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Shielders

(Parte 5) Capítulo II: A chuva que apaga…

(Parte 5) Capítulo II: A chuva que apaga…

Sep 03, 2023

Não demorou muito e o sinal tocou, dando início às aulas, o professor não demorou nem 1 minuto a mais para aparecer, o sinal ainda estava na metade de sua duração quando a porta se abriu, revelando a identidade de nosso responsável, sua face estava neutra, sem nenhuma emoção visível de seus olhos ou traços, sua roupa era a mesma que aquele porta-voz do primeiro dia usava, exceto pela saia, meia calças e o salto alto preto, revelando que a pessoa a nossa frente era uma mulher.


A professora tinha um rosto jovem, não parecia estar acima dos 30, seus cabelos eram escuros e tinham um certo brilho azulado, cacheados e volumosos, presos em um rabo de cavalo que os jogava para baixo, o qual chegava na altura de sua cintura, um fino óculos acompanhava seus olhos azuis e sua pele era morena, como o tronco de uma árvore de carvalho, seu corpo era elegante e esbelto, graças ao salto parecia que ela era ainda mais alta, em seu braço uma bolsa e no outro alguns livros e cadernos, seus passos eram firmes e sem dizer nenhuma palavra ela calou a sala por completo, qualquer ruído deixou de existir, apenas sendo possível ouvir seus passos.


Ao chegar em seu palanque a mulher deixou sua bolsa, repleta de materiais, em cima de sua mesa, sacando desta um pincel e o levando diretamente para a lousa de vidro, onde a mulher começou a traçar, escrevendo algo, e voltando sua atenção para a classe assim que terminava, separando seus lábios e deixando um tom de voz sério sair.


— Bom dia.


A mulher disse, ao ponto que todos responderam a ela em mesmo tom, no quadro estava seu nome escrito com uma caligrafia tão impecável quanto invejável, Elleanor Zimmermann, um nome forte e formal, combinava bem em alguém como ela.


— Como dito na aula anterior, irei repetir, sou a professora regente de vocês, Elleanor Zimmermann, exatamente como está escrito no quadro, estarei responsável por suas aulas, organizações e também disciplinas durante este primeiro ano, somos a classe de elite e não permitirei que nenhum aluno meu tenha um comportamento inadequado, fiz-me clara?


Seu tom de voz era severo, mesmo sem ser alto ou em efeito de ameaça, como se a pergunta fosse ao mesmo tempo uma ordem, a pressão de sua presença era tão esmagadora quanto a pressão da atmosfera debaixo d’água, se pudesse fazer algum comparativo, era como se a professora fosse uma general.


— Sim senhora. — Respondeu toda a sala.

— Bom saber, caso necessitem de alguma assistência estarei disponível na sala dos professores, assim que esta semana acabar ela ficará aberta para todos os alunos e serei capaz de os ouvir, imagino que devam estar nervosos por serem alunos da primeira classe…


E ela acertou, eu estava nervoso.


— Mas não deixem que isso os abale, duelos aparecerão e espero poder continuar vendo todos aqui durante o resto do ano. — Ela movia-se e batia na lousa com a ponta do pincel de forma elegante e cuidadosa. — Antes de começar, gostaria de pedir ao aluno novo para se levantar, não lembro de o ver aqui ontem, transferido? 


E com o pincel em mãos a professora apontou em minha direção, sinalizando para que eu me explicasse, prontamente levantei, obedecendo sua ordem.


— Sim professora, fui transferido. — Falei.

— Veio de outra escola?

— Não senhora, o senhor Sitra me transferiu.


Ao responder consegui ouvir uma certa troca de palavras entre os alunos, além de alguns olhares curiosos em minha direção, o que fazia-me perguntar se fiz certo em ter dado tal resposta a professora, mesmo assim ela não pareceu esboçar qualquer tipo de reação, mantendo seu rosto neutro com a revelação, talvez tenha sido como Gibb disse, era algo raro.


— Ele me alertou de sua vinda, mas, como é comum dele, não explicou todos detalhes, de qualquer forma é bom tê-lo conosco, sinta-se orgulhoso de ter sido designado diretamente até a primeira classe, parabéns por seus esforços... — Vi um curto sorriso nascer na lateral de seu rosto, um de orgulho. — Muito bem alunos, darei início à nossa aula. 


A atenção da professora voltou ao quadro, onde ela novamente começou a traçar mais letras, agregando ainda mais informações para que os alunos devessem acompanhar, sendo obrigados a pegar suas canetas e transcrever as mesmas em seus cadernos, todos incluindo eu, que mal tinha tempo para respirar, a professora marcava uma página na lousa e indicava que todos acompanhassem por ele igualmente, era um tanto quanto repentino, mas possível de se acostumar, era interessante começar a entender como seriam as aulas com a senhora Elleanor daqui para frente (E triste perceber que seria dez vezes mais complicado do que eu pensei).


A aula durou cerca de trinta minutos sem qualquer som que não fosse a voz da professora ou as canetas dos alunos interrompendo-a, todos estavam quietos ouvindo as explicações e anotando tudo que estava no quadro ou que era informado e parecia importante, tudo estava quieto e o andamento da aula corria muito bem, isso até o estrondoso barulho da porta de correr roubar toda a atenção para si, o causador de tamanha distração era um aluno que havia chegado ainda mais atrasado que o anterior, porém este não parecia estar nem um pouco preocupado, muito pelo contrário, seus passos desleixados entregavam sua clara falta de interesse com a situação ou classe, lentamente vi ele se aproximar e parar ao meu lado, achei que falaria algo, no entanto ele optou pelo silêncio e sentou numa cadeira atrás de mim.


Aquele outro estudante era mais um daqueles dos quais meus instintos despertavam, não só o instinto que ainda era desconhecido, mas também o instinto de perigo, aquele garoto não era alguém que deveria ser pertubado, evitei fazer muito contato visual para evitar quaisquer problemas, havia uma grande diferença entre arrumar briga com uma pessoa como essa e entre socar um mimado arrogante.


Seus cabelos eram loiros dourados e estavam penteados de forma incrivelmente bem feita, formando um clássico topete, seus olhos eram violetas, como uma pedra preciosa, e sua pele era branca, seu físico era bom, como de um atleta ou lutador, praticamente confirmando minha teoria de que ele fosse um brigão, e apesar de seu uniforme estar mal organizado, estava completo.


Nenhum aluno ousou falar ou comentar nada, apenas observando a professora fixando um olhar inquisitivo contra o rapaz, ela gesticulava um sinal para o mesmo, que mantinha-se em silêncio, apesar de parecer ter notado e compreendido os gestos.


Com um suspiro profundo, a aula prosseguiu de onde havia parado, como se nada houvesse ocorrido ou a interrompido.




O sino badalava por volta das 12h, indicando para todos os alunos que o horário do almoço havia chegado, aqueles que faziam parte da classe especial comeriam em um refeitório a parte do restante dos alunos “comuns”, para isso havia um cenáculo separado para ambas as classes, sendo que o da classe especial era localizado no andar superior (Sim, haviam dois refeitórios na escola, por incrível que pareça). 


Ao adentrarmos o local indicado pelos professores era nítida a grandiosidade que emanava dali, o espaço interno era gigantesco, a ponto de ser capaz de suportar todos os estudantes da classe especial, novatos e veteranos, inúmeras mesas estavam espalhadas por todo aquele grande salão, cada uma com no mínimo 8 cadeiras, mais adiante uma bancada separava os alunos dos funcionários, sendo estes os quais estavam encarregados por servir a comida para os alunos, realizando sua tarefa de forma tão coordenada que chegava a ser satisfatório ver todos trabalhando, podendo até mesmo perder o foco do que se estava fazendo ali, todas as porções eram iguais e era como ver um maquinário de uma linha de montagem.


Eu e Gibb fomos até a bancada, para sermos servidos, e no após seguimos caminho até uma mesa mais afastada, durante nossa passagem era possível ver diversas pessoas olhando para nós enquanto andávamos, seus olhares estavam focados em mim, porém ao olhar de volta essas pessoas desviavam os rostos, ocultando-se. Diversas vozes cercavam aqueles grupos, todos cochichavam, provavelmente a notícia sobre o duelo havia se espalhado, contudo, não havia nada o que se fazer, passei a ignorar todos a volta e continuei a conversar com meu companheiro, chegando ao nosso destino e nos acomodando em uma mesa mais afastada, para evitar chamar atenção.


— Agora que fui chamado para um duelo, como vai ser? — Perguntei aconchegando-me no assento e olhando um grupo que parecia olhar e sussurrar sobre mim.

— Olha, até onde sei é uma luta um contra um, quem se render ou desmaiar é o perdedor. — Gibb pegou seu garfo e colocou um pouco de arroz dentro. — É um duelo, esperava algo mais?

— Vai que tenha alguma regra especial.


Gibb mastigava, terminando e engolindo.


— Não que eu saiba.


Suspirei.


— E você sabe algo sobre o idiota? Alguma coisa de especial?

— Eu também não sei sobre isso não. — Ele pegou mais comida com o garfo e começou a mastigar.

— Acha que eu consigo ganhar?

— Tu só vai ficar fazendo esse tipo de pergunta? 

— Foi mal Gibb, mas eu quero vencer, não vou deixar um mauricinho esfregar na minha cara o que ele quiser e sair impune.


Gibb suspirou fundo, engolindo a comida que mastigava.


— Escuta, William vem de uma família nobre, provavelmente ele sabe como controlar sua habilidade mágica bem, e isso já é uma boa vantagem se quer saber.

— Habilidade mágica?

— Sim, cada um de nós possui uma habilidade mágica própria, você não disse que conseguiu fazer seu braço pegar fogo?

— Sim, foi o que eu disse.

— Então, sua habilidade mágica deve ter algo haver com fogo, talvez imbuir seu corpo nele, realizar ataques ou gerar, é algo bem aleatório.


Cocei minha cabeça.


— Então mana é tão importante assim?

— Bem mais que apenas socos, uma habilidade mágica bem usada pode mudar uma batalha inteira.

— Pode ser que até tenha razão, mas ainda vou socar a cara daquele metido.

— Tá bom, então boa sorte no duelo de amanhã. — Ele continuou a comer.


Mantive-me em silêncio, encarando o prato de comida que estava a minha frente, imaginando como poderia ser uma batalha entre dois Shielders, como tais usariam suas habilidades mágicas (E na minha cabeça só poderia ser algo muito parecido com filmes de heróis e animes), e no que eu poderia fazer para ganhar do tal William, infelizmente nenhuma ideia vinha em mente além de um infinito branco e eu começava a ficar com fome, portanto não adiantava pensar mais naquela situação, minhas energias estavam sendo escoadas e nem mesmo havia um progresso.


— O duelo vai ser aqui na escola, né?

— Vai sim, os professores disseram que se for haver algum duelo é para acontecer no ginásio.

— No ginásio? E não tem problema dos alunos normais acabarem vendo?

— Não, o ginásio que a classe especial usa fica no subsolo, para não acontecer esse tipo de coisa.

— Ele deve ser bem seguro então.

— Pior que é mesmo, foi projetado para que os alunos não se preocupem em usar sua mana lá dentro, é como um campo de batalha controlado.


Coloquei um pouco de comida na boca, para mastigar e processar tanta informação.


— Uma coisa que eu percebi de estranha foi o pingente daquele garoto de cabelos azuis, você viu? — Esperei uma resposta do meu amigo, que balançou a cabeça, negando. — Era como se no meio da pedra tivesse um feixe de luz, dividindo ela ao meio.

— Hmrm. — Ele murmurou positivamente.

— Você sabe o que ela significa? 


Gibb mastigava mais um pouco a comida, falando somente depois de engolir.


— Como eu disse, os Shielders tem uma espécie de ranqueamento, que é feito por meio dessas pedras, existem as de rank mais alto e de mais baixo.

— Tá, mas a pedra dele significa que ele é mais forte que você?

— Sim. — Gibb dizia com uma incrível tranquilidade em sua voz. — O meu é o Quartzo verde, já essa que tu me descreveu é provavelmente o Quartzo olho-de-gato, que é um degrau de força maior que o meu.


Me mantive em silêncio, olhando e absorvendo aquelas informações que me foram dadas.


— Isso é verdade?

— Hmrm. — Ele confirmou. — Tu me conhece, não sou muito de luta, não é como se fosse difícil ser mais forte que eu.

— Mas tu é inteligente, o mais inteligente que eu conheço.

— Inteligência sozinha não ganha batalhas, eu reconheço isso.


Fiquei pensativo por um instante.


— Se fosse pra me classificar num rank desses, que pedra seria a minha?


Gibb ficou em silêncio por um tempo, me encarando e analisando, pensando no que diria a seguir.


— Não sei que critérios de avaliação eles usam, mas com certeza eu te colocaria no Quartzo olho-de-gato.

— E acha que o William está em qual?


Meu companheiro deu de ombros.


— Eu te falei, não sei tanto sobre ele, se fosse pra chutar diria que está no seu ou no meu nível.

— Yes! Então dá pra ganhar. — Comemorei, socando o ar com um gancho.

— Vou te falar que esse rank não distancia tanto as pessoas, nada impede alguém mais fraco de superar um mais forte.

— Por que você sempre tem que estragar minha felicidade?


Ele riu de leve.


— Ei você! — Disse uma voz desconhecida, distante. — Tu, de cabelo vermelho.


Meus ouvidos captavam a voz vindo detrás de mim, então rotacionei meu corpo para poder ver quem estava me chamando, localizando um grupo de garotos a alguns metros me olhando, todos desconhecidos.


— Foi você quem o William desafiou?

— Foi sim, por que? — Confirmei, desconfiado.


Todos do grupo começaram a rir e o que estava falando olhou em meus olhos, apontando, em deboche.


— Não sei como tu entrou na primeira classe, mas se prepara pra sair. — E ele também riu.


Nenhum deles tinha uma pedra diferente, todas eram incolores, e ninguém sequer despertava aquele instinto que senti mais cedo em relação às pessoas da primeira classe, apenas trazendo a tona meu sentimento de raiva, eram apenas idiotas que queriam me rebaixar, já vi isso antes, então preferi seguir o conselho de Gibb e manter-me quieto, virei meu corpo para a frente, passando a ignorar os comentários que vieram daquela mesa, apenas baixando minha cabeça e respirando fundo, para recuperar minha paciência.


— Com licença. — Disse uma outra voz desconhecida, dessa vez estando mais próxima. — Posso sentar nessa mesa?

— Pode, sinta-se livre. — Respondi ainda estressado, nem mesmo olhando direito para a pessoa que havia feito a pergunta.


Gibb olhou para mim e percebeu meu nervosismo, sabendo que não conversaria muito daquele ponto em diante.


— Sinta-se à vontade. — Meu amigo falou, educadamente, dando um ar mais convidativo.

— Agradeço a gentileza. — O desconhecido respondia e direcionava-se até a outra ponta da mesa, afastado de nós e permanecendo quieto, para não nos incomodar.

jonyorlando
BigJo

Creator

Mais exploração dentro da Adam Highschool, dessa vez, Kai aprendendo e descobrindo melhor sobre os tais desafios que ocorrem na primeira semana.

#Shielders #PT_BR #portuguese #slice_of_life #magic #Fantasy #Action #shonen

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gabrielcamargom
gabrielcamargom

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Na escala de 1 a 10, o quão MILF é a Elleanor?

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