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HellHound | Livro 1: Possuído

CAPITULO 12

CAPITULO 12

Aug 13, 2024

This content is intended for mature audiences for the following reasons.

  • •  Drug or alcohol abuse
  • •  Blood/Gore
  • •  Mental Health Topics
  • •  Physical violence
  • •  Sexual Content and/or Nudity
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  Não muito depois de Priscila sumir, o sinal tocou anunciando o final do intervalo. Eu estava agitado demais para sentar quieto em uma carteira e estudar, queria pular o grande muro e correr por api. Quem diria? Demônio, mas ainda assim um cão. Olhei para o azul do céu, as nuvens estavam baixas, deixando uma incrível impressão de profundidade. Não era à toa que os humanos do passado acreditavam tanto que aquele era o reino de seu Deus. Um aperto cresceu em meu peito me dizendo que eu não era livre. Olhei para Hound e suspirei. Não existe um céu no inferno – Jesse? – Alana me chamou, fazendo-me virar para ela. – Não vai entrar? – Olhei em volta. Não havia quase ninguém mais no pátio, só uns quantos retardatários, como nós. – Foi legal o que você fez – ela continuou e oquei minha atenção nela, com certo espanto. Nunca acreditaria se me dissessem que Alana me agradeceria algum dia, não por algo assim. No mínimo, esperava que ela me repreendesse por ter machucado a garota, como o olhar de Camila fez.

  – O que eu fiz? – Perguntei só para  ter certeza.

  – Você sabe – disse ela, agitando uma mão enquanto falava – aquele lance com a “Rainha Metida” – deu de ombros – não esperava que me defendesse. A maioria dos garotos fica do lado dela.

  – Hunf! – Camila bufou. – Eles babam nos pés dela e lambem o caminho por onde passa. Ela já deve ter dormido com a escola toda! – Não me surpreenderia, apesar de achar perturbador moleques tão novos perderem suas vidas assim. – Ela só não cobra a hora por ter dinheiro suficiente dos pais! – Ela disse zombando, mas pude sentir a nota de raiva na voz dela. Elas tinham um sério desentendimento com a succubos local. Talvez eu precisasse visitar Priscila mais tarde, para evitar um possível derramamento de sangue.

  – Você não é como os outros garotos – voltei-me para Alana rapidamente. Seu rosto dizia que o comentário havia sido um elogio, ela realmente tinha me elogiado! Droga, Agora teria que pensar em alguma coisa boa para dizer sobre ela também!

  – Ele é diferente de qualquer um! – Ouvi uma das amigas de Alana dizer entre risinhos. Era uma morena de cabelos frisados e o rosto marcado por espinhas, estava cochichando com uma menina de cabelo lambido, tingido de loiro, e cintura desproporcionalmente baixa. Ambas olhavam para mim de um jeito que me fez arrepiar. Seria melhor que me lembrasse de nunca ficar sozinho com elas em local fechado. Desviei meu olhar rapidamente, provocando mais risadinhas.

  Depois daquilo fiquei em silêncio. As garotas se divertiram um pouco mais falando mal de Priscila, mas logo um coordenador veio nos mandar de volta para as salas de aula. As garotas acenaram animadas, se despedindo, enquanto eu rumava para o prédio do fundamental. Camila e Alana não fizeram tanta algazarra, mas também não foram embora sem se despedir. Acho quenão seria tão ruim assim fazer parte dessa nova família, afinal.

  Na classe, Thalita começou o interrogatório antes mesmo de eu sentar a minha bunda na cadeira, perguntando onde tinha ido e dizendo que queria ter lanchado comigo. Os olhos dela brilhavam enquanto me olhava. Vou ter que mudar de carteira. pensei. Mas, olhando para aquele rostinho decidido, soube que não faria muita diferença., ela me seguiria onde fosse.

  O restante das aulas correu sem mais imprevistos. O professor compactuado não voltou sequer a passar em nosso corredor. Hound continuou perto da porta, sempre atento, porém, com mais do que apenas o objetivo de vigiar. Eu havia pedido que ele descobrisse se havia mais seres noturnos na escola enquanto andávamos pelo corredor vazio. Não queria ter mais surpresas durante minha estadia ali.

  Quando o sinal para o término das aulas soou finalmente, Thalita prontamente impediu minha saída tentando me convencer a deixá-la ir estudar comigo na casa dos Oliveira, já que o Sr. Machado – o tal professor compactuado – havia passado muita lição, todas do livro de geografia. Recusei veemente, já tinha que aguentar a garota na escola, definitivamente, não queria levá-la para casa também.

  Agarrei a mochila e saí da sala, despedindo-me bruscamente de coitada, que foi interrompida no meio de uma frase. Olhei por sobre o ombro e confirmei, teria que ser ainda mais mal educado se quisesse tirá-la do meu pé. Suspirei, sentia falta dos bons e velhos tempos, onde só tinha que me preocupar com matar ou ser morto, tratar com as pessoas de modo civilizado era muito complicado.

 

∴

 

  Encontrei Alana nos portões, já com Léo a seu lado. Ela não esperou me aproximaar totalmente para começar a andar, arrastando o irmão atrás de si. Alcancei-os  com uma rápida corrida, andamos em silêncio a maior parte do caminho. Léo perguntava sobre o meu dia vez ou outra, aparentemente, meu grito tinha sido mais alto do que imaginei, se as crianças da pré-escola já estavam sabendo, então a escola toda já sabia, essa era uma perspectiva nem um pouco animadora.

  Chegamos em casa sem mais nenhum incidente constrangedor de minha parte, o que era bom, considerando a maré de má sorte em que eu estava. Entramos no hall e Léo disparou escadaria à cima, com um suspiro tirei a mochila das costas, sentindo como estava leve.  Teria que arranjar logo os livros para a escola, ou acabaria levando bomba por não entregar os deveres, não havia outra opção, não iria passar o dia trancado com uma menina que nem devia usar sutiã ainda. Estava colocando minha mochila em um canto encostada na parede quando Alana me chamou a atenção, ela me olhou de cenho franzido e apontou para o teto.

  – Guarde sua mochila no quarto, não deixe suas coisas espalhadas por aí! – Ela disse e foi para a cozinha. – Vou preparar o almoço.

  Por algum motivo, aquilo não me animou nem um pouco. Havia muitas regras para se adaptar, muito fingimento, muitas máscaras. Manter tudo aquilo cansava, mesmo alguém como eu.

  Entrei em meu quarto e joguei a mochila em um canto a esmo,  torcendo para que o caderno não tivesse amassado no processo. Larguei-me na cama, cobrindo os olhos com o braço direito. Devia tirar os sapatos... Não. Não me importava tanto assim, passei uns minutos sem pensar, deixando minha mente mergulhar no maravilhoso mundo em branco do descanso. Estava cansado, mas ainda tinha muitas coisas a fazer naquele dia. Teria que sair para conferir a cidade com Hound, eu estava muito incomodado por ter sido surpreendido pelos noturnos, não deixaria isso acontecer novamente. Iria até a casa do Professor Paulo, apesar do aviso de Hound, mas eu não considerava virar a costas e fugir ser a melhor estratégia. Claro, se não fosse por Hound, não teria sequer a chance de estar ali deitado, pensando em estratégias... Pensando. Franzi o cenho, não estava descansando realmente. Suspirei alto e removi meu braço, pisquei por uns instantes, ajustando meus olhos à claridade, minha cabeça latejava. Olhei meu relógio e constatei que só havia passado dois minutos desde que deitara ali.

  – Maravilha. – Resmunguei de mau humor.

  Aquilo não estava funcionando. Relaxar com tantas preocupações em mente não era uma tarefa fácil, ainda mais se você considera um ataque de criaturas sobrenaturais, em sua própria casa, algo perfeitamente plausível. Encarei o teto por mais uns instantes, estava cansado de me sentir cansado. Círculos viciosos são um porre. Sentei e joguei as pernas para fora da cama. Talvez um banho ajude, pensei enquanto me levantava. Captei a silhueta de algo que não eram minhas meias, na estante de livros, com o canto do olho. Virei para ver melhor, definitivamente não eram meias.

Bonequinhos do Circo Playmobil estavam alinhados nas prateleiras. Palhaços, elefantes, tigres, macacos e até o cara que doma os cavalos, todos eles ocupavam o lugar de minhas meias. Sorri sem poder evitar, e peguei um pequeno elefante cinza nas mãos. Ele tinha um arco azul encaixado na ponta da tromba, como se fizesse malabarismos. Coloquei-o de volta no lugar. Teria que agradecer Léo por isso. Mais um item na lista de afazeres. É, estava cansado e todo moído, mas valia a pena.  

Ia tomar uma ducha fria para acordar e começar meus deveres, por assim dizer: “normais”. Acho que poderia deixar toda a porcaria sobrenatural para a penumbra da noite, afinal, combinava mais, não é? Eu só teria que convencer Hound disso... Certo, como se fosse fácil convencer Hound de alguma coisa, já estava prevendo mais problemas, e lá estava eu preocupado de novo.

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[Completa, porém precisa ser reescrita e revisada. Vide a Nota no inicio]

“Você já sentiu como se houvesse alguém lhe empurrando a fazer algo ruim?
Que, quando chega a uma encruzilhada, é como se algo o tentasse a desviar do lado bom? Já ficou com tanta raiva, que referiu se como estando possesso?
Pois eu já. O tempo todo.

Quando se divide o corpo com um cão demoníaco, nem sempre é fácil seguir pelo bom caminho. Mas não significa que não ganha pontos por tentar. Mesmo se já estiver atolado até o pescoço no maldito inferno.”

-------------------------------------------------------------------------------

Jesse é um garoto que foi possuído por um cão do inferno ainda muito pequeno. Agora, tendo desenvolvido uma relação simbiótica com o demônio ao passar dos anos, ele se vê enfrentando uma nova reviravolta em sua vida quando ganha uma nova família. A mesma da mulher que salvara de um destino pior que a morte em uma rua mal iluminadas de São Paulo, em uma de suas caçadas para alimentar seu inquilino indesejado com almas condenadas.
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