- Desmond, está acordado ? – Nanber fala ao entrar no quarto.
- Sim. Algum problema ? – Desmond, que ainda está acamado após o incidente no mundo humano, desvia seu olhar até a moça.
- Lyter me disse que o casal real foi convidado para um jantar hoje á noite... – ela fala um pouco hesitante
- Preciso mesmo ir ? Eu sou apenas a esposa de fachada! – ele bufa e revira os olhos.
- Os Willbur são uma das principais famílias de Neverhand. Sendo uma esposa de verdade ou não, ainda é a Rainha. Comparecer ao jantar seria bom...
- Está tentando me convencer pelo bem do reino ou está tentando apenas me vestir como uma boneca ? - Desmond ergue uma de suas sobrancelhas.
- Os dois! – Nanber fala sorridente.
- Okay, confio no seu bom gosto, mas nada apertado de mais!
- Pode deixar! – ela caminha animada em direção ao closet.
20:00 horas da noite.
- Está tudo pronto ?
- Sim, o Rei está o esperando para saírem. – Nanber fala enquanto abre a porta do quarto.
- Okay, vamos logo, não quero deixa-lo esperando. Ambrose é um porre quando está irritado! – ele ri e caminha devagar para fora do cômodo, suas costelas ainda doíam.
- Senhora, preciso falar! – o guarda, que antes frequentava sua cama, se aproxima parecendo um pouco atordoado.
- Agora não posso, tenho que sair com meu marido.
- Por favor, é importante!
- Se é tão importante, fale de uma vez. Estou com pressa! – Desmond suspira.
- É sobre o assunto que me pediu para investigar... – o guarda volta seu olhar para Nanber e logo depois olha ao redor desconfiado.
- Não se preocupe, Nanber é de confiança.
- Certo... – ele sussurra e se aproxima, cochicha algo em seu ouvido e sai apressado.
- Alguma coisa útil ? – Nanber questiona.
- Sim. Muito, na verdade! – Desmond sorri.
- Vamos ? – a moça estende sua mão e sorri.
- Claro! – ele segura sua mão e se deixa ser guiado até a saída. Ao chegarem no pátio, Desmond vê o Rei parado próximo a uma carruagem.
- É bom vê-lo de pé. – Ambrose se aproxima e estende sua mão.
- Fala como se eu estivesse morrendo! – Desmond revira seus olhos e segura sua mão.
- Sua boca continua atrevida... – ele ri e o guia até a carruagem.
- Sugiro que não me irrite hoje, ou jogarei sua apreciada reputação no lixo! – Desmond finge um sorriso gentil e entra na carruagem.
- Que esposa perigosa! – Ambrose ri e também entra, se acomoda no banco à sua frente e logo começam a se mover. À medida em que avançam em direção ao Distrito, o silêncio toma conta e Desmond continua indiferente.
- Está especialmente lindo hoje, Desmond. – ele rompe o silêncio e lhe dá um sorriso gentil. Às vezes podia ser dócil quando queria.
- Eu sei! – Desmond o responde com um tom frio, mas acaba ficando corado com seu elogio. Foi pego de surpresa.
A carruagem para de repente e logo a porta se abre, Ambrose desce primeiro e estende sua mão para Desmond, que a segura e desce com sua ajuda.
- Vamos apenas jantar e ir embora o mais rápido possível. – ele sussurra próximo ao seu ouvido e beija sua bochecha.
- Lembre-se de que estão nos observando. O tempo todo.
- Eu entendo. – Desmond força um sorriso gentil, precisava atuar bem. O casal caminha até a entrada principal da grande mansão da família Willbur e logo são recebidos pelo alfa e seus três filhos.
- Sejam bem-vindos, é uma honra recebê-los! – o lobo de pelagem escura e grandes garras os cumprimenta, ele se curva e seus filhos fazem o mesmo.
- Agradecemos o convite, Willbur. – Ambrose responde educadamente.
- É bom revê-lo, Willbur. – Desmond sorri.
- Digo o mesmo, senhora... - o lobo sorri.
- Entrem, está frio aqui fora! – o filho mais velho fala e aponta em direção ao interior da casa. O casal entra e são guiados por um dos empregados até a sala de jantar.
- Sei que a viagem é longa, devem estar famintos! – o lobo fala enquanto se acomoda em seu assento, em seguida sinaliza para o empregado, que se apressa em servir o jantar.
- Com certeza. – Desmond brinca.
- Espero que desfrute do jantar, senhora. - o filho do meio fala com um sorriso gentil em seu rosto.
Após o jantar ser servido, Ambrose e Willbur entram em uma conversa sobre política, que pouco interessa a Desmond, que desejava apenas comer e ir embora.
- Como está a comida ? – o filho mais novo o questiona e sorri para ele.
- Está ótima! – Desmond fala sorridente e come mais um pouco.
- Ficamos felizes de que tenha aceitado nosso convite.
- Eu que agradeço por esse maravilhoso jantar! - Desmond fala de forma gentil, tentando esconder a dor que se espalha por seu abdômen.
- Como é comandar um país ? Mais difícil do que esperava ? - o filho do meio entra na conversa e o encara curioso.
- Apesar dos protocolos e reuniões, não é ruim.
- Que bom que se adaptou. - ele fala com certo sarcasmo. Desmond o encara fixamente, irritado com seu desrespeito, mas acaba relevando. Uma briga não os levaria a lugar algum.
- Desejo uma ótima viagem de volta, meu senhor. - o alfa se curva.
- Agradecemos pelo jantar, Willbur. - Ambrose o agradece com um falso sorriso.
- Espero que pense sobre minha proposta.
- Pensarei.
- Obrigado...
- Ambrose, a carruagem está esperando por nós... - Desmond sussurra e se agarra ao seu braço. Já havia cumprido seu papel de esposa e estava cansado.
- Sim, tem razão. - o monarca se despede novamente da familia e segue com Desmond até a carruagem, que rapidamente começa a se mover, os levando de volta ao palácio.
- Finalmente acabou! - Desmond resmunga e apoia sua cabeça na janela.
- Acostume-se, enfrentará muitos jantares assim.
- Sinto calafrios só em pensar! - ele ri, mas sente que morreria se tivesse que fazer isso de novo.
- Com o tempo vai se acostumar e... - Ambrose para ao sentir o cheiro singular de sangue fresco. Ele se põe em alerta e logo a carruagem para, havia algo errado.
O lobo gesticula para Desmond, pedindo silêncio e pega a espada que estava escondida em baixo do banco.
- Não saia. - ele sussurra e sai. Ao descer, Ambrose mantém sua espada empunhada e olha ao redor.
Ele se aproxima dos cavalos, para conferir se estão bem e se depara com o condutor morto. Ambrose suspira e volta sua atenção para a floresta, de onde ouve um barulho. O lobo sai de dentro dos arbustos e avança em sua direção empunhando uma espada, mas rapidamente é levado ao chão após receber um golpe certeiro do Rei.
Ele retira a lâmina de seu corpo e antes de que pudesse se virar, outro lobo tenta ataca-ló. O Rei desvia para o lado e corta sua coxa, com a intenção de fazê-lo apenas cair.
- Quem o enviou ? - Ambrose pisa em seu abdômen com certa força, o fazendo grunhir de dor. O lobo apenas ri e se mantém em silêncio.
- Fale! - ele aponta a espada para o seu pescoço.
- Me desculpe senhor, mas não posso fazer isso! - o lobo murmura com certa dificuldade e desvia seu olhar para a carruagem. Ambrose nota seu olhar e também olha na mesma direção.
- Me desculpa... - Desmond, que havia sido pego por outro lobo, sussurra e mantém seu olhar fixo em seu rosto. Não devia ter saido.
- Não se aproxime! - o lobo esbraveja e o segura com mais força, ao mesmo tempo em que aponta uma adaga para o seu pescoço.
- Deixe ele ir. - Ambrose fala enquanto lentamente esmaga a caixa torácica do lobo que está no chão, logo depois gira seu corpo em direção a eles e o encara.
- Deixar ele ir ? Só se eu estivesse louco! - o lobo fala com um sorrisinho em seu rosto, mas recebe apenas um olhar furioso do Rei.
Enquanto ele está distraído com Ambrose, Desmond lentamente retira sua adaga de dentro de seu vestido e a crava em sua coxa. Fazendo o lobo gritar de dor e acabar se descuidando com sua lâmina, provocando um pequeno corte no pescoço de Desmond.
- Arg... porra! - ele esbraveja e se afasta do lobo, que retira a lâmina de sua perna e tenta fugir, mas é rapidamente derrubado por Ambrose, que lança uma faca em sua direção e atinge suas costas.
- Você está bem ? - o Rei o puxa para mais perto e segura seu rosto.
- Sim, só me cortei... - Desmond tira seus dedos do pescoço e eles estão cobertos por sangue. Ambrose o encara preocupado tenta conter o sangue.
- Temos que ir, precisa ver um médico agora! - ele começa a se apavorar, mas antes de que pudesse fazer algo, Desmond cai em seus braços.
- Desmond! - o Rei grita seu nome enquanto o segura, mas ele não desperta. Estava fraco e inconsciente.
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