Desmond confere as horas em seu celular, que por sorte ainda estava em sua antiga casa junto com o resto de seus pertences. Ele suspira preocupado com a demora de Baby e também com a sua volta para Neverhand, não queria que Ambrose soubesse que havia saído.
- Dess. - Baby o chama, mas não se aproxima.
- Ei, conseguiu ? - Desmond fala empolgado.
- Dess, eu sinto muito... - ele sussurra e o encara ansioso. Desmond vê a marca vermelha em seu rosto e nota que há algumas sombras vindo em sua direção.
- Tudo bem, Baby. Olhe para mim! - ele segura seu rosto e esta tomado pela raiva ao saber que Baby havia sido agredido novamente.
- Eu entendo, okay ? - Baby começa a chorar e consegue apenas assentir com a cabeça.
- Desmond, é bom saber que voltou para mim. - o gerente aparece acompanhado de dois homens. Ele abre seus braços e sorri com uma expressão sádica.
- Voltar ? Nem se eu estivesse louco! - ele empurra Baby para atrás de seu corpo e se prepara para um possível conflito.
- Desmond, você sabe que me deve, e que precisa pagar!
- Não te devo porra nenhuma, seu filho da puta louco!
- Certo. Sei que esta irritado por causa do que aconteceu da ultima vez, mas peço desculpas, okay ? Então vamos voltar logo, seus clientes estão com saudade.
- Já disse que não vou voltar.
- Que porra, Desmond! Você é meu e vai voltar agora! - ele grita irritado e sinaliza para os homens, que rapidamente avançam em sua direção. Um dos homens o segura por trás, o impedindo de usar suas mãos e ter a chance de se defender enquanto o outro desfere um soco em sua barriga, o deixando atordoado e ainda mais furioso.
Após alguns golpes, o sangue de Desmond parece ferver em suas veias, já havia aguentado calado muitas agressões e humilhações, agora era sua vez de revidar. Na pequena pausa entre um golpe e outro, ele pisa no pé do homem que o segura e consegue se soltar, e antes de que pudesse receber outro soco, seu punho avança em direção ao rosto do segundo homem.
- Mas que merda, essa puta é bem forte! - o ele ri com deboche e lhe dá um soco no rosto.
- Dess! - Baby grita e tenta ir ajuda-lo, mas o gerente o impede, o segurando.
- Que merda, humano filho da puta! - Desmond cospe um pouco de sangue e sorri, agora estava realmente empolgado para dar alguns socos e não deixaria isso passar. O homem avança e tenta acerta-lo, mas ele desvia e golpeia sua barriga, em seguida segura sua cabeça e lhe dá uma joelhada. Vendo seu parceiro abatido, o segundo homem avança sobre ele, mas é rapidamente contido.
- Mas que porra... - o gerente resmunga e empurra Baby para o lado, pega uma barra de ferro do chão e golpeia o tronco de Desmond, que geme de dor, mas continua de pé.
- O que... ? - ele encara surpreendido a barra de ferro, que havia entortado com o impacto. Desmond se vira em sua direção e chuta sua cabeça, fazendo com que ele perca o equilíbrio e acabe caindo.
- Eu te disse que não ia voltar! - Desmond se ajoelha próximo ao seu corpo, o segura pela gola e desfere um soco atrás do outro em seu rosto. Ao se cansar, ele pega a barra de ferro e golpeia sua cabeça para garantir que o gerente permaneça no chão.
- Dess... - Baby se aproxima e ainda está chorando, ele o abraça por trás e tenta fazê-lo parar.
- Baby, pega suas coisas e fecha o bordel. Avise aos meninos o que aconteceu.
- O quê ? Mas e você ?
- Eu tô bem, serio. Tô em um lugar legal...
- Vem comigo, me deixa pelo menos te ajudar com os machucados!
- Baby, me escuta! - Desmond segura seu rosto e o encara com uma expressão séria, que Baby nunca havia visto.
- No escritório tem um cofre atrás do quadro, a senha ta na agenda dele. Pega tudo, divide com os meninos e sumam daqui o mais rápido possível. Entendeu ?
- Sim, ma-mas...
- Baby, me promete que vai fazer isso, me promete que nunca mais vai se vender! - Baby concorda com a cabeça ainda em lagrimas.
- Beleza, agora vai! - ele o solta e Baby corre em direção ao bordel. Desmond suspira ao vê-lo se afastar e se senta no chão para descansar, seu corpo estava doendo de mais para se manter de pé.
Desmond pega a mala com as coisas que guardou antes e caminha cambaleando pela rua, a dor estava se espalhando por seu abdômen e se tornando insuportável, mas ele precisava continuar e voltar.
- Senhora! - o lobo grita enquanto corre em sua direção.
- Você fez o que eu mandei ? - ele fala com certa dificuldade.
- Sim, comprei água e comida, mas o que aconteceu com você ? - o lobo passa seu braço por seu ombro e o ajuda a caminhar.
- Ótimo... - Desmond sussurra e sorri satisfeito, mas logo depois desmaia nos braços do guarda.
- Senhora ?! - ele se desespera e tenta acorda-lo.
- Ei cara, o que aconteceu ? - um lobo jovem da Casa Vadim aparece e se surpreende ao ver a Rainha inconsciente
- Me ajuda, porra!
- Beleza, vamos levar ele para o carro!
O guarda organiza as caixas de comida e água para levar á Neverhand com a ajuda dos dois lobos Vadim.
- Consegue levar essas caixas ?
- Claro! - o lobo mais jovem põe duas caixas sobre cada ombro e atravessa, logo o outro lobo faz o mesmo. Em poucos minutos tudo já estava do outro lado e assim seria mais fácil distribuir para o povo.
- Obrigado, me ajudaram pra caralho! - o guarda cumprimenta os lobos.
- De boa, mas você vai ficar bem com ela ?
- Claro, ele é fácil de carregar! - eles dão risada e logo os lobos se despedem, o guarda pega Desmond em seu colo novamente e atravessa para o outro lado. Ao chegar em Neverhand, ele acorda um pouco desorientado, mas ao ver aquele enorme lobo marrom em sua frente nota que já havia voltado.
- Então deu certo ? - Desmond sussurra.
- Sim, a comida esta toda aqui. - ele sorri.
- Ótimo, dê ao povo... diga que foi Ambrose.
- Como quiser. - ele o aninha próximo ao seu corpo e Desmond volta a ficar inconsciente.
- Obrigado, minha Rainha...
- Você parece preocupado... - Ceolli sussurra e o abraça, mas Ambrose continua quieto e distante.
- Não é nada de mais, não se preocupe.
- Sabe que pode me dizer, não é ? - ela esfrega o rosto em seu pescoço e suas mãos deslizam em direção a sua virilha.
- Você já está duro... - a moça sussurra e sorri, ela começa a acariciar o volume em sua roupa, mas Ambrose se mantém calado e logo o barulho de batidas na porta acabam com sua diversão.
- É o Lyter. - o Rei se levanta no mesmo instante e abre a porta, eles cochicham sobre alguma coisa e Ambrose volta apressado para dentro, pegando seu robe.
- Preciso sair, vá para o seu quarto. - ele se veste rapidamente e caminha até a porta.
- Espera, para aonde vai ? - ela sai da cama apressada e se agarra ao seu corpo.
- Preciso resolver um problema. - Ambrose a afasta e sai, a deixando sozinha e confusa.
- Vamos, Lyter!
- Sim... - o lobo acena com a cabeça e o segue. O Rei caminha apressado e irritado pelo corredor até chegar no quarto de Desmond, ele abre as portas de repente e o encontra inconsciente na cama enquanto uma jovem fêmea cuida de seu corpo com a ajuda de Nanber.
- Saiam. - ele ordena em um tom autoritário e frio, que faz todos sentirem calafrios.
- Senhor, eu preciso cuidar dela! - a fêmea insiste, tentando fazê-lo ser mais razoável.
- Eu disse para sair! - Ambrose rosna e ela sai assustada. Nanber segue em direção a porta, mas é parada por ele.
- Nós falaremos sobre isso mais tarde... - o Rei sussurra e ela apenas concorda com a cabeça.
- Lyter, traga água quente e toalhas limpas.
- Sim, senhor.
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