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Michiko

Capítulo 9

Capítulo 9

Jun 11, 2023

    Michiko acha que talvez a Lua estivesse quase cheia na noite passada. Ela não era de ficar olhando para o céu - as nuvens e a poluição escondiam quase tudo o que era bonito no alto - mas o disco amarelão se levantando no horizonte chamou a atenção dela.
    "Bom", pensou usado as mãos, "se ela está cheia, então, se o sol está aqui, a Terra tem de estar exatamente entre os dois (acho que é isso, faz tempo que tive essa matéria), então o caminho pra casa é o oposto da lua e...
    - ...Ai, fudeu.
    Não havia Terra. Não havia estrelas, ou Sol.
    Ao seu lado havia um paredão enorme, não dava para estimar o tamanho de onde ela estava, mas, sem dúvidas, era o ser onde ela e os outros estavam.
    - Grande, né? - Virhe ainda estava dentro da bolha mágica que permitia a todos respirar normalmente.
    - A esfera também protege vocês da radiação e pequenos objetos em alta velocidade - notifica Coração Ígneo.
    - Ah, obrigada - a garota responde, ainda pasma. Da esquerda para a direita, de baixo para cima, um enorme ser tapava o sol. Acima de tudo, muito longe, ela vislumbrava o que talvez fossem chamas - Éééé...aquilo lá, é a boca dele?
    - Sim, não queira ver isso bravo. Vamos embora daqui?
    - Vamos, mas.... a gente deixa esse bicho aí?
    - Você acha que pode lutar contra?
    Michiko olha de baixo a alto e deixa sua imaginação dançar junto com as distantes flamas saindo de uma boca tão grande quanto uma cratera de vulcão. Não, definitivamente, não dá para encarar.
    - O leviatã permanecerá muitos dias aqui no alto, digerindo, depois vai para outro lugar procurar mais comida.

    Ela dá uma última olhada para trás, depois de contornarem a monstruosidade e avançarem muito na direção até sua casa. A silhueta da criatura eclipsava quase todo o satélite da Terra, lembrava uma vírgula inchada e sinistra.
    Algo no seu íntimo dizia que ela escolheu a solução mais fácil e talvez a mais errada.

    Michiko já tinha feito viagens de busão dentro da cidade mais demoradas que essa e, quando a Terra era um enorme paredão azul à sua frente, segurou forte o cajado e tomou coragem:
    - Você ia realmente... estava matando minha amiga?
    - Ela não iria morrer: tenho certeza você não ia permitir que eu desacordasse seu amigo peludo e me daria a chance de fugir...
    - Não é disso que estou falando. Você estava escondido no quarto dela, roubando a energia dela. Isso a mataria, né?
    - Ah.... - o coala albino com asas, chifres e trocentos olhos coça a cabeça coça a cabeça por um momento - seria mais fácil assim, não acha?
    - ....C-como assim?
    - Você tem uma das mágicas mais poderosas que já vi e estou aqui do seu lado. Então, aproveito de alguma distração tua, como, por exemplo, você desmaiada na barriga do leviatã, e roubo tua anergia. Nunca mais precisaria me alimentar, pelos séculos dos séculos.
    - A energia que estava absorvendo denunciou sua posição para nós - informa Coração Ígneo, quando começam a cruzar as primeiras nuvens - e era em valores elevados.
    - Sua amiga - Virhe olha para Michiko - estava se divertindo muito com uma história, e suas emoções e histórias para mim são alimento. Não estava roubando dela, estava recolhendo para mim o que se dissiparia no ar em pouco tempo.
    Ela não sabia se estava satisfeita com a resposta, mas fazia algum sentido. Logo, graças à navegação de Coração Ígneo, sobrevoaram a rua de Alice e foram para a praça da Torre de Tóquio, onde desceram.

    Estava escuro e Michiko nunca imaginou que sentiria falta de sentir o chão sob seus pés. Deu até uns pisões mais fortes para acreditar que era de verdade. Meu Deus, que dia foi esse?
    - Bom, - Virhe bate as mãos satisfeito - aqui termina nossa trégua. A gente se afasta e a partir de então...
    - APRESAR!!
    Ela o prende nos pulsos e pernas com algemas acorrentadas ao chão. Poika ainda estava apagado, protegido por uma esfera de energia menor que a anterior.
    - Virhe, sem trégua - ela diz ostentando cajado e livro. Michiko era pequena, então sabia a impressão que estava dando em alguém que conseguia ser menor ainda - Trégua é coisa de guerra, e se estamos em guerra, acho melhor acabar com isso aqui e agora.
    Olha em torno, estavam sozinhos. Aquele lugar não era convidativo à noite.
    - Mas, você não me parece ser ruim, tenho nada contra você e não estou entendendo tudo o que aconteceu. Você promete machucar ninguém e depois conversarmos?

    Voou com coração mais leve até sua casa, e com Coração Ígneo garantindo que ninguém a veria. Viu as luzes acesas na sala, estavam assistindo tevê como sempre. Talvez ela tenha feito a decisão errada acreditando nele, mas se sentia tranquila com isso. Entrou pela janela de seu quarto, se destransformou e caiu na própria cama, fazendo um barulhão.
    Previsivelmente, ouve passos escada acima e logo mãe e irmã estão na porta do quarto, a encontrando sentada na cama.
    - Tá melhor, Mi?
    - Acho que estou sim, mãe?
    - Você tá suada, mas tá sem febre...
    - Passei aqui no teu quarto e você capotou, hein?

    - Enquanto isso - Poika interrompe a narrativa - eu estava enterrado em baixo de um monte de cobertores?
    Michiko, de pijama com estampa de gatinho e com a escova de dentes na boca, cruza os braços e responde séria:
    - E queria o quê? Se não fizesse isso ontem, não ia saber explicar e hoje você ia parar na carrocinha.
    Ela mexe a escova para alcançar os molares antes de continuar:
    - E, depois fiz uma caminha e te escondi debaixo da cama. Deu trabalho, tá?
    - É... obrigado.
    - De nada - responde secamente e imediatamente se levanta.
    - Onde você vai?
    - Enxaguar a boca, fica aí.
    "Tá no celular, Michiko?" - Poika ouve uma voz masculina vir do andar de baixo.
    "To sim, pai, mas já vou deitar"
    Passara toda a noite anterior inconsciente e quando acordou, se viu sozinho na casa. Até tentou se comunicar, mas foi rechaçado e, como o cansaço ainda lhe tomava, achou melhor doar mais algumas horas para o sono.
    - Você tem casa? - ela volta sem a capivara perceber.
    - Tenho, mas não vou voltar enquanto não capturar Virhe.
    - Você não quer voltar ou não pode voltar sem ele?
    - Teu mundo está em perigo, e você deixou ele escapar!!
    - Fala baixo! E ele salvou a gente, não percebeu?
    - Ele é o inimigo, tem de ser capturado!!
    - Não, é TEU inimigo, melhor, você que é inimigo dele. Eu tenho nada a ver com isso.
    - Hmpf! Você vai se arrepender.
    - Não joga praga em mim! Se ela pegar, vou te levar pro banho e tosa.
    - Tem monstros a solta no teu bairro, sabia? Eles vão machucar alguém!
    - Banho, tosa e castração.
    - To falando sério.
    - Fica aí, vou pegar a tesoura.
    - Michikooo! ò_ó
    Ela pega um urso de pelúcia e põe na frente da Poika. É quase que do tamanho dele. Sai do quarto na ponta dos pés, mas volta logo, murmurando "de dia procuro".
    - O quê?
    - A tesoura, eu disse.
    - Ei, tá me ameaçando?
    - Também sei ser perigosa >=)
    - Assim mesmo, você....
    - Você já repetiu isso dez vezes. Ele não me parece ser mau, ele fugiu de onde?
    - Da cela dele, oxi - a última coisa que Michiko enxerga antes dela apagar a luz e deitar-se é a mini-capivara de braço cruzados.
    - E porque ele estava numa cela, Poika?
    - Não posso... não sei. Se ele estava preso, é culpado. Se é culpado, tem de voltar a cela dele.
    A luz é acesa sem aviso, e o pai da família vê a filha deitada com um celular na mão e uma insuspeita capivara de pelúcia jogada perto do pé da cama.
    - Filha... er... desliga esse celular. Tá tarde.
    - Desculpa, pai. Tava mandando um áudio pra Luana, amanhã vou encontrar ela. Boa noite!
    - Boa noite.
    O silêncio não é rompido, nem a confortável escuridão. Assim mesmo, sem o desgaste do dia anterior e com milhões de perguntas e suposições se avolumando, o sono demora para chegar na menina.
    Tem muito mais acontecendo do que dizem para ela.
    E, definitivamente, algo de errado não está certo.
mushisan
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