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Marca da Vontade

Capítulo 6 (Parte 1) - O Verdadeiro Pecado

Capítulo 6 (Parte 1) - O Verdadeiro Pecado

Oct 20, 2022

— ...a não ser expulsa-lo. 

— Expulso? — Um estalo mental cutuca a Raissa que como reação deixa uma voz fina escapar, enquanto cruza olhares totalmente incrédula com a garota que também está agachada em sua frente.

— Só isso? Eu quase destruí sua escola toda... 

— Eu pensei muito bem sobre isso, não estou com saco nenhum para te entregar a policia ou para as famílias serventes, principalmente porque arrumaria guerra com Ele... e isso me dá uma preguiça danada.

— Justo.

Cruzando os braços, bem perdido em meio a escuridão de suas reflexões, Ivair ri em deboche da decisão óbvia daquele homem, que desde da sua matrícula estava apenas aguardando o primeiro deslize do garoto na escola para ocasionar numa expulsão, e uma confissão de destruição do patrimônio escolar fora a oportunidade perfeita com os argumentos ideais para executar aquela ação. Sem paciência, com isso, o jovem levantou sutilmente e começou a caminhada até a porta.

— Tá bem... eu vou indo, então.

O diretor relaxa da tensão da conversa abaixando a cabeça, escondendo um suspiro de alivio por trás dos braços que estão apoiados na mesa. 

No mesmo instante, do outro lado da porta, a dupla que escutava atentamente a conversa que acontecia naquele escritório levanta desesperadamente e se posiciona ao lado da entrada que abria um pouco após. Ivair que nem notou a presença de Raissa e Aiyra, fechou a porta e seguiu pela esquerda no corredor.

Tudo estava uma loucura transbordante de sentimentos no interior de Raissa que não sabia como reagir ao tanto de informações submetida. O misto de espanto, impotência, tristeza, incerteza e medo do que seguiria, fazia o corpo da adolescente cacheada paralisar com uma respiração incessante fora de ritmo que junto do suor demonstrava um nervosismo de pura agonia que tentava lutar contra, estendendo sua mão para alcançar as costas do garoto que caminhava para longe de onde ela poderia alcançar, indo embora para sempre.

Até que... repentinamente, Aiyra passava ao seu lado correndo como se fosse uma força de esperança que lutava por ela tomando uma atitude naquele momento, então, ela disparou em passos rápidos até finalmente conseguiu agarrar no braço direito do garoto que se espantou, erguendo a sobrancelha sem entender absolutamente nada.

— Notatos... — A garota sussurrava quase inaudível ao mesmo tempo que algo uma luz verde escura brilhou pelo corpo de Aiyra, onde seriam suas veias e intensificou na palma da mão dela.  

— O que você está...? —  Observando aquelas marcas reconhecíveis de um passado que imaginava haver esquecido totalmente, por aquele instante, o único questionamento que vinculava era:

"Como essa menina sabe usar isso?"

— ...Me solta! — Raivoso, o garoto balança seu braço violentamente para Aiyra largar ele. Em resposta, a morena retruca com um olhar atrevido preparado para começar uma luta a qualquer momento.

— Então, além de saber sobre eles, você é uma deles... 

A forma dramática como as expressões de Ivair agiam, só destacava para Raissa que observava por longe que a tensão entre aqueles dois pesava bastante naquela atmosfera e que algo muito ruim iria acontecer. Porém...

— Que seja... Tanto faz o que você queira comigo, eu duvido saia viva numa tentativa de me seguir... — Com um olhar aterrorizante, Ivair virava e seguia até seu destino como se nada tivesse acontecido, como uma certeza em seu coração, nunca mais pisaria naquele lugar de novo não importasse o motivo.

"Eu preciso carregar esse pecado... por você, eu preciso."

***

— Pera ai, me explica direito essa história que eu não tô entendendo. — Questionava Raimundo, tentando apaziguar a ansiedade que fazia Raissa atropelar todas as palavras da frase que tentava construir como resposta.

— O Ivair estava falando com a gente sobre a banda dele... N-Não faz sentido... Porque ele confessaria... E a Aiyra tentou alcançar ele... Mas... ele s-só... só... foi embora! 

— Raissa, meu bem. Olha pra mim. — A Buloke com as mãos tremendo enquanto havia dificuldades de respirar, direciona seu olhar a garota de olhos verdes que observava com complicações. — Calma. Respira fundo.

Raissa seguia repetindo o ciclo, inspirando e respirando acompanhando a garota que tentava tranquiliza-la. Em seguida, para acalmar a cacheada que ainda estava sofrendo com as duvidas que a invadia, Aiyra pegava uma garrafa d'água da bolsa e entregava para a Buloke, indicando o que deveria fazer a seguir para se acalmar.

— Olha aqui, amiga. Senta um tiquinho ali no cantinho, bebe uma água e se acalma. — Fazia carinhos na cabeça de Raissa, dando um pequeno sorriso para transmitir conforto — Pode deixar que eu conto tudo que aconteceu pro Raimundo, tudo bem?

— Tudo bem, Aiyra. Obrigada.

Raissa seguia caminhando lentamente até o banco de concreto extenso encostado na parede e sentando para se acalmar. Enquanto isso, Aiyra começava a explicar tudo que ocorreu na conversa do diretor e o Ivair para Raimundo e João.

Um tempo depois de esclarecer toda a situação...

— Então, quer dizer que ele confessou ter me atacado ontem e mesmo assim, ela ainda não quer aceitar isso? 

— É, isso aí mesmo. —Cochichando entre uma estreita distância entre os corpos, enquanto uma atmosfera sutilmente pesada configurava o tom da conversa entre a garota com os dois terceiranistas que questionavam sobre a condição de Raissa naquele momento.

— Hm... Isso não é bom. — Raimundo resmungava com a mão direita no queixo em reflexão, logo batia na palma de apoio com convicção — Quando ela coloca algo na cabeça, ela não acredita até ter total certeza dos fatos.

— Putz, que barra... 

— Hm... Já sei.

Aproveitando a brecha para não deixar o clima mórbido da afirmação do João dominar o ambiente, o Buloke decide sair da grade onde se mantinha apoiando discutindo em trio para ir até a jovem cacheada que sentada, tomava um gole d'água e balançava as pernas para frente e para trás sem cessar revelando aquela ansiedade em cogitar inúmeras hipóteses do porquê o que ouvira estava errado.

— Ei. Psiu. — O enxame de aflições carregado pelo medo deu uma descansada por conta daquela chamada, na qual, garota reagiu em susto ficando atenta para as palavras do irmão que perguntava sentando ao lado dela.

— Me conta aí, o que você está pensando? 

— Olha, eu... — A menina retornava a postura reflexiva olhando pro chão — Achei tudo aquilo muito estranho.

— Estranho, tipo?

— Rai, eu falei com o Ivair ontem e mais cedo. E o jeito que ele falava não tinha nada a ver com a forma que ele falou com o diretor ainda pouco.

— Bom, as pessoas gostam de demonstrar boa impressão nas primeiras vezes que falam com alguém. Isso não quer dizer muita coisa não.

— Eu sei, mas... É diferente. — Erguia um rosto sereno com uma verdade característica de Raissa, que sempre revelava a sinceridade naquilo que ela acredita — Eu não senti um pingo de verdade quando ele tava falando com o diretor.

"Ah, é?"

— Eu posso estar bastante enganada, mas a forma como ele se apresentou e principalmente... como falou da banda dele... Era verdade. Confio nisso! 

— Eu compreendo, Raissa. Mesmo assim, não há o que podemos fazer agora que já foram tomadas as decisões, sinto muito. — Segurava a mão da cacheada sutilmente, com um calor reconfortante, transferindo um olhar de apoio pelas dúvidas dela. Deixar claro que a situação era maior que eles poderiam lidar era o máximo que poderia fazer pela sua irmã naquele momento.

— Oh, Raimundo! O tempo de Educação Física acabou, vamos indo! — Surgia um grito totalmente reconhecível do careca simpático que acenava enquanto estava com a garota que acabou de executar uma performance incrível na "Queimada Fervente" ao seu lado dando um leve sorriso convidativo para o Buloke.

— Já vou indo! — Respondia com um sorriso eufórico para os dois amigos e virava o rosto gentilmente para despedir-se da irmã que olhava meio cabisbaixa pro chão — Eu preciso ir, tudo bem?

— ...Pode ir, maninho. Obrigada por sua atenção e palavras, isso é importante pra mim, de verdade. — Tentava dar um leve sorriso que se transformava em doloroso pela tristeza que ainda a envolvia. 

Raimundo largava a mão gentil da irmã gradualmente, e corria tentando alcançar a dupla que seguia andando em passos lentos em direção aos vestiários para posteriormente chegar na sala de aula novamente para ter a última aula do dia antes de serem liberados. Em contrapartida, a ida do Buloke, Aiyra chegava perto de Raissa após respeitar o momento íntimo de conversa entre os irmãos, e falava como se tivesse pisando em ovos.

— Raissa... 

— Oi, Aiyra. 

— Você realmente não comprou aquela história, né?

O amargo da desistência em sua boca brigava com a insistência característica que ajudava a definir Raissa como ela era. Naquele momento, as palavras de Raimundo zurziam em seu interior reforçando aquele sentimento que o dominava, soltando uma sentença como um mantra para a própria ciência:

— Não... Mas não tem o que fazer... É como o Raimundo disse, isso é muito maior que nós... 

— Será? — Aiyra provocava como se tivesse escondendo alguma coisa.

— Como assim, "será?" 

— E se eu te dizer que eu... consigo rastrear ele? — Aquele sorriso ousado enquanto entrelaçava os dedos, chegavam como um pingo de gasolina naquela pequena faísca de coragem oprimida que estava diminuindo após as débeis palavras de Raimundo.

— Calma ai, o que você disse? Repete. — Ainda incrédula tentava colocar a maior atenção possível nas palavras de Aiyra, que repetia com os braços cruzados e olhos fechados como uma expressão sapeca.

— Eu falei que consigo saber onde o Ivair está.

— Pera, mas como?

A Buloke dá um puxão de euforia na blusa de Aiyra que se desequilibra e perde totalmente a postura, falando com rapidez e um pouco de medo da reação espalhafatosa:

— Eu te conto tudo no caminho, pode ser?

— Hm... Beleza! — Largava a gola da jovem que estava tão perto e lançava o punho para cima com animação.

"Ela realmente não tem medo do que pode acontecer? Como pode?"

Raissa seguia dando passos longos em direção ao corredor que levava elas para fora da quadra, indicando que iria seguir caminho até onde Ivair estava e virava com os olhos brilhantes como estrelas com um convite:

— Vamos indo? 

— Agora não.

— Quêê?! 

— Temos a última aula do dia ainda, lembra? — Aiyra retomava a dianteira dos passos até o corredor, passando por Raissa e concluindo de uma forma que mantesse a animação presente no peito da cacheada — Depois disso, vamos tirar nossas conclusões cara a cara com o Ivair. Fechou?

— Fechado!

Sendo assim, a dupla de primeiranistas seguia corredor a frente em direção a sala de aula para assistir a última aula do dia, mas com o gostinho da aventura desconhecida que lhes aguardava ao tocar do sinal. Dependendo da resposta de Ivair, a verdade poderia ser mais complexa do que se imaginava ou a decepção a ser descoberta seria a revelada. Para onde seria que a intuição de Raissa levaria elas?

***
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O Thi

Creator

O Diretor Fonesca decide explusar Ivair da Escola Paschoal, enttetanto, Aiyra revela uma habilidade surpresa que pode ser útil para descobrir o paradeiro dele.

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rren
rren

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Varias das atitudes da Aiyra me deixaram supresso, pois, por causa da apresentação da personagem, imaginei que seria bastante retraída ao interagir com a Raissa, mas pelo jeito não.
Quanto a Raissa, está sendo alguém que se move 100% pelas emoções, parecendo ser extremamente inconsequente nas suas atitudes. Prevejo ela se dando mal por causa disso.

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Raimundo e Raissa são dois irmãos de uma das doze famílias serventes, aquelas que recebem os poderes dos discípulos de Sândalo pelo passar das gerações. Raimundo é o primogênito da família Buloke, sendo taxado como escolhido para seguir o legado da família e proteger todos do mal. Entretanto, o mesmo não desperta as cores da sua "marca da vontade" e tenta fugir de seu destino sendo um garoto normal, porém alguns inimigos da família não querem deixar isso barato.

Autor: O Thi (@othi_oficial) - Ilustrador: Rren (@rren_san)
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