A Prefeitura, o Supremo Tribunal e a Bolsa de Valores estavam intactos no final daquela semana. O que precisava de reparos era o Estádio de Gotham, completamente devastado pela potência de não uma, nem duas, mas três bombas C4. Não houve mortes, o Batman se assegurou disso, disse a equipe de seguranças que alegam terem visto o protetor silencioso enquanto ele os escoltava para fora. Aparentemente, o até então desaparecido Temple Tockman organizou o ataque terrorista, e todas as provas estavam na Torre do Relógio, que foi alvo de algum tipo de “guerra de gangues”, era o que a polícia dizia pelo menos. Ele estava sendo levado para uma prisão de segurança máxima, Belle Reve, do outro lado do país, pela chefe de segurança federal Amanda Waller. Isso é bom, todo mundo que cai na mão dela nunca mais volta, aparentemente.
Barbara faltou às aulas de Karatê do resto da semana por “indisposição”, pelo menos é o que ela atestava, tendo que disfarçar as diversas contusões que sofreu no dia anterior. Ela e Dick se encontraram na caverna uma última vez antes do fim de semana, que passariam com seus pais, ambos estavam igualmente aliviados e assustados com o acontecimento dos últimos dias. Sentados um do lado do outro, eles conversaram:
- Então… Conseguimos – Dick começou.
- Conseguimos.
- E agora? Olha só tudo o que a gente fez.
- É incrível, né?
- Apesar de eu achar extremamente perigoso… Sim. Nós fomos feitos pra ser uma dupla incrível, né.
- Sim…
- Talvez “Uma Dupla Dinâmica”, hein? – Dick gesticulou pelo ar sorrindo, e Barbara riu.
- Que nome ruim.
- Não seja tão crítica, hm… É isso?
- O que?
- O Fim, é isso, esse é o fim?
- Não! – Grayson pareceu desapontado, mas sabia que não tinha como discutir com ela naquela altura – Dick, nós salvamos Gotham! Milhões de pessoas, vivas, por nossa causa. Nós precisamos continuar, nós podemos fazer a diferença!
- …Só me promete uma coisa? Nunca faça isso sozinha. A ajuda do Batman foi essencial.
- A sua também… – Ambos ficaram vermelhos – Tá, eu prometo.
Logo, algo no computador de Barbara chamou a atenção da dupla. Dick se aproximou com curiosidade enquanto ela abria o laptop para verificar a fonte das luzes e sons. E lá, na tela na frente deles, a figura obscurecida do Batman se encontrava, os observando. Ambos ficaram em choque e completo silêncio enquanto seu ídolo falava para eles:
- Barbara Gordon II e Richard John Grayson. Mais conhecidos como Batgirl e Oráculo, respectivamente. Eu direi isso apenas uma vez para vocês: Ambos são muito jovens, crianças. Vocês prestaram um grande serviço para Gotham, um serviço que não passou despercebido por mim, então darei a vocês o poder de escolherem acabar com essas operações agora. Estamos entendidos? – O silêncio deles era confirmação suficiente para ele – Batman desliga.
A dupla se entreolhou quando a figura do Batman sumiu da tela, e Barbara lentamente desligava seu laptop, o silêncio era ensurdecedor, até Dick criar a coragem de quebrá-lo.
- Você não vai parar mesmo assim, não?
- Claro que não! Vejo isso como um desafio. Batman vai ter que aceitar que ele gerou um novo tipo de heroína. Eu.
- Você sabe que isso é uma péssima ideia.
- Sim… Mas é o que me define – Ela disse confiante, pegando o seu uniforme reformado de dentro de uma maleta – Com pessoas como você do meu lado, uma coisa é fato, Dick.
“Batgirl Vive”
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