Enquanto os minutos se passavam durante a prova, uma leve canção começou a soar. Era algo tão bonito e estranho que me fez paralisar. “De onde vem essa música?” Foi o que pensei em primeiro momento.
“Não chores, minha pequena água-viva…
Deixe a onda te levar…
Para longe… Lá em alto mar…
Balança e balança…
Tão frágil está…
Através de você posso ver o outro lado…
Volte para lá… Meu espelho do mar…”
Enquanto a música continuava a soar, uma imensa escuridão tomou conta da minha mente. O chão era como de águas cristalinas, ou como de um espelho que me refletia. Era estranho e amedrontador. Era rodeado de criaturas rastejantes. Eu não conseguia distinguir como realmente eram, mas eram assustadores.
“O que tá acontecendo…?”
Minhas palavras não saiam.
“Que lugar é esse…?”
Mais perguntas tomavam a minha mente, e aquele som tomava minha mente. Era assustador.
“De onde tá vindo esse barulho?!”
Isso não é um sonho. É um pesadelo tão lúcido que eu posso sentir aquelas gargalhadas vibrarem por todos os meus ossos.
“Como eu vim parar aqui?”
Deixe o passado para trás…
Deixe que seus passos irei guiar…
Conte, minha pequena água viva…
Deite… No meu colo singelo.
Deixe que irei te aconchegar
O mar desordeiro não te carregará”
Havia algo ali que não conseguia descrever. Eu não consigo ver. Novamente uma sensação de desespero tomou meu corpo. Era como se uma memória voltasse à tona como um turbilhão de emoções. Mas de quem é aquele cadáver preso naquela corda? Quem é ela?
“Por que estou lembrando disso?”
Aquelas memórias não paravam de me atormentar, como se estivesse arrancando uma parte da minha carne do meu corpo. Era doloroso, mas eu não conseguia controlar.
“Faz isso parar, por favor!”
“Me ajude!!”
“Eu não quero me lembrar disso”
“Eu imploro!”
Foi à beira do surto que senti uma presença me tocar. Eu não conseguia ver sua face, mas vestia um longo manto azul.
“Volte para lá… Meu espelho do mar…”
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