Passaram-se alguns dias desde o incidente.
Felipe está sentado ao lado da cama de Marie no hospital, perdido em seus pensamentos enquanto observa o suave movimento de seu peito ao respirar. Seus olhos estão vermelhos e cansados devido às noites mal dormidas e à preocupação constante.
— Marie... eu sinto muito. Eu devia ter feito mais para proteger vocês — murmura Felipe, com a voz embargada, enquanto segura suavemente a mão dela.
Neste momento, a porta se abre e Kaisen e Simons entram no quarto. Eles se aproximam com expressões sérias, prontos para avaliar a situação.
— Como ela está? Explosão — pergunta Simons, olhando para Marie com preocupação.
Felipe olha para eles e suspira antes de responder. — Os médicos dizem que ela está estável, mas ainda não acordou. Estão fazendo o possível, mas... — ele balança a cabeça, incapaz de completar a frase.
Simons coloca uma mão reconfortante no ombro de Felipe. — Você fez o que pôde, garoto. Agora, precisamos conversar um pouco lá fora. Podemos? Explosão.
Felipe concorda e se levanta lentamente. Ele segue Kaisen e Simons para fora do quarto de Marie, onde encontram um lugar mais reservado nos corredores movimentados do hospital.
Kaisen assume a liderança, olhando para Felipe com seriedade. — Felipe, poderia nos dizer seu nome completo, idade e o que você costuma fazer, rapaz?
Felipe assente, respondendo com sinceridade. — Meu nome é Felipe. Quanto ao sobrenome, não tenho nenhum que eu saiba. Tenho 17 anos. No orfanato, gosto de praticar exercícios físicos para manter a cabeça ocupada, ajudar a aliviar o estresse e ajudar os meus irmãos... aju...dava — Felipe começou a chorar.
Kaisen, com sua postura imponente mas olhar compreensivo, coloca uma mão no ombro de Felipe. — Rapaz, entendo que isso é difícil. Mas precisamos da sua força agora mais do que nunca. Vamos superar isso juntos.
Simons, tentando aliviar a tensão, dá um tapinha nas costas de Felipe e sorri. — Ei, garoto, não é hora de desmoronar. Você ainda tem muito para fazer e muitos para ajudar. Explosão.
Felipe, ainda com lágrimas nos olhos, levanta a cabeça e respira fundo. — Eu sei... mas é difícil. Eu sinto que falhei com todos.
— Você fez o que pôde, Felipe. E ainda estamos aqui, prontos para lutar. Vamos precisar do seu impulso e da sua determinação — diz Kaisen, com um sorriso encorajador.
Felipe limpa as lágrimas do rosto, tentando recobrar a compostura. — Certo. O que eu preciso fazer agora?
Simons, percebendo que Felipe precisa de algo para focar, continua. — Primeiro, precisamos entender exatamente o que aconteceu e como podemos evitar que isso aconteça de novo. Explosão. Então, vamos começar com algumas perguntas básicas. Pode ser?
Felipe assente, determinado a ajudar. — Claro. Vamos lá.
Simons faz uma anotação mental e continua com as perguntas. — Como você conheceu Marie? Parece haver um vínculo especial entre vocês, explosão.
Felipe olha para o chão por um momento antes de responder. — Marie tem cuidado de mim desde que me lembro. Ela é como uma mãe para todos nós no orfanato. Sempre esteve lá, nos apoiando, nos ensinando... Ela me contou que fui deixado no orfanato quando era bebê. Não sei nada sobre meus pais biológicos.
Kaisen ouve atentamente, captando as nuances das palavras de Felipe. — E seus pais biológicos, você tem alguma lembrança deles, rapaz?
Felipe balança a cabeça, triste. — Não, nada. Fui deixado no orfanato quando era bebê. Marie sempre foi a única família que conheci.
Simons e Kaisen trocam olhares significativos. Há mais perguntas que poderiam fazer, mas decidem deixar isso para outra hora, considerando o estado emocional de Felipe.
— Felipe, você é corajoso. Vamos cuidar de Marie juntos, explosão — diz Simons, oferecendo um sorriso tranquilizador.
Felipe olha para eles, agradecido pelo apoio.
Simons, percebendo que Felipe ainda tem perguntas, decide ser mais direto. — Que tal vir com a gente, garoto? Precisamos de você na Valvet Place. Você parece ser legal, Explosão.
Felipe recua um pouco, balançando a cabeça. — Eu não posso. Preciso ficar aqui e cuidar da Marie.
Kaisen dá um passo à frente, seu olhar intenso. — No Japão, você terá uma casa e, quanto à Marie, podemos cuidar dela lá. Se quiser visitá-la, pode ficar à vontade. Conheço alguém que cuidará bem dela. Mas ela não irá conosco por enquanto devido às cirurgias que terá que fazer aqui. Que tal?
Felipe hesita por um momento, refletindo sobre a proposta. Finalmente, ele balança a cabeça negativamente. — Não, eu não posso. Preciso ficar aqui e cuidar da Marie. Ela precisa de mim.
Kaisen e Simons trocam olhares antes de assentirem compreensivamente.
— Entendemos, Felipe. Estamos aqui se mudar de ideia, explosão — diz Simons, com um sorriso encorajador.
— Cuidaremos dela o melhor que pudermos. Pense bem, rapaz — acrescenta Kaisen antes de sair.
Eles saem do quarto, deixando Felipe sozinho novamente com Marie. Felipe segura a mão dela, ainda incerto sobre o que fazer.
— Marie, eu não sei o que fazer... — murmura, a voz cheia de emoção.
Para sua surpresa, ele ouve a voz suave e trêmula de Marie, quase um sussurro. Seus olhos, sempre fechados, permanecem assim, mas sua voz é clara.
— Felipe... vai com eles. Eles são pessoas boas...
Felipe recua um pouco, surpreso. — Mas, Marie, eu preciso ficar aqui para cuidar de você. Eu não posso te deixar.
Marie aperta levemente a mão de Felipe, sua expressão se tornando mais insistente. — Vai... seja livre. Com eles, você pode encontrar uma família de verdade.
Ao terminar de falar, os aparelhos ao seu redor começam a apitar, indicando uma emergência. Enfermeiras e médicos correm para o quarto, forçando Felipe a se afastar enquanto eles trabalham para estabilizá-la.
Felipe, ainda relutante e preocupado, assiste impotente enquanto os profissionais de saúde atendem Marie. A decisão pesa em sua mente, o dilema entre ficar para cuidar de Marie e ir com Kaisen e Simons para um novo começo.
Finalmente, ele toma uma decisão. Com o coração apertado, Felipe deixa o quarto e vai até onde Kaisen e Simons estão esperando no corredor.
— Eu vou com vocês — diz Felipe, sua voz firme apesar da dor evidente em seus olhos. — Mas só porque Marie me pediu.
Simons sorri, colocando uma mão no ombro de Felipe. — Bem-vindo à Velvet Place, garoto. Vamos fazer grandes coisas juntos, explosão.
Kaisen acena com a cabeça, satisfeito. — Você fez a escolha certa, rapaz. Prometo que cuidaremos bem de Marie.
Felipe respira fundo, tentando aceitar a decisão que acabou de tomar. — Certo... mas onde fica essa agência mesmo?
Kaisen responde com um leve sorriso. — No Japão.
Felipe arregala os olhos, surpreso. — Que porra, é longe pra caralho! Como vamos pra lá?
Simons ri, dando um tapinha nas costas de Felipe. — Ué, de avião, garoto. Nós humanos não voamos, explosão.
Felipe não consegue evitar um sorriso diante da resposta sarcástica de Simons. — É, faz sentido. E quando partimos?
Kaisen coloca uma mão reconfortante no ombro de Felipe. — Teremos que partir o mais breve possível. Vamos arrumar suas coisas e nos preparar para a viagem.
Felipe ainda parece relutante, mas a determinação em seus olhos cresce. — Tudo bem. Eu vou. O que preciso fazer agora?
Simons dá um sorriso encorajador. — Apenas pegue o essencial e se prepare para a mudança. Vamos cuidar do resto, explosão.
Kaisen assente. — Vamos arrumar suas coisas. Partimos o quanto antes.
Uma hora e meia de viagem depois...
Tokyo, Japão
Entrada da Agência Velvet Place
Felipe ainda estava processando tudo quando chegaram à entrada da Velvet Place. A fachada do prédio era discreta, quase se misturando com os outros edifícios ao redor, mas havia algo de especial naquele lugar.
Kaisen sorriu ao ver a expressão de Felipe, que variava entre fascinação e nervosismo.
— Bem-vindo à Velvet Place, rapaz. Esse é o nosso cafofo e onde recebemos os casos que enviam para a gente.
Eles entram e Felipe observa o interior. O lugar parecia um escritório comum de detetives, com mesas, alguns computadores e, surpreendentemente, um sofá e uma mesa de bilhar em cima de uma plataforma elevada.
Antes que Felipe pudesse explorar mais o ambiente, uma figura jovem apareceu de repente, intimidando-o. Era um garoto de cabelos loiros e olhos azuis, com uma expressão séria que não combinava com sua idade.
— Quem é você? — perguntou o garoto, cruzando os braços. — Não sabia que estávamos aceitando novatos.
Simons riu, dando um passo à frente. — Calma, Tatsuya. Esse é Felipe, nosso novo recruta. Felipe, esse é Tatsuya, o mais jovem da agência. Ele tem 14 anos, mas não se deixe enganar pela aparência.
Felipe olhou para Tatsuya, sentindo-se um pouco intimidado, mas também curioso. — Prazer, Tatsuya. Vou tentar não atrapalhar muito.
Tatsuya continuou a observar Felipe por um momento antes de soltar um pequeno sorriso. — Veremos. Espero que você não nos atrapalhe. Mas agora, com licença, tenho que ir para a escola.
Felipe soltou uma gargalhada alta. — Eu estava sendo intimidado por alguém do fundamental!
Todos no escritório riram, quebrando a tensão no ar. Tatsuya revirou os olhos, mas não pôde evitar sorrir também.
— É, bem, não subestime alguém só pela idade. — disse Tatsuya, enquanto pegava sua mochila escolar. — Vejo vocês mais tarde.
Kaisen interrompeu a troca de olhares com um gesto convidativo. — Vamos, Felipe. Vou te mostrar o lugar e onde você vai ficar. Temos muito trabalho pela frente e você vai precisar se ambientar rapidamente.
Enquanto Kaisen guiava Felipe pelo escritório, mostrando as diferentes áreas e apresentando-o aos outros membros da equipe, Felipe começou a se sentir um pouco mais à vontade. Embora ainda houvesse muita incerteza, ele sabia que havia feito a escolha certa.
— Este é o nosso espaço de lazer — disse Kaisen, apontando para o sofá e a mesa de bilhar. — Quando não estamos resolvendo casos, é aqui que relaxamos um pouco, você dormira por aqui por enquanto.
Felipe assentiu, apreciando o esforço para fazê-lo sentir-se bem-vindo. — Legal. Parece um bom lugar para trabalhar e relaxar.
Felipe assentiu, apreciando o esforço para fazê-lo sentir-se bem-vindo. — Legal. Parece um bom lugar para trabalhar.
Kaisen sorriu e deu um tapinha no ombro de Simons. — Simons, por que você não apresenta a equipe ao Felipe?
Simons sorriu, exagerando um suspiro. — Claro, explosão. Vamos começar.
Eles caminharam pelo escritório e Simons grita — Galera! Vou apresentar o novo integrante da equipe o nome dele é Felipe — ele começou a apresentar os membros da agência.
— Primeiro, temos Eni Ryse. — Simons gesticulou para uma mulher loira de cabelo curto, com belas curvas. — Vem da Finlândia e tem 18 anos. Explosivamente linda, né? — Simons piscou para Felipe, que corou um pouco.
Eni sorriu e acenou. — Prazer em conhecê-lo, Felipe.
— A seguir, Jiego Gonzales, ou Jego como chamamos. — Simons apontou para um homem forte com um olhar determinado. — Mexicano, duro na queda e meu parceiro nas brigas. Tem 23 anos e uma força explosiva.
Jiego deu um aceno de cabeça para Felipe. — Prazer, cara. Se precisar de ajuda com qualquer coisa, estou por aqui.
— Estas são Yuriko Matsuno e Nozomi Matsuno, nossas gêmeas nerds do computador. — Simons gesticulou para duas mulheres idênticas, ambas com expressões concentradas enquanto trabalhavam em seus computadores. — Não se deixe enganar pela aparência delas, explosivamente lindas também.
As gêmeas levantaram os olhos e sorriram em sincronia. — Bem-vindo, Felipe — disseram juntas.
— E por último, mas não menos importante, Tatsuya Watanabe. — Simons riu, apontando para o garoto que tinha intimidado Felipe mais cedo. — Aquele pivete que intimidou você antes. — Todos riram. — Ele está aqui porque sua mãe tem alguma relação com Kaisen. Esse moleque tem uma personalidade explosiva.
Tatsuya acenou, ainda com um sorriso travesso. — Não subestime alguém só porque é jovem.
— Agora, os tops da parada, explosão — continuou Simons. — Donnatello Orph Newton, ou Don, como chamamos. Não está aqui porque está em um caso bem explosivamente complicado.
— Kaisen Oshima, você já conheceu. Meu rival e parceiro. Eu me explodo com ele.
Kaisen riu e deu um leve soco no braço de Simons.
— E eu, Simons J. Willians. Bonito e gostosão, explosão.
Felipe riu, começando a se sentir mais à vontade com o grupo.
— E por último, nosso diretor geral, Michael Willians. — Simons adotou um tom mais sério. — Ele é um mistério. Apesar de eu ser parente dele, não sei muito sobre o cara. Realmente um caso a se desvendar.
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