- Desmond! - Nanber fala enquanto corre em sua direção, ela agarra seus ombros e o encara da cabeça aos pés.
- Está bem ?
- Sim, estou bem! - Desmond sorri e a tranquiliza.
- Graças a deusa! - ela o abraça, mas logo nota que algo está errado.
- O que... ? - Nanber murmura.
- Algum problema ?
- Você...
- Algumas coisas aconteceram. Eu te falo depois. - ele sussurra e lhe dá um sorriso gentil.
Enquanto conversam, Ambrose entra e logo é recebido por Lyter, que também estava ansioso por sua volta.
- Aconteceu algo ?
- Sim, tivemos um imprevisto.
- Que tipo de imprevisto ? - ele ergue uma de suas sobrancelhas.
- Falaremos sobre isso mais tarde. - o Rei suspira.
- Ambrose! - Desmond chama sua atenção e se aproxima.
- Preciso falar...
- Certo, faremos isso depois. Descanse agora, você precisa.
- Precisa ser agora. É importante!
- Desmond, descanse... - ele segura seu rosto com as mãos e o encara parecendo estar esgotado. Desmond suspira e decide esperar.
- Certo... - ele força um sorriso.
- Vamos, Lyter. - Ambrose volta sua atenção para o lobo, que apenas concorda com a cabeça, mas antes de que pudessem ir, Ceolli corre em direção ao Rei e se agarra ao seu corpo.
- O que aconteceu ? Eu estava tão preocupada! - ela fala com a voz chorosa.
- Estou bem, não se preocupe. - ele suspira e acaricia seus cabelos, mas a afasta logo em seguida. Estava sendo barulhenta.
- Quer que eu te ajude a relaxar ? Posso preparar um banho e...
- Ceolli, chega! - Ambrose fala em um tom frio e segue em direção ao seu escritório com Lyter. A mulher o observa surpresa e irritada, nunca havia sido tratada assim.
Desmond, que observava a cena, a encara um pouco irritado. Não queria ter que lidar com os romances de Ambrose.
- Senhora, venha... - Nanber chama sua atenção, o fazendo voltar a realidade.
- Certo! - ele sorri, tentando disfarçar.
- Não acha que deveria descansar ? - Lyter o questiona preocupado.
- Não, tudo bem. - ele se senta em sua cadeira e se recosta.
- E então, o que houve ?
- Fomos atacados durante a viagem de volta.
- Por quem ?
- Mercenários.
- Alguma suspeita ?
- Sim, muitas!
- O que quer fazer ? Poderia conduzir um interrogatório, mas duvido que tenha deixado alguém vivo. - Lyter ri.
- É difícil achar provas nessas circunstâncias. Apenas se mantenha alerta e me avise caso algo aconteça.
- Certo.
- E redobre a segurança da Rainha.
- Acha que o ataque foi direcionado a ela ?
- Sim... - ele suspira e se lembra de como Desmond se retorcia de dor em seus braços.
- Irei selecionar alguns guardas.
- Certo, obrigado.
- O quê ? Você se transformou ? - Nanber o questiona surpresa.
- Sim, foi horrível e doloroso, mas estou bem agora!
- Então você agora é um de nós ?
- É, mais ou menos...
- Isso é incrível! - ela o abraça animada.
- Certo, certo. - Desmond tenta se soltar, mas Nanber o abraça mais forte.
- Ah! certo, eu deveria te ajudar com isso. Deve ser um pouco confuso, não é ?
- Na verdade estou bem com isso, mas o barulho me irrita, então sem surtos de alegria de agora em diante! - ele ri.
- Entendo. Então que tal um banho agora ?
- Seria ótimo! - Desmond se levanta e caminha até o banheiro com Nanber, ele se senta na borda da banheira e espera.
- Nanber, posso te perguntar algo ?
- Sim, claro!
- Quem era aquela ? A que estava agarrada em Ambrose.
- Ceolli, sua amante. Não a conhecia ?
- Não pessoalmente, apenas ouvi rumores.
- O Rei se relacionava com ela antes do casamento, e ainda estão juntos, mas todos dizem que Ambrose a trata apenas como um passatempo.
- Entendo. - ele força um sorriso e sua mandíbula se contrai. Se sentia incômodo novamente.
No dia seguinte.
- Podemos nos ver hoje à noite ? Estou com saudade! - Ceolli se senta em seu colo e acaricia os pelos de seu rosto.
- Estou ocupado, Ceolli.
- Você sempre diz isso. Se cansou de mim ? - ela choraminga.
- Não, eu só... - Ambrose é interrompido por batidas na porta.
- Entre. - ele fala um pouco alto. A porta se abre e Desmond entra, se aproxima de sua mesa e o encara em silêncio.
- Podemos falar ?
- Ceolli, saia. - Ambrose fala em um tom frio, mantendo seu olhar fixo no rosto da Rainha.
- Certo... - ela se levanta e antes de sair, se curva para Desmond.
- Então é você a amante do meu marido ? Muito bonita... - ele agarra seu rosto e a encara indiferente.
- Admito que tem bom gosto, Ambrose. - Desmond fala de forma sarcástica e força um sorriso.
- Desmond. - ele chama sua atenção e lhe dá um olhar desgostoso.
- Certo, vamos ao que interessa. - Desmond a solta e se senta. Ceolli se apressa e sai, os deixando finalmente sozinhos.
- Sobre o que quer falar ?
- No dia do nosso casamento recebi uma caixa com um animal morto dentro. Um coelho branco.
- O quê ? Por quê não me disse antes ?
- Não queria te preocupar, pensei que seria apenas uma piada de mau gosto.
- Sabe quem fez isso ?
- Sim, pedi para um dos meus guardas investigar.
- Seu... ? - Ambrose sussurra irritado e ergue uma de suas sobrancelhas. Não gostava nada disso.
- No dia do jantar ele me disse que um dos empregados da Casa Willbur foi visto deixando a caixa junto com os outros presentes.
- E não me disse nada ? Porra, Desmond! - ele se levanta de repente e bate na mesa.
- Como posso te proteger se você não me diz nada ?
- Estou dizendo agora.
- Certo, esqueça! - ele esfrega os olhos e se senta novamente.
- Esse guarda, ele tem certeza do que está dizendo ?
- Sim. Confio nele.
- Então devemos encontrar esse empregado e interrogá-lo... - Ambrose suspira e se recosta na cadeira, mas sua atenção se desvia até a porta.
- Entre.
- Me desculpe por interromper. - um lobo jovem entra e se curva.
- Algum problema ? - Desmond o questiona.
- Os anciões estão aqui para organizar a cerimônia.
- Que cerimônia ? - Desmond o encara confuso.
- É uma cerimônia em homenagem à Deusa Gaia, é organizada em conjunto com os anciãos da cidade.
- Que legal! Me deixe ajudar! - ele fala animado.
- Tem certeza ? Pode ser um pouco demais para você.
- Do que está falando ? Eu posso fazer isso!
- Bom, tudo bem! - Ambrose ri.
- Avise a eles que a Rainha vai encontrá-los!
- Sim, senhora. - o lobo se curva e sai.
- Me avise quando o encontrar. - Desmond se levanta e sai, indo encontrar os anciões.
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