Nick está sentada em seu escritório, ela encara a porta. O escritório é pequeno, com uma pequena janela com os vidros opacos. As paredes são brancas com algumas manchas dadas pelo tempo e umidade. Sua cadeira pode ser velha, mas é confortável e sua mesa de madeira não tem nada de extraordinário.
A porta se abre e um homem, alto, com barba e alguns fios brancos aparecendo, aparece diante dela. Ao entrar, ele olha ao redor e entrega uma foto a Nick.
— Este homem está tendo um caso com a minha esposa. Quero que dê um fim nisso.
Um sorriso escapa dos lábios de Nick e ela olha da foto para o homem:
— Sabe que eu não estou aqui só para dar um susto em alguém, certo? Que dar um fim nele, ninguém o verá vivo de novo.
— Ótimo. Faça. Amanhã à noite. Na casa dele — o homem não parece hesitar ou temer o que vem pela frente e isso faz o sorriso da mulher aumentar.
— Metade do dinheiro agora. O resto Amanhã, depois do trabalho feito.
O homem entrega um envelope a Nick, que agora tem seu rosto sem qualquer sinal do sorriso. Ela olha dentro retirando o dinheiro e contando-o. Constatando ter o valor certo, ela sorri e volta a falar:
— Acordo fechado. Te vejo amanhã com o resto do dinheiro.
O homem concorda e sai do escritório, fechando a porta atrás de si. Nick olha a foto mais uma vez e com um sorriso leve, acende um isqueiro. Com a mão firme, ela leva o fogo a foto, queimando-a e jogando-a na lata de lixo ao lado da mesa.
Na noite seguinte, o amante e a esposa estão no quarto, na casa do amante, assim como o homem havia dito. Nick observava de um ponto à frente da casa quando a amante havia chegado e esperou o tempo que estariam ambos na cama. Ela entra pela porta da frente com a chave, caminha devagar a passos leves pelos cômodos seguintes até o quarto. Enquanto os dois trocam carícias na cama, Nick abre a porta e entra. O susto e a surpresa são estampados nos rostos deles, e o sorriso diabólico no rosto da mulher deixa-os ainda mais aterrorizados.
— Nick? O que está fazendo?
Nick avança para o amante, subindo em cima dele com o mesmo sorriso diabólico ainda no rosto. Ela tira uma faca do coldre em sua coxa, passa o objeto lentamente pelo corpo do rapaz. A respiração dele está descompassada, seu coração acelerado, o medo aumenta a cada segundo e ele não sabe o que fazer. A mulher ao lado assiste à cena congelada. Nick aponta a faca no peito do homem deitado, aumenta o sorriso e finca a faca. Ela puxa a faca para cima, desce novamente e a retira de vez. O sangue escorre e a vida esvai do homem. Ela assiste até o último respirar dele. Antes de sair, ela olha para a outra mulher e pisca um olho. A esposa levanta-se, colocando a roupa, e sai correndo da casa.
Nick limpa sua faca com calma, ela espera pelo homem com o resto de seu dinheiro. Quando ele chega entra batendo a porta com força. Seu rosto é tomado pela raiva.
— Ela não deveria ter visto você. Que tipo de profissional você é?
— Cuidado com o que fala. Se ela falar... morre — aponta a faca, ainda com alguns resquícios de sangue.
O homem dá um passo para trás, sua expressão e postura mudam completamente.
— Ela não vai. Não quer que descubram sobre o caso. — O homem suspira, mas continua: — mas me diga, por que uma faca e não um tiro a distância?
— Se fosse qualquer outro, seria assim. Mas era ele.
Ele apenas concorda, sem entender, entregando o restante do dinheiro. Nick conta e quando confirma estar tudo certo ele sai fechando a porta. Agora é ela quem suspira. Após respirar fundo, ela se abaixa um pouco jogando o pano sujo de sangue na lata de lixo; com um pouco de álcool e um fósforo aceso, as chamas emanam calor em seu rosto. Ela volta a posição de antes pegando a foto de cima da mesa. Ao virar, é o seu rosto e do homem agora morto que ela encara na imagem. A assassina olha por alguns segundos e joga ao fogo, queimando a lembrança.
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