas estavam bem e que eu não queria incomodá-lo.
Enquanto Noah estava tão calmo com toda a situação, Jake estava com sangue nos olhos.
— É por isso que eu odeio quando você deixa as pessoas te comandarem! — Jake gritou no telefone.
— Eu não sabia e, eu não deixo ninguém me comandar! Jake pare de agir como se eu fosse uma criança! Essa merda apenas
aconteceu!
— É, essa merda aconteceu! E com você, Oliver!
— Bem-vindo à realidade. — suspirei.
Bianca estava catorolando uma música tocando no rádio enquanto dirigia pela estrada.
— K-pop, sério? — me virei para olhar para ela.
— Cala a boca, você é irrelevante. — ela continuou cantando com palavras, palavras que eu simplesmente não conseguia pronunciar.
— Jake, te ligo mais tarde, ok? Mais uma vez, eu estou bem. Se quiser ir lá para casa à noite para conferir, fique à vontade. — isso o acalmou, provavelmente, muito mais do que deveria.
— Tudo bem. Só, por favor, se cuida.
— Ok, você também. — desliguei. — Então o que exatamente eles estão dizendo? — tentei dar atenção a música saindo dos alto-falantes, mas a música era tão confusa.
— Eles estão dizendo "cala a boca e escuta a música!". — a sua mão voou do volante em linha reta ao botão de volume, em seguida, o girando e aumentando mais.
Eu não pude deixar de rir das suas remexidas cativantes. Dobramos a rua para dentro do shopping, ela diminuiu o volume da música assim que nos aproximamos da garagem.
— Ok, eu estou pronta para fazer a limpa nessa merda!
— Meu Deus, garota. Você é literalmente a definição de uma vadia sedenta. — sai do carro e comecei o meu caminho em direção à entrada.
— Ok, é melhor você calar essa boca. — ela riu, agarrando o meu braço.
— Obrigado por me convencer a vir durante o caminho...
— Eu é que não ia vir sozinha. — ela zombou. — Mas, brincadeiras a parte, é bom ter você. — o humor de Bianca foi de séria para loucura coreana, para atrevida e agora carente. Bianca é, com muita certeza, bipolar. — Hm... será que tem algum garoto asiático por aqui. Eu me casaria facinho com um.
— Você tem é que parar de falar assim. Até parece que eles sempre andam em grupo.
— E eles são, nome do grupo: perfeitos para caralho.
Quando entramos no shopping, tivemos que atravessar a praça de alimentação para finalmente chegar as lojas. Ela soltou o meu braço enquanto caminhávamos, ou melhor, desfilávamos pelos corredores compridos.
— Calma, Beyoncé. — eu ri quando ela girou, colocando a mão no seu quadril e fazendo pose.
— Ei, eu prefiro Ariana Grande. — então, ela congelou, olhando fixamente para trás.
— O quê?
— E-ele...
Virei-me para ver um garoto um pouco mais alto do que Bianca e eu, mas definitivamente não em massa corporal. Ele era magro e tinha um tom de pele que você provavelmente só vê em lugares com praia. Óculos de sol pendurado na gola-V da sua camiseta, que posso dizer que era bem justa ao seu corpo. Ele usava jeans preto e justo que combinava com seus tênis. Além de tudo isso, eu aposto que você adivinha?
— Ele é asiático! — ri e cutuquei Bianca.
— E-ele é... é perfeito. — Bianca estava babando.
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