Saio dali e os caras ficaram conversando com a Marie, eles parecem suspeitos, mas senti algo diferente neles.
Sei lá, parece que eles tem uma aura rodeando eles, mas mesmo parecendo suspeitos minha intuição ta dizendo que são confiaveis, pois eles conhecem a Marie, estranho ela nunca ter mencionado eles antes.
No terno deles tinha um simbolo de Lobo e não vi o que estava escrito, parecia gente de alguma organização.
Caminhando pelas ruas movimentadas de Curitiba, sinto o vento fresco da noite no meu rosto, misturado com a sensação de ansiedade. Encontro meus amigos, aqueles que sempre me apoiaram, apesar dos meus momentos de rebeldia, é o que mais desejo agora. Enquanto caminho, a conversa com Mari ainda ressoa na minha cabeça. Ela sempre se preocupa comigo, mesmo não sendo minha mãe biológica.
Depois de algumas quadras, finalmente chego ao ponto de encontro combinado, um parque pequeno e pouco movimentado. Avisto meus amigos ao longe, sentados em um dos bancos. Pedro, um garoto alto e magro com cabelo desgrenhado, acena assim que me vê.
— Felipe! Aqui, cara! — grita Pedro, com um sorriso no rosto.
Acelero o passo e me junto ao grupo. Além de Pedro, estão lá Ana, uma garota de cabelo curto e tingido de azul, e Rafael, um garoto forte e baixo com um olhar sério.
— E aí, pessoal? — cumprimento, sentando-me no banco ao lado de Ana.
— O que houve dessa vez, Felipe? — pergunta Ana, sempre direta. — Recebemos uma mensagem da Mari dizendo que você estava em apuros de novo.
Suspiro, contando a história do incidente com Lily e os garotos que a atormentavam. Explico como perdi a paciência e acabei machucando um dos agressores.
— Eles mereceram — diz Rafael, balançando a cabeça. — Não deviam ter mexido com a Lily.
— Mas você sabe como é a Dona Dolores — acrescenta Pedro. — Ela só vê as reclamações dos pais.
Ana olha para mim com preocupação. — E agora, o que você vai fazer? Vai voltar para o orfanato?
Assinto. — Sim, vou voltar. Não posso deixar a Lily e as outras crianças lá sozinhas. Elas precisam de mim.
— É, cara, você é tipo o herói deles — diz Pedro, tentando me animar.
— Um herói encrenqueiro — ri Rafael, dando um leve soco no meu ombro.
Rimos juntos, o que ajuda a aliviar um pouco a tensão. Mesmo com todos os problemas, é nesses momentos que me sinto mais em casa, mais compreendido.
De repente, Ana muda de assunto, olhando para o céu. — Vocês ouviram as notícias sobre as pessoas desaparecidas sendo encontradas mutiladas?
Pedro franze a testa. — Sim, é sinistro. E parece que está acontecendo no mundo todo.
Rafael concorda, com um olhar sombrio. — Acho que todos devemos ter cuidado. Não sabemos o que está causando isso.
Sinto um arrepio na espinha. Lembro-me dos homens misteriosos que vi no aeroporto e das palavras de Mari sobre cuidar de mim. Sinto que algo maior está prestes a acontecer.
Pedro, sempre o curioso, levanta uma sobrancelha e olha para mim com um brilho nos olhos. — E se... investigarmos o seu orfanato esta noite?
Ana e Rafael olham para Pedro, surpresos. Eu também fico intrigado.
— Eu topo mas? Como assim? — pergunto, tentando entender o que ele está planejando.
Pedro abaixa a voz, como se estivesse contando um segredo. — Felipe, você já mencionou antes que há um porão no orfanato que está sempre trancado. Quem sabe não encontramos algo lá que nos dê pistas sobre o que está acontecendo?
Ana parece pensativa. — E se a Dona Dolores ou a Mari nos pegarem? Estaremos encrencados de verdade.
Pedro sorri e balança a mochila que traz nas costas. — Eu já pensei nisso. Trouxe lanternas e algumas cruzes, só por precaução. Se algo sobrenatural estiver acontecendo, estaremos preparados.
Rafael coça a cabeça, ainda incerto. — Não sei, Pedro. Isso parece perigoso.
Sinto uma mistura de excitação e nervosismo. A ideia de explorar o porão proibido me atrai, especialmente se houver alguma chance de descobrir algo importante. E, se meus amigos estão dispostos a me acompanhar, talvez seja a melhor forma de proteger todos no orfanato e talvez procurar alguma coisa sobre aqueles caras.
— Tudo bem, vamos fazer isso — decido, olhando para cada um deles. — Mas temos que ser rápidos e silenciosos. Se alguém nos pegar, estamos ferrados.
Meus amigos concordam e começamos a nos preparar para a missão. Ao anoitecer, voltamos ao orfanato, nos esgueirando pelas sombras para evitar sermos vistos por Mari ou Dona Dolores. Pedro distribui as lanternas e as cruzes, e seguimos em direção à entrada do porão.
A porta do porão é velha e rangente. Tento abrir a fechadura, mas está trancada. Felizmente, Pedro traz um grampo de cabelo e, após alguns minutos de tentativa, consegue destrancá-la.
— Pronto. Vamos lá — sussurra Pedro, abrindo a porta devagar.
Entramos no porão, iluminando o caminho com as lanternas. O ar é frio e úmido, e a sensação de que algo está errado só aumenta. Sigo na frente, sentindo meu coração acelerar a cada passo. O que será que vamos encontrar aqui embaixo?
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