Aleksey não estava brincando quando falara que Morena e Ivan provavelmente eram os maiores depravados do Império. Talvez algumas pessoas em Xenon pudessem competir considerando que, segundo Morena, havia uma ala inteira da maior biblioteca do mundo dedicada à arte erótica, mas em Argon? Ninguém era mais criativo do que aqueles dois. Em geral, o nobre padrão da corte argoni era entediante e Aleksey juntara muitas experiências para montar o seu repertório e fazer sua fama. Se o que se passava por trás das portas da casa da Princesa de Mièdz fosse de conhecimento público, ele tinha certeza que causaria o maior escândalo do século.
Além de criativos, também eram incansáveis. Insaciáveis. Descobrira nos últimos meses que, dada a oportunidade, nem Morena nem Ivan negavam fogo e pareciam ter uma energia infinita, precisando de pouco tempo para descansar antes de serem dominados outra vez pelo desejo. Aleksey nunca fora muito bom em resistir tentações — e sua maior provação sempre fora Morena e Ivan. Agora que não precisava se privar disso, queria aproveitar cada instante, cada toque, cada beijo, cada suspiro, cada gemido. Ele também se tornava alguém incansável ao lado deles, mas quando voltava para casa, estava tão exausto que Laszlo começara a recebê-lo com um bom prato de comida, um banho quente e uma massagem nas costas que sempre era muito bem-vinda.
Aleksey não conseguia se lembrar de qual fora a última vez que aquela massagem — ou que qualquer toque, para falar a verdade — se transformara em outra coisa com Laszlo, e se sentia um pouco culpado de ainda prendê-lo em um relacionamento que ambos sabiam que estava com os dias contados. Todas as vezes que tentara tocar no assunto com Laszlo, ele pedia para que Aleksey pensasse mais um pouco e garantia que não tinha problema nenhum com a forma como as coisas estavam andando. E Aleksey se deixava ficar ali, por não se sentir seguro para deixar de ter sua própria casa, em uma tentativa desesperada de tentar determinar algum limite para aquele relacionamento a três. Tinha medo do que aconteceria se decidisse morar com Ivan e Morena, principalmente quando se cansassem dele.
Só que nada daquilo era relevante naquele instante. Aleksey olhou novamente para a expressão travessa da mulher sentada em seu colo. Morena inclinara a cabeça, o cabelo solto em cachos folgados descendo em cascata por cima de um único ombro, a curva do pescoço dando lugar aos ombros em um ângulo suave, a chemise branca com a saia enrolada ao redor das coxas, os mamilos marrons empertigados, visíveis através do tecido fino. Mesmo com a calça grossa que o inverno exigia, ele conseguia sentir a umidade que se acumulava entre as pernas de Morena atravessando o tecido. Ele lambeu os lábios e se voltou para a caixa na sua frente, tentando decidir o que iria perguntar primeiro.
Era uma caixinha com vários objetos que Aleksey nunca vira antes, mas que tinham finalidades óbvias. Dois eram objetos fálicos, um feito de madeira com entalhes que pareciam escamas e outro era verde-escuro, feito de um material liso e escorregadio que parecia pedra, mas nada como ele conhecia. Ambos possuíam uma base maior que permitia deixa-los em pé em cima de alguma superfície. Os três outros objetos da caixa pareciam anéis com uma saliência oval na ponta, de diâmetros diferentes, e quando ele pegou um desses, entendeu quase imediatamente sua serventia. Ao tirar a divisória da caixa para ver a parte debaixo, vislumbrou um pedaço de um cinto de couro reluzente, uma corda de um material cru, alguns frasquinhos com óleos e o brilho metálico do que ele suspeitou ser uma faca.
— Você nunca sabe quando vai precisar — respondeu Morena depois do silêncio de Aleksey, demorando-se sobre os objetos. — E às vezes eu fico aqui sozinha o dia inteiro e… sabe.
Aleksey fechou os olhos, segurando-a pelo quadril e acariciando-a com o dedão. Tentou não se perder na ideia de Morena sentada naquele sofá usando um daqueles objetos fálicos para se dar prazer enquanto Ivan estava na puta que pariu, provavelmente, deixando-a completamente sozinha, escondendo sabe se lá o que dessa vez. Ele respirou fundo, aquela irritação uma intrusa em um momento doce, um eco do incômodo que tentava deixar para trás. Se começasse a desatar o nó de sentimentos que tinha por Ivan, não sabia direito onde pararia e o que restaria ao desfazê-lo. No fim das contas, o que importava era que Aleksey queria Ivan e era abençoado com o pequeno milagre que era o outro querê-lo de volta.
— Onde vocês arrumaram isso? — perguntou Aleksey, tentando dissipar aqueles sentimentos indesejados.
— Foi Ivan que fez a maior parte. Tem mais lá em cima. — Ela estufou o peito orgulhosa, como se aquela caixinha de brinquedos sexuais fosse o maior feito do marido. Morena estendeu a mão e pegou o objeto fálico liso com a base maior, parecendo analisá-lo. — Esse é meu favorito desses dois. Ivan gosta mais do outro, mas eu acho grosso demais.
Aleksey deu um sorriso torto, divertindo-se com aquela informação. Nunca tivera uma preferência específica por uma posição — com cada pessoa, em cada momento, a dinâmica era diferente e ele gostava de deixar as coisas fluírem. De todo jeito, o divertimento era garantido, e naqueles seis meses, sempre presumira que Ivan preferia ser quem penetrava, controlando e provocando do jeito que parecia agradá-lo mais. No entanto, o comentário de Morena acendeu uma curiosidade em Aleksey, que se pegou pensando no que Ivan acharia se invertessem aquela situação. Como Ivan reagiria se fosse Aleksey empurrando-o contra os travesseiros e fazendo-o implorar para gozar? Será que rebolaria contra Aleksey sem vergonha nenhuma do mesmo jeito que Aleksey fazia com ele?
Passou um dedo por um dos outros brinquedos, a curiosidade aumentando. Pegou um dos anéis, envolvendo a parte oval com a mão, encaixando-o entre os dedos pela parte um pouco mais comprida que conectava a bola ao anel, curioso ao ver que ele se prendia perfeitamente.
— E você já usou esse aqui?
— Você pode experimentar colocar em mim da próxima vez e avaliar se eu já usei ou não — disse ela com um sorriso enigmático, tomando o objeto da mão dele como se ele fosse uma criança travessa e apontou para a caixa. — Escolha qual você quer.
Aleksey olhou para os dois objetos maiores, pegando nas mãos e pesando cada um deles de forma dramática, como se estivesse avaliando joias raras. A gargalhada de Morena em resposta pareceu encher seu peito. Ele se inclinou para dar um beijinho no braço dela, que ainda segurava a caixa, e pegou o favorito de Ivan. Era maior, mais grosso e mais pesado que o outro, e apesar de Aleksey saber objetivamente que já recebera coisas maiores dentro de si, ficou um pouco assustado com a ideia de ser penetrado por algo tão grande e tão rígido.
— Esse é realmente o favorito de Ivan? — Aleksey posicionou o objeto em pé na sua mão entre eles e levantou as sobrancelhas quando Morena fechou as mãos ao redor do seu diâmetro, os dedos dela mal conseguindo dar a volta.
— Ele gosta da sensação de ser preenchido. — Morena moveu a mão como se estivesse masturbando o objeto e Aleksey sentiu seu cérebro travar. Ele gostava do quê? — Já eu acho que é quase ser atropelada por um trem, ainda mais se ele estiver em um buraco e Ivan no outro, o que geralmente é o caso.
Aleksey ficou atordoado com aquela sequência de informações, o sangue parecendo descer todo para a virilha, a ereção latejando e reagindo antes que conseguisse pensar em qualquer outra coisa. Morena umedeceu os lábios e tirou a caixa das mãos dele, descendo o olhar para onde o pau de Aleksey voltara a ficar ereto em toda a sua glória, as gotas de pré-gozo melando o abdômen.
— Então é o verdinho que você quer.
Morena impediu que ele respondesse ao beijá-lo, mordiscando e chupando os lábios de Aleksey, grudando seu corpo ao dele outra vez. Aleksey a envolveu pela cintura com uma mão, afundando os dedos da outra nos cachos de Morena, retribuindo o beijo com pequenos gemidos e puxando-a consigo enquanto se deitava no sofá. Aleksey nunca iria cansar de sentir o corpo dela contra o seu, os seios apertados contra o peito, as coxas ao redor dos quadris, o calor da pele de Morena parecendo queimá-lo por inteiro. Nunca cansaria de devorar os pequenos gemidos dela contra seus lábios enquanto acariciava sua pele, nem dos beijos deliciosos que pareciam saboreá-lo como se ele fosse uma iguaria rara que precisava ser degustada e apreciada com calma.
Os dois se separaram o suficiente para Morena ajudá-lo a se livrar da última peça de roupa que ele estava vestindo, jogando a calça por cima do encosto do sofá antes de Morena voltar a se posicionar em cima de Aleksey e chupar sua língua. Ele afundou os dedos na carne do quadril dela, ajudando-a a para se encaixar melhor contra ele, e com uma mão, ela posicionou o pau de Aleksey perfeitamente entre seus grandes lábios, movimentando os quadris ao usá-lo para se masturbar. Ele fechou os olhos com um gemido alto, invadindo a boca dela com a língua enquanto sentia a excitação dela encharcando seu pau. Morena se desvencilhou do beijo, erguendo-se o suficiente para o segurar pelo queixo com uma pressão deliciosa, fazendo-o abrir a boca outra vez e inclinar a cabeça um pouco para trás, parando a milímetros dos lábios de Aleksey sem beijá-lo enquanto se roçava contra ele de forma lenta, deixando a saliva que se acumulava na boca escorrer até a dele, escorregando pela língua, e então descendo pela garganta de Aleksey.
Era uma tortura deliciosa e Aleksey tentou beijá-la, mas ela o impediu, segurando-o com firmeza, a respiração quente roçando contra a pele dos lábios de Aleksey, contra a bochecha, a saliva dos dois se acumulando na boca dele. Então, ele tentou se mover contra ela, buscando aumentar o ritmo para aliviar a forma como seu pau latejava, dolorido, implorando por mais fricção, mas as coxas dela o prenderam no lugar. Como alternativa, levantou a saia de Morena até a cintura, segurando uma das coxas para aproximá-la, afundando-se mais contra ela e aumentando a pressão na sua glande. Com um brilho malicioso no olhar, Morena deslizou a mão pelo peito de Aleksey, pela barriga, até chegar no pau dele e o direcionou da sua entrada para seu clítoris, e do clítoris até a entrada, repetidamente, provocando-o, espalhando a umidade abundante entre suas pernas, impedindo-o de desfrutar de um alívio momentâneo.
— Morena — implorou ele, ofegante. — Por favor, Morena.
— Paciência, Lyosha — relembrou ela ao mesmo tempo em que o posicionava contra si, penetrando apenas a cabeça.
O calor, a umidade e a forma como ela se contraíra contra ele ao tomá-lo dentro de si eram o suficiente para fazer Aleksey fechar os olhos e soltar um palavrão, afundando as unhas contra a carne da coxa dela com força.
— Morena — implorou outra vez, buscando por ela com o rosto, querendo beijá-la e lambê-la e mordê-la até obrigá-la a mudar de ideia e dar o prazer que os dois tanto queriam.
Ela riu, deleitando-se com o sofrimento delicioso ao qual o sujeitava, e soltou Aleksey, permitindo que ele a beijasse no queixo, nas bochechas, que mordiscasse a orelha e roçasse os dentes contra o pescoço dela, em um desespero que só ficou mais intenso quando ela o tirou dentro de si e deslizou uma das mãos pelos testículos dele, espalhando seus fluidos pela pele de Aleksey até atingir o ponto logo abaixo deles, pressionando-o ali e fazendo a vista dele escurecer repentinamente com o prazer. Aleksey se inclinou para abocanhar um dos mamilos de Morena, tirando a chemise do caminho com os dentes, e foi a vez dela gemer, descendo os dedos um pouquinho mais, encontrando o ponto mais sensível entre as nádegas de Aleksey, circulando-o e provocando-o enquanto ele chupava o seu mamilo.
Quando Aleksey seguiu para o outro seio, mordendo-a e chupando-a com um pouco mais de afinco, Morena estremeceu sob as mãos dele, se esfregando contra ele um pouco mais frenética, quase por reflexo, e Aleksey gemeu, satisfeito por conseguir o que precisava. Subiu os beijos até encontrar os lábios dela novamente, envolvendo um dos seios dela com a mão enquanto a segurava pela coxa, sentindo a ereção latejar. Os dois se moveram um contra o outro com certo desespero, a tensão deixando-os mais descontrolados, encontrando um ritmo de prazer crescente e quando sentiu que gozaria em instantes, ela parou, desvencilhando-se dele, um fio de baba se formando entre os lábios.
— Você quer me matar. — Aleksey apoiou a testa no ombro dela e ela o beijou no topo da cabeça, parecendo se divertir com toda a situação. O pau de Aleksey ainda estava encaixado entre os lábios dela, mais rígido do que nunca, e latejava tanto que parecia prestes a explodir. A frustração e o tesão pareciam borrar sua mente e em vez de pedir por algo que pudesse aliviá-lo, ele sussurrou contra o pescoço dela: — Senta na minha cara e deixa eu te chupar.
Morena se afastou, levantando as sobrancelhas, parecendo surpresa com o pedido, mas não pensou duas vezes antes de levantar a saia da chemise e se sentar no peito de Aleksey com as pernas abertas, oferecendo-se como um banquete para ele, a umidade escorrendo pelas coxas, deixando os cachinhos entre as pernas dela brilhantes.
Aleksey nunca fora homem de recusar o que lhe era oferecido com tanto desprendimento, então ele a puxou pela bunda, lambendo, chupando, devorando, sentindo o gosto da excitação como o mais doce mel contra os lábios. Morena tirou a chemise com um gesto só, ficando completamente nua, e levou uma mão até um seio, brincando com um dos mamilos enquanto ele a chupava. Aleksey parou um instante para recuperar o fôlego, hipnotizado pela mulher em cima dele. O corpo de Morena parecia algo de outro mundo, as coxas grossas e os quadris largos como um convite, a barriga arredondada um deleite, a cintura bem-marcada dando lugar aos seios fartos que ele tanto amava, quase como as deusas da fertilidade retratadas nas estatuetas antigas. E estava ali, toda sua, entregando-se a ele, pronta para receber o que ele tinha a oferecer. Seu coração se descompassou e ele roçou o nariz na parte interna da coxa dela, tentando se recuperar da emoção súbita que o abatera.
— Eu não disse que você podia parar.
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