No dia seguinte, começava mais um dia de aulas na universidade e mesmo precisando estudar muito para alcançar sua turma isso não o impediu de fazer planos para visitar todos os lugares famosos em seu tempo livre no final de semana.
Sábado, 09 de janeiro, 15:45 horas da tarde, Museu do Louvre.
Por ser um artista e também um apreciador de arte, ele sabia exatamente onde deveria ir, os museus e galerias que deveria visitar. Começando pelo Louvre, um dos mais famosos museus de Paris e até mesmo do mundo.
Enarê estava encantado com cada pequeno detalhe daquele lugar, não só sua história era magnífica como também as artes que ele abrigava, lá estavam obras como Vênus de Milo, A Balsa da Medusa e a famosa Mona Lisa. A cada cômodo onde ia ficava mais impressionado com as esculturas, pinturas e até mesmo o próprio prédio que era uma grande obra de arte.
Acabou ficando tão empolgado e imerso nisso que enquanto tirava algumas fotos esbarrou em um homem que estava logo a sua frente.
- M-me desculpe, eu não vi o senhor! – o ômega se virou e olhou para o homem, o cheiro forte do seus feromônios o fez lembrar de quem ele era de imediato, era o mesmo alfa que o ajudou naquele dia. De repente todas as lembranças ruins voltaram e Enarê sentiu seu estômago embrulhar e sua cabeça dar voltas.
- Tudo bem, não tem problema! – o alfa sorria de maneira simpática esperando uma reação positiva do ômega, mas ele se sentia tonto e enjoado, logo suas pernas cederam e por reflexo o alfa o segurou firme em seus braços e o ajudou a ficar de pé. Enquanto estava em seus braços Enarê acabou ficando corado de vergonha, mas por algum motivo se sentiu seguro, com uma estranha sensação de pertencimento, e por isso acabou liberando um pouco de feromônios, o que logo causou um pequeno alvoroço no museu.
- Merda! Você esta louco ? Não libere seus feromônios aqui! – o alfa segurou em sua mão direita e o guiou para fora do museu, ele parecia incomodado com cheiro de seus feromônios e toda aquela atenção voltada para eles.
- Aonde está me levando ?! – o ômega questionou enquanto era obrigado a seguir o alfa, que segurava firme em sua mão ao passar entre a multidão.
- Para fora do museu, é perigoso ficar no meio da multidão em um lugar fechado. – Enarê o seguiu calado até chegar em uma parte mais afastada do lado de fora do museu e também pouco movimentada, ele estava ofegante e ainda corado, mas seus feromônios pareciam estar sob controle agora.
- Ainda não sabe como controlar seus feromônios ? Você tem um cheiro bem forte pra um recessivo! – o ômega havia descoberto a pouco tempo que tinha um segundo gênero, todo aquele mundo era novidade para ele e por isso não sabia como deveria controlar seus feromônios.
- Me desculpe, eu não sei como controlar isso ainda... – Enarê desviou seu olhar para o chão e se sentiu envergonhado, ele não entendia o porquê aquele homem parecia irritado. O alfa o puxou pelo antebraço e o abraçou novamente, o seu corpo quente o aqueceu e o fez se sentir tranquilo.
- Tudo bem, vai aprender a controlar com o tempo. Apenas respire fundo e logo isso vai acabar. – o alfa sussurrou e o abraçou com mais força. Enarê se agarrou ao seu corpo e apoiou a cabeça em seu peito, podia ouvir o seu coração acelerado e sentir ainda mais o cheiro dos seus feromônios.
- O seu cheiro é doce. – o alfa sussurrou novamente. O ômega levantou um pouco sua cabeça para que pudesse olhar para o seu rosto e sorriu, um lindo e largo sorriso que fez com que o homem ficasse corado.
- Achei que nunca mais fosse te ver, Enarê. – ele suspirou aliviado e sorriu, o ômega se surpreende ao ouvir seu nome e fica feliz por saber que o alfa ainda se lembrava daquele dia. Isso o deixou tão feliz que por impulso acabou beijando o homem, um beijo doce e lento onde suas línguas estavam entrelaçadas e seus corpos ainda mais colados que antes.
- Olá, Dr. Yohan. – Enarê sussurrou e sorriu, o alfa soltou uma leve risada e acariciou seu rosto, era bom vê-lo novamente.
Enquanto riam e trocavam algumas carícias como se fossem amantes de longa data o celular do alfa tocou.
- Me desculpe, preciso atender essa ligação! – Yohan dizia enquanto se afastava.
- Eu preciso ir, sinto muito! – ele se aproxima do ômega e parece estar decepcionado, não queria ir embora daquele jeito, mas não tinha escolha.
- Tudo bem, vá com cuidado! – Enarê sorriu de maneira gentil e demonstrou compreender a situação.
- Você está bem ? Pode ir para casa sozinho ? - Yohan estava realmente preocupado em deixá-lo sozinho.
- Sim, eu posso ir sozinho!
- Okay, então entre em contato comigo mais tarde, vou esperar sua ligação. – Yohan beijou a testa do ômega e saiu apressado, Enarê suspirou ao vê-lo se afastar e logo depois foi caminhando até um ponto de ônibus próximo dali.
*Mensagens de texto*
18:00 horas da noite
Olá Dr. Yohan, é o Enarê. Você me pediu para ligar, mas não queria te incomodar, por isso estou mandando uma mensagem.
Obrigado de novo e me desculpe por hoje, gostaria de te pagar um café pra te recompensar apropriadamente.
19:30 horas da noite
Olá Enarê, fico feliz que tenha entrado em contato comigo!
Eu adoraria tomar um café com você, me diga quando estiver livre e podemos sair.
Okay!
*Fim das mensagens*
- Ei Yohan, quer sair para beber ?
- Não Adam, estou cansado, talvez outro dia. - ele desviou seu olhar do celular e o encarou. Adam é um alfa como o Yohan, e também um dos médicos que trabalham no hospital. Os dois haviam ido para faculdade juntos e por isso eram muito próximos.
- Você está estranho esses dias, aconteceu algo ? - Adam o encarava como se estivesse tentando ler os pensamentos de Yohan.
- Eu conheci alguém faz alguns dias... só isso. - apenas em falar sobre Enarê fazia com que o alfa ficasse corado e seus olhos brilhassem.
- Nossa! Isso é incrível! Estou surpreso que o grande Dr. Yohan esteja de olho em alguém. - Adam riu, mas se deu conta de que a expressão do seu amigo havia mudado completamente ao falar sobre aquela pessoa.
- Então me diz, como ele é ? É um beta ou um alfa ? - ele estava realmente curioso sobre quem havia roubado o coração do seu amigo.
- Ele é um ômega, Adam. Um ômega muito especial com um cheiro incrivelmente doce! - o alfa sorria enquanto falava e havia tanta emoção em seu tom de voz que deixou Adam surpreso, ele arregalou seus olhos e quase não podia acreditar. O seu melhor amigo que evitava até mesmo estar no mesmo ambiente que os ômegas agora falava sobre um com uma expressão tão apaixonada em seu rosto.
- Você consegue sentir o cheiro dele ? - Yohan balançou a cabeça afirmando que sim e sorriu.
- Precisa me apresentar esse ômega, entendeu ? Eu preciso ver isso com os meus proprios olhos! - Yohan riu pela reação do seu amigo e concordou em apresentá-los se as coisas realmente se saíssem bem.
- Mãe ? Está muito ocupada ? - o ômega falava ao telefone enquanto tomava uma boa xícara de café sentado em sua varanda, ele adorava a vista daquele lugar.
- Estava apenas lendo, algum problema filho ?
- Na verdade não, só queria te dizer uma coisa... - antes mesmo de falar ele já estava corado e envergonhado, apenas em se lembrar do Yohan o ômega sentia seu coração palpitar e seu corpo formigar.
- Pode me dizer. - como sempre sua voz era calma e doce, isso sempre o deixava confortável.
- Eu conheci alguém e ele é incrível mãe, é um alfa! - Enarê estava tão empolgado que não parava de falar, ele estava feliz por ter conhecido alguém como Yohan.
- Parece que gosta mesmo desse rapaz. - apesar de não poder ver a expressão em seu rosto, ela podia sentir apenas em seu tom de voz o quanto seu filho gostava daquele homem, algo que apenas uma mãe perceberia logo de cara.
- Sim, mãe! - Enarê sorriu tão alegremente ao dizer aquelas palavras que poderia iluminar um bairro inteiro.
A conversa durou por mais alguns minutos e depois de desligar o ômega continuou na varanda olhando para o céu e pensando sobre ele.
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