Os raios do sol poente tingiam o horizonte enquanto Jay, um aventureiro experiente, cavalgava de volta de uma missão repleta de desafios. Seu olhar perspicaz percebeu um grupo de homens corpulentos, cercando uma pequena kiteni* com olhar furioso. Montado em seu cavalo, ele observou de longe, sem pressa, como um espectador curioso.
O cenário evoluiu rapidamente diante de seus olhos. A kiteni, apesar de ferida, era feroz em sua defesa. Jay testemunhou a coragem da garota ao eliminar dois dos atacantes humanos com movimentos precisos. Ela já havia enfrentado e vencido mais três, mas seu estado mostrava sinais de esgotamento.
A determinação da kiteni era evidente, mas Jay percebeu algo além da luta. Sua intuição aguçada revelou a verdade oculta por trás daquela cena de violência. Os homens que a atacavam haviam dizimado o grupo anterior dela, buscando capturá-la como escrava. A fúria nos olhos da kiteni falava volumes sobre sua determinação em resistir àquele destino cruel.
Movido por um senso de justiça inabalável, Jay interveio com a destreza que era sua marca registrada. Seu controle sobre os elementos se manifestou na forma de raios que dançavam pelo ar, atingindo os atacantes e permitindo que ele se aproximasse da jovem lutadora. Ignorando as ordens hostis dos homens, Jay a pegou pelo braço e a ergueu sobre seu cavalo, decidido a levá-la para um lugar seguro.
Porém, a batalha ainda não havia terminado. Um dos agressores, apesar de gravemente ferido, conseguiu reunir forças suficientes para atirar uma lança com precisão letal. O corcel de Jay foi abatido no instante seguinte, e a visão da morte de seu companheiro de viagem foi o gatilho que acionou a tempestade dentro de Jay.
A ira brotou de seu ser, uma força avassaladora que se manifestou como um turbilhão de energia tempestuosa acima de sua cabeça. Os homens, que haviam recobrado a consciência, testemunharam em desespero a tempestade que se formava diante deles. Mas suas ações foram em vão. Jay era um redemoinho de movimento, seus golpes atingindo tão rápido que os olhos mal podiam acompanhá-los.
Os atacantes caíram diante da fúria desencadeada de Jay, incapazes de se defender contra sua habilidade impressionante. A kiteni, agora surpresa e admirada, fitou Jay com olhos brilhantes, cheios de gratidão e surpresa.
Jay, seu rosto refletindo a calma após a tormenta, dirigiu um sorriso gentil à jovem. "Você está bem?", perguntou ele, sua voz carregada de preocupação genuína.
Layla, a kiteni, olhou para ele com um misto de emoções e murmurou desculpas, mas Jay apenas riu, dissipando o peso do momento. "Não precisa se desculpar. O importante é que você está segura agora."
Avistando novamente os companheiros tombados de Layla, Jay se ofereceu para ajudar a enterrá-los. Layla, para a surpresa de Jay, informou-lhe de que eles não eram tão companheiros assim, pois nunca lhe davam sua parte das recompensas e deixavam apenas as sobras para ela, tratando-lhe mais como um animal do que uma pessoa.
Jay acenou com a cabeça, mostrando que entendeu o sentimento da garota, permanecendo em silêncio por um instante, sua respiração pesada acompanhando a calma que se instaurava após a tempestade.
Ele olhou para o local onde seu leal corcel havia tombado, uma mistura de tristeza e resolução em seu olhar.
Com um suspiro profundo, Jay se aproximou do corpo inerte de seu fiel companheiro. Agachou-se ao lado do animal, acariciando sua pelagem enquanto a magia do trovão que pulsava dentro dele tomava forma. Fechou os olhos, mergulhando em uma conexão profunda com os elementos que permeavam seu ser.
Sua voz ressoou suavemente, como um sussurro de gratidão e determinação. A energia elétrica começou a pulsar ao redor dele, criando uma aura luminosa que envolvia o cavalo caído. Jay invocou sua magia de cura, permitindo que o poder do trovão fluísse através de suas mãos e para o corpo do corcel.
O ar ganhou vida com a energia revitalizante, e a forma majestosa do corcel começou a se mover. Primeiro, um tremor suave percorreu seu corpo, seguido por uma respiração restaurada. Então, como um despertar de um sono profundo, o corcel ergueu-se com um relincho de vida renovada.
Os olhos de Jay se abriram, brilhando com alegria e triunfo. Seu corcel, que um momento atrás parecia destinado à escuridão eterna, estava agora de pé, vibrante e cheio de vitalidade. Era como se a magia do trovão tivesse resgatado a alma da criatura, devolvendo-lhe a existência com um toque de renascimento.
Layla observava em admiração, testemunhando o milagre que se desdobrava diante dela. Seus olhos encontraram os de Jay, e ele sorriu para ela, um sorriso repleto de significado e conexão.
"A magia que reside em nossos corações é capaz de curar até as feridas mais profundas da alma", murmurou Jay, a voz carregada de reverência pela força da natureza e pelo poder da determinação. Com um gesto carinhoso, ele acariciou o pescoço do corcel, selando o vínculo entre eles.
Então, estendendo sua mão a Layla, com um olhar de resolução, Jay fez a pergunta que mudaria o curso de suas vidas para sempre: "Gostaria de vir comigo?"
A partir desse encontro fatídico, Jay e Layla embarcaram em uma jornada inesquecível como uma dupla de aventureiros. Unidos pelo destino, eles enfrentaram desafios, compartilharam risos e forjaram um vínculo que transcenderia o tempo. No coração trovejante de Jay e na determinação implacável de Layla, a saga de uma parceria lendária estava apenas começando.
* kiteni é uma das raças que habitam Therium, o mundo de nossa história. Os kiteni são um povo com aspectos felinos, como orelhas, cauda e alguma pelagem, além de garras e dentes afiados.
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