Vince ouviu toda a explicação do felino em silêncio; agora era o momento de tomar uma decisão. Respirou fundo e examinou o animal falante.
"Antes de fazermos qualquer acordo, preciso saber seu nome. Não será normal chamá-lo de 'ei' ou 'você'", disse Vince, encarando a estranha criatura felina. "Como devo chamá-lo?"
O animal sorriu com uma expressão zombeteira. A pergunta parecia divertir o felino.
"Eu até gostaria de dizer meu nome, mas assim como minha verdadeira forma, sua mente não aguentaria o poder da linguagem Perpétua. Então, apenas me chame de Gato ou qualquer coisa que venha à sua mente."
Vince deu de ombros, resignado. Era quase impossível extrair alguma informação decente daquele ser enigmático.
"Acho que é o jeito. Espero que possamos cumprir nossos objetivos juntos." Agora era a vez de Vince estender a mão para o Gato. "Só espero não me arrepender disso."
"Confie em mim, Vince. Esta é a melhor decisão que você já tomou."
O Gato estendeu sua pata novamente, apertando a mão de Vince.
Quando suas mãos se encontraram, uma enorme luz azul começou a emanar do ponto de contato entre o homem e o felino, puxando-os um para o outro. A luz ficava mais intensa enquanto os dois viam seu vínculo vital sendo formado. Quando Vince abriu os olhos novamente, após o brilho azul intenso se dissipar, percebeu que estava deitado em seu antigo escritório, no mesmo local onde havia morrido. Era exatamente o que o Gato havia dito: Vince estava de volta à vida.
O antigo odor de cigarro e whisky preencheu seu nariz e pulmões, trazendo uma paz inesperada. No entanto, algo parecia errado. Entre os cheiros habituais de seu pequeno escritório, um deles não se encaixava. Era algo familiar, mas não por um motivo positivo.
Era o cheiro de gasolina.
Ao procurar a origem da gasolina, Vince notou os dois intrusos que havia provocado. Um sorriso cruel apareceu em seu rosto. Este seria o primeiro passo para sua vingança. Pegando a garrafa de whisky que estava bebendo antes do ataque, Vince acertou o rosto de um dos capangas de Marcus quando este estava distraído, derramando gasolina no escritório. O homem cambaleou, incapaz de enxergar devido ao líquido em seus olhos.
O segundo invasor pareceu notar a confusão e sacou sua arma. Três tiros foram disparados em direção a Vince, mas, por algum motivo sobrenatural, ele conseguiu esquivar-se facilmente, como se as balas estivessem se movendo em câmera lenta. Com o pedaço da garrafa que restava em sua mão, Vince perfurou o olho direito do homem. Um grito de dor ecoou, e, em um movimento desesperado, o homem soltou a arma, colocando as mãos sobre o rosto.
"Seu canalha", arfou o homem, "não sei como ainda está de pé, mas desta vez, eu realmente vou matá-lo."
Com reflexos ágeis, Vince pegou a arma que ainda caía e, por instinto de sobrevivência, usou o homem atingido como escudo humano. Uma bala veio em direção a ele, mas seu novo escudo o defendeu. O homem foi atingido no quadril.
Ele começou a gritar novamente, mas, com um movimento rápido e elegante, Vince apoiou o cano da arma na cabeça do invasor e disparou.
Sem emitir som, Vince jogou o corpo sem vida do homem em seu companheiro, atrapalhando-lhe a visão. O segundo invasor conseguiu evitar ser atingido pelo corpo, mas, para sua infelicidade, Vince já estava ao seu lado, com a arma apontada para a cabeça. Mais uma vez, sem dizer absolutamente nada, Vince atirou.
Os dois invasores estavam mortos.
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