Terça-feira, 05 de janeiro, 17:00 horas da tarde, estação de metrô Fleur de Cerisier, Paris, França.
- "Atenção senhores passageiros: O trem está chegando na estação."
O jovem estrangeiro segurou firme na alça da sua mala e suspirou, para ele ainda parecia um sonho estar em Paris. Enarê Santiago havia ganhado uma bolsa na Université De Verveine, uma das mais prestigiadas Universidades de artes do mundo.
Era inverno e a estação estava fria assim como toda Paris, mas apesar disso o seu corpo estava quente e uma enorme ansiedade estava tomando conta dele, coração acelerado, mãos suando. Isso poderia ser apenas uma ansiedade comum para alguém que esta em um país novo sozinho, porém aquele estrangeiro era um ômega. Ele havia acabado de descobrir seu segundo gênero, em um país onde não era comum ser alfa ou ômega, e talvez por isso só tenha se dado conta de que seu cio estava começando quando já era tarde de mais.
Enquanto os sintomas do cio se intensificavam, seus feromônios saiam descontroladamente e mesmo sendo um recessivo o seu cheiro era intenso. A medida em que os minutos se passavam o seu corpo ficava ainda mais quente, deixando Enarê preocupado e assustado, nunca havia se sentido assim antes.
Ele estava ficando ofegante, seu coração batia ainda mais rápido do que antes e parecia que a qualquer momento sairia pela sua boca. Suas pernas cedem e ele vai ao chão, com seu corpo queimando e uma ereção em sua calça.
- Ei jovem, você está bem ? – uma voz masculina o chamou, mas sem forças Enarê não conseguiu responder ou até mesmo se mover. Ele sabia que estava em perigo e que algo terrível poderia acontecer se continuasse sentado no chão, e isso o deixava em pânico.
- Você é um ômega ? Trouxe seus inibidores ? – o homem insistia em fazer perguntas que ele não podia responder e por alguma razão a sua presença o deixava ansioso.
- Parece que está no cio... - o homem sussurra para si mesmo e sorri. Depois disso o ômega perdeu a consciência por algum tempo e quando voltou a si, presenciou algo que jamais esqueceria. O mesmo homem que tentou ajudá-lo agora estava tentando tirar sua roupa e tocando seu corpo como bem queria, ele tinha os olhos dourados e uma expressão terrível em seu rosto como se fosse literalmente come-lo vivo.
- N-não por favor... - ele murmurou e até tentou afastar o alfa, mas não tinha forças. O seu corpo inconscientemente reagia aos feromônios dele, mesmo sentindo medo e nojo, estava totalmente indefeso naquele momento.
- O que você pensa que está fazendo seu animal ?! – de repente a voz de outro homem surge e mesmo que o ômega não pudesse ver bem, sabia que ele estava tentando salva-lo.
- Saia de perto desse ômega! - o outro alfa segurou o homem pelo casaco e o jogou para longe, em seguida se abaixou e ajudou Enarê a se levantar. O ômega ainda estava sofrendo com o cio, mas agora estava um pouco mais consciente do que acontecia ao seu redor e ele se sentia estranhamente seguro ao lado daquele alfa.
- Você está bem ? Ele te mordeu ou fez mais alguma coisa ? - a mão direita do alfa foi em direção ao seu rosto e o acariciou com delicadeza, como se ele fosse uma pequena e frágil escultura de vidro. O ômega se assustou, mas não o afastou, o seu toque era quente e o seu cheiro o deixava mais tranquilo.
- Tudo bem, não vou fazer nada, os seus feromônios não fazem efeito comigo. – o alfa sorriu de maneira gentil e estendeu sua mão para o ômega. E naquele momento mesmo estando assustado ele pensou que não poderia recusar, tudo naquele homem o atraia, seu estranho cheiro que não parecia pertencer a nenhum perfume, sua maneira de falar e agir ou até mesmo a forma como se vestia, Enarê não sabia quem era aquele alfa e mesmo não conseguindo ver bem o seu rosto ele sabia que estava tudo bem acompanha-lo.
- Consegue andar ?
- Sim! – o ômega respondeu rapidamente e segurou a mão do alfa, sem qualquer tipo de medo, ele apenas sentia que precisava ir a qualquer lugar onde ele também estivesse.
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