— Eu não disse que você podia parar — repreendeu ela, segurando-o pelos cabelos longos e o puxando contra si, ofegante. Quando ele fechou os lábios contra o clítoris dela, Morena pendeu a cabeça para trás, mordendo os lábios.
Ele roçou os dentes contra a parte mais sensível de Morena e ela rebolou contra o rosto dele, desistindo de controlar a altura dos gemidos. Na posição em que estavam, sabiam que se Ivan entrasse ali naquele instante veria Morena sentada na cara de Aleksey, ele tão duro que parecia prestes a explodir e a partir dali, daquele instante em diante, a expectativa de serem pegos deixou tudo ainda mais delicioso. Quando Aleksey enfiou a língua na entrada dela, sentindo-a contrair contra sua boca, à beira do precipício antes de chegar seu clímax, Morena se afastou mais uma vez.
— Hoje você acordou decidida a me fazer sofrer, não foi? — protestou Aleksey, suspeitando que se interrompessem mais uma vez ele certamente morreria.
— Shh, estamos só começando. Não quero estragar a ceia antes de servir o prato principal — falou ela, abrindo as pernas de Aleksey e se posicionando de joelhos entre as coxas dele, e Aleksey percebeu que havia esquecido completamente que pedira para que ela o comesse.
Morena sempre fora uma excelente anfitriã e não só não se esquecera de seu pedido, como parecia disposta a servi-lo muito bem. Ela se inclinou em cima dele, beijando-o com carinho, lambendo seus fluídos da boca de Aleksey, acariciando-o na barba com uma mão e arrumando os cabelos dele com a outra. A diferença entre toda a provocação e o carinho do gesto arrancou um suspiro da boca dele, juntando o cabelo dela com uma mão, tentando retribuir a mesma ternura.
— Você sabe o que dizer quando quiser que eu pare — sussurrou ela, esfregando o nariz no dele. Aleksey assentiu.
Tempestade. Todas as vezes que ele lembrava que antes mesmo de se juntar a Ivan e Morena a palavra que usavam como sinal de que a brincadeira fora longe demais era relacionada a ele, sentia que morria por um segundo. Pelo menos era de felicidade, para variar. Imaginar que nas inúmeras vezes que Morena fizera algo parecido com Ivan pararam um segundo para lembrar-se daquela palavra, para lembrar-se dele, trazia mais satisfação do que era adequado naquela situação.
Morena salpicou uma série de beijinhos na ponta do nariz de Aleksey, parecendo satisfeita, e o segurou pelas coxas, abrindo mais as pernas dele enquanto descia beijando-o e lambendo a pele dele. A barriga dela roçava contra a ereção e ele gemeu de forma quase patética, segurando o cabelo dela quando ela finalmente se posicionou entre as pernas dele com um beijinho na cabeça do pau.
Ela se inclinou para a caixa ao lado para tirar as ferramentas que usaria, uma das mãos apoiada na parte interna da coxa de Aleksey. Aquela também seria uma cena interessante caso Ivan entrasse agora: Aleksey com as pernas abertas e erguidas, Morena parada entre elas, acariciando-o descuidadamente muito perto de sua virilha, os dois claramente prestes a fazer algo muito interessante. Aleksey testou envolver a sua ereção com a própria mão e se masturbar um pouco para tentar aliviar o desconforto, mas Morena deu um tapa na mão dele, lançando um olhar de repreensão.
— Na-na-ni-na-não, nada de estragar a brincadeira.
— Você vai me matar — murmurou ele.
— Você aguenta. — Ela o beijou na parte de dentro do tornozelo de Aleksey enquanto pingava algumas gotas do óleo que tirou da caixa na mão e esfregava entre as palmas.
Morena desceu a língua pela parte interna da perna de Aleksey até os joelhos, levando as mãos até o pau de Aleksey, deslizando-as com facilidade ao longo de seu comprimento, finalmente dando para Aleksey a fricção de que tanto precisava para arrancar um pouco do desespero da excitação. Ela deslizou os lábios para a coxa dele ao mesmo tempo em que desceu uma mão mais uma vez, envolvendo os testículos dele. O cheiro de jasmim pareceu tomar todo o cômodo, e a respiração de Aleksey ficou ainda mais curta quando ela o mordeu, a pontada de dor provocando um raio de prazer para seu pau, tornando cada toque dela ainda mais vívido — a forma como ela deslizava os dedos pelas veias, passando pela glande, espalhando as gotículas de porra que vazavam com o movimento, deixava-o completamente tonto. O toque de Morena parecia estar em todo o lugar, acariciando-o nos recantos mais sensíveis e mais escondidos do seu corpo, despertando tantas sensações e sentimentos que ele não sabia mais o que sentia.
Ele fizera coisas parecidas inúmeras vezes antes — com homens, mulheres e outros, coisas de todo tipo, para todos os gostos, em várias posições — mas tudo era completamente diferente com Morena. Talvez fosse porque Morena era sua melhor amiga, porque era a única pessoa que o conhecia profundamente, a pessoa com quem ele se sentia confortável para compartilhar tudo e qualquer coisa. Talvez fosse por causa de todo o tempo em que ele passara desejando-a, em silêncio, fazendo com que todas as vezes que ficavam juntos daquela forma parecesse só mais um sonho, um devaneio delicioso demais para ser verdade. Talvez fosse porque ele reconhecia a pequena benção que era ter o carinho e a atenção de Morena. Cada carícia que trocavam parecia mais tenra, mais cheia de significado do que qualquer outra coisa que Aleksey já tivera antes, e ele levou uma mão até a bochecha dela, tocando-a de forma quase descuidada no canto do lábio, sentindo uma onda de afeto mesmo em meio ao misto de incômodo e prazer. Ela virou o rosto para beijar a palma da mão dele, segurando um sorriso, a covinha se insinuando na bochecha. Depois, beijou os dedos dele e os lambeu, chupando dois e deixando-o ainda mais ofegante.
Quando ela repetiu o gesto na ereção de Aleksey, chupando-o ao mesmo tempo em que deslizava a mão para espalhar mais do óleo entre as nádegas dele e provocá-lo com um dedo, ele achou que não aguentaria muito tempo. Quando ela enfiou o dedo dentro dele enquanto chupava a cabeça do pau, sentiu como se um raio o tivesse atingido, fazendo-o estremecer e fechar os olhos. Era como se estivesse flutuando em um oceano de prazer, cada lambida, cada chupada, cada dedo adicional que usava para estimulá-lo engolindo-o como uma onda, fazendo-o sorver o ar, e ele precisava de toda a sua força de vontade para não se deixar afogar. Aleksey abriu os olhos novamente para apreciá-la entre suas pernas bem a tempo de vê-la pegar o objeto de pedra verde e posicioná-lo entre as próprias pernas, no sofá. Ela esfregou o óleo de jasmim por toda a extensão antes de se sentar, enfiando-o dentro de si enquanto mordiscava o lábio inferior para conter um gemido, as bochechas claramente coradas, os mamilos endurecidos e proeminentes.
— O que você está fazendo? — Ele precisou perguntar, sem ter muita ideia do que viria a seguir. Aleksey tinha certeza que desmaiaria se não gozasse logo, e embora a visão de Morena se dando prazer com algo que estaria dentro dele em alguns minutos fosse maravilhosa, estava um pouco confuso.
— Vai machucar você se não lubrificar antes, e que forma melhor de fazer isso do que… — Ela rebolou em cima do consolo para ilustrar o seu ponto, as coxas estremecendo com o movimento. Morena encolheu os dedos dos pés, a onda de prazer visível no corpo dela. Ela inclinou a cabeça para frente, os cabelos cobrindo parcialmente o rosto, os olhos nublados com o prazer, o peito subindo e descendo rapidamente.
— Caralho. — Aleksey fechou os olhos, soltando o ar devagar, precisando se concentrar para não enlouquecer.
Morena o beijou atrás dos joelhos e voltou para sua atividade, lambendo-o na base do pau, descendo para chupá-lo nos testículos, ao mesmo tempo em que voltou a penetrá-lo com dois dedos, movendo-os para cima até atingir um ponto em que arrancou o que quase foi um grito de Aleksey, acertando o ângulo dos dedos para tocá-lo ali em um ritmo que o fez se segurar com força no encosto do sofá, mordendo os lábios até sentir o gosto de sangue. Ele sentiu o abdômen contrair e a textura viscosa de sêmen respingou em sua barriga, como se fosse incapaz de contê-lo por muito mais tempo sem explodir.
— Isso, muito bem, meu amor — elogiou ela quando ele começou a se mover contra os dedos dela, os quadris em um vai e vem delicioso, cada movimento fazendo o corpo de Aleksey estremecer.
Quando ela parou de tocá-lo, Aleksey protestou com uma súplica quase incoerente para que ela voltasse a mexer aqueles dedos para ele gozar, mas quando a viu se levantar, ficou observando Morena quase hipnotizado. Ela prendeu o cabelo com um laço e tirou o cinto de couro de dentro da caixa — algo com várias tiras e dava para vestir como uma calça, passando uma coxa por cada círculo, posicionando o objeto fálico em um apoio que ficava bem em cima dos cachos entre as pernas dela, apertando a fivela até aquela engenhoca parecer firme o suficiente. A pedra verde brilhava sob a luz das arandelas, coberta pela substância esbranquiçada e viscosa do prazer de Morena, e quando ela voltou a se ajoelhar entre as pernas de Aleksey, usando um pouco mais do óleo para prepará-lo, Aleksey teve certeza que aquilo só poderia ser um delírio.
Morena deslizou as mãos pela coxa dele, até chegar nas nádegas, abrindo-as gentilmente e espalhando um pouco mais do óleo antes de se posicionar contra elas. Quando sentiu a pressão da cabeça do objeto contra si, Aleksey praticamente miou, sentindo as bochechas ficarem vermelhas.
— Se incomodar, me avisa.
Aleksey assentiu, segurando-a pelos quadris e puxando-a contra si, incapaz de formar qualquer frase coerente para implorar que ela não parasse, não daquela vez, não naquele momento.
Morena deu um meio sorriso que aqueceu o coração de Aleksey e se deitou sobre ele devagar conforme vencia suas resistências até penetrá-lo por completo, as coxas dela contra a bunda dele. Ela apoiou os braços ao lado da cabeça de Aleksey e o beijou novamente, dando tempo para que ele se acostumasse com a sensação esquisita e diferente de qualquer outra que ele já sentira. O objeto de pedra verde era mais rígido do que qualquer outra coisa que ele já tivera dentro de si e também era mais frio. A sensação era diferente, mas boa. Morena parou e o olhou, afastando fios de cabelo que se grudavam ao suor da testa dele, parecendo um pouco preocupada.
— Está tudo bem? — sussurrou ela. — Você está confortável?
Ele assentiu, incapaz de formar palavras, e a puxou para outro beijo, envolvendo-a com as pernas e prendendo os dedos de uma mão em uma das tiras de couro que apertavam a carne dela, puxando-a mais para dentro de si, movendo o quadril para ficar em um ângulo um pouco melhor. Morena começou uma estocada lenta dentro de Aleksey para experimentar, o movimento fazendo-o estremecer e o pau dele se moveu quase involuntariamente onde estava imprensado contra a barriga dos dois. Ela lambeu o céu da boca dele e se mexeu outra vez, com um gemido que se misturou ao de Aleksey, e depois deu mais uma estocada, em que Aleksey a empurrou mais para dentro ainda com as pernas. Na quarta, ela pareceu acertar todos os lugares que mais davam prazer no corpo dele e ele se sentiu retesar, as pernas estremecendo e ele se arqueou contra Morena, a ejaculação saindo em jatos e melando a barriga dos dois. Aleksey sabia objetivamente que era impossível durar muito tempo depois de toda a tortura de Morena, mas ainda assim sentiu as bochechas queimarem com vergonha por ter acabado toda aquela sensação rápido demais. Em vez de se afastar, Morena o abraçou, apertando-o mais contra si, atingindo-o no ponto mais sensível e mordiscou sua orelha, sussurrando:
— Eu só vou parar quando você implorar para eu parar. Você pode gozar quantas vezes quiser, me melar o quanto quiser, gemer o mais alto que conseguir. Esse é o seu desejo, e ele só vai parar quando você quiser.
Aleksey a abraçou ainda mais, afundando o rosto contra o pescoço dela, sentindo o cheiro maravilhoso da pele de Morena, o gosto do suor dela na língua, o calor do corpo contra o seu. Ela o acariciou na lateral do corpo, esfregando o nariz contra a bochecha dele sem mover os quadris, esperando que ele se recuperasse e pedisse para ela voltar a penetrá-lo. Aleksey a puxou pelo rabo de cavalo, enrolando a mão no cabelo e a puxando para trás para que Morena o encarasse. Com a outra mão, mexeu nas tiras de couro outra vez, fazendo-a voltar a se movimentar, roçando o corpo inteirinho no dele a cada estocada, enfiando a língua na boca dele no mesmo ritmo em que o fodia. Logo, a única coisa que parecia existir no mundo eram os gemidos e suspiros dos dois, o som da pele contra a pele, o estímulo constante e enlouquecedor dos movimentos de Morena deixando-o duro outra vez.
Ela fez Aleksey virar de bruços com um toque do quadril e quando a queimação rápida e quente dos tapas dela se juntaram às estocadas, ele mordeu uma das almofadas, arrebatado novamente pelas ondas de prazer, sentindo os olhos encherem de lágrimas enquanto era alavancado cada vez mais perto do clímax. Quando Morena se deitou sobre ele, mordiscando a ponta das orelhas de Aleksey, e envolveu o pau dele em uma mão, masturbando-o, ele sentiu a vista escurecer pela segunda vez naquela noite, a respiração rasa, o orgasmo seco fazendo seu corpo todo se tensionar. Morena o beijou nos ombros, nas orelhas, ainda acariciando o pau duro de Aleksey, e ele continuou rebolando contra ela, desesperado por mais estímulos, a sensação crescente depois do orgasmo boa demais para descartar.
Mais uma vez, Morena fez os dois mudarem de posição, ofegante, e sentou-se no sofá, puxando Aleksey para o seu colo com as costas viradas para ela, e, nessa posição, ele conseguia controlar completamente o quanto e como era estimulado. Depois de se encaixar direitinho e deslizar até a base do objeto, Morena o abraçou, descendo uma mão para masturbá-lo enquanto brincava com o mamilo dele com a outra. Aleksey virou a cabeça para beijá-la, voltando a se mover em um ritmo crescente, cada vez mais frenético, o mundo todo reduzido aquele instante, à sensação de mais completo êxtase que o tomava a cada movimento.
Talvez por isso não viu quando Ivan entrou na sala. Talvez por isso só percebeu que não estavam mais sozinhos quando Morena disse, com a voz distante, como se ela estivesse embaixo d’água:
— Que bom que você chegou, meu amor. Estávamos esperando por você.
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