Felipe e Eni estavam a caminho da casa dos Yamamoto, prontos para começar a investigação. O sol já estava se pondo quando chegaram à entrada da imponente propriedade. Ao se aproximarem, notaram duas figuras paradas em frente ao portão.
— Quem são eles? — murmurou Felipe, franzindo a testa.
Eni estreitou os olhos, sua voz doce e calma. — Parece que não somos os únicos interessados nesse caso.
Ao se aproximarem, as duas figuras se tornaram mais nítidas. Um homem alto, com olhos sempre fechados e coloração roxa, estava ao lado de outro homem japonês de aparência séria.
— Boa noite. — O homem de olhos fechados cumprimentou, sorrindo. — Eu sou Lohan Snakeman, e este é meu parceiro, Takeshi Nakamura. Somos da Agência de Detetives Tanaka.
Felipe e Eni trocaram olhares. — Eu sou Felipe, e esta é Eni. Somos da Velvet Place. O que vocês estão fazendo aqui?
— Investigando, é claro. — respondeu Takeshi, com um tom de desafio. — Ouvi dizer que a Velvet Place gosta de competir. Que tal uma competição amigável para ver quem soluciona este caso primeiro?
Lohan manteve o sorriso, seus olhos fechados dando-lhe uma aparência calma e misteriosa. — Além disso, é sempre bom ter uma segunda opinião em casos tão complexos.
Felipe levantou uma sobrancelha. — Então é isso? Uma corrida para ver quem resolve primeiro? Bem, espero que estejam prontos para perder.
Eni riu suavemente ao lado de Felipe, seu olhar fixo em Lohan. — Que vença o melhor.
Enquanto as equipes se preparavam para entrar na propriedade, Felipe notou algo familiar em Lohan. A coloração roxa dos olhos dele lembrava um pouco as características de Marie. Ele fez uma nota mental para perguntar a Kaisen sobre isso mais tarde, mas por enquanto, decidiu focar no caso.
— Vamos nessa, Eni. — disse Felipe, com determinação.
Lohan e Takeshi seguiram para a ala oeste da propriedade, enquanto Felipe e Eni optaram por começar a investigação no lado leste. A competição havia começado, e ambos os lados estavam determinados a resolver o mistério por trás dos desaparecimentos na casa dos Yamamoto.
Os quatro detetives entraram na casa dos Yamamoto, sentindo uma tensão palpável no ar. A mansão era antiga, cheia de corredores escuros e móveis elegantes, mas havia uma atmosfera opressiva que parecia envolver cada canto.
— Isso aqui está estranho... — murmurou Felipe, olhando ao redor com cautela.
— Fique atento, Felipe. — disse Eni, com sua voz doce mas firme.
Lohan e Takeshi seguiram logo atrás, igualmente alertas. Ao entrarem na sala principal, foram recebidos por uma mulher de meia-idade com expressão cansada, mas acolhedora.
— Boa noite. Eu sou Misaki Yamamoto. Agradeço por terem vindo tão rapidamente. — disse ela, fazendo uma reverência respeitosa.
— Boa noite, Sra. Yamamoto. Somos da Velvet Place. — apresentou-se Felipe, com um sorriso amigável.
— E nós somos da Agência de Detetives Tanaka. — completou Lohan, seus olhos ainda fechados, mas com um sorriso caloroso.
Misaki os guiou até a sala de estar, onde se sentaram em um sofá grande e confortável. A tensão no ar parecia diminuir ligeiramente, mas a preocupação no rosto de Misaki era evidente.
— Por favor, façam todas as perguntas que precisarem. Estamos desesperados por respostas. — disse Misaki, sentando-se em frente a eles.
Eni, com sua voz suave, iniciou as perguntas. — Sra. Yamamoto, pode nos contar exatamente quando os desaparecimentos começaram e se houve algum evento incomum antes disso?
Misaki assentiu, visivelmente emocionada. — Tudo começou há cerca de um mês. Minha filha mais velha, Aiko, foi a primeira a desaparecer. Encontramos seu quarto vazio, mas todas as suas coisas estavam lá. Depois disso, outras três pessoas desapareceram da mesma forma, sem deixar rastros.
Takeshi, com um tom sério e competitivo, interveio. — Houve alguma atividade ou evento estranho antes dos desaparecimentos? Algum objeto ou ritual recente?
Misaki hesitou por um momento antes de responder, a expressão ficando mais sombria. — Há muitos anos, minha família esteve envolvida em... práticas espirituais. Não sei se isso tem alguma relação, mas achei que vocês deveriam saber.
Eni deu um olhar afiado para Takeshi, antes de perguntar calmamente. — Sra. Yamamoto, pode nos dar mais detalhes sobre essas práticas espirituais? Algo específico que possa ter desencadeado esses eventos?
Misaki balançou a cabeça, os olhos cheios de mistério e preocupação. — Nada recente. Nossa casa é antiga, e há muitos segredos que nem todos conhecem. Ouvi histórias, sussurros no meio da noite, mas nunca imaginei que chegaria a isso...
Takeshi fez uma anotação, lançando um olhar desafiador para Eni. — Precisamos investigar mais a fundo. Qualquer detalhe pode ser crucial.
Lohan, com seus olhos ainda fechados, acrescentou com um tom tranquilizador. — Talvez haja algo que desencadeou esses eventos. Vamos precisar de acesso total à casa para conduzir nossa investigação.
Eni assentiu, mantendo a calma. — Vamos fazer o possível para resolver isso, Sra. Yamamoto.
Felipe, percebendo a tensão competitiva entre Eni e Takeshi, não pôde deixar de soltar um comentário sarcástico. — Parece que a competição está esquentando. Quem encontrar a primeira pista ganha um prêmio?
Eni riu suavemente, e até Takeshi esboçou um pequeno sorriso. Misaki, aliviada pela leveza momentânea, agradeceu novamente.
— Agradeço muito. Qualquer ajuda é bem-vinda. Mas, por favor, tenham cuidado. Esta casa... há algo errado nela.
Os detetives se levantaram, prontos para começar a exploração da casa. A competição estava em segundo plano agora; a prioridade era encontrar os desaparecidos e resolver o mistério da família Yamamoto.
Misaki Yamamoto os guiou até a porta da sala de estar e fez uma reverência antes de deixá-los sozinhos para investigar a casa.
— Se precisarem de qualquer coisa, estarei por perto. — disse ela, com uma voz misteriosa e carregada de preocupação.
Os detetives se entreolharam e concordaram em se dividir para cobrir mais área. Felipe e Eni subiram as escadas, enquanto Lohan e Takeshi começaram a investigação no andar de baixo.
— Algo sobre esta casa me dá arrepios. — murmurou Felipe enquanto subiam.
— Sinto o mesmo. Há algo estranho aqui. — respondeu Eni, ajustando sua gravata e lançando um olhar investigativo ao redor.
Enquanto caminhavam pelos corredores do andar superior, Felipe sentiu uma sensação estranha, semelhante à que teve no orfanato. Era como se uma corrente fria percorresse sua espinha.
— Você está sentindo isso, Eni? — perguntou ele, parando de repente.
Eni franziu a testa, observando Felipe com atenção. — Sentindo o quê?
— É difícil explicar... é como no orfanato. Algo não está certo aqui. — Felipe balançou a cabeça, tentando se concentrar.
— Sim, também estou sentindo. — Eni concordou, olhando ao redor com uma expressão preocupada. — Fique alerta, Felipe.
Eles continuaram a investigação, examinando cada quarto meticulosamente. Chegaram a um quarto onde um armário grande chamou a atenção de Felipe. Ele franziu a testa ao notar algo peculiar.
— Eni, venha ver isso. — chamou ele.
Eni se aproximou e observou o armário. Felipe abriu a porta, revelando o interior aparentemente normal. Mas ao olhar mais de perto, notou algo.
— Sangue... — disse Felipe, apontando para uma pequena mancha de sangue na parte interna da porta do armário.
— Isso não é bom. — murmurou Eni, com a voz doce e preocupada. — Boa, moleque! — disse ela, dando um leve tapa nas costas de Felipe. — Anote isso. Pode ser uma pista importante.
Felipe assentiu, se sentindo mais confiante com o apoio de Eni. Embora o armário estivesse vazio, a mancha de sangue indicava que algo sinistro havia ocorrido ali.
— Vamos continuar. Precisamos averiguar todos os cantos desta casa. — disse Eni, determinada.
Felipe e Eni seguiram em frente, verificando cada quarto e anotando qualquer coisa suspeita. A tensão aumentava à medida que exploravam, mas ambos estavam determinados a encontrar respostas.
Enquanto isso, no andar de baixo, Lohan e Takeshi estavam conduzindo suas próprias investigações. Takeshi se aventurou por um corredor escuro, examinando um dos quartos isolados. Ele se abaixou para inspecionar uma marca no chão quando, de repente, sentiu uma presença atrás dele. Antes que pudesse reagir, algo o agarrou e começou a puxá-lo para a escuridão.
— Lohan! — gritou Takeshi, lutando contra a força que o capturava.
Lohan, que estava perto o suficiente para ouvir o grito, parou por um momento, ponderando. Poderia facilmente ter ajudado, mas hesitou. Após alguns segundos, decidiu não intervir e permaneceu onde estava, ouvindo os gritos de Takeshi.
— Ajuda! — a voz de Takeshi ecoou uma última vez antes do silêncio.
Pouco depois, Lohan se aproximou do local, fingindo preocupação. — Takeshi? Onde você está?
Felipe e Eni, ao ouvirem o grito, correram escada abaixo. — O que foi isso? — exclamou Felipe, já em movimento.
— Parece que alguém está em apuros. Vamos! — respondeu Eni, com urgência.
Eles chegaram ao corredor onde Takeshi havia sido capturado e encontraram Lohan olhando em volta, aparentemente preocupado.
— O que aconteceu? — perguntou Eni, olhando desconfiada para Lohan.
— Não sei, ele estava investigando ali e, de repente, ouvi um grito. Quando cheguei aqui, ele já tinha desaparecido. — respondeu Lohan, tentando soar sincero.
Felipe franziu a testa, sentindo que algo estava errado, mas sem provas, decidiu focar na situação imediata. — Precisamos encontrar o seu parça e descobrir o que está acontecendo aqui.
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