— Você está me colocando em uma situação complicada, A-Chen. Por que não esquece isso? Ele não me deu motivos para duvidar dele. Você não vê o quanto ele trabalha. A pilha de folhas que há naquele escritório. Eu sei, eu o arrumo todos os dias. — Mo Tian disse. — E se quer saber, ele me trata bem e com educação!
Yawen Chen estava buscando o local certo para encaixar o livro que tinha pegado emprestado e percebeu um vão bem ao lado de Mo Tian. Esticou o braço, cruzando a face do amigo. Após acomodar o objeto de volta em seu lugar, ela pareceu pensar no que Mo Tian havia dito.
Seus olhos se franziram até se tornarem uma linha fina.
— Por que você está o defendendo tanto?
Mo Tian estreitou as sobrancelhas com a pergunta.
— O que você quer dizer?
— Você não dormiu com ele… dormiu?
O rosto de Mo Tian assumiu um tom vermelho de um pimentão.
— N-não! Olhe para Ta Yeh, honestamente!
— Ele é bonito! Exatamente! Você acha isso também!
— Não, Yawen Chen. Ele é um homem!
— Um homem muito bonito. Seduza-o e arranque informações dele!
Mo Tian engasgou. Não era uma força de expressão. Ele realmente tossiu e precisou se apoiar na estante para não desabar no chão.
— Yawen Chen, veja: eu também sou um homem. Nós dois temos a mesma coisa entre as pernas. E sobretudo… ele é meu senhor! O que você está me pedindo?
— Estou pedindo para fingir, se aproximar, vasculhar seu passado em Lanhua direto da fonte. Lembra-se como comprávamos informações das cortesãs da Casa de Lótus sobre o exército inimigo? Aquelas mulheres se aproveitavam da guarda-baixa dos homens e tinham toda a vida de um guerreiro em suas mãos para vender como bem quisessem. Espertas demais. — Yawen Chen se empolgava, gesticulando como se fosse a ideia mais genial de todas. Mo Tian estava pensando sobre como eles faziam isso só para conseguir fofocas interessantes, não para destituir um líder. Por fim, quando ela percebeu o amigo quieto, completou: — O Celestial Coelho é obsceno, lembra? Não vai se importar que você é um homem.
Mas eu me importo!
Era inacreditável. Mais inacreditável do que o pedido, o mais absurdo que sua amiga já havia feito, era que Mo Tian era incapaz de dizer não para ela.
Ela entendeu sua falta de palavras como um aceno positivo.
— Muito bem, você será o herói de Lanhua! — ela exclamou, mais alto do que deveria. — Mas pelo Imperador de Jade, Mo Tian! Eu sei que você não é um manga-cortada, mas não ouse passar da linha com ele, ou você estará completamente perdido! Ele é um Celestial e nós somos servos, não há como isso dar certo. Além disso, ele não pode ser tudo isso que você imagina. Apenas faça gracinhas, converse, se aproxime mais, mas tome cuidado e não se deixe seduzir por aquele demô-…
— Yawen Chen! Você borrou suas unhas!
Ela olhou para as próprias mãos e percebeu que estava tudo manchado. Mo Tian soltou um suspiro exasperado. A cabeça dele doía com aquela enxurrada de informações. Ele apertou a ponte do nariz com o indicador e o polegar, franzindo a testa. Suas bochechas ainda tinham aquela coloração quente e adorável, tornando sua expressão embaraçosa. Ele manteve-se virado para a estante, evitando o olhar direto da amiga, procurando algo para onde desviar a atenção. Começou a espanar os livros de novo sem perceber, pegando de volta o livro que Yawen Chen estava lendo — e que ela devolveu ao lugar errado — e ajeitou-o novamente no verdadeiro lugar de origem.
Ele tentava encontrar caminhos para trazê-la à racionalidade, mas um em particular pareceu bastante convincente:
— Escute… eu me comunico bem, mas você consegue me imaginar seduzindo alguém?
Ele ouviu o crescimento de uma risada dela, que aumentou até se tornar uma gargalhada.
Credo, não era para tanto!
— Você não precisa saber seduzir. Só precisa fazer com que até você segurando esse espanador soe como um flerte.
Ela cruzou o braço perto do corpo de Mo Tian, arrancando outro livro da estante. Mo Tian não sabia qual livro era e teve que reunir coragem para encarar o que quer que ela estivesse segurando.
Então ele leu o título: “Elixires Milagrosos do Mundo da Cultivação”.
Mo Tian tinha medo de adivinhar o que se passava na cabeça dela.
— Que tal lermos isso enquanto você pinta minhas unhas de novo?
Continua...
No próximo capítulo...
"— Me desculpe, senhor. Eu não devia tocá-lo sem permissão.
— Acalme-se, Mo Tian, não tem problema. — O Celestial Coelho deu um sorriso tranquilo. — Por que não me deixa alimentá-lo? Eu não quero que um servo fique mal e adoeça. Ainda mais esse servo sendo você."
No próximo capítulo: "Gege"
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Até o próximo capítulo!
Beijos felinos,
Mork
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