"O que sou eu? Eu realmente preciso ir até lá? Eles estão me esperando? Por que eu não devo ir?"
Essas são as perguntas que eu sempre fazia a mim mesmo, sempre quando eu pensava sobre subir até lá... A solidão, à tristeza, elas me dominavam.
"O que eu sou? Eu mereço passar por isso? Por que você me deixou aqui, Pai? E por que não veio me buscar? Esses robôs que eu faço realmente irão me ajudar?"
Enquanto eu não estava bem com minhas escolhas. Eu comecei a chorar, eu estou sozinho, num mundo perdido... Num mundo que me deixaram para morrer.
E enquanto à tristeza me dominava, algo passou pela minha cabeça: à morte. Ela resolve todos os seus problemas. A esperança nesse mundo, não existe... Pego uma faca e no meu pescoço eu a coloco.
— Olá, quem é você? Por que sempre você fica sozinho nesse lugar?
Quando eu solto a faca rapidamente, eu olho para trás, e vejo alguém, uma pessoa conversando comigo e vendo meus robôs. Naquela situação eu tentei os esconder mas a pessoa rapidamente pergunta:
— Robôs, é isso que está construindo?...
Minha mente esvaziava, e eu via que aquele momento seria o meu fim. Meu avô me proibia de fazer experiências científicas e aquela seria a gota d'água para ele. Mas rapidamente ela termina:
— ... Que legal!!! Robôs são incríveis! O Perseu vai adorar!
A solidão iria realmente me matar?... Por que eu nunca conhecido aquelas pessoas tão incríveis.
— Prazer! O meu nome é Flora, nós podemos ser amigos, não é?
O MUNDO ACIMA
— Olá residentes do domo 1, nós temos uma informação a passar para vocês: uma nova mutação foi descoberta em uma das nossas expedições, é uma vaca que cresceu com chifres e ela é bem furiosa. Também estamos com falta de comida, se puderem nos ajudar nós iremos agradecer.
Este é o pedido do domo 2, o domo que estão os militares, eles têm um objetivo: explorar o Planeta e verem as áreas que podem ainda estar boas. Eles não se importam com a nave que está lá encima porque, para eles, é perda de tempo ligar para os malditos humanos que nos deixaram aqui — pelo menos é isso que dizem. Mas eles são os únicos que conseguem consertar o Subidor, pois há um homem lá que tinha um título interessante no mundo antigo: Astronauta.
Enquanto as informações são passadas pelos militares, alguém chega tomando o controle da transmissão dizendo: pode deixar, nós iremos ajudar!
Esse é o meu avô, eles o chamam de Senhor Armstren, líder do grupo dos cientistas que sobraram aqui, ele queria criar uma nova sociedade, mas para ele os militares apenas vão atrapalhar, pois o cérebro vem primeiro do que força. E assim é o conflito que vivemos na humanidade atual, Cientistas vs. Militares, lutando pelos mesmos objetivos, mas com formas diferentes de lidarem com ele. Enquanto os cientistas ouviam atentamente à transmissão, um soldado chega ao local para falar com Senhor Armstren:
— Senhor Armstren, seu neto foi pego novamente na borda, parece que alguns adultos os pegaram observando à nave de novo.
— Mas que droga! Aquele garoto não aprende que ficar se preocupando com aquela nave não faz sentido? Tenho que ir até o domo conversar com ele...
— Mas senhor, o que devemos fazer referente a situação dos militares?
— Bom, infelizmente dessa vez, teremos que ajudá-los.
— Sim senhor!
Enquanto Senhor Armstren pega seu carro e vai até à cidade onde está o seu neto, ele se lembra de quando o entregou o vídeo a ele:
"Esse foi o maior erro que eu cometi, não é? Filho..."
— Nos soltem!!! Por que temos que ser proibidos de apenas ver? seus soldados malditos. — Gritou Michael com muita raiva.
— Se acalme, garoto! Já avisamos seu avô e ele virá aqui falar com você...
O sinal de chegada toca, e seu avô Volger Armstren. Um cientista que foi contra a ida do último grupo à Nave, chegou ao local:
— Flora e Perseu, voltem aos seus pais, agora!
— Mas senhor...
— Agora! — Gritou Volger.
Enquanto Perseu e Flora saiam, meu avô me solta, pega uma cadeira, e começa a conversar comigo:
— Garoto, quando a guerra aconteceu nós fomos obrigados a ficar aqui, nós, os pobres, enquanto os ricos subiram até aquele local... Eu não queria que ele fosse até lá mas...
— Me deixe ir, vô!!! Meu pai está lá, ele precisa da minha ajuda, a nova humanidade ela...
— Não existe nova humanidade, garoto!!! Eles possivelmente estão todos mortos, inclusive... O seu pai...
— Como você pode dizer isso, vô?
— Essa é à realidade, garoto, ele foi com nosso transmissor e ele não liga desde a última vez...
— Desde quando ele estava lá... A mãe de Flora... Ela que desceu com a mensagem do seu pai, e ela estava morta!!! Nós não sabemos o que há naquele lugar, mas lá não é um local que nós devemos ir!!! Você entende?
— Eu não posso ficar aqui...
— Você vai ficar aqui! A Flora sofreu demais com a morte de sua mãe e a ida de seu pai até à nave, tanto que os tios, que cuidam dela agora, não gostariam de saber que ela quer subir até lá também, e que você está envolvido nisso. Perseu também, o avô dele era apenas um soldado antigo de guerra... Aqui é o novo futuro, o nosso novo lugar, devemos parar de pensar em ir para lá, e pensar em nosso futuro aqui!
— Mas vô...
— Por isso você não ficará aqui, eu vejo que você tem talentos na área da ciência... Você deve ir comigo até o laboratório principal.
— Isso não pode acontecer!!!
— Mas vai, e não importa o que diga, você ficará lá e dominará a ciência para o bem deste local, do nosso Planeta!
Nesse dia o meu sonho acabou... Tudo pelo o que eu sonhava chegava ao fim.
Os "pais" de Flora disseram que eu sou má influência, como os pais de Perseu também. Eu tive que ir embora pedindo desculpas aos pais deles. Mesmo sabendo que Flora e Perseu não concordavam com aquilo, eles tiveram que ficar quietos... E eu fui embora da cidade. Aos 15 anos, eu,, Michael Armstren, desisti de subir até à nave... Até aquilo acontecer.
3 anos depois...
— Atenção!!! Atenção!!! Central do domo 1, nós fomos em uma expedição e acabamos encontrando algo no Subidor...
— Senhor Armstren, venha até aqui!!!
— Escute isso... — Diz o cientista.
— Senhor Armstren, é você?! Sou um militar e preciso dizer algo urgente ao senhor.
— Sim, o que aconteceu?
— Escute com atenção o que vamos dizer Senhor Armstren(...)
— Há uma pessoa(...)
— O que?! Que pessoa? — Questiona Volger depois da pausa dramática do soldado.
— Há uma pessoa no Subidor...
Quando esta notícia é dada, Volger saí correndo do lugar onde estava e diz:
— Eu estou indo até o domo 2 ver os militares!
Quando tudo estava numa zona no domo 1 os cientistas presentes ficam curiosos com o que está acontecendo.
— O que aconteceu? — perguntou um dos cientistas.
— Lucio apareceu... Ele voltou.
— Quem? Lucio?
— Lucio Armstren, o filho de Volger Armstren, ele foi encontrado vivo no Subidor pelos militares.
Comments (0)
See all