Prólogo 2
Mar 01, 2023
As luas iluminavam o caminho de um bárbaro desesperado. Ele carregava em seus braços uma mulher. Cabelos negros como carvão, pele palida marcada por sua maquiagem branca e seu batão vermelho. O Bárbaro olhou para ela e tentou acalmá-la com um olhar confiante. Uma pena que ele não conseguia esconder suas emoções da mulher que o criou. O Bárbaro não se diferencia daqueles das lendas. Ele tinha uns 2 metros e 34 de altura, cabelo loiro e comprido, pele dourada, orelhas pontudas e corpo musculoso.
— Isniffi… desista, não sofra por mim — disse a mulher com uma voz fraca.
— Emika, não posso perder você…. Preciso encontrar um jeito de te salvar.
— Meu filho, chegou minha hora, aceite…
— Eu sou imortal… se você partir, viverei uma eternidade sozinho, vendo todos que amo morrerem…
— Eu te amo, meu filho, prometi ao seu pai que nunca te abandonaria, me desculpe…
— Tem uma bruxa nessas bandas, disseram que ela pode nos ajudar — afirmou Isniffi.
— Você vai confiar numa bruxa?
— Eu confio em qualquer um que possa salvar minha fadinha — afirmou Isniffi.
— Você não pode burlar a morte… ela é algo que está além de qualquer ser, até mesmo dos deuses.
— Eu sou Isniffi Ikari, nada está além do meu poder! — gritou o bárbaro.
Os aldeões ao redor se assustaram. Ver um homem daquele tamanho carregando uma mulher não é nada comum. Naquela época, Sakura era um país feudal, as casas eram de madeira e papel. Isniffi era o imperador eleito pelo pai de sua mãe. É claro que isso não agradou muito os irmãos dela.
— Imperador, o que você procura? — perguntou uma jovem usando um quimono velho.
— Onde está a casa da bruxa Yumiko? — disse Isniffi.
— Yumiko? Ela é conhecida por ser uma farsante…
— Não importa quem ela seja, preciso vê-la agora.
— Por favor, senhor Imperador, me siga.
Isniffi era um dos homens mais perigosos daquela época, vivendo uma vida de mercenário, caçando bruxas e matando demônios, porém, de todo o tesouro que acumulou, Emika, sua mãe, era o seu tesouro mais valioso.
— Não chore… por favor… — disse Emika com a voz fraca.
— Como não chorar? Você é a luz da minha vida… escada da minha subida…
— Você pode encontrar alguém que te ame… os deuses irão aceitá-lo…
— Os deuses odeiam semideuses, serei um excluído nesse mundo, — disse Isniffi acariciando o rosto dela — não posso permitir que isso aconteça.
— Eu… eu…
— Evite falar, prometo que vou te trazer de volta — disse Isniffi.
A jovem apontou sua mão para uma casa decrépita de madeira. Isniffi fez sinal para ela ir embora, deixando-o sozinho com Emika em seus braços. Ele bateu na porta, gritando o nome de Yumiko. Um som estranho veio de lá de dentro. Isniffi se afastou com uma expressão neutra. A porta se abriu sozinha. Ele escutou a voz de uma bruxa o chamando para dentro. Isniffi entrou na casa com seu corpo em alerta, se aquilo fosse uma armadilha, ele atacaria a bruxa sem piedade.
— Imperador Isniffi, o que o senhor deseja em minha casa — disse uma linda mulher de cabelos negros, corpo gordinho com asas de uma borboleta nas costas e usando apenas um Quimono velho que expunha a sua barriga.
— Minha mãe comeu uma maçã envenenada.. ela é uma deusa, não esse veneno não devia ter efeito nela…
— Coloque ela no futon, meu senhor — afirmou Yumiko apontando para o chão.
— Você pode salvá-la? — perguntou Isniffi.
— É claro que posso… sou conhecida por realizar essas coisas.
— Serei para sempre agradecido, minha senhora — falou I sniffi com um olhar esperançoso.
Isniffi sentiu algo quente acertar seu abdômen. Yumiko fez um raio azul emanar das pontas do seu dedo e viajarem até o bárbaro. Ele perdeu a consciência e caiu no chão, fazendo um enorme barulho. Emika tentou gritar, mas ela não tinha forças para tal. Ver o seu filho ser capturado por uma bruxa não é uma das melhores cenas de se ver quando você está na beira da morte.
— Seus irmãos conseguiram, princesa Emika — disse Yumiko olhando para ela com um sorriso —, eu dei a maçã para eles darem um fim em você e, em troca, eles me deram o seu filho. Sua família não é tão adorável assim, tem sorte de ter adotado esse semideus, ou você teria sido morta quando ainda era uma menininha.
Yumiko fez um feitiço carregar o Isniffi e a Emika rumo a uma grande porta. Emika sentiu que aquela mulher não era uma bruxa. Para ter tamanho força, ela só poderia ser uma deusa! Yumiko abriu a porta e jogou Emika no chão enquanto o encanto levava o Isniffi em direção a um caldeirão gigante.
‘
— Emika, você sabe para que serve esse caldeirão? — perguntou a bruxa.
— Meu… meu… meu… filho…. — Dizia Emika com voz fraca.
— É aqui que finalmente vou me tornar uma criadora — disse ela fazendo o Isniffi cair dentro do caldeirão —, desde o momento que descobri que somente Agapi e Sofia podem criar vida, eu sonhei com o dia que poderia fazer o mesmo, me tornando a deusa mais poderosa do reino de Cristal!
— Isniffi… Isniffi… . — tentava dizer Emika.
— Eu inventei uma receita chamada Líquido de Yumiko. Por meio dele, posso fundir três coisas em uma, criando algo novo. Seu filho tem um corpo super forte, por isso ele é o único que pode sobreviver a esse experimento.
Isniffi abriu os olhos. Ele tentou se mexer, mas a magia de Yumiko não permitiu. Ao seu lado estava uma menina chorando e, na sua esquerda, um gato preto adormecido.
— Ayaka está com medo! — chorava a garota.
— Não se preocupe… vou tirar a gente daqui.
— Imperador, você não vai a lugar nenhum — zombou Yumiko.
A bruxa pegou um frasco brilhante de seu bolso. Ela apontou o vidro na direção do Isniffi e fez um sinal com os olhos sorrindo maliciosamente.
— Eu fiquei os últimos mil anos calculando uma fórmula perfeita. É algo simples, some a força de um semideus com a mente inocente de uma menina doce e cole tudo isso com um animal irracional, você tem o que chamo de Quimera!
— Bruxa, quando eu me soltar de sua magia maligna, farei você pagar com a própria vida! — gritou Isniffi.
— Daqui a alguns minutos, meu caro imperador, você não existirá mais.
— Ayaka quer sair daqui, por favor, estou com medo! — chorou a menininha.
— Menininha, não se preocupe, você será lembrada por esse dia, isso eu garanto! — falou Yumiko.
A bruxa derramou o frasco no caldeirão, enchendo até o topo com um líquido cor de rosa-brilhante. Ela sorria enquanto via Isniffi e Ayka sendo cobertos pela sua fórmula mágica. Emika, por outro lado, se arrastava em direção ao caldeirão. Ela tentava usar o resto de força que tinha.
— Emika, você devia se afastar para não perder o show — zombou Yumiko fazendo as chamas acenderem, começando a ferver o seu líquido cor de rosa.
Emika chorou. Não tinha nada que ela pudesse fazer para salvar o seu filho. O caldeirão rachou ao meio. Lá de dentro, uma pequena silhueta emergiu do líquido gosmento de Yumiko. Emika ficou horrorizada. Uma quimera com o rosto e aparência de Ayaka, feições de um gato, corpo de um homem e rabo de felino engatinhou rumo às duas chorando.
— Emika… Isniffi está com medo — disse a quimera com voz aguda e estridente de Ayaka.
— Sim… Sim… Sim! — gritou Yumiko.
Ela se aproximou da quimera e o ajudou a se erguer do chão, porém, ele começou a ficar fraco e cair novamente. Yumiko ficou desesperada. Sua criação estava perecendo!
— Você não pode partir, preciso que você viva para provar a todos que eu consegui! — gritou Yumiko. — Eu errei no cálculo, três é pouco, preciso colocar uma quarta parte ou perderei você.
Yumiko olhou para Emika e teve uma ideia. A bruxa esticou sua mão em direção de Emika e lançou um feitiço sobre ela que fez a ferida dela se curar, porém, com uma consequência, as asas de Yumiko brotaram nas costas de Emika. Logo em seguida, a deusa maligna puxou uma corda espiritual do umbigo da quimera e a colocou no umbigo de Emika, unindo os dois numa única essência.
A quimera voltou a consciência. Yumiko sorriu para ela e fez sinal para ele caminhar até Emika. A criatura engatinhou até sua mãe, que o afastou com um olhar de medo.
— Sai de perto de mim… — gritou Emika.
— Emiquinha, Isniffi está com medo, por favor, me leva para casa — chorou a criatura.
— Não o despreze — disse Yumiko —, ele é o seu filho, só que diferente… proteja ele com sua vida… ele é a prova que uma criatura pode se tornar criadora — afirmou Yumiko caindo aos pés de Emika.
Emika olhou nos olhos da quimera e sentiu que ele era o Isniffi, mesmo falando como Ayaka. Ela o abraçou com lágrimas nos olhos e um grande sentimento de falha no coração. Ela prometera ao Deus das tempestades, pai do Isniffi, que o protegeria com a própria alma, contudo, o que aconteceu foi o oposto, ela deixou essa deusa maligna transformá-lo numa quimera.
Creator
Historia Criada e escrita por Christian Mizuno
Artes feitas por Christopher Red
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