Cleberson acorda finalmente de uma noite tranquila, e então ele olha para fora e encontra as pessoas estranhas observando caracóis. Mas enquanto ele observava as pessoas estranhas, formigas de todas as direções mordem ele, e ele entra em pânico, porque ele tem trauma de formigas e elas começam a escalar e morder por todo seu corpo e ele se atira para trás e faz um corte profundo em seu braço ao bater ele na quina de sua cama.
Ele vai correndo até o banheiro para tirar o máximo que puder e lavar sua ferida e as várias e várias formigas que estão por seu corpo, então ele consegue remover quase todas e enfaixa sua ferida após estancar seu sangue, então ele pensa:
— “Cacete! Tenho que parar de me descuidar, mas como isso aconteceu? Eu nem lembro de formigueiro por aqui.”
Ele ignora esse questionamento e faz suas vendas, sentindo dores horríveis devido ao corte no braço e os seus arranhões dos outros dias, que inflamaram e doem mais com a mordida das formigas.
Cleberson vende bem e para na metade de seu tempo médio por estar sentindo muita dor. Assim que vai ao médico, que recomenda a ele uma semana de repouso no mínimo, e oferece um atestado, Cleberson recusa, pois não seria útil porque ele não trabalha para ninguém, e então ele rejeita e explica o porquê.
Ele então “obedece” e vai vender os seus salgados de manhã até de noite, enquanto ele pensa em alguma estratégia para suas vendas. E ele não vê outra alternativa a não ser chamar alguém para trabalhar com ele.
Ele abre sua tenda de salgados e vende até que bem, enquanto ele pergunta a alguns clientes moradores de lá se eles querem trabalhar com ele, pois ele não conseguirá manter tudo numa venda sozinho.
Então as pessoas estranhas que compram sempre salgados aparecem e ele sente um calafrio ao ver o sorriso deles e eles pedem coxinhas.
Porém, assim que Cleberson ia pegar, eles dizem:
— Eu quero sua coxinha direita!
— Eu quero sua coxinha esquerda!
E ambos saltam nele enquanto rasgam sua carne e devorando suas coxas. Ele se sente tonto e tudo parece estar girando e então ele começa a refletir sobre o que está acontecendo:
— “Socorro! Eu não consigo gritar! Será que é um pesadelo? Minha vida é um pesadelo… Eu tenho que me defender, porra, isso dói!”
Cleberson dá um grito dentro de sua tenda que assusta todos os clientes e as pessoas de fora, e os deixa preocupados. Então ele pede desculpas e vende os salgados a eles e enquanto ele vendia a outros clientes, as pessoas estranhas começam a comer o salgado estranhamente e Cleberson observa enquanto julga isso:
— “Eles são bizarros, estão lambendo o salgado? Isso é um salgado, não um sorvete. Credo, estão babando ele inteiro…”
Ele continua a atender e então o rapaz estranho pergunta:
— Você busca funcionários? Eu posso trabalhar para ti se quiser.
Ele abre de novo um sorriso, e Cleberson recua com medo dele e diz:
— Então, amigo… Acho que não, desculpa. Eu não confio muito em ti.
Ele ignora então e continua comendo o salgado e assim que os dois acabam, eles agradecem e vão embora de mãos dadas.
Horas se passam e Cleberson vende bem, além de impressionar muita gente com sua determinação para o trabalho, mas, na verdade, tudo isso é medo de voltar a viver na rua.
Então ele vai em direção a sua casa, a qual é praticamente em frente à sua tenda e pensa em se jogar em sua cama assim que chegar, mas ele se depara com algo estranho em um beco, uma silhueta de um suposto animal grande que se esconde nas sombras do beco.
Cleberson observa bem e se questiona:
— “O que é isso? Um boi? Aqui praticamente nem tem bois, eu acho. É um lugar no meio do nada. Se não for um boi, o que seria?”
Ele se aproxima lentamente e liga sua lanterna, e quanto mais se aproximava, mais ele se sentia pesado e fraco. Mesmo assim, ele seguiu em frente.
Ele chega mais perto e sente um forte cheiro de podridão, escuta zumbidos e grunhidos e também vê um líquido vermelho misturado à água de esgoto.
Cleberson se sente pesado, com dificuldade de dar até mesmo um único passo, ele não consegue sequer erguer sua lanterna.
Ele quer recuar, mas se sente atraído por aquela coisa, como se fosse uma manipulação junto a um chamado. Quando seu corpo se sente imobilizado por este peso, ele acaba caindo nessa água e vê que é sangue, e então a coisa se aproxima.
E enquanto isso, Cleberson sente tanto medo que acaba cedendo a esta sensação de morte e fecha seus olhos aguardando a ação deste ser.
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