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Antebellum [PT-BR]

Prólogo :: Sobre Sangue e Vingança.

Prólogo :: Sobre Sangue e Vingança.

Nov 30, 2022

Eu era somente um pequeno elfo de Candara quando o vi pela primeira vez.

Naquela determinada data, embora os gritos fossem aterradores, o cheiro de carne queimada misturado ao odor de sangue nauseasse e meus olhos ardessem por causa da fumaça, eu não temia por minha vida.

Sentia-me intocável.

Sendo muito pequeno para compreender a magnitude do que ocorria, do alto da encosta contemplei a batalha que se espalhava por toda linha da praia. O mar bebia o sangue dos derrotados, as ondas revoltas lambiam os corpos dos mortos, e, muito em breve, o céu obscurecido desabaria suas lágrimas pelas vidas tomadas.

Mas tudo o que eu via era grandiosidade dos seres alados comandados por meu irmão mais velho e que lutavam para defender parte de nosso território élfico.

Dragões do norte.

Belos e ferozes, implacáveis e fascinantes.


Um grito com meu nome alastrou o desespero de quem o clamava — o mentor de meu irmão havia me avistado.

O chamado repercutiu como se levado pelo vento, impactando meu irmão. Entre defesas e ataques de sua espada, os olhos dele procuraram por mim até me encontrarem.

Recuei alguns passos, incerto se deveria ficar ou correr de volta à segurança. E ao me virar, me depararei com um dragão do sul.

Meus olhos esbugalharam e retrocedi um passo, apavorado pela noção de que atrás de mim só havia um abismo. Escutei outro grito ultrapassando os ruídos das explosões. Meu irmão. A última vez que escutaria a voz dele chamando meu nome.

Se naquela dia ele tivesse ignorado o perigo que eu corria, não o culparia por virar as costas para mim. Mas, na ocasião, eu me apavorei.

Gritei por ele, implorei para que não me deixasse morrer.

Tremi diante da figura monstruosa que arreganhava a mandíbula para me destroçar. Ao dar o passo que me levaria a uma queda fatal, garras se fecharam em meus ombros e suspenderam meu pequeno corpo. Muito acima do chão, as batalhas e a destruição foram ficando menores. Alarmado, olhei para cima. A besta que alçara voo comigo era um dos magníficos seres sagrados que eu admirava tanto.

O próprio semideus.

Um baque desestabilizou o imenso dragão que me carregava. O dragão do sul ainda me perseguia e o atacou em investidas contra seu dorso. As garras que me seguravam afrouxaram, meu corpo escorregou e fiz a única coisa que uma criança apavorada poderia fazer.

Gritei.

Um aperto mais forte rasgou meus ombros e chorei.

O semideus me largou no chão ao alcançarmos um vasto campo. Aos tropeços, tentei manter meu equilíbrio, mas acabei caído de joelhos. Minha camisa estava aos farrapos e ensopada do sangue que vertia dos rasgos profundos em minha carne.

Apoiado sobre minhas mãos trêmulas, levantei o rosto ante o impacto do pouso feito. Meu rosto sujo de poeira, borrado pelas lágrimas, ganhou um sorriso. Eu podia vê-lo por inteiro, bem diante de mim, destroçando o pescoço do outro dragão.

Quando a ira pareceu ter sido aplacada, o arfar pesado do semideus foi o único som que permaneceu ao redor. Suportando a dor, me levantei e reverenciei a criatura, vocalizando meus agradecimentos. Ele se aproximou até ficarmos frente a frente. Nunca me esqueci o momento em que encarei aqueles olhos virulentos que, sem qualquer palavra, me recriminaram.

Disseram-me que perdi os sentidos. Ao recuperá-los, meu irmão já havia partido para longe na busca para vencer a grande ameaça ao nosso mundo. Eu fui deixado para trás, para a minha segurança e para que meu irmão não tivesse que se preocupar mais comigo.

Concluí que por tê-lo distraído e feito com que renunciasse ao seu mais forte aliado para me salvar, eu interferi no resultado para que todo o mal fosse evitado. Muito tempo depois, o mentor me explicou que nada do que meu irmão fizesse naquele dia poderia mudar o curso de seu destino.

Ele cumpriria sua missão e não voltaria nunca mais.

Aprendi, dessa forma, o que era a verdadeira dor. Vi o mundo que eu conhecia ser manchado de vermelho pelas mãos daqueles que deviam suas vidas ao meu povo.

Vários anos se passaram e muita coisa mudou. Às vezes, pesadelos ainda me abalam durante a noite. Por mais que eu tente esquecer, os olhos do semideus continuam a me assombrar, a repreender meus atos.

Por aquele olhar que jamais esqueci, hoje tomo com afinco a responsabilidade de prosseguir com um único intento.

Voltar a encontrar o semideus e trazer de volta a honra roubada dos fantasmas de meu passado.


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Ink-Mix
Ink-Mix Studio

Creator

Prólogo sofrido e contado por nosso questionável personagem principal.
Antebellum se passa no mesmo universo de Entropia e pode-se dizer que é a linha principal de acontecimentos de onde se originou Entropia.

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Daënn é o único sobrevivente do massacre no reino dos elfos de Candara e busca vingança contra os seis reinos que condenaram seu povo e os Dragões do Norte.

Para atingir seu intento, o jovem elfo se aproveitará da amizade de um rei humano para tentar encontrar o semideus do Norte e assim libertar sua fúria contra aqueles que destruíram tudo o que ele mais amava.

Criada e Escrita por Blanxe
Ilustrações por R. Molinas
Cores por Chrome He4vy
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Prólogo :: Sobre Sangue e Vingança.

Prólogo :: Sobre Sangue e Vingança.

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