O tic-tac do relógio de madeira, que ficava na parede da cozinha, parecia dez vezes mais intenso em sua cabeça. Kivuli soltou uma risada sarcástica. Era sério isso? Ela realmente estava nessa situação? Não era possível, era? Ela só queria ir embora dali.
Mas ir embora para onde, afinal? Se o problema estava em sua própria casa. Casa de cores quentes, amarelo, vermelho e preto, e põe quente nisso! Ela suava, porém frio. Esfregou seu rosto meio zonza e encontrou os braços grandes de seu amigo, aconchegou a cabeça em seu peito e o ouviu sussurrar.
— Vai dar tudo certo, nữ hoàng — a soltou e abriu um grande sorriso, característico do vietnamita — Eu sou Khanh Ái Segrel, se cês precisarem de algo enquanto eu to aqui, podem contar comigo!
— Sou Öztürk Eymen, e essa é minha irmã gêmea, Zeynep — ele tinha a pele bronzeada e cabelos castanhos como os de sua irmã, porém mais escuros, amarrados em um coque. Usava roupas confortáveis, um estilo esportista e, diferente da garota sentada ao seu lado, seus olhos eram castanhos.
— Eu sei me apresentar sozinha, maninho — se pronunciou a irmã, em um tom presunçoso — Beyazıt Zeynep, o prazer é todo seu — sorriu sarcástica. Sua postura era invejável, tudo na garota parecia ser estrategicamente organizado para apresentar superioridade. Kivuli achou sua aparência coerente com o comentário que ela havia feito mais cedo sobre os gaiianos.
— Eu sou Bazhenova Yanna, prazer — Outra garota sorriu e acenou, sentada no braço do sofá oposto ao que Eymen estava. Ela tinha um sorriso doce. Sua pele e pelos eram brancos como a neve, porém encontrava-se mechas verdes em seus cabelos. Um de seus olhos era rosado, o outro, amarelo bem clarinho. Ela usava óculos redondos e pratas.
— Meu nome é Bayer Aaron— disse o garotinho sentado entre Zeynep e Yanna. Ele usava uma fina corrente, uma pequena argola, um piercing no septo e anéis, tudo em ouro. Seu cabelo era loiro escuro, contrastando com seus olhos, azul claros. Sua pele era branca e ele tinha sardas.
Faltava apenas uma pessoa para se apresentar, figura que estava em pé, escorado no sofá observando toda a movimentação, Eymen o cutucou e então ele soltou uma única palavra:
— Nuit — o garoto de cachos verdes, assim como seus olhos disse, parecendo desinteressado.
Kivuli o olhou como se esperasse mais alguma coisa, porém sem resposta.
— Rivière — disse Eymen — ele acha que tá se revoltando contra o sistema.
— Acho válida a revolta — foi a primeira coisa que Nakisisa disse desde que havia pisado na sala.
Em Safix, surgiu a cultura de se apresentar com o sobrenome, pois dava para deduzir de onde as pessoas haviam vindo. Claro, com o aumento da globalização ficava cada vez mais difícil adivinhar. Sem contar que várias pessoas não tinham sequer conhecimentos geográficos sobre além de suas próprias fronteiras, às vezes até dentro delas. Porém isso não impediu o padrão do sobrenome vir antes do nome se tornar oficial no arquipélago.
— Não estraguem nada — pigarreou a jovem, respirou profundamente e voltou a falar — Karibu a residência Lutalo. Eu sinto muito pelo que vocês passaram, não consigo nem imaginar… — tentou mostrar empatia — Bom, vamos a parte técnica — quase todos começaram a ouvir com atenção — Não destruam a casa, limpem o que vocês sujarem e não abusem de água e energia. Tem alimento na geladeira e no armário. Se precisarem de mim, estarei no meu quarto. Se eu não estiver, vocês provavelmente não me verão tão cedo. Não cheguem perto do quarto do meu pai. De preferência, do meu também.
— Sim senhora — ironizou o de poucas palavras, Nakisisa revirou os olhos e prosseguiu..
— Alguém aqui é menor de idade? — Yanna e Aaron levantaram a mão, a anfitriã suspirou — Nas leis de Safix? — Yanna abaixou. Na ilha, a maioridade se dava aos 16 — Ótimo, então vocês sabem se virar, não irão precisar de mim — e para quem não queria ter dito nada, engatou um monólogo, que seu amigo observava com deleite — Temos dois quartos — apontou para o corredor — o primeiro tem uma cama de casal, o segundo, uma beliche, ambos com apenas um guarda-roupa cada. E tem um banheiro entre os dois, dividam.
Terminou sua explicação. Apesar de serem só dois residentes, a casa dispunha de quatro dormitórios: duas suítes, uma sua e outra de seu pai; um quarto com beliche, que abrigou os pequenos gêmeos quenianos que eles haviam acolhido alguns anos atrás até acharem uma família fixa e o outro, seu pai dizia ser um quarto de visitas, apesar de nunca receberem alguma. Bom, até agora.
— Eu e Nana ficamos com a cama de casal — manifestou-se Aaron.
— Com certeza eu vou dividir o quarto com meu irmão — atestou Zeynep — O de sangue, óbvio — completou.
— Bom, Noé, tu deve estar se perguntando se vai ter que dormir no sofá — ironizou Kivuli — Se quiser, tem uma cama extra no meu quarto, mas fique a vontade pra dormir aqui também se quiser.
— Nuit.
— Tu só sabe falar isso, Nuit? — deu ênfase no nome dele.
— Não gosto do sofá.
— É uma pena — deu de ombros — Então, isso é tudo. Me chamem de Kivuli OU de Nakisisa, escolham, eu odeio nomes compostos. Na verdade, me chamem de Kiki. E Nuit — novamente com ênfase — Meu quarto é lá em cima, porta preta à minha esquerda.
Os irmãos se dispersaram pelo sobrado. Alguns, deslumbrados com a decoração caseira, simplista e acolhedora. Outros, sentindo falta do luxo de sua mansão. Sem perder tempo, foram se acomodar em seus novos quartos.
A policial que eventualmente havia voltado para a sala e novamente observava tudo calada tocou o ombro da ugandense, a assustando.
— Creio que não fomos apresentadas — ela era séria e firme — Sou a Detetive Araújo, fiquei responsável por escoltar estes jovens até aqui, creio que a próxima parte é sua responsabilidade, procede?
— Aparentemente — respondeu desanimada.
— Seu pai é um bom homem — um sorriso quebrou o rosto sério da detetive por um momento — Não é qualquer um que estaria disposto a abrigá-los assim, mesmo que temporariamente.
— Melhor ainda se ele estivesse aqui pra lidar com isso, né — resmungou.
— Desculpe...? — Kivuli negou com a cabeça, como se não tivesse dito nada — Enfim, agora é com você, senhorita Lutalo, até mais — disse, se virando para ir embora — Qualquer coisa estarei à disposição, seu pai tem meu telefone.
Ele tem, é? Foi a única coisa que a ruiva conseguiu pensar. Porém, deu um falso sorriso, a cumprimentando.
— Ok. Obrigada, detetive.
Quando ouviu a viatura indo embora, Kiki proferiu vários xingamentos em suaíli, que Segrel não entendia. Estava claro, porém, que ela precisava de conforto naquele momento, então ele a abraçou e deu um beijo em sua testa.
— Descansa um pouco, eles provavelmente vão dormir agora, é madrugada — ela concordou com a cabeça — Quer que eu fique?
— Não, tá tudo bem. Eu sei que seu dia vai ser longo, não quero atrapalhar.
— Certeza?
— Certeza mfalme. Pode ficar tranquilo, eu vou ficar bem.
— Eu confio em você, mas qualquer coisa me liga, ok? Tôi yêu bạn nữ hoàng — sorriu e piscou com um olho — Te vejo a noite.
— Nakupenda mfalme — ela beijou sua bochecha, se despedindo.
Ele foi embora e Kiki sentiu que sua vontade de viver havia ido junto. Tudo que ela queria era tomar um banho, afinal tinha chegado da rua a pouco, e dormir
Entrando em seu quarto, encontrou Nuit observando a paisagem por sua sacada, de fones, então escorou ao seu lado e disse:
— Bienvenue dans mon monde — ele se virou para ela, surpreso por sua presença — Tira os sapatos pra entrar. Não traz ninguém aqui, não reclama se eu mandar tu sair — enumerava com os dedos — e não toca na minha cama, mesmo quando eu não estiver. Acredite, eu vou saber.
— Regras, regras, só regras — ele disse, Kiki deu de ombros.
— Você vai dormir aqui — ela apontou para a porta da sacada, que ficava há três degraus do chão do quarto — Se quiser, pode fechar as cortinas, mas eu não recomendo, as estrelas são lindas.
— No chão? — perguntou.
— Ah, não, claro que não, eu não sou tão má assim — ela entrou novamente no quarto e fez sinal para que ele a seguisse — Aqui, ó — puxou uma pequena alça entre o último degrau e o piso da sacada e de lá saiu uma espécie de cama — É bem confortável.
— É limpo? — questionou.
— Óbvio que é — se sentiu ofendida — Mas fica a vontade se quiser limpar, ou sei lá, dormir na sala, ou no sofá — apontou para um assento que havia no local — faz o que achar melhor, roupa de cama, cobertores e tal ficam na parte de cima do armário. Eu vou tomar banho.
Então juntou algumas coisas e seguiu para seu banheiro. Nuit observou suas opções e resolveu ficar com a cama com vista para as estrelas, porém um lugar em volta de onde tantos provavelmente pisavam merecia sim uma limpeza.
Quando saiu do banheiro, Kivuli o encontrou terminando de secar as escadas e começou a observar.
— Não achei que você realmente fosse limpar, mas nada mal pra uma criança rica.
— Não sou rico, nem criança.
— Não quis dizer que você é criança, e sim que foi — ela se jogou no sofá, ainda o observando — E o Tullo não é tipo, um empresário PODRE de rico?
— Podre, rico — repetiu — Você pode parar de falar? Tá me desconcentrando.
— Sim senhor, desculpa aí — subiu até sua cama, ela gostava de escadas e de altura, se pudesse, viveria numa casa na árvore, aquelas com escadas e pontes suspensas — Merda, não tenho um minuto de paz.
Foi a última coisa que balbuciou antes de cair no sono.
Um longo dia a esperava…
— Sou Öztürk Eymen, e essa é minha irmã gêmea, Zeynep — ele tinha a pele bronzeada e cabelos castanhos como os de sua irmã, porém mais escuros, amarrados em um coque. Usava roupas confortáveis, um estilo esportista e, diferente da garota sentada ao seu lado, seus olhos eram castanhos.
— Eu sei me apresentar sozinha, maninho — se pronunciou a irmã, em um tom presunçoso — Beyazıt Zeynep, o prazer é todo seu — sorriu sarcástica. Sua postura era invejável, tudo na garota parecia ser estrategicamente organizado para apresentar superioridade. Kivuli achou sua aparência coerente com o comentário que ela havia feito mais cedo sobre os gaiianos.
— Eu sou Bazhenova Yanna, prazer — Outra garota sorriu e acenou, sentada no braço do sofá oposto ao que Eymen estava. Ela tinha um sorriso doce. Sua pele e pelos eram brancos como a neve, porém encontrava-se mechas verdes em seus cabelos. Um de seus olhos era rosado, o outro, amarelo bem clarinho. Ela usava óculos redondos e pratas.
— Meu nome é Bayer Aaron— disse o garotinho sentado entre Zeynep e Yanna. Ele usava uma fina corrente, uma pequena argola, um piercing no septo e anéis, tudo em ouro. Seu cabelo era loiro escuro, contrastando com seus olhos, azul claros. Sua pele era branca e ele tinha sardas.
Faltava apenas uma pessoa para se apresentar, figura que estava em pé, escorado no sofá observando toda a movimentação, Eymen o cutucou e então ele soltou uma única palavra:
— Nuit — o garoto de cachos verdes, assim como seus olhos disse, parecendo desinteressado.
Kivuli o olhou como se esperasse mais alguma coisa, porém sem resposta.
— Rivière — disse Eymen — ele acha que tá se revoltando contra o sistema.
— Acho válida a revolta — foi a primeira coisa que Nakisisa disse desde que havia pisado na sala.
Em Safix, surgiu a cultura de se apresentar com o sobrenome, pois dava para deduzir de onde as pessoas haviam vindo. Claro, com o aumento da globalização ficava cada vez mais difícil adivinhar. Sem contar que várias pessoas não tinham sequer conhecimentos geográficos sobre além de suas próprias fronteiras, às vezes até dentro delas. Porém isso não impediu o padrão do sobrenome vir antes do nome se tornar oficial no arquipélago.
— Não estraguem nada — pigarreou a jovem, respirou profundamente e voltou a falar — Karibu a residência Lutalo. Eu sinto muito pelo que vocês passaram, não consigo nem imaginar… — tentou mostrar empatia — Bom, vamos a parte técnica — quase todos começaram a ouvir com atenção — Não destruam a casa, limpem o que vocês sujarem e não abusem de água e energia. Tem alimento na geladeira e no armário. Se precisarem de mim, estarei no meu quarto. Se eu não estiver, vocês provavelmente não me verão tão cedo. Não cheguem perto do quarto do meu pai. De preferência, do meu também.
— Sim senhora — ironizou o de poucas palavras, Nakisisa revirou os olhos e prosseguiu..
— Alguém aqui é menor de idade? — Yanna e Aaron levantaram a mão, a anfitriã suspirou — Nas leis de Safix? — Yanna abaixou. Na ilha, a maioridade se dava aos 16 — Ótimo, então vocês sabem se virar, não irão precisar de mim — e para quem não queria ter dito nada, engatou um monólogo, que seu amigo observava com deleite — Temos dois quartos — apontou para o corredor — o primeiro tem uma cama de casal, o segundo, uma beliche, ambos com apenas um guarda-roupa cada. E tem um banheiro entre os dois, dividam.
Terminou sua explicação. Apesar de serem só dois residentes, a casa dispunha de quatro dormitórios: duas suítes, uma sua e outra de seu pai; um quarto com beliche, que abrigou os pequenos gêmeos quenianos que eles haviam acolhido alguns anos atrás até acharem uma família fixa e o outro, seu pai dizia ser um quarto de visitas, apesar de nunca receberem alguma. Bom, até agora.
— Eu e Nana ficamos com a cama de casal — manifestou-se Aaron.
— Com certeza eu vou dividir o quarto com meu irmão — atestou Zeynep — O de sangue, óbvio — completou.
— Bom, Noé, tu deve estar se perguntando se vai ter que dormir no sofá — ironizou Kivuli — Se quiser, tem uma cama extra no meu quarto, mas fique a vontade pra dormir aqui também se quiser.
— Nuit.
— Tu só sabe falar isso, Nuit? — deu ênfase no nome dele.
— Não gosto do sofá.
— É uma pena — deu de ombros — Então, isso é tudo. Me chamem de Kivuli OU de Nakisisa, escolham, eu odeio nomes compostos. Na verdade, me chamem de Kiki. E Nuit — novamente com ênfase — Meu quarto é lá em cima, porta preta à minha esquerda.
Os irmãos se dispersaram pelo sobrado. Alguns, deslumbrados com a decoração caseira, simplista e acolhedora. Outros, sentindo falta do luxo de sua mansão. Sem perder tempo, foram se acomodar em seus novos quartos.
A policial que eventualmente havia voltado para a sala e novamente observava tudo calada tocou o ombro da ugandense, a assustando.
— Creio que não fomos apresentadas — ela era séria e firme — Sou a Detetive Araújo, fiquei responsável por escoltar estes jovens até aqui, creio que a próxima parte é sua responsabilidade, procede?
— Aparentemente — respondeu desanimada.
— Seu pai é um bom homem — um sorriso quebrou o rosto sério da detetive por um momento — Não é qualquer um que estaria disposto a abrigá-los assim, mesmo que temporariamente.
— Melhor ainda se ele estivesse aqui pra lidar com isso, né — resmungou.
— Desculpe...? — Kivuli negou com a cabeça, como se não tivesse dito nada — Enfim, agora é com você, senhorita Lutalo, até mais — disse, se virando para ir embora — Qualquer coisa estarei à disposição, seu pai tem meu telefone.
Ele tem, é? Foi a única coisa que a ruiva conseguiu pensar. Porém, deu um falso sorriso, a cumprimentando.
— Ok. Obrigada, detetive.
Quando ouviu a viatura indo embora, Kiki proferiu vários xingamentos em suaíli, que Segrel não entendia. Estava claro, porém, que ela precisava de conforto naquele momento, então ele a abraçou e deu um beijo em sua testa.
— Descansa um pouco, eles provavelmente vão dormir agora, é madrugada — ela concordou com a cabeça — Quer que eu fique?
— Não, tá tudo bem. Eu sei que seu dia vai ser longo, não quero atrapalhar.
— Certeza?
— Certeza mfalme. Pode ficar tranquilo, eu vou ficar bem.
— Eu confio em você, mas qualquer coisa me liga, ok? Tôi yêu bạn nữ hoàng — sorriu e piscou com um olho — Te vejo a noite.
— Nakupenda mfalme — ela beijou sua bochecha, se despedindo.
Ele foi embora e Kiki sentiu que sua vontade de viver havia ido junto. Tudo que ela queria era tomar um banho, afinal tinha chegado da rua a pouco, e dormir
Entrando em seu quarto, encontrou Nuit observando a paisagem por sua sacada, de fones, então escorou ao seu lado e disse:
— Bienvenue dans mon monde — ele se virou para ela, surpreso por sua presença — Tira os sapatos pra entrar. Não traz ninguém aqui, não reclama se eu mandar tu sair — enumerava com os dedos — e não toca na minha cama, mesmo quando eu não estiver. Acredite, eu vou saber.
— Regras, regras, só regras — ele disse, Kiki deu de ombros.
— Você vai dormir aqui — ela apontou para a porta da sacada, que ficava há três degraus do chão do quarto — Se quiser, pode fechar as cortinas, mas eu não recomendo, as estrelas são lindas.
— No chão? — perguntou.
— Ah, não, claro que não, eu não sou tão má assim — ela entrou novamente no quarto e fez sinal para que ele a seguisse — Aqui, ó — puxou uma pequena alça entre o último degrau e o piso da sacada e de lá saiu uma espécie de cama — É bem confortável.
— É limpo? — questionou.
— Óbvio que é — se sentiu ofendida — Mas fica a vontade se quiser limpar, ou sei lá, dormir na sala, ou no sofá — apontou para um assento que havia no local — faz o que achar melhor, roupa de cama, cobertores e tal ficam na parte de cima do armário. Eu vou tomar banho.
Então juntou algumas coisas e seguiu para seu banheiro. Nuit observou suas opções e resolveu ficar com a cama com vista para as estrelas, porém um lugar em volta de onde tantos provavelmente pisavam merecia sim uma limpeza.
Quando saiu do banheiro, Kivuli o encontrou terminando de secar as escadas e começou a observar.
— Não achei que você realmente fosse limpar, mas nada mal pra uma criança rica.
— Não sou rico, nem criança.
— Não quis dizer que você é criança, e sim que foi — ela se jogou no sofá, ainda o observando — E o Tullo não é tipo, um empresário PODRE de rico?
— Podre, rico — repetiu — Você pode parar de falar? Tá me desconcentrando.
— Sim senhor, desculpa aí — subiu até sua cama, ela gostava de escadas e de altura, se pudesse, viveria numa casa na árvore, aquelas com escadas e pontes suspensas — Merda, não tenho um minuto de paz.
Foi a última coisa que balbuciou antes de cair no sono.
Um longo dia a esperava…
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