Com as informações fornecidas por Elmar, Loghain, Felipito e Elizabeth seguiram em direção à Caverna do Lobo Marrom. O caminho era sinuoso e cheio de obstáculos, mas a determinação de ajudar os habitantes de Eucrates impulsionava o grupo.
Após algumas horas de caminhada, começaram a avistar a entrada da caverna ao longe. Ela estava parcialmente escondida por árvores e arbustos densos, mas as marcas de movimento recente eram visíveis.
— Lá está. — disse Loghain, apontando para a entrada da caverna. — Vamos nos aproximar com cuidado e ver o que conseguimos descobrir.
Felipito e Elizabeth assentiram, seguindo o pai com passos silenciosos. Quando estavam suficientemente perto, esconderam-se em uma moita, de onde podiam observar a entrada sem serem vistos.
— Parece que tem dois guardas na entrada. — sussurrou Felipito, analisando a situação.
— É, e eles não parecem muito amigáveis. — respondeu Elizabeth, revirando os olhos. — O que vamos fazer, pai?
Antes que Loghain pudesse responder, Felipito e Elizabeth começaram a se provocar novamente.
— Eu poderia acertar aqueles guardas daqui com meu arco, fácil. — disse Elizabeth, confiante.
— Claro, se não queimasse a floresta toda no processo. — retrucou Felipito, com um sorriso irônico.
— Chega, vocês dois. — sussurrou Loghain, sua voz calma mas firme. — Esta é uma situação séria. Precisamos de um plano. Fiquem quietos e prestem atenção.
Felipito e Elizabeth se calaram imediatamente, percebendo a gravidade da situação.
— Certo. — começou Loghain, mantendo a voz baixa. — Eu vou neutralizar os guardas. Vocês fiquem aqui e estejam prontos para libertar os prisioneiros quando eu criar uma distração.
— Mas pai, você sozinho? — questionou Elizabeth, preocupada.
Loghain sorriu de maneira confiante.
— Confie em mim, Elizabeth. Eu consigo lidar com isso.
Com uma habilidade que impressionou seus filhos, Loghain se moveu rapidamente e silenciosamente em direção aos guardas. Em um movimento rápido e fluido, ele desarmou o primeiro guarda com um golpe preciso e o derrubou. Antes que o segundo guarda pudesse reagir, Loghain já estava sobre ele, neutralizando-o com uma habilidade impressionante.
Felipito e Elizabeth observaram de sua posição, olhos arregalados de admiração.
— Uau, pai é incrível. — sussurrou Felipito.
— Isso foi... impressionante. — acrescentou Elizabeth.
Felipito não pôde deixar de se gabar.
— Eu sempre soube que o pai era incrível. Você duvidou dele, Liz.
— Eu não duvidei, só achei que seria difícil. — defendeu-se Elizabeth, cruzando os braços.
— Ah, claro. Você estava com medo que ele não conseguisse. — provocou Felipito.
— Não estava, não! Só queria que tivéssemos um plano de apoio. — Elizabeth retrucou, revirando os olhos.
Loghain acenou para que os filhos se aproximassem.
— Tudo limpo. Vamos entrar na caverna e ver o que encontramos. — disse ele.
O grupo se moveu silenciosamente para a entrada da caverna, prontos para enfrentar qualquer perigo. A escuridão dentro da caverna era opressiva, mas os três avançaram com cuidado, atentos a qualquer movimento.
Após alguns minutos de exploração, ouviram vozes abafadas e viram uma luz fraca mais adiante.
— Acho que encontramos onde estão mantendo os prisioneiros. — disse Loghain, sinalizando para que se aproximassem com cautela.
Enquanto se moviam para uma melhor posição de observação, puderam ver vários habitantes de Eucrates presos em uma grande jaula, guardada por mais alguns saqueadores.
— Precisamos de um plano para libertá-los sem chamar muita atenção. — sussurrou Loghain. — Eu vou criar uma distração. Elizabeth, Felipito, vocês vão libertar os prisioneiros.
Elizabeth sorriu, apesar da situação.
— Sempre criando distrações, hein?
— Bem, somos bons nisso. — retrucou Felipito, com um sorriso.
Loghain manteve a calma, observando seus filhos com orgulho.
— Vamos mostrar a eles o que podemos fazer juntos. — disse ele, com determinação.
Loghain se moveu para a frente da caverna, preparando-se para criar uma distração. Ele pegou algumas pedras e começou a atirá-las em uma direção oposta, fazendo barulho suficiente para atrair a atenção dos guardas.
— Ei, o que foi isso? — perguntou um dos saqueadores, dirigindo-se para o local do som.
Enquanto os guardas se afastavam, Loghain emergiu das sombras, desarmando um deles rapidamente e engajando o outro em combate. Os golpes eram precisos e silenciosos, impressionando ainda mais seus filhos.
— Agora! — sussurrou Loghain, sinalizando para Felipito e Elizabeth.
Os dois se moveram rapidamente para onde os prisioneiros estavam na jaula. Elizabeth tentou abrir o cadeado, mas estava trancado firmemente.
— Não consigo abrir. — disse Elizabeth, frustrada.
— Deixe-me tentar com a espada. — respondeu Felipito, puxando a espada das costas e tentando forçar o cadeado.
Enquanto Felipito se esforçava para abrir a jaula com a espada, um saqueador imponente e musculoso apareceu de repente e o chutou com força, lançando-o para longe.
— Felipito! — gritou Elizabeth, apavorada.
Felipito bateu contra a parede da caverna, caindo ao chão, atordoado. Elizabeth se viu diante do saqueador, que se aproximava com uma expressão ameaçadora.
Enquanto isso, Loghain estava engajado em combate com vários saqueadores, um pouco longe da posição de seus filhos. Ele não podia ver o que estava acontecendo com eles, mas notou que o saqueador que chutou Felipito parecia ser mais forte do que os outros.
— Tomem cuidado, crianças... — pensou Loghain, enquanto se concentrava em sua batalha, seu rosto calmo como se estivesse apenas brincando.
Elizabeth pegou seu arco, tentando manter a calma. Com uma flecha flamejante pronta, ela mirou no saqueador que se aproximava de Felipito.
— Afaste-se dele! — ordenou Elizabeth, sua voz tremendo, mas determinada.
O saqueador riu, mas antes que pudesse reagir, Elizabeth disparou a flecha, atingindo-o no ombro e fazendo-o recuar momentaneamente. Ela correu para Felipito, ajudando-o a se levantar.
— Estou bem... apenas um pouco tonto. — disse Felipito, tentando se recompor.
— Precisamos abrir a jaula rápido. — disse Elizabeth, puxando Felipito para longe do saqueador ferido que se aproximava novamente.
Com um último esforço, Felipito levantou sua espada e, com um golpe preciso, quebrou o cadeado da jaula.
— Conseguimos! — exclamou Elizabeth, ajudando os prisioneiros a saírem.
Os prisioneiros, observando a cena, ficaram impressionados com a coragem e a habilidade das crianças.
— Rápido, todos vocês! Sigam-nos! — disse Felipito, tentando manter a calma nos prisioneiros assustados.
Enquanto os prisioneiros escapavam, o saqueador líder se recuperou e avançou novamente sobre os irmãos. Felipito e Elizabeth se posicionaram para enfrentar o inimigo.
— Não vamos deixá-lo nos deter, Liz. — disse Felipito, firme.
— Certo, vamos acabar com isso. — respondeu Elizabeth, determinada.
Os irmãos atacaram juntos, Felipito com sua espada e Elizabeth com suas flechas flamejantes. A batalha foi intensa, mas a combinação das habilidades dos dois começou a sobrepujar o saqueador.
Os prisioneiros, ainda impressionados, observavam com admiração enquanto as crianças lutavam.
— Essas crianças são incríveis... — murmurou um dos prisioneiros, maravilhado.
— Nunca vi algo assim. — acrescentou outro.
Enquanto isso, Loghain terminou de lidar com os saqueadores restantes e correu para ajudar os filhos. Ao ver a cena, percebeu a força do inimigo que eles estavam enfrentando.
— Eles estão lutando bem. — pensou Loghain, orgulhoso, mas também preocupado. — Tomem cuidado, crianças...
Com um último golpe combinado, Felipito e Elizabeth finalmente derrotaram o saqueador líder, que caiu ao chão, derrotado.
— Conseguimos! — exclamou Felipito, aliviado.
— Isso foi incrível, irmão. — disse Elizabeth, sorrindo.
Loghain chegou ao lado deles, olhando para os filhos com orgulho.
— Vocês dois fizeram um ótimo trabalho. Estou orgulhoso de vocês.
— Acho que formamos uma boa equipe. — disse Felipito, sorrindo para a irmã.
— Sim, uma ótima equipe. — concordou Elizabeth.
Os prisioneiros, agora libertados, se aproximaram das crianças e de Loghain, expressando sua gratidão.
— Obrigado! Vocês salvaram nossas vidas. — disse um dos prisioneiros, emocionado.
— Vamos sair daqui e voltar para a vila. — disse Loghain, tomando a liderança e guiando o grupo para fora da caverna.
Felipito e Elizabeth ajudaram os aldeões feridos e fracos a se moverem, garantindo que ninguém ficasse para trás. O caminho para fora da caverna parecia mais curto do que a entrada, impulsionados pela adrenalina da vitória e pela luz do sol que se aproximava.
Ao finalmente alcançarem a saída, a luz do sol os acolheu calorosamente, trazendo uma sensação de alívio e esperança.
— Conseguimos! — exclamou um dos aldeões, visivelmente emocionado.
Os aldeões se reuniram ao redor de Loghain, Felipito e Elizabeth, expressando sua gratidão e admiração.
— Vocês são nossos heróis. — disse uma mulher, segurando a mão de Elizabeth com lágrimas nos olhos.
— Nunca poderemos agradecer o suficiente. — acrescentou um homem, apertando a mão de Felipito.
Loghain, mantendo sua calma habitual, disse:
— Fizemos o que precisava ser feito. Agora, vamos levar todos de volta em segurança para Eucrates.
O grupo começou a caminhada de volta à vila, mantendo um ritmo constante e vigilante. Durante o trajeto, Loghain observava seus filhos com um orgulho silencioso, vendo como eles interagiam com os aldeões e ajudavam a manter o moral elevado.
Ao chegarem a Eucrates, os aldeões que haviam escapado anteriormente receberam os resgatados com abraços e expressões de alívio. A vila, embora marcada pelo ataque, começava a mostrar sinais de recuperação.
Loghain, Felipito e Elizabeth foram saudados como heróis, mas mantiveram a humildade, sabendo que a jornada para Koujia ainda os aguardava.
O ancião da vila, um homem de cabelos grisalhos e olhos cansados, aproximou-se de Loghain com um semblante agradecido.
— Obrigado por salvar nosso povo. — disse ele, com uma reverência respeitosa. — Eu sou Elian, o ancião da vila.
— Foi uma honra ajudar. — respondeu Loghain, apertando a mão do ancião. — Precisamos falar com você. Há informações que buscamos sobre Koujia.
Elian assentiu, compreendendo a urgência.
— Venham, vamos conversar em um lugar mais tranquilo. — disse ele, guiando Loghain e seus filhos para uma pequena casa na periferia da vila.
Ao se acomodarem, Elian começou a falar.
— Koujia é o centro de todas as vilas ao redor. É um refúgio para muitas pessoas e é conhecida por ser uma vila do império, a maior de todas. — disse ele, olhando para Loghain com um ar de preocupação. — Lá, vocês podem encontrar tanto aliados quanto inimigos.
Loghain assentiu, ouvindo atentamente.
— Como o senhor sabia que estamos viajando para Koujia? — perguntou Loghain, intrigado.
Elian sorriu levemente e respondeu:
— Muitas pessoas estão indo para lá. É o que eu supus. — disse ele, pausando por um momento antes de continuar. — Tome cuidado, Loghain. Há aqueles que lembram do seu passado e não esqueceram... nem perdoaram. — sussurrou ele no ouvido de Loghain.
Loghain franziu a testa, compreendendo a gravidade das palavras do ancião.
— Obrigado, Elian. Sua ajuda é inestimável.
Felipito e Elizabeth, ouvindo a conversa, perceberam a seriedade da situação, mas também sentiram a determinação de seu pai.
— Vamos nos preparar para partir amanhã ao amanhecer. — disse Loghain, olhando para seus filhos com um sorriso encorajador.
— Estamos prontos, pai. — disse Felipito, confiante.
— Sempre. — acrescentou Elizabeth, com um brilho determinado nos olhos.
Com renovada determinação e espírito de equipe, Loghain, Felipito e Elizabeth passaram a noite preparando-se para a jornada que os aguardava, sabendo que juntos poderiam enfrentar qualquer desafio que surgisse em seu caminho.
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