— Sim, não, sim — respondeu Aleksey, os lábios movendo contra a pele de Morena. — Eu sinceramente não sei como é que você e Ivan ficaram assim.
— Assim como? — perguntou Morena, com curiosidade genuína, puxando-o pelo cabelo para que ele a encarasse.
Aleksey estreitou os olhos com uma expressão engraçada, olhando-a como se ela tivesse perdido o juízo por perguntar uma coisa dessas. Então levou uma mão até a camisa, desabotoando os botões de cima, revelando a fileira de marcas avermelhadas das mordidas e dos chupões que ela e Ivan lhe deram no início da semana, como se aquilo pudesse ilustrar o argumento dele. Morena desenhou a clavícula dele com um dedo, admirando a pele de Aleksey como quem admira uma obra de arte, satisfeita com a belíssima visão.
— Vocês dois devem ser os maiores depravados do império — resmungou Aleksey, fechando os olhos quando ela se inclinou para dar um beijinho em cima de uma das marcas, afundando os dedos nas coxas de Morena.
— Isso aqui não é nada, Lyosha, deixa de ser besta — rebateu Morena, deslizando a mão pela barriga de Aleksey, seguindo a linha de pelos até o cós da calça. — Tenho certeza que tem gente muito pior.
— Eu ainda não encontrei. — Aleksey balançou a cabeça e soltou um gemido abafado quando ela tocou novamente em sua ereção por cima da calça, mordendo os lábios. Ela afastou seus quadris para ter espaço para envolvê-lo por cima do tecido, aproveitando para se inclinar e mordiscar o lóbulo da orelha de Aleksey. — Não é só isso e você sabe, isso aqui é só o começo e… caralho, Morena.
Ela parou de desabotoar a calça dele no meio do caminho, afastando-se da orelha dele para conseguir ver seu rosto, com medo de tê-lo machucado. Porém, uma olhada foi o suficiente para acalmá-la, porque era claro que o que acontecia ali era o oposto.
— A orelha é golpe baixo — explicou ele baixinho, as bochechas vermelhas como se aquilo fosse a coisa mais indecente da face da terra.
— Ahá, então esse é seu ponto fraco — comentou ela com deleite e tomou novamente o lóbulo da orelha dele entre os lábios, o toque da boca úmida o suficiente para fazê-lo crescer contra a sua mão e gemer. — Muito bom saber.
— Por que eu sinto que vou me arrepender de te deixar saber dessa informação?
— Só porque eu vou certamente provocar você em público agora que sei disso? — sugeriu Morena, fingindo inocência. — Você não pode reclamar, vai ser uma delícia.
— Está vendo, é isso — disse Aleksey. — No final, acho que o que é impressionante é que vocês não tiveram ninguém para ensinar, sabe. O meu repertório foi adquirido com anos de trocas de experiências com pessoas diferentes, e vocês desde sempre só foram… vocês dois. E vocês me dão cada ideia, que eu nem sei de onde…
— Nós somos pesquisadores, Lyosha. — Morena terminou de desabotoar a calça dele, tirando o pau de dentro do calção e o apertando, mexendo a mão devagar. O gemido de Aleksey fez o seu útero se contrair, a umidade entre as pernas começando a molhar a parte interna das coxas. Ela sussurrou, fazendo questão de deixar os lábios e a língua roçarem contra a orelha dele: — Se há uma pergunta de pesquisa, nós descobrimos como responder.
— Falou exatamente igual ao seu marido agora, minha nossa — comentou Aleksey em uma tentativa falha de tom jocoso e ele subiu uma mão até envolver um dos seios dela novamente, provocando um suspiro. — Então você descobre algo curioso… como, digamos, que meu ponto fraco é a orelha. E a partir daí decide descobrir como eu reajo a cada coisa que você faz com ela? Simples assim?
— Simples assim. — Ela o beijou no queixo, acariciando a cabeça do pau dele com o dedão, apertando-o do jeito que aprendera ser de sua preferência. Morena enão acreditava que ele só percebera aquilo naquele instante, quando os últimos seis meses foram todos guiados por aqueles princípios. — Xenon também tem um manual muito interessante que dão para todos os recém-casados que é muito… instrutivo. Tem até ilustrações.
— Xenon tem um manual? — falou Aleksey, descrente, ao mesmo tempo em que levou uma mão aos botões da saia de Morena, trabalhando rapidamente para abri-los. — Do jeito que agem, era a última coisa que eu esperava deles.
— Ah, então você vai se surpreender ainda mais quando descobrir que a biblioteca que a família de Ivan é guardiã tem uma sessão inteirinha dedicada só a imagens e histórias de teor sexual — disse Morena, beijando-o no pescoço, lambendo o gogó, mordendo o ombro dele, a mão começando a se mover lentamente para estimulá-lo ainda mais. Entre os beijos, ela continuou: — O nosso livrinho fica na cabeceira de Ivan, depois você pode pedir para ele mostrar. No início, a gente abria ele e escolhia uma página aleatória para testar, mas depois começamos a ser mais espontâneos.
— Mais espontâneos? — A risada de Aleksey virou mais ofegante quando ela aumentou a velocidade que movia a mão, e ele buscou os lábios dela, pronunciando algo incoerente.
Os beijos voltaram a se intensificar, e Aleksey pareceu desistir de tirar a saia de Morena, apenas levantando-a e deslizando a mão pelo seu ventre, até encontrar o lugar que queria, deslizando dois dedos por entre os grandes lábios para acariciar o clítoris, como tentativa de retribuir um pouco do que ela estava fazendo por ele. Morena conteve a vontade de sentar em cima do pau dele e cavalgá-lo até levar os dois a loucura, até os dois estarem ofegantes e desesperados, os gemidos de prazer os únicos sons que conseguiam produzir. Se tivesse sorte, Ivan ainda chegaria no meio do caminho e se juntaria a eles, com alguma ideia de brincadeira que duraria noite adentro. Era um ótimo plano — mas precisava voltar o foco para a conversa, porque se Aleksey queria conhecer o Método com detalhes, não poderia nunca deixar a educação dele pela metade.
— Funciona muito bem. — Ela se afastou um pouco dele para encará-lo, soltando-o, fazendo-o protestar. — Eu vou mostrar. Me diga qualquer coisa que você nunca fez, mas sempre teve curiosidade.
— Transar com cinco caras enquanto você olha — ele respondeu imediatamente, deslizando os dedos do clítoris dela para sua abertura, enfiando um deles dentro e entrando devagar, fazendo-a estremecer.
— De verdade, Aleksey!
Ela mordeu o mamilo dele e ele xingou outra vez, afundando outro dedo dentro dela. Morena queria ser um pouco mais resistente, mas não conseguiu conter o gemido nem a vontade de rebolar contra os dedos dele, o prazer parecendo escorrer entre as pernas. Ela deu um selinho em Aleksey e continuou, e quando foi falar outra vez, as palavras saíram ofegantes para acompanhar o movimento dos dedos dele.
— E plausível — disse ela, prendendo um gemido entre os dentes. — Se você realmente acha que Ivan vai deixar quatro outras pessoas tocarem em você, você está redondamente enganado.
Aleksey suspirou pesadamente, como se aquela fosse uma situação qualquer e ele não estivesse de pau duro enquanto a masturbava.
— Tudo bem, deixa eu pensar… — Ele começou a circular o clítoris dela com o dedão e Morena mordeu os lábios, deixando o gemido finalmente escapar. — Ivan me disse uma coisa no verão, e desde então…
Aleksey parou, tirando os dedos de dentro dela e apoiando na coxa de Morena, que reclamaria se não estivesse tão interessada no que ele diria a seguir. Ela se apoiou nos ombros dele e se inclinou mais, para não perder nenhuma palavra do que ele diria.
— O que foi que ele falou?
— Foi na festa de verão, logo antes… — Ele fez um gesto vago com a mão que não estava embaixo da saia dela. — Sabe. Quando falei para ele que não queria ser só amigo de vocês, daí ele me sacaneou perguntando se eu queria que ele me fodesse.
— Não, eu não acredito. — Morena falou, deliciada. — Ele estava bêbado? No modo tudo ou nada?
— Óbvio. — Aleksey falou, rindo. — Depois ele perguntou se… eu queria que você me fodesse.
Morena se sentou em cima das coxas grossas de Aleksey, tentando controlar o sorriso. Ivan não gostava de beber e do que ele chamava de perder o controle, mas Morena sempre achava uma delícia como depois de algumas taças de vinho ele ficava com ainda menos inibição do que normalmente tinha, sem nenhuma amarra, absurdamente indecente se dada a oportunidade. Então era claro que o Ivan-sem-limites jogaria aquela ideia no colo de Aleksey e depois iria embora, plantando uma sementinha nos pensamentos do outro homem. Claro que a ideia iria criar raízes e crescer.
Ela sorriu, satisfeitíssima ao saber disso, feliz com o presente que o marido lhe dera mesmo sem saber quando seria entregue.
— E você quer?
Aleksey ficou constrangido, um leve rubor pintando as bochechas, e desviou o olhar. Morena o segurou pelo queixo, forçando a encará-la.
— E você quer, Aleksey?
— Sim — murmurou ele e ela se aproximou o suficiente para ele achar que ela iria beijá-lo antes de soltá-lo e se contorcer para pegar a única caixa que ficava em cima da mesa de centro bem em frente do sofá sem sair de cima dele.
Morena se afastou mais um pouco, abrindo espaço para a caixa entre eles e ordenou:
— Abra.
— O que tem aí?
— Abra e descubra.
Morena observou deliciada enquanto Aleksey descobria como abrir, aproveitando para se livrar da saia que estava usando, ficando só com a chemise. Não era difícil entender que era uma fechadura que precisava de magia para ser aberta, e logo a diversão de vê-lo quebrando a cabeça terminou. Ela apoiou os joelhos no sofá, se inclinando para trás um pouco para poder enxergar o rosto de Aleksey. A expressão dele era impagável: ele franziu a testa, depois levantou as sobrancelhas, apertando os lábios. Dava para ver as centenas de perguntas que corriam em sua mente a cada mudança. Morena riu baixinho.
Aleksey demorou quase um minuto inteiro encarando o conteúdo da caixa no mais profundo silêncio. Finalmente, ele levantou os olhos e perguntou:
— É sério que você guarda isso no seu escritório?
(...)
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