UNIVERSIDADE LOCAL A  -
PRÉDIOS LOCAL A – 8:35am

No alto dos prédios, ao lado da universidade, uma criatura observava abaixo tudo o que acontecia, em completo silêncio. O ser fixava sua visão em Mikel e Fuyuki, e em suas ações. Coberto por um manto azul escuro, a criatura se protegia ligeiramente em um grande portal abaixo de seus pés. Talvez estivesse aproveitando o tempo nublado já que o sol não estava aparente. Em poucos segundos, seu corpo parecia ser engolido por aquele portal, abaixo de seus pés, até não sobrar nada. 

LOCALIZAÇÃO: REINO DO CAOS MINO
LOCAL: ??? – ???

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O reino do Caos Mino e Reino de Nebulous: O lar das almas corrompidas e sem forma sólida. Várias criaturas rastejantes rodeiam sem rumo os arredores do local escuro e sem esperança. Apesar de serem um único lugar, Mino e Nebulous faziam divisa entre si. Enquanto Mino era tomada por superfície plana e inundada por uma água escura viscosa cheia de criaturas rastejantes, Nebulous se diferenciava por ser tomada por uma forma semelhante às Noctiluca scintillans (algas bioluminescentes semelhantes a da terra). Apesar de tudo, era até mesmo impossível descrever em palavras os monstros que ali habitavam. Aqueles seres pareciam famintos. 

Reza a lenda que seu general foi abatido na guerra das Divindades pelo próprio Deus do Caos, enquanto o ceifador da Angústia foi aprisionado no patamar mais fundo além do Reino de Nebulous e ainda mais fundo que sua própria podridão (Reino dos pecadores), onde nem mesmo a alma mais pecadora pode retornar. Depois de bani-los, o Deus do Caos baniu todas as divindades da morte que se opuseram ao seu veredito. 

O propósito do Deus do Caos era simples: Nenhuma Divindade da Morte deveria ascender novamente. Atualmente, seu sucessor é Mino, a Divindade Mentira (também conhecido como Mestre do Reino de Mino), e sua sucessora é Tris, a Divindade Tristeza (Guardiã do Reino de Mino).  

***

A pequena criatura brotou do chão abrindo um pequeno portal que se alastrou minimamente para que todo seu corpo passasse. Avistou a grande serpente enrolada em sua cauda de forma despreocupada, que até mesmo duvidou que aquele era mesmo o Mestre do Reino. 

Diferente do pequeno ser, a outra divindade era 3 vezes maior e mais poderosa que ela. Sua forma era metade serpente e metade humano (apesar de algumas deformações pelo rosto e mãos). Sua personalidade também não era das melhores, e era por isso que ela evitava deixá-lo irritado. Agachou bem pertinho e o cutucou para acordá-lo de forma calma, mas foi tudo em vão. 

Ele realmente deu um berro estrondoso que fez as criaturas sem forma se dispersarem:

― QUEM FOI O FILHO DA P― Suas falas foram interrompidas assim que percebeu abaixo de si, o corpinho trêmulo da outra divindade. ― Ah… É você. 

Ela acenou mais calma.

― Pensei que estivesse em missão, Tris. ― Ele perguntou e a pequena continuava a falar, ou melhor “sussurrar”, quase como um sopro.

Divindade Tristeza: Forma pequena e reclusa. Usa um manto azul escuro, um cachecol e meias listradas na horizontal que tampam grande parte de seu corpo. Sua pele é um azul forte, seus dedos das mãos são decepados e sua comunicação depende de uma boa audição, já que tudo que diz é apenas na altura de um sopro. 

― Estou irritado. Por quê? ― Perguntou enquanto a via mexer a cabeça. ― Não gostei desse trocadilho mixuruca. Para!

Ele disse sério, mas a pequena divindade parecia soltar um som leve pela boca, quase inaudível como se fosse uma risada.

― Já que voltou, quer dizer que os pirralhos fizeram algo que preste. 

A feição de Tris pareceu mudar minimamente, o que fez o outro perceber.

― Não é ser ”duro” com eles. Agora, é só esperar ela chegar. ― Assim que disse, Tris mudou para uma feição esperançosa deixando suas mão do lado de fora do manto. ― Para de fazer essa cara!! Eu não vou te elogiar! Aliás, falando no diabo…

Uma terceira criatura dá o ar da graça ao lugar. A cada passo podia ser percebido grandes tentáculos negros e pontiagudos esvoaçar como se seu cabelo tivesse vida própria. As marcas em seu rosto e a pele branca como de papel lembravam vagamente as pinturas de uma gueixa, ainda que sua longa vestimenta não tivesse qualquer semelhança nem de longe. Seu rosto em partes, estavam cobertas por um manto semelhante a serpentes que rastejavam por todo seu corpo, enquanto seus olhos eram amarelos como um âmbar. Seu nome era Óden, Divindade Realeza Medo do Reino de Nebulos. Seu passado era um total mistério, mas sua motivação se resumia em ascender no lugar do Deus do Caos.

― Sempre muito humorado, Mino.

― Não abuse, Óden. ― A serpente retrucou, enquanto Tris se escondeu por detrás dele. ― Temos notícias mais importantes. Está saindo como planejado.

― Meu receptáculo já me informou os detalhes do local. ― Seu andar parecia calmo, até um largo sorriso se formar em seu rosto e seu corpo começar a se deformar. ― Está na hora de buscar nosso pequeno tesouro. A criança perfeita para o dia perfeito está nos esperando…