Nunca pensei muito em me tornar escritora, passei a vida criando mundos imaginários em minha mente. Quando decidi passar as ideias para o papel fui desmotivada por aqueles que se diziam família. No ensino fundamental surgiu minha primeira grande oportunidade de conseguir apoio das pessoas, nada importava mais do que escutar opiniões de pessoas desconhecidas com um olhar que me desse esperança, mesmo se fosse criticada, ao menos saberia que alguém havia se importado o suficiente comigo para ler o que escrevi.
— Olive, seu conto de terror é um indício forte de que seguirá um caminho de escrita — a mulher de cabelos loiros como o ouro dá um sorriso sutil — espero poder ler o que escreverá no futuro.
— Obrigada professora! — ela se retira dando lugar aos demais professores —
— Devo discordar da professora de artes — o homem barrigudo que fedia a nojo, ganhava bem como diretor, mas nunca conseguiria anular seu cheiro sorriu em deboche — uma garota que escreveu atrocidades, assusta qualquer um que lesse suas historinhas.
Os demais professores concordaram, isso não me entristeceu. Jamais me deixaria triste com críticas, pelo menos haviam lido e prestado atenção em mim.
— Por qual motivo mesmo que deveríamos continuar aqui? — Xavier, o homem que minha mãe decidira passar o resto de sua vida e teve um filho, reclama novamente —
— Se não viéssemos, a escola iria atrás para saber o que houve com os pais de Olive que não comparecem nos eventos escolares — a mulher de cabelos ruivos com leves rugas dando sinal de que sua velhice se aproximava, o terror de minha mãe, cochicha baixo para que apenas meu padrasto conseguisse escutar, o que não foi o caso —
— Se tirássemos-a da escola, não precisaríamos mais participar dessas palhaçadas — ele cochichou de volta —
— Os professores se foram, não precisam mais se obrigar a continuar aqui — pego as folhas que costurei para simular um livro, folheando orgulhosa do que conclui —
Olho de volta para os meus responsáveis e não os encontro mais. A única coisa que afirmo após o fim do evento escolar é ter passado horas no banheiro chorando. É tão difícil assim de ser amada? Pedir o mínimo é pedir muito? Chorei tudo que podia, jogando para fora a dor presa em meu interior. Ali coloquei em minha mente que nunca esperaria pelo amor de ninguém.
Olive uma escritora de livros de terror se vê confusa após ganhar a missão de escrever um romance de sua editora, apesar de odiar mudanças que a obrigue a sair de sua zona de conforto, ela aceita tentar. Um dia quando volta para casa, foge para comprar macarrão instantâneo apimentado para não precisar comer o que sua amiga cozinhou e acaba em uma briga com um desconhecido que leva os últimos pacotes de instantâneos em sua cesta.
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