Reinos livres de West Avanum
“Ei... Ei pedaço de lixo... oi garoto vem cá!!”
Diz de forma grosseira um homem alto de regatas brancas acenando com a mão para um pequeno garoto no canto mais escuro da sala.
“Amanhã... hi hihi... faremos um servicinho e você irá nos ajudar entrando no local e abrindo ele de dentro pra fora... hihiihi, dinheiro fácil vai ser!!!”
Hesitante o garoto de pele negra, feições extremamente magras e flácida e olhar desolado pergunta.
“Err... dessa vez eu vou poder receber um pagamento pelo serviço também?”
O homem faz uma cara de desprezo olhando o garoto, resmunga dá uma cuspida no chão e diz.
“Bom... como esse serviço não vai ser tão fácil assim, pode se dizer que caso você se saia bem... irá ganhar uns trocados sim hihihi...”
O garoto esboça um semblante de felicidade em seu rosto com um sorriso fraco mais ainda um sorriso.
De frente para uma grande, velha e aparentemente abandonada mansão está o grupo que planeja seu assalto, cinco homens e um pequeno garoto. Um deles cutuca o líder com o braço o mesmo que veste regatas brancas e touca cinza chamando sua atenção.
“Ou... Porque raios existe uma mansão aqui no meio do nada longe da cidade árida?”
O líder do grupo tira a touca da cabeça e a guarda no bolso, poucos segundo depois ele coça sua cabeça careca dizendo.
“Ahhnn... Parece que esse lugar vivia nobres da região, dizem que a reputação da família foi para o brejo por causa do seu filho ou filha sei lá... Eu não sei cara, eu simplesmente não ligo... Vamos pegar a merda desse chicote e vendê-lo o mais rápido possível.”
Conformado com a resposta do líder o homem assenti e pega o garoto o pondo sob seus ombros para que o menino possa assim entrar pela pequena rachadura na madeira da parede da casa para abrir a porta de dentro para fora. A casa realmente é muito grande parece uma mansão mesmo, porém está destruída, as entradas estão tapadas
com vigas grossas de madeira fazendo assim com que a única entrada seja a porta da frente pois as janelas estão todas barricadas.
O menino por ser bem magro consegue passar entre uma dessas barricadas na parede com sucesso, poucos minutos depois se ouve o barulho de trancas sendo destrancadas, um som que parecia música para os ouvidos dos ladrões do outro lado da porta.
“Muito bem garoto hihihi... Você não é tão imprestável assim, até que valeu a pena não ter te matado assim que você saiu do ventre daquela vagabunda hihihi...”
Completa sua fala cuspindo no chão e adentrando a mansão juntos dos outros homens.
Eles então começam sua busca pela casa revirando tudo, jogando as coisas pelo chão sem se importarem com quaisquer consequências. Um dos homens pergunta para seu líder.
“Ei, porque caralhos esse chicote vale tanto assim e como tu fico sabendo dessa merda...”
O homem vasculhando dentro de um baú responde.
“Err... Eu ouvi de um albino esquisito que esse chicote é uma daquelas armas épicas da época das grandes guerras, uma herança daquele famoso mago que ajudou a derrotar os demônios.”
O outro homem próximo da escada interrompe a conversa.
“Eii... Calem a boca, parece que não estamos sozinhos eu ouvi alguma coisa no andar de cima... os dois idiotas dos irmãos kellos não foram procurar lá em cima ??”
Os dois então param sua busca e armaram se. Junto do garoto eles sobem as escadas para vasculharem o andar de cima.
“ei, pirralho de merda, vai você... Entra naquele quarto, a gente entra depois de você...”
Diz o líder claramente com medo do desconhecido, sem muitas opções o menino abre lentamente a porta a sua frente, ao abri-la o garoto entra em Pânico, sua face é de horror... Rapidamente o menino põe as mãos sobre a boca segurando uma enorme ânsia de vômito, ele não consegue segurar e então vomita, porém por provavelmente culpa de sua desnutrição ele consegue apenas vomitar água e pequenos pedaços do que parece ser pão que não foi bem digerido.
“Puta que pariu menino o que aconteceu ??... O que tem na sala ??”
Sem esperar a resposta do garoto o líder entra na sala e vê a mesma cena...
Os tais irmãos kellos ambos maculados pelo mal, transformados em uma coisa meio humana e meio criatura, um deles tem parte de sua tripa exposta para fora como se ela tivesse explodido de dentro para fora já o outro no lugar da cabeça á algo parecido com tentáculos, os dois se encontram parados no meio da sala inertes como se aguardassem por algo, quando ao fundo vindo do corredor a esquerda deles se ouve passos... um caminhar forte e alto.
“Vejo que os meninos já acharam meus dois novos brinquedinhos... o que acharam vocês gostaram ??”
Se revelando das sombras do corredor um homem extremamente musculoso e forte, ele veste um vestido de calda vermelho bem justo ele possui uma maquiagem bem forte demarcando bem seu rosto com lábios bem vermelhos e um salto agulha.
“Ahhhhrrgg... o que é isso... uma aberração!!”
Grita o homem ao lado do garoto que se encontra de joelhos no chão tentando processar tudo o que está acontecendo.
“Não... não docinho, não sou uma aberração... sou uma linda mulher caso não tenha percebido, me chamo Daphyne prazer em conhecê-los.”
O homem careca toma um passo à frente perguntando.
“F... fffoi voce que fez is...ssso ??”
“Assim... rsrsrs... eu os encontrei fuçando nas minhas coisas então eu não tive escolha a não ser transformá-los nos meus bichinhos!”
Ela o responde com um sorriso meigo logo em seguida abrindo seus olhos de uma forma fria e cheia de pressão, o líder dos ladrões claramente com medo começa a se afastar, quando ele percebe na mão dela o chicote.
“Ohh... assim entendo agora, é por isso que vocês vieram não é mesmo??... estão atras do meu tesouro do caos... meu tormento, hihihi... sinto muito mais vocês não saíram daqui com vida muito menos com minha torment!!”
O líder em pânico com as palavras de Daphyne começa a correr incessantemente até que ela bate seu chicote no chão e rapidamente o envia em um ataque certeiro até ele, porém ele consegue se atirar ao chão e antes que pudesse ser atingido novamente ele se agarra ao seu companheiro que também estava em fuga e o usa de escudo.
O chicote o perfura certeiro na barriga e ali ele fica é como se o chicote tivesse vida mesmo estando no ar ele ainda continuava ali fincado flutuando, e então Daphyne o puxa de volta arrancando do homem através de suas costas alguns órgãos.
O chicote chega até as mãos de Daphyne onde ela passa a língua pela tira única do chicote apreciando aquele sangue.
“UUrgg... eu esperava mais, você tem um gosto péssimo.”
O homem atingido pelo chicote cai de joelhos sua visão fica turva, sangue começa a escorrer por dentro de seus olhos, ele sente uma pressão enorme na cabeça.
“Oiioi... eii... não me deix... coff...”
De repente parte da cabeça do homem estoura dando lugar a uma massa avermelhada e grotesca, da sua barriga começa a aparecer tentáculos nojentos com garras nas pontas.
Daphyne caminha lentamente enquanto prepara mais uma investida do seu chicote, porém antes que ela atacasse o homem em fuga ela interrompe a sua investida. O homem desesperado aproveita a oportunidade se tacando pela janela sem pensar muito se a queda seria ou não muito alta.
“Hmmm... sinto uma presença muito forte aqui, porque você não para de se esconder e se mostra docinho??”
Daphyne diz se virando para trás onde daquele mesmo escuro corredor de onde ela veio anteriormente se mostra uma figura encapuzada, o capuz é de um escuro desgastado, pequenas mechas acinzentadas em um tom esbranquiçado são a única coisa que se é possível enxergar de dentro do capuz.
O pequeno garoto parecia esquecido pelo destino jogado à mercê da sorte no canto próximo ao batente da porta, ele consegue recuperar o folego e voltar a realidade. Ainda ofegante o menino começa a se levantar lentamente e caminhar de forma sutil para trás sem chamar atenção.
Daphyne apenas vira seu rosto em direção ao menino dizendo.
“Vá garoto... aproveite o mártir que o destino o reserva, eu não mato crianças então apenas suma daqui logo.”
Sem pensar muito naquelas palavras o esmirrado garoto começa a correr sem olhar para trás pois sua vida dependia disso.
“Me desculpe pela intromissão...”
Antes que a figura misteriosa pudesse terminar sua frase Daphyne o interrompe.
“Você... você estava nos observando não estava ??”
“De fato... eu estava, queria ver do que ela é capaz, a renegada, a vergonha e a destruição da família mais nobre de Avanum é capaz de fazer!!”
Daphyne então muda seu semblante para um rosto sério e um olhar de ódio.
Ela então desfere um ataque com seu chicote em direção do homem que apenas se mantem no lugar sendo atravessado no peito pelo chicote.
“Seu verme desprezível... agora você irá fazer parte da minha coleção igual todos os idiotas que vem aqui atras da fortuna da minha família.”
Através daquele imenso escuro do capuz é possível se enxergar um sorriso.
“Lamento... seu tesouro do caos não terá efeito em mim pois ele não pode me transformar em algo que eu sou... e o que eu procuro aqui é o único e maior tesouro que a família mais rica de Avanum poderia me oferecer que é você Daphyne!!”
Imediatamente a mulher põe sua mão sob sua bochecha ficando envergonhada.
“Qu..emm é voce??... e por que é tão gentil em suas palavras?”
“Meu nome no momento não é relevante, tudo que você precisa saber de momento é que eu preciso de você.”
Ela começa a corar ainda mais olhando para baixo imediatamente.
“Está farta desse mundo também não está ??... aqueles que não a aceitam como você realmente é, esse mundo miserável que te condena por algo que você não tem culpa... eu quero limpar esse mundo, por isso eu vim aqui e por isso eu a observo.”
Sem resposta Daphyne apenas o observa com o rosto corado, seus olhos se enchem em lagrimas, ela põe às mãos sob a boca e se curva pondo se a chorar mais e mais.
Já longe dali o menino continua a correr incessantemente sem olhar para trás nem por um segundo.
E ele corre, corre e corre ainda mais, ele já não tem forças, mas continua correndo.
Ele deseja deixar tudo aquilo para trás todo aquele sofrimento que ele passava com seu chefe e principalmente toda aquela loucura que ele viu naquela mansão por conta disso ele consegue continuar correndo.
E então antes que ele começasse a perder a visão e sentir uma vontade imensa de desistir e se tacar ao chão ele consegue chegar até uma casa cercada por cercas de madeira com um campo enorme e verde ele tanto correu que já não estava mais em Avanum provavelmente ele se encontrava nas fronteiras entre Avanum e Aurgus.
Sua última visão é de uma linda garota Elfa que se banhava em um rio próximo a ele, e com essa visão ele apaga.
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