Narrado por Oliver.
— Quer parar de ser bundão e ficar fugindo? — gemi quando Jake tomou o controle de toda a minha cama.
Minha mãe e eu tivemos uma pequena conversa quando cheguei em casa mais cedo, uma conversa que eu realmente não gostaria de explicar, porque tem muito a ver com sexo, drogas e, bem, não fazia sentido. Aliás, se você ainda não teve esta conversa, pode ter certeza, que você terá. Isso é uma das coisas que os pais fazem e é quase sempre constrangedor e você sempre tenta evitar. Mas nossa conversa foi ótima e terminou com um abraço, um beijo e dois "eu te amo" para acalma-la. Jake chegou um pouco depois que Bianca me deixou em casa e, junto dele veio o meu entusiasmo, tão alegre, ele tinha outra mochila em mãos, cheia de roupas, DVDs e jogos.
— Não. — sentei na cadeira da minha escrivaninha e inclinei-me para trás. — Então você vai me dizer o que você ia dizer na sala dos professores mais cedo?
— Não, isso não importa mais. — Jake bocejou. Eu definitivamente podia dizer que ele queria que eu implorasse, ou até mesmo arrancasse isso dele. Mas isso não vai acontecer. Outra coisa que não vai acontecer é eu me sentir como se fosse molestado de novo.
— Ok, então...
— Só isso? — Jake se sentou.
— Sim...
— Hm... — eu ri da sua decepção.
— Vamos jogar algum jogo?
— Tá, algum em mente? — Jake se sentou totalmente agora.
— Hm... que tal Uno?
— Pode ser... mas fique sabendo que eu vou te destruir.
***
Uno nunca foi tão intenso antes. Com Jake e eu em uma competição quente para ver quem ganha, ninguém estava perdendo. As cartas nas nossas mãos eram boas. Chegou a um ponto em que Jake jogou as suas cartas no ar em aborrecimento.
— Já estou cheio desse jogo.
— Isso é uma desistência? — inclinei-me, eu podia sentir um sorriso malicioso crescendo no meu rosto.
— Sim, você ganhou. — Jake começou a recolher as cartas depois que joguei os meus braços no ar, comemorando.
— Ha, ha! Chupa! — gritei, apontando um dedo para ele e comecei a rir, Jake se inclinou e me mordeu. — Ai!
— Então você não sabe, não se deve apontar dedos para ninguém.
— Filho da mãe. — esfreguei o meu dedo para parar a dor. Ele mordeu tão forte.
— Estou tão entediado. — Jake suspirou, pondo o baralho no meu criado-mudo.
— Hum, vamos dar uma caminhada então.
— Não.
— Quero dar uma caminhada, só vem comigo. — cutuquei sua barriga e ele riu.
— Mas logo vai começar a chover, garoto, está querendo pegar um resfriado? — Jake puxou os meus cobertores sobre si mesmo e dramaticamente se deitou.
— Levanta daí... se chover, a gente pode tomar banho de chuva como antigamente. — pedi, ficando de pé da minha cadeira. Ou ele ia comigo, ou eu ia sem ele. Fui até o meu armário para trocar de roupa. Vesti uma bermuda, tirei o meu casaco e coloquei o meu chinelo.
Jake estava atrás de mim, e também começou a se trocar. Apesar de sermos só amigos, ele sempre trouxe as suas roupas para minha casa. Vocês devem pensar que estou brincando quando digo que ele nunca me deixa em paz? Nunca mesmo. Ele praticamente vive aqui há dois ano.
Uma vez que estava pronto, eu já havia saído do quarto e estava quase fora de casa.
— Ah, eu não vou me responsabilizar se você ficar doente. — Jake sussurrou. — Mas se isso acontecer, eu venho cuidar de você. — as minhas bochechas ficaram quentes.
— Valeu, de certa forma.
— Ok, vamos! — Jake me empurrou para fora de casa e fechou a porta atrás de si. Até mesmo nas suas roupas simples, ele parecia tão lindo para dizer o mínimo. Inferno, ele realmente parecia sexy. Desde a camiseta com gola cavada que ele usava até a sua burmuda branca e levemente justa nas pernas, ele parecia tão sexy.
— Onde você quer ir? — algumas gotas de chuva começaram a cair e estava escurecendo lá fora. Bem, não estava exatamente escuro, porque havia uma meia-lua no céu nebuloso, iluminando tudo.
Dobrei à direita, em direção a uma pracinha que havia ali perto com Jake me seguindo como um cachorrinho.
Hm, tive uma ideia.
— Na verdade, vamos só... brincar. — mergulhei para baixo e rapidamente agarrei um monte de lama, em seguida, jogando na sua direção. A sua camiseta, pescoço e rosto estavam todos cobertos agora.
— Que droga? Por um acaso, voltamos a ter 5 anos? — Jake reclamou. Em resposta, peguei outro monte e joguei no topo da sua cabeça. A lama começou a escorrer por seu rosto, então enquanto ele limpava boa parte do seu rosto, comecei a correr e me escondi.
— Você tá ferrado agora, Riley! — Jake gritou, correndo em direção à árvore que eu estava escondido. Ele passou correndo por mim, pisando nas poças d'água e lama como uma criança brincando na chuva. Tomei isso como a oportunidade certa para lhe atirar outro monte de lama, mas agora bem na parte de trás da sua cabeça.
O tonto nem conseguiu me ver quando corri e me escondi atrás de outra árvore.
— Onde você está, Oliver? — Jake gritou, quando encontrou o meu esconderijo anterior. Desta vez, eu enchi as minhas duas mãos com um monte de lama. Inclinei os meus braços para trás, em seguida, jogando lama nas suas costas. Uma vez atingido, ouvi um ruído que seria a minha morte. Ok, talvez eu tenha jogado muito forte, mas eu tinha que liberar um pouco de raiva! Ele tem me dado muito nos nervos ultimamente e, de certa forma, fazer isso resolveu muito, acredite ou não. A risada que eu deixei escapar meio que entregou a minha posição.
Jake gritou irritado quando se virou e então ele me pegou bem quando eu estava tentando escapar.
— Peguei você agora! — Jake riu depois que me abordou com lama, nos fazendo cair num verdadeiro cobertor marrom de terra molhada.
Eu não conseguia parar de rir enquanto ele se atrapalhava com as minhas mãos. Jake estava em cima de mim agora, me segurando com os joelhos.
— Ok, ok, tenha misericórdia. — eu não conseguia parar de rir. O seu rosto estava completamente vermelho e ainda coberto de lama.
— Misericórdia, minha bunda! — Jake segurou as minhas mãos com uma das suas e a outra ele enfiou por debaixo da minha camiseta e esfregou a minha barriga, não só me fazendo tremer devido a como ela estava fria, mas toda a situação me fez rir ainda mais.
— Pa-pa-ra está muito fri-frio! — eu estava em lágrimas agora de tanto rir. Jake parou e deitou em cima de mim com um sorriso.
— Oliver? — ele segurou o meu rosto com a sua mão livre agora quente.
— O quê? — o sorriso desapareceu do meu rosto quando olhei nos seus olhos intensos. Os seus belos olhos castanhos. Eu não conseguia respirar enquanto Jake se inclinava para baixo. Tão suavemente que antes mesmo que eu pudesse impedi-lo, Jake me puxou e me olhou nos olhos.
Então, como se em câmera lenta, Jake beijou-me com os seus lábios quentes.
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