Vila Aignu – Território Élfico - Um ano depois
Sakai e Regulos conversam com alguns feirantes élficos que estão a contar para os dois sobre um grupo de bandidos humanos que andam conduzindo saques e matanças nas regiões próximas do vilarejo.
Regulos vira para Sakai o indagando.
“Eii... será que não são o mesmo grupo que fugiu ano passado do território humano, eles devem ter vindo aqui a fim de fugir e se reagrupar.”
Sakai agora de cabelo um pouco mais longo e sem barba se prosta pensativo.
Possivelmente são eles já que nosso grupo de busca há um ano não conseguiu seguir os rastros deles pois eles apagaram seus rastros usando barro molhado.
“Sim Regulos, acredito que você esteja certo!”
Os dois se afastam da multidão ali presente e vão andando para próximo de um beco.
“Seguinte, vamos fazer assim, você vai até alguns bares e casas a fim de coletar mais informações da possível localização deles. Já eu vou tentar de alguma forma alertar o Supremo rei élfico e explicar a situação, dizendo que estamos aqui para ajudá-los.”
Regulos concordando com a cabeça responde.
“Sim tem razão, até porque esse é um assunto do nosso reino então me parece prudente avisarmos o supremo rei élfico sobre o ocorrido, até porque não queremos nenhum problema diplomático com esse reino, depois de tantas guerras travadas entre nossos reinos e tantas vidas perdidas...”
Os dois tomam então caminhos divergentes e seguem para seus objetivos.
Ao se dirigir mais ao centro da vila com intuito de chegar a maior casa da região onde fica o governante da região de Aignu Sakai passa por um velho homem acompanhado de uma moça loira de cabelos longos e tem uma sensação familiar, porém como está com pressa não dá muita atenção para isso e segue adiante.
O bom senhor já curvado pela alta idade que o atinge de feições bem enrugadas chama a moça que está próximo a ele olhando algumas frutas e verduras com um olhar de entusiasmo.
“Minha querida Kanami, vou precisar que você termine as compras aqui na feira pra mim, eu vou até a entrada da vila conversar com o bom guarda e pedir pra ele se podemos trazer a carroça até aqui para pormos nossas compras.”
A moça chamada Kanami apenas assente com a cabeça enquanto continua a analisar suas verduras, parece ser uma atividade que ela gosta bastante.
Sakai chega até uma grande casa de madeira com adornos por toda ela, dois guardas residem na entrada.
“Olá, me chamo Sakai sou um representante do reino humano gostaria de falar com o rei da vila. Preciso informá-lo de algo importante.”
Os dois guardas se olham e um deles diz.
“Venha me acompanhe...”
Eles adentram as portas da grande casa chegando até um grande salão com duas cadeiras adornadas, não chegam a ser tronos mais são assentos bem-feitos, talhados a mão por um bom profissional do ofício.
As cadeiras estão vazias, quando de um dos cantos do salão uma figura se mostra, uma mulher alta, uma Elfa de olhos bem verdes e cabelos muito compridos e loiros.
“Sakai, não é ??”
Sakai parece surpreso, ele claramente esperava outra pessoa.
“Perdoe me... você provavelmente deve ser a rainha de Aignu... eu vim aqui para conversar com o rei, preciso alertá-lo de uma recente atividade de bandidos humanos nas redondezas de sua vila... e precisava que essa informação fosse transmitida ao supremo rei em Aurgus!!”
A mulher o encara de forma fria, ela acena com a mão para o guarda atras de Sakai para que ele se retire dali. O guarda faz uma reverencia e logo sai do local.
Ela se vira para o trono, enquanto juntas as mãos olhando para baixo ela diz.
“Você chegou tarde rei Sakai!!”
Sakai a olha por de trás surpreso com o que ela diz.
“Há dois dias o rei sumiu durante uma excursão as florestas densas de nosso território, ele estava junto de seus guardas de maior confiança... e mesmo assim todos foram mortos e seu rei raptado.”
Sakai da alguns passos à frente dizendo.
“Espera está dizendo que o grupo de bandidos de que estou atrás teriam raptado o rei??... isso é burrice demais até para eles, eles sabem que estou atrás deles, fazendo isso apenas coloca um alvo ainda maior sobre as costas!!”
Ela se vira para ele com um olhar de desdém, arqueando uma de suas sobrancelhas ela responde.
“Bom você sabe como são os humanos, cada vez mais gananciosos... sua ganância não tem limites, o ofereçam um pouco de ouro e eles vem correndo como cães sarnentos a procura de comida.”
Sakai apenas ignora a provocação da Elfa, ele a olha nos olhos como quem procura entender a outra pessoa e pergunta.
“Você... poderia me dar alguma informação, alguma direção de onde eu possa procurar por eles, estou aqui para resolver esse problema de uma vez por todas e matar esses bandidos. Não queremos nenhum problema diplomático com outro reinado.”
A mulher levanta levemente o queixo com um certo ar de superioridade ela o responde.
“Você pode começar a procurar no local onde eles raptaram o rei... não sei para onde poderiam ter ido depois disso, a investigação fica por sua conta.”
Sakai a olha com um olhar de desconfiança, assenti e a reverencia como forma de respeito e se retira do local.
Sakai anda com pressa a fim de chegar ao centro comercial da vila, no local onde marcou com Regulos para se encontrarem para trocar informações, quando ele avista um humano bem velho com dificuldade com sua carroça, e ninguém a sua volta parece querer ajudá-lo.
“Olá, me chamo Sakai... está com algum problema na carroça??”
O velho homem sai por de trás da carroça erguendo a cabeça procurando quem falava com ele, ao ver o rosto de Sakai o velho homem abre um sorriso dizendo.
“Ohhh... enfim uma boa alma que possa ajudar esse velho homem, hahaha... essa minha velha carroça está com problema nas rodas de novo, estou a comprar ali na feira e fui atras da minha carroça a fim de trazê-la para pôr as mercadorias nela quando essa velha roda emperrou.”
Sakai curioso pergunta.
“érr... mais por que não o deixaram entrar já com a carroça ??... não faz muito sentido o senhor fazer as compras primeiro para depois trazer a carroça.”
O bom senhor repousando as mãos cansadas sob a carroça responde.
“’Bom os guardas não queriam deixar eu e minha filha entrar de jeito nenhum... eu tive que conversar muito com eles para convencê-los de que vim aqui apenas para fazer compras na feira, aí um deles disse para que eu deixasse a carroça na entrada que eles iriam averiguar a carroça toda enquanto eu e minha filha fazíamos as compras de que precisávamos!”
Sakai pensa em tudo que o homem o diz enquanto o olha, pondo a mão no queixo.
Hmmm faz sentido se for levar em conta que seu rei sumiu tem poucos dias, porém o povo não parece estar com medo, alguns dos guardas não parecem se importar tanto, isso tudo é muito estranho.
“Meu bom senhor, eu vou ajudá-lo a levar sua compra até sua filha não se preocupe. Guie o caminho e eu vou puxando a carroça para o senhor.”
O velho homem assenti com a cabeça e muito feliz ele responde.
“Ahhh muito obrigado meu jovem, você é um bom homem... quando chegarmos até a feira quero te apresentar minha filha, ela se chama Kanami e é uma linda mulher... hehehe, você por acaso é casado meu jovem??”
Sakai enquanto puxa a carroça meio sem jeito responde o velho homem com um pouco de vergonha.
“hahaha... não ainda não, eu acabo não tendo tempo para poder me distrair então acaba que eu não conheço ninguém, hahaha.”
O velho homem responde.
“Ohhh entendo, isso é muito triste, se a algo nessa vida que eu aprendi com minha falecida esposa é que não existe um grande homem sem primeiro uma grande mulher... hahaha, ali chegamos, vê aquela linda moça de longos cabelos loiros é minha filha Kanami... hahaha, venha vem conhecê-la!”
Pondo os apoios de madeira que servem para puxar a carroça ao chão Sakai levanta lentamente para olhar na direção que o bom velho aponta e vê o que ele pensou que nunca mais veria de novo.
Sakai fica paralisado olhando para a mesma mulher que ele viu as margens do rio um ano atras, ela continuava linda como sempre. Sakai engole a seco lembrando do soco que tomou da linda moça.
Ele e o senhor caminham lentamente até a barraca onde Kanami se encontra.
“Veja Kanami, esse bom homem me ajudou com a carroça quando ninguém mais quis ajudar esse velho homem, hahaha...”
Sakai assustado com o anúncio repentino do homem sem saber o que fazer começa a coçar a cabeça sem parar, com muita vergonha ele abre um sorriso muito estranho.
Ela se vira na direção deles e quando percebe quem estava junto do velho homem era o homem que ela deu um belo soco a um ano atrás, ela deixa cair a cesta onde estava as verduras. Ela parece congelada sem reação.
“Oiii... Kanami não deixe as coisas cair assim mulher, olha só que bagunça!!”
Diz o homem sem saber o que estava acontecendo agora mesmo entre os dois.
“hahaha... o bom homem me disse que se chama Kanami certo??... é um prazer conhecê-la.”
Diz Sakai ainda sem jeito com a mão atras da cabeça como se não soubesse onde por ela, e seu sorriso extremamente estranho.
“é... me chamo Kanami... Kanami...”
Diz a mulher de longos cabelos loiros, ainda com os olhos estalados de surpresa.
“Mais o que raios deu em vocês dois hein??... por acaso já se conhecem??”
Pergunta o bom homem sem entender a reação mútua dos dois e logo em sequência os dois respondem juntos quase em uníssono.
“NÃOO... NÃOO NOS CONHECEMOS...”
E então o que já estava estranho antes agora ficou pior.
Antes que aquela situação se prolongasse mais ainda, o garoto Regulos aparece esbaforido, provavelmente ele estava correndo já a um bom tempo.
“haa... hhhaannffff... onde você foi Sakai te procurei em todos os lugares??... fui até a grande casa onde reside os governantes da vila... hhhummmff... porém os guardas me disseram que você já tinha ido embora tinha um tempo!!”
Sakai se vira para Regulos quase como se seus olhos estivessem marejados de felicidade por velo, provavelmente por que Sakai já não sabia mais como sair da situação atual onde se encontrava, Regulos aparecer do nada assim foi sua salvação.
“Ahhh... peço perdão, meu senhor, preciso ir agora, tenho assuntos a resolver... foi um prazer... ee... eerr... é um prazer conhecê-la Kanami...”
Diz Sakai se comportando de maneira toda engessada quase como se fosse um robô.
E antes que o velho homem o respondesse, Kanami responde Sakai ainda congelada e com os olhos abertos, ela deve estar sem piscar a um bom tempo.
“O prazer é todo meu...”
O homem a olha como se procurasse entender o motivo dela estar daquele jeito.
“Olha minha filha você pode até ser estranha as vezes mais agora... passou até dos limites.”
Diz ele enquanto pega as coisas que Kanami deixou cair, já Sakai e Regulos se distanciam cada vez mais indo para fora da vila e nisso Kanami não consegue tirar os olhos de Sakai como se em um transe estivesse.
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